Category: Inteligência Artificial (IA)

Albânia nomeia robô de IA como ministra

Albânia nomeia robô de IA como ministra

Inteligência artificial será responsável por gerenciar licitações públicas (imagem: reprodução/YouTube)

Resumo

O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, nomeou a IA Diella como ministra responsável por licitações públicas e pelo combate a fraudes.
Desenvolvida com apoio da Microsoft, Diella já operava na plataforma e-Albania, oferecendo suporte a cidadãos e empresas em serviços digitais.
A decisão gerou críticas da oposição, que questiona a legalidade da medida e o reconhecimento oficial de uma IA como integrante do gabinete.

Até mesmo cargos estatais de alto escalão estão ameaçados de substituição por IA, ao menos na Albânia. O primeiro-ministro do país, Edi Rama, anunciou na última semana a nomeação de uma inteligência artificial para compor seu novo gabinete de governo. Batizada de Diella, a entidade virtual assume um cargo análogo ao de ministro para gerenciar licitações públicas do país.

Antes de sua “promoção” a ministra, Diella já atuava como uma assistente virtual na plataforma de serviços públicos e-Albania. A iniciativa foi lançada com o apoio da Microsoft. No portal, ela auxiliava cidadãos e empresas a navegar pelo sistema e a obter documentos digitais, sendo representada por um avatar vestido com trajes folclóricos do país.

Ministra virtual anticorrupção

Albânia lançou IA no início do ano para auxiliar o governo (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A nomeação da IA para uma posição no alto escalão do governo é uma aposta de Edi Rama para lidar com um dos maiores problemas da Albânia. Segundo a agência Reuters, o país dos Bálcãs luta há décadas contra escândalos de corrupção, especialmente na concessão de contratos públicos. Isso tem complicado as negociações para sua adesão à União Europeia.

“Diella é o primeiro membro do gabinete que não está fisicamente presente, mas foi criado virtualmente”, afirmou Rama em uma publicação. Segundo ele, a IA garantirá que “as licitações públicas sejam 100% livres de corrupção”, além de ajudar o governo a trabalhar de forma mais rápida e transparente.

De acordo com a Associated Press, a Microsoft cooperou na criação de Diella. O governo teria utilizado modelos e técnicas de IA avançados para garantir a precisão em suas funções. Para o desenvolvimento da assistente, a mídia albanesa cita o uso das tecnologias Azure OpenAI e “modelos mais recentes de IA da Microsoft”.

A iniciativa tem um grande contraste com outra IA estatal europeia, totalmente aberta, lançada por pesquisadores suíços neste mês. No caso albanês, ainda que, aparentemente, não seja um modelo completamente novo, não há informações exatas sobre quais dados o alimentam. O governo também não detalhou como será a supervisão humana da IA ou como planeja mitigar os riscos de manipulação do sistema.

Oposição questiona legalidade

Nem todos receberam a notícia com bons olhos. A oposição política do país, liderada por Gazmend Bardhi, do Partido Democrata, classificou a medida como inconstitucional, segundo a AP News. “A palhaçada do primeiro-ministro não pode ser transformada em atos legais do Estado albanês”, declarou.

Especialistas jurídicos ouvidos pela agência apontam que pode ser necessário mais trabalho para estabelecer o status oficial de Diella, e não está claro se o parlamento votará para aprovar o “cargo virtual”. Em entrevistas, o presidente albanês, Bajram Begaj, evitou descrever a função de Diella como um cargo ministerial.
Albânia nomeia robô de IA como ministra

Albânia nomeia robô de IA como ministra
Fonte: Tecnoblog

Documento que defende uso ético da IA na educação cita fontes inexistentes

Documento que defende uso ético da IA na educação cita fontes inexistentes

IA não é tão confiável em contextos acadêmicos (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

O relatório “Education Accord” de Terra Nova e Labrador, no Canadá, cita pelo menos 15 fontes inexistentes, incluindo um filme fictício chamado “Schoolyard Games”.
Existe a suspeita de que a IA tenha sido usada na elaboração do documento, pois modelos de linguagem podem criar informações falsas, em um fenômeno conhecido como “alucinação”.
Especialistas expressam preocupações sobre a confiabilidade do documento devido às citações inventadas.

Um documento com planos educacionais do governo da província de Terra Nova e Labrador, no Canadá, está no centro de uma polêmica: pelo menos 15 fontes citadas como referências não existem, o que levanta suspeitas de que ferramentas de inteligência artificial foram usadas na escrita.

O relatório, intitulado “Education Accord”, tem mais de 400 páginas e levou 18 meses para ser elaborado. Ironicamente, entre suas sugestões de medidas pedagógicas, ele inclui a capacitação de alunos e educadores com “conhecimentos básicos de IA, incluindo ética, privacidade de dados e uso responsável da tecnologia”.

Quais são as fontes falsas no documento?

O documento cita um filme produzido pela National Film Board do Canadá chamado “Schoolyard Games”, mas, segundo a entidade, esse filme simplesmente não existe. Curiosamente, um filme com esse mesmo nome é mencionado em um guia de escrita da Universidade de Vitória (Canadá). É um exemplo fictício, para ensinar como formatar citações corretamente.

Documento inclui uso ético de IA entre recomendações pedagógicas (foto: Stocksnap/Pixabay)

Aaron Tucker, professor assistente da Universidade Memorial de Terra Nova, disse não ter conseguido encontrar várias fontes citadas, mesmo procurando no Google, na biblioteca da instituição e em outros bancos de dados acadêmicos.

“Se [o relatório] foi feito por IA, eu não sei, mas inventar fontes é um sinal revelador do uso de inteligência artificial”, diz Tucker, que pesquisa a história da tecnologia no Canadá.

Por que as fontes falsas levantam suspeitas sobre o uso de IA?

Chatbots de IA, apesar de suas capacidades impressionantes de escrita, pesquisa e programação, podem “alucinar”, termo usado para descrever quando um robô cria um resultado aparentemente coerente, mas falso. Um tipo comum é justamente inventar informações, e isso é ainda mais acentuado quando se trata de nomes de obras como livros, artigos, filmes e discos, entre outros.

Isso acontece porque a IA generativa se baseia em modelos de linguagem em larga escala (LLMs), que são treinados para reconhecer padrões em quantidades enormes de textos, mas nem sempre são capazes de identificar se uma informação é verdadeira ou não.

Ao pedir para uma IA listar artigos científicos, por exemplo, ela pode muito bem combinar palavras que geralmente se encaixam em um título de artigo científico, sem que aquele artigo realmente exista.

Esse tipo de problema não afeta apenas o meio acadêmico. A tecnologia também não é boa o suficiente para tarefas jurídicas, já que, da mesma forma, alucina na hora de citar leis, antecedentes e jurisprudências.

“Erros acontecem. Citações inventadas são uma situação totalmente diferente, que basicamente destrói a confiabilidade do material”, avalia Josh Lepawsky, professor que presidiu o conselho consultivo para elaboração do documento. Ele deixou o cargo em janeiro, dizendo que se tratava de um “processo cheio de falhas”, com recomendações “de cima para baixo”.

Karen Goodnough, professora da Universidade Memorial de Terra Nova e uma das responsáveis pelo material, disse à CBC News que seu grupo está investigando e verificando as referências.

Com informações da CBC News e do Ars Technica
Documento que defende uso ético da IA na educação cita fontes inexistentes

Documento que defende uso ético da IA na educação cita fontes inexistentes
Fonte: Tecnoblog

Microsoft testa IA no Windows 11 para editar imagens sem apps

Microsoft testa IA no Windows 11 para editar imagens sem apps

Windows 11 testa edições de imagem no Explorador de Arquivos (ilustração: Guilherme Reis/Tecnoblog)

Resumo

Microsoft está testando no Windows 11 o recurso Ações de IA, que permite editar imagens no Explorador de Arquivos.
A função permite remover fundo, desfocar e excluir objetos sem acessar apps.
Novidade já pode ser testada via programa Windows Insiders na Build 27938, mas ainda não há previsão de chegada à versão estável do sistema.

A Microsoft começou a testar novos recursos de inteligência artificial integrados ao Explorador de Arquivos do Windows 11. A novidade, batizada de Ações de IA, permite que os usuários realizem edições em imagens diretamente pelo menu (acessado com o botão direito do mouse), sem a necessidade de abrir um aplicativo.

Com a nova função, ao clicar com o botão direito em um arquivo de imagem (JPG, JPEG ou PNG), o usuário terá opções como remover o fundo, apagar objetos ou aplicar um efeito de desfoque.

Segundo a Microsoft, a ideia é que a IA permita “interagir mais profundamente com seus arquivos”, aproveitando ferramentas de edições e funcionalidades do Copilot sem interromper o que o usuário está fazendo.

Participantes do programa Windows Insiders com a Build 27938 instalada receberão o recurso gradualmente. Ainda não há previsão de quando a funcionalidade chegará para todos os usuários da versão estável do Windows 11.

Como funcionam as Ações de IA?

De acordo com a publicação da Microsoft, as Ações de IA devem otimizar o fluxo de trabalho dos usuários. A lista completa de ações testadas também inclui uma ferramenta para realizar uma busca reversa de imagens utilizando o Bing.

Para acessar as novas funções, o usuário só precisa clicar com o botão direito do mouse em uma imagem compatível e selecionar a opção “Ações de IA”. A partir daí, basta escolher a edição desejada. Entre elas estão funções que muitos usuários, hoje, já recorrem a sites na internet, como remover o fundo, ferramenta de desfoque e apagar objetos da imagem.

Ações de IA serão feitas diretamente pelo menu (imagem: reprodução/Microsoft)

Junto com as “Ações de IA”, a build de testes do Windows 11 também introduz um novo menu em Configurações > Privacidade e segurança > Geração de texto e imagem. Nessa área, os usuários poderão ver quais aplicativos de terceiros utilizaram recentemente os modelos de IA generativa do Windows e controlar quais deles têm permissão para usá-los, oferecendo mais transparência e controle sobre o uso da tecnologia.

Windows tenta emplacar IA

A maior integração do Windows e outros serviços da Microsoft com IA vem sendo testada há alguns meses. Em maio, a Microsoft já havia anunciado novos agentes de IA para os PCs Copilot+ equipados com Snapdragon, capazes de alterar configurações do Windows a partir de comandos de linguagem natural. Já no mês passado, Pavan Davuluri, chefe da divisão, previu que a interação do usuário com o sistema operacional deve depender menos do mouse e teclado no futuro.

Mas nem tudo são flores e alguns investimentos em IA pela empresa acabaram gerando críticas. Neste ano, por exemplo, a empresa lançou o Windows Recall, uma ferramenta exclusiva de PCs Copilot+ que faz capturas de tela frequentemente para criar índices de navegação do usuário. Entretanto, desde o anúncio em 2024, especialistas em segurança digital e desenvolvedores criticam a nova empreitada da big tech, sugerindo possíveis violações de dados sensíveis.

Por outro lado, ferramentas de IA para edição de imagens são sempre bem recebidas pelos usuários. Em agosto, o Google, concorrente da Microsoft neste cenário, anunciou o lançamento do modelo nano banana para o Gemini, que permite editar imagens (incluindo remover fundo e objetos na imagem) mantendo a consistência dos elementos da foto.

Com informações de Bleeping Computer
Microsoft testa IA no Windows 11 para editar imagens sem apps

Microsoft testa IA no Windows 11 para editar imagens sem apps
Fonte: Tecnoblog

Circule para Pesquisar, do Google, ganha tradução contínua ao rolar a tela

Circule para Pesquisar, do Google, ganha tradução contínua ao rolar a tela

Circle to Search vem recebendo atualizações constantes (imagem: divulgação)

Resumo

O Google atualizou o Circule para Pesquisar no Android, permitindo tradução contínua ao rolar a tela.
A função é ativada pressionando o botão de início e selecionando “rolar e traduzir”.
A atualização começa nos dispositivos Galaxy da Samsung, com expansão gradual para outros.

O Google anunciou uma melhoria na ferramenta Circule para Pesquisar, que facilita a busca por informações a partir de gestos como circular, destacar ou tocar na tela do celular. A novidade está na tradução: agora os usuários poderão ver o conteúdo traduzido de forma contínua enquanto rolam a página ou alternam entre aplicativos.

Segundo a empresa, a tradução é uma das funções mais utilizadas dentro da ferramenta, especialmente em contextos como postagens de redes sociais escritas em outro idioma ou consultas rápidas a cardápios durante viagens. Até então, era necessário reiniciar o processo toda vez que o usuário avançava na página ou mudava de tela.

O que muda com a atualização?

Com a mudança, basta manter pressionado o botão de início ou a barra de navegação para ativar o Circule para Pesquisar, tocar no ícone “Traduzir” e selecionar a opção “rolar e traduzir”. Assim, o conteúdo é traduzido sem interrupções, inclusive quando o usuário passa de uma foto para outra em aplicativos como o Instagram.

A atualização começa a ser liberada esta semana para smartphones com sistema Android, inicialmente em alguns modelos da linha Galaxy, da Samsung. Outros dispositivos devem receber o recurso no futuro, de forma gradul..

Vale lembrar que o Circle to Search (na nomenclatura em inglês) é o recurso de inteligência artificial mais utilizado nos smartphones da Samsung, o que reforça a importância dessa melhoria para o público da marca.

Circle to Search do Google ganha nova atualização (imagem: divulgação/Google)

O que mudou no Circle to Search?

Desde que foi lançado, em 2024, o Circule para Pesquisar vem recebendo atualizações frequentes. No Unpacked de julho, por exemplo, o Google apresentou interações rápidas com números de telefone, links e endereços de email exibidos na tela.

Meses depois, a empresa ampliou a integração com o chamado modo de IA da busca, que permite explorar assuntos complexos e fazer perguntas adicionais sobre um assunto.
Circule para Pesquisar, do Google, ganha tradução contínua ao rolar a tela

Circule para Pesquisar, do Google, ganha tradução contínua ao rolar a tela
Fonte: Tecnoblog