Ligga Telecom estaria à venda por R$ 2,5 bilhões, diz site

Ligga Telecom estaria à venda por R$ 2,5 bilhões, diz site

Ligga se formou a partir da Copel Telecom, do Paraná (imagem: divulgação)

Resumo

Nelson Tanure estaria negociando a venda da Ligga Telecom por cerca de R$ 2,5 bilhões.
Empresa deve investir mais de R$ 1 bilhão até 2029 para cumprir obrigações do 5G.
Ligga ampliou cobertura com aquisições, mas registrou prejuízo no 1º trimestre de 2025.

O empresário Nelson Tanure estaria buscando compradores para a Ligga Telecom, operadora de telecomunicações adquirida por ele em 2020. A companhia foi colocada à venda por cerca de R$ 2,5 bilhões, segundo apuração do InvestNews, valor semelhante ao desembolsado na época da privatização da antiga Copel Telecom, no Paraná.

O movimento acontece enquanto a empresa se prepara para cumprir obrigações de infraestrutura de rede 5G, que demandarão mais de R$ 1 bilhão em investimentos até 2029. A venda está sendo conduzida pelo banco de investimentos Rothschild & Co.

Mudança na gestão e pressões financeiras

As negociações pela venda da Ligga acontecem poucos meses depois de Tanure renunciar ao cargo no conselho de administração da empresa, o que foi interpretado por analistas como um sinal de afastamento da gestão.

Desde sua privatização, a Ligga incorporou operadoras como Sercomtel, Horizons e Nova Fibra, o que ampliou sua cobertura no Paraná e em regiões estratégicas.

Em paralelo, a empresa também buscou fortalecer sua presença institucional: em 2023, fechou um contrato de R$ 200 milhões para nomear o estádio do Athletico Paranaense. O acordo, no entanto, foi encerrado em junho de 2025, após disputas entre as partes.

No primeiro trimestre deste ano, a Ligga registrou prejuízo líquido de R$ 15,3 milhões, uma alta de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar disso, a receita líquida cresceu 18%, totalizando R$ 160,6 milhões. O Ebitda ajustado chegou a R$ 85,4 milhões, uma alta de 35%. A dívida líquida, por sua vez, subiu ligeiramente para R$ 871,7 milhões, com alavancagem de cerca de 2,5 vezes o Ebitda.

Quem pode se interessar pela Ligga?

A possível venda da Ligga ocorre em um mercado de telecomunicações cada vez mais consolidado, com grandes operadoras retomando planos de expansão via aquisição. A Vivo, por exemplo, está em negociações para comprar a Desktop, enquanto empresas como Unifique, Brisanet e Alloha seguem como os principais provedores regionais de internet.

Além disso, as redes neutras — que fornecem infraestrutura de fibra para diferentes operadoras — continuam avançando. Casos como a V.tal, que já esteve em negociação com Tanure, e a FiBrasil, da Vivo, mostram o interesse do setor nesse tipo de ativo.

No caso da Ligga, os compromissos assumidos no leilão do 5G de 2021 são um ponto central: a operadora detém licenças para atuar em regiões como Paraná, São Paulo e estados da Região Norte. Para cumprir as metas estabelecidas pela Anatel, será necessário instalar cerca de 800 antenas em 300 cidades entre 2026 e 2029, ampliando a cobertura da empresa para quase metade da população brasileira.

Com informações do InvestNews
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Fonte: Tecnoblog