Anatel vai responsabilizar marketplaces por venda de produtos irregulares

Anatel vai responsabilizar marketplaces por venda de produtos irregulares

Anatel vem intensificando cobrança de medidas contra produtos irregulares (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Anatel atualizou seu regulamento para responsabilizar marketplaces pela venda de produtos não homologados no Brasil.
Plataformas como Amazon e Mercado Livre passam a responder com os vendedores em casos de infrações.
A medida, segundo a agência, segue o entendimento do STF e retira a proteção antes garantida pelo Marco Civil da Internet.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) atualizou seu regulamento de homologação e, entre outras alterações, passará a incluir os marketplaces na cadeia de responsabilidade. Com isso, um entendimento já adotado pela agência se torna uma regra para o mercado.

Ao longo dos últimos anos, o órgão tem cobrado que plataformas de varejo colaborem na fiscalização de produtos não homologados, como celulares, baterias, TV boxes e drones, entre muitos outros. Em alguns casos, a disputa tomou proporções maiores: a agência chegou a entrar com uma ação judicial para bloquear os sites da Amazon e do Mercado Livre, por exemplo. O pedido foi negado.

O que muda com o novo regulamento?

Celulares precisam de homologação da agência para venda no Brasil (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

“Na prática, marketplaces como Mercado Livre, Amazon, Shopee, Magalu, entre outros, passam a responder solidariamente com os vendedores por infrações relacionadas à oferta de produtos irregulares, normatizando um entendimento já adotado em decisões da Anatel”, escreve a Anatel em seu site.

Desde 2021, a Anatel pede que marketplaces exijam dos vendedores a inclusão de códigos de homologação de produtos ao cadastrar as mercadorias. Agora, isso passa a ser uma norma da agência. “A medida inclui a obrigação de divulgar o código de homologação nos anúncios e de verificar a regularidade dos itens ofertados”, diz o comunicado.

A Anatel afirma ainda que a decisão está “fundamentada em pareceres jurídicos da Advocacia-Geral da União e alinhada ao entendimento do Supremo Tribunal Federal”. Além disso, a mudança entende que os marketplaces não estão protegidos pelo Marco Civil da Internet, o que poderia considerá-los como plataformas e isentá-los de responsabilidade, mas sim que eles se encaixam no papel de fornecedores, devendo responder ao Código de Defesa do Consumidor.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) considerou a atualização do regulamento como “um avanço fundamental para coibir o mercado irregular de celulares no Brasil”.

Com informações da Anatel e do Tele Síntese
Anatel vai responsabilizar marketplaces por venda de produtos irregulares

Anatel vai responsabilizar marketplaces por venda de produtos irregulares
Fonte: Tecnoblog