Category: Inteligência Artificial

Microsoft: PCs com IA devem alcançar ao menos 40 TOPS (e o que isso quer dizer)

Microsoft: PCs com IA devem alcançar ao menos 40 TOPS (e o que isso quer dizer)

Design da tecla Copilot num teclado de PC (imagem: reprodução/Microsoft)

A indústria de PCs espera que notebooks e desktops com recursos nativos de inteligência artificial conquistem o mercado. Mas, para a Microsoft, um computador precisa apresentar ao menos 40 TOPS para ser um AI PC, como a ideia tem sido chamada. Traduzindo: uma máquina do tipo deve ter muito desempenho.

Mas o que é um AI PC?

AI PC é uma expressão comercial que identifica um computador cujo hardware está otimizado para executar tarefas de inteligência artificial (IA) localmente, sem depender de servidores externos para gerar resultados satisfatórios.

Ferramentas como ChatGPT, Google Gemini e Microsoft Copilot tornaram a IA popular nos últimos meses, embora o conceito exista há décadas. Contudo, todos esses serviços processam as solicitações dos usuários nas nuvens, portanto, dependem de conexões à internet em seu modo de funcionamento padrão.

Como a plataforma Windows vem sendo progressivamente integrada a recursos de IA, é de se esperar que pelo menos parte dessas tarefas seja realizada satisfatoriamente pelo próprio computador do usuário. É aí que a ideia do AI PC ganha sentido.

Para atender (ou criar) essa categoria, os fabricantes estão apostando em notebooks ou desktops cujas CPUs têm uma unidade de processamento neural (NPU) integrada, a exemplo dos atuais chips Intel Core Ultra com arquitetura Meteor Lake.

Microsoft fala em desempenho de 40 TOPS

No início de 2024, surgiram informações de que a Microsoft exigiria uma NPU com desempenho de pelo menos 40 TOPS para a execução local do Copilot no Windows. O Tom’s Hardware relata que essa exigência só foi confirmada pela companhia no final de março, durante o evento Intel AI Summit.

TOPs são um parâmetro usado para dar uma noção da potência de uma NPU. Cada TOP corresponde a um trilhão de operações por segundo. Logo, quanto maior a quantidade de TOPS, mais desempenho tem a NPU.

O problema é que atingir os 40 TOPS não é fácil. A já mencionada linha Core Ultra Meteor Lake é formada por chips poderosos e, no entanto, eles alcançam até 34 TOPS, razão pela qual nem eles atendem aos requisitos do Copilot.

Não é que a Microsoft está sendo exigente. Os 40 TOPS informados pela companhia foram definidos com base no que é preciso para a execução local do Copilot no Windows 11 sem haver queda geral no desempenho ou resultados insatisfatórios.

Chips Core Ultra para notebooks de alto desempenho (imagem: divulgação/Intel)

O AI PC ainda não veio, mas promete vir

Até é possível complementar a execução do Copilot no Windows usando a GPU, mas a Microsoft tem priorizado o uso da NPU para esse fim com o intuito de evitar prejuízo à vida útil da bateria nos notebooks.

Isso significa que, com base no hardware disponível atualmente, a proposta do AI PC não é realidade. Não para rodar o Copilot no Windows de modo totalmente local. Nos primeiros computadores baseados no conceito, a inteligência artificial da Microsoft ainda deve depender das nuvens.

Mas a situação pode mudar em um futuro próximo. Com otimizações de software e um hardware mais bem preparado, o AI PC poderá se tornar factível ainda em 2024 ou em 2025.

Basta levarmos em conta que a Lunar Lake, a próxima geração de chips Intel Core, deve ser anunciada neste ano com uma NPU três vezes mais potente que a atual. AMD e Qualcomm também já se preparam para atender ao segmento com NPUs poderosas.

Só para constar, outros requisitos para um computador ser considerado um AI PC incluem um botão físico para o Copilot e, claro, ter esta ferramenta de inteligência artificial ativada.
Microsoft: PCs com IA devem alcançar ao menos 40 TOPS (e o que isso quer dizer)

Microsoft: PCs com IA devem alcançar ao menos 40 TOPS (e o que isso quer dizer)
Fonte: Tecnoblog

YouTube faz alerta à OpenAI sobre usar seus vídeos para treinar a Sora

YouTube faz alerta à OpenAI sobre usar seus vídeos para treinar a Sora

CEO do YouTube destaca que usar vídeos da plataforma para treinar IAs viola termos de uso do site (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Neal Mohan, CEO do YouTube, disse nesta quinta-feira (4) que a OpenAI não pode usar os vídeos do YouTube para treinar a Sora, sua IA generativa de vídeos. Em um evento organizado pela Bloomberg, Mohan destacou que os termos de uso da plataforma proíbem que os conteúdos da plataforma sejam usados para treinar modelos de IA. A declaração do CEO pode parecer protecionismo, mas tem um motivo justo.

Ainda que os interesses de IA do Google sejam um dos motivos de proibir a rival de treinar a Sora, Mohan destaca que os termos de uso servem para proteger o conteúdo publicado pelos usuários. Ou melhor, eles precisam ser seguidos pelos dois lados: YouTube e canais.

Deixando de lado as justiças ou injustiças em monetização, o CEO do YouTube diz que quando um criador sobe um vídeo na plataforma, ele espera que os termos de uso sejam respeitados. Isso inclui proteger o conteúdo de ser baixado ilegalmente ou do seu texto ser transcrito — o que poderia treinar IAs generativas de texto, como ChatGPT ou Claude.

Sam Altman e ninguém revela, mas há acusações de que ChatGPT foi treinado com conteúdo sob direitos autorais (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

OpenAI é acusada de treinar ChatGPT com materiais protegidos

A fala de Mohan não é dita ao acaso. A OpenAI é alvo de processos na qual é acusada de usar material protegido por direitos autorais para treinar o ChatGPT. Entre alguns dos autores de processos deste tipo estão: o jornal The New York Times, a humorista Sarah Silverman, George R.R. Martin (autor de As Crônicas de Gelo e Fogo) e Christopher Golden (autor de Buffy, A Caça Vampiros).

A “matemática” para treinar uma IA generativa eficiente é básica: quanto mais conteúdos ela tiver acesso, mais conhecimento ela terá. As empresas do ramo, e o Google não escapa disso, não são muito abertas sobre as fontes dos treinamentos. Afinal, revelá-las é colocar um alvo para receber um processinho.

Sora cria vídeos em alta qualidade, mas ainda não foi liberada

Sora é capaz de seguir prompts bastante detalhados (Imagem: Reprodução/OpenAI)

A Sora foi anunciada em fevereiro, mas ainda não está disponível para o público. A IA generativa de vídeos está apenas na fase de testes, mas seus primeiros resultados impressionam pelo realismo. E sim, ela mantém alguns erros comuns nas IAs generativas de fotos. A imagem acima foi transformada em GIF para ser exibida no texto, por isso a sua qualidade está reduzida

Com informações: Bloomberg e Android Headlines
YouTube faz alerta à OpenAI sobre usar seus vídeos para treinar a Sora

YouTube faz alerta à OpenAI sobre usar seus vídeos para treinar a Sora
Fonte: Tecnoblog

A Bixby não morreu, diz executivo da Samsung

A Bixby não morreu, diz executivo da Samsung

Bixby pode usar o mesmo modelo de linguagem grande que equipa a Galaxy AI (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

A Bixby, assistente virtual da Samsung, ainda não morreu. Segundo Won-joon Choi, vice-presidente da divisão mobile da marca, a assistente segue nos planos da empresa. A ideia, de acordo com Choi, é que a Bixby passe a utilizar os modelos de IA generativa — o que também deve acontecer com a Siri, sua concorrente.

A dúvida sobre o futuro da Bixby começou com o anúncio do Galaxy AI. O recurso de inteligência artificial generativa estreou no Galaxy S24, smartphone topo de linha lançado em janeiro deste ano. Ele não tem funções como a da Bixby, mas a tendência é que IAs generativas tomem o lugar das assistentes virtuais — ou que seus modelos de linguagens passem a equipar essas assistentes.

Bixby pode usar tecnologia do Google

Em entrevista para a CNBC, Choi revelou que a Samsung estuda equipar a Bixby com a mesma tecnologia do Galaxy AI. Apesar de não falar isso aos quatro ventos, a IA generativa da Samsung utiliza o modelo de linguagem grande (LLM) Gemini Nano, criado pelo Google. Assim, se cumprir o planejado, a Samsung pode levar uma tecnologia do Google para mais um de seus serviços.

O Gemini Nano é um LLM que exige menos capacidade de processamento, o que permite que suas tarefas sejam executadas direto no smartphone. Na entrevista, o executivo da Samsung não apontou uma data de quando a Bixby deve receber essa melhoria.

Quem também pode usar IA generativa em sua assistente virtual mobile é a Apple. Tim Cook, CEO da empresa, afirmou que a ideia é levar essa tecnologia de inteligência artificial para o iPhone ainda neste ano. Os rumores sugerem que a Siri passará a usar algum modelo de IA. Mais informações sobre isso serão reveladas no WWDC 24.

A Amazon é outra empresa que deve usar modelos de IA generativa para deixar a Alexa, sua assistente virtual, mais inteligente.

Relembre o lançamento do Galaxy S24 e Galaxy AI

Com informações: The Verge
A Bixby não morreu, diz executivo da Samsung

A Bixby não morreu, diz executivo da Samsung
Fonte: Tecnoblog

Fundador da DeepMind diz que onda de IA atraiu vigaristas

Fundador da DeepMind diz que onda de IA atraiu vigaristas

Para Demis Hassabis, hype da inteligência artificial trouxe vigaristas para esta área e prejudica profissionais sérios (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Demis Hassabis, um dos fundadores da empresa de inteligência artificial DeepMind, declarou que a onda de IAs trouxe muitos vigaristas para a área. Hassabis, que é chefe da divisão de IA do Google, comparou o hype das inteligências artificiais com a febre de criptomoedas. O executivo da big tech destaca que alguns desses vigaristas estão recebendo bilhões em investimento.

A comparação com criptomoedas pode deixar alguns admiradores de criptos bravos, mas a fala de Hassabis tem lógica. Nos últimos anos, com a alta valorização de criptomoedas como o Bitcoin e Ethereum, diversos vigaristas passaram a usar o assunto para aplicar golpes, seja com agências de investimento em cripto ou criando suas próprias moedas. Para o cofundador da DeepMind, o hype com IAs trouxe esses mesmos problemas.

Por outro lado, Hassabis comenta um paradoxo: em alguns pontos, IA não é “hypada” o bastante, mas em outros ela é superestimada. “Nós estamos falando de coisas que não são reais”, disse o inglês.

Marketing com termo IA é quase um 1º de abril

A declaração do fundador da DeepMind foi dada no domingo, dia 31. No entanto, ela combina com o dia de hoje, 1º de abril, o dia da mentira. Não que alguma pegadinha envolvendo IA tenha viralizado. Só que desde o boom dessa tecnologia, diversas empresas estão usando o termo “inteligência artificial” para recursos que não são IA.

Demis Hassabis, à esquerda, e sua DeepMind criaram a AlphaGo, IA que venceu Lee Sedol, campeão mundial de go (Imagem: Divulgação/DeepMind)

O problema é que, em alguns casos, essas tecnologias utilizam um algoritmo complexo, capaz de analisar padrões já programados. Sendo mais “purista” na definição, inteligência artificial é um modelo capaz de aprender sozinho e tomar decisões sem ajuda de um humano.

Um exemplo desse uso do termo IA como marketing: provavelmente você já viu um chatbot sendo anunciado como inteligência artificial. Mas que na prática é apenas um algoritmo que vai identificar palavras chaves e te responder — além de te fazer passar raiva, porque geralmente são mal estruturados e incapazes de te ajudar. E não citarei nomes de empresas.

Hype prejudica pesquisas em IA, diz Hassabis

Hassabis destaca que esses problemas com a “febre de IA” acaba jogando uma nuvem sobre a ciência e pesquisa por trás dessa tecnologia. Enquanto algumas pessoas acreditam que IAs são apenas um hype passageiro ou que não serão tudo isso, o executivo defende o oposto.

“Eu acho que nós estamos arranhando apenas a superfície do que eu acredito que será possível na próxima década em diante”, disse Hassabis. O inglês formado em ciências da computação ainda afirma que estamos no início de uma nova era de ouro das descobertas científicas, “um novo Renascimento”, diz o executivo.

Com informações: Financial Times e The Verge
Fundador da DeepMind diz que onda de IA atraiu vigaristas

Fundador da DeepMind diz que onda de IA atraiu vigaristas
Fonte: Tecnoblog

Microsoft Copilot pode ensinar os usuários a piratear de forma segura

Microsoft Copilot pode ensinar os usuários a piratear de forma segura

IA generativa da Microsoft pode te ensinar a acessar sites proxys e usar VPN para baixar torrents (Imagem: Reprodução/Microsoft)

O Microsoft Copilot, a IA generativa de pesquisa da big tech, é capaz de ensinar os usuários a piratear com segurança. Ao perguntar para a IA no estilo balanceado e conservador de conversa, o consumidor pode receber respostas sobre como acessar sites proxys, usar VPNs para “se esconder” ao baixar torrents e até entender por que esse serviço é recomendado. O Copilot não responde essas perguntas no estilo criativo.

Os relatos dessas respostas do Copilot surgiram no Reddit. Os testes feitos pelo Tecnoblog trouxeram resultados tanto em inglês quanto em português. Foi possível receber listas de sites proxys e mirros do Pirate Bay e 1337x. Além disso, a IA enviou sugestões de outras bibliotecas de torrents, como GloTorrents e KickAss.

Copilot sugere usar VPNs para torrents

Copilot explica porque usuário deve usar uma VPN para baixar torrents (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Curiosamente, ao pesquisar sobre esse assunto, entre as sugestões de perguntas do Copilot estão relacionadas a baixar torrents com VPN e como se manter seguro baixando-os. A resposta da inteligência artificial cita, entre outras coisas, que usar esse serviço é importante para privacidade e evitar problemas legais.

Ainda assim, mesmo praticamente ensinando a piratear, a IA relembra que baixar conteúdos protegidos por direitos autorais é ilegal — esse ponto é idêntico à resposta do ChatGPT sobre o tema. Esse hábito da inteligência artificial foi notado há mais de cinco dias.

A Microsoft pode limitar a resposta ou bloquear o tema de vez, como já acontece no estilo Criativo de conversa. No entanto, isso pode ser uma vantagem contra o Google, já que o Gemini não responde sobre proxys e mirros.

Copilot explica como usar um proxy para acessar um site bloqueado (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

A sugestão do Copilot também relata que usar VPNs permite que o usuário acesse sites bloqueados no país — o 1337x, por exemplo, não é liberado no Brasil. Isso vale não só para bibliotecas e buscas de torrents, mas para outras páginas com acesso negado pelas provedoras de internet.

Torrents e VPNs podem servir para o bem

O ensinamento do Copilot não é só para o “lado mal”. Essas tecnologias têm funções úteis para pessoas que vivem em ditaduras, países alvos de sanções ou menos desenvolvidos. Pessoas podem acessar mídias independentes em nações com uma mídia fortemente censurada.

Por exemplo, apesar da Rússia proibir a indicação de VPNs, elas são usadas por órgãos governamentais para burlar sanções. Essa mesma tecnologia ainda pode ser usada pela população para acessar sites banidos pelo governo (como o Novaya Gazeta e Instagram) ou assistir filmes internacionais lançados após a invasão à Ucrânia.

Alguns estúdios não estão mais licenciando seus filmes para a Rússia, o que força a população a depender da pirataria. E cinemas também, visto que no ano passado Barbie foi exibido nas telonas — mesmo sem autorização da Warner.
Microsoft Copilot pode ensinar os usuários a piratear de forma segura

Microsoft Copilot pode ensinar os usuários a piratear de forma segura
Fonte: Tecnoblog

Intel diz que botão Windows Copilot é fundamental para o futuro dos PCs

Intel diz que botão Windows Copilot é fundamental para o futuro dos PCs

Tecla Copilot substituirá botão Windows Key e deve se tornar fundamental no uso dos PCs (Imagem: Reprodução/Microsoft)

A Intel afirma que o botão Windows Copilot em computadores será importante para a era dos PCs com inteligência artificial. A declaração foi dada por Todd Lewellen, diretor de ecossistema de PC da empresa. A Intel, AMD e Qualcomm estão dando suporte para os planos da Microsoft de aumentar a integração entre IA e computadores pessoais, lançado processadores com núcleos para tarefas de inteligência artificial.

Em janeiro deste ano, durante a CES 2024, a Microsoft revelou o botão Microsoft Copilot para teclados de PCs. Este botão será um acréscimo ao periférico e deve remover alguma tecla no lado inferior direito ou deixar o teclado mais lotado. Provavelmente, as fabricantes desses equipamentos e de notebooks lançarão versões com uma tecla a mais ou substituindo algum botão (alô tecla de menu).

AI PCs precisam da tecla Windows Copilot

Em resposta ao The Verge durante uma coletiva de imprensa, Lewellen explicou que os PCs equipados com as novas CPUs necessitarão da tecla Windows Copilot. Com este botão, os computadores terão o maior proveito da tecnologia de IA e da capacidade do NPU — processador neural responsável por realizar tarefas ligadas à inteligência artificial.

Alguns modelos de notebooks lançados recentemente, por exemplo, contam com os processadores Core Ultra, chips que possuem NPUs para entregar maior compatibilidade entre o Windows 11 e tarefas do Copilot.

No entanto, não são todas as fabricantes que incluíram a tecla Windows Copilot — o Zephyrus G16, lançado recentemente no Brasil, integra essa lista. Sem isso, a Microsoft não considera o equipamento um AI PC, nome dado para computadores preparados para a integração com o Copilot.

O executivo da Intel também comentou que a empresa está alinhada com os planos da Microsoft para os AI PCs. Isso inclui desenvolver processadores com NPUs, dar suporte ao Copilot e ao botão da IA generativa do Windows. Só tem um problema: a Intel não fabrica teclados e notebooks, o que complica essa parte de lançar PCs com a tecla Copilot.

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Com informações: The Verge
Intel diz que botão Windows Copilot é fundamental para o futuro dos PCs

Intel diz que botão Windows Copilot é fundamental para o futuro dos PCs
Fonte: Tecnoblog

Google e Facebook estão ficando piores por causa da IA

Google e Facebook estão ficando piores por causa da IA

Google destaca links para sites fraudulentos (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A inteligência artificial do Google tem colocado links para sites de golpes e malware nas referências das respostas geradas. Em testes, a ferramenta direcionou usuários a páginas com extensões suspeitas do Chrome, sorteios falsos de iPhone e outras fraudes. E este não é o único exemplo de um serviço que piorou desde a ascensão da IA: o Facebook está ficando cada vez mais cheio de imagens artificiais, também com a intenção de lesar usuários.

O problema do Google foi notado pela consultora de SEO Lily Ray e confirmado pelo site Bleeping Computer. Ele acontece na Search Generative Experience (SGE), recurso do buscador que usa IA generativa para escrever um texto com informações relacionadas ao que o usuário pesquisou. A SGE lista os textos que usou de referência para escrever aquela resposta. É aqui que mora o problema: o Google tem colocado links para páginas maliciosas ou de spam entre as referências.

OH GOOD. SGE WILL EVEN RECOMMEND THE SPAM SITES AS PART OF THE ANSWER. pic.twitter.com/wqgFFXqbMB— Lily Ray (@lilyraynyc) March 22, 2024

Talvez você até já tenha visto algumas dessas páginas. Ao fazer uma busca, às vezes elas aparecem entre os resultados, como se fossem sites legítimos. Em alguns casos, até se aproveitam de domínios confiáveis, como de prefeituras ou publicações acadêmicas. Ao clicar, porém, o usuário não encontra nada daquele conteúdo. É como se aquele texto só existisse para o robô do buscador.

O Google, até agora, não achou um jeito de resolver este tipo de ataque nos resultados de pesquisa. Com a SGE, a situação ficou pior: agora, os sites nocivos aparecem também como referências de um texto gerado por IA, dando mais destaque e até credibilidade a eles, o que pode levar mais gente a clicar.

Link apontado pelo Google como referência leva para página falsa de antivírus (Imagem: Reprodução / Bleeping Computer)

Nos testes do Bleeping Computer, o buscador mandou um pouco de tudo como referência às informações: sites falsos que pedem permissão para enviar notificações, mas só enviam tentativas de golpes; páginas se passando por antivírus; sorteios falsos de iPhone.

Curiosamente, isso aconteceu comigo há alguns dias. Ao pesquisar se era necessário visto para entrar na Inglaterra, o Google gerou uma resposta automática, e apontou o site da Câmara Municipal de Picos (PI) como fonte da informação. Achei estranho e cliquei: fui parar em uma propaganda do “jogo do tigrinho”.

SGE do Google recomenda página falsa, que usa domínio da Câmara Municipal de Picos (PI) (Imagem: Reprodução / Tecnoblog)

Facebook está cheio de imagens falsas geradas por IA

Enquanto a IA do Google se enrola e recomenda sites não confiáveis, o Facebook também está pior por causa da tecnologia. Diferentemente do buscador, porém, aqui quem está usando ferramentas de IA, como Midjourney e Stable Diffusion, são os próprios golpistas.

Um estudo da Universidade de Stanford (Estados Unidos) analisou 120 páginas que publicaram, no mínimo, 50 imagens geradas por IA cada. Os pesquisadores identificaram que algumas delas agem de modo coordenado. Páginas de spam usam táticas de clickbait para levar usuários a sites de qualidade duvidosa, gerar visualizações e ganhar dinheiro de anunciantes. Já as páginas de golpes tentam vender produtos que não existem ou levam os usuários a dar dados pessoais.

briefly looked at my mom’s facebook and it’s all AI, like every single post, and she has no idea, it’s a complete wasteland pic.twitter.com/4XJ0nNHuFV— Chris Alsikkan (@AlsikkanTV) March 19, 2024

Os pesquisadores observaram também que estas imagens geradas por IA são recomendadas pelo algoritmo do feed do Facebook, fazendo com que elas apareçam até para quem não segue as páginas que publicam este tipo de conteúdo. O estudo relata que muitos comentários nestas imagens dão a entender que as pessoas acreditaram que as imagens eram reais.

Já faz alguns anos que o Facebook vem sendo usado por um público com mais idade, já que adolescentes e jovens migraram para outras redes, como o Instagram e o TikTok. Uma reportagem do site The Daily Beast menciona algumas pesquisas que apontam que adultos e idosos têm mais dificuldades para identificar imagens e áudios criados por IA. Isso faz com que eles sejam os alvos preferidos dos golpistas.

Andrea Henderson, professora da Universidade do Mississippi (EUA), diz que é importante conversar com pessoas de idade mais avançada para informar o que é a IA generativa e quais são os sinais de que uma imagem foi feita usando uma dessas ferramentas. “Precisamos ter mais conversas públicas sobre este assunto, incluindo todas as gerações”, avalia.

Com informações: Bleeping Computer, The Daily Beast
Google e Facebook estão ficando piores por causa da IA

Google e Facebook estão ficando piores por causa da IA
Fonte: Tecnoblog

OpenAI tenta convencer estúdios de Hollywood a usarem Sora

OpenAI tenta convencer estúdios de Hollywood a usarem Sora

Cena criada usando Sora é realística e rica em detalhes (Imagem: Reprodução/OpenAI)

A OpenAI está em busca de parcerias para colocar o Sora, seu modelo gerador de vídeo, na indústria do entretenimento. A empresa marcou reuniões com estúdios, executivos e agências de talentos de Hollywood para apresentar a inteligência artificial e encorajar produtores a integrar a ferramenta a seus trabalhos.

As informações são de uma reportagem da Bloomberg, que ouviu fontes com conhecimento do assunto. Os contatos começaram no fim de fevereiro, com conversas para apresentar o produto, comandadas por Brad Lightcap, diretor-chefe de operações. Depois disso, Sam Altman, CEO e cofundador da OpenAI, esteve presentes em eventos relacionados ao Oscar.

Sora é capaz de seguir prompts bastante detalhados (Imagem: Reprodução/OpenAI)

A OpenAI anunciou o Sora em fevereiro, dizendo que a ferramenta é capaz de gerar até um minuto de vídeo em Full HD, partindo apenas de pedidos e descrições em texto. A ferramenta ainda não foi liberada para o público geral, mas atores e diretores de cinema famosos já têm acesso ao modelo.

Em um comunicado enviado à Bloomberg, a OpenAI confirma estar trabalhando com a indústria cinematográfica para desenvolver o Sora — isso seria, inclusive, uma “estratégia deliberada” para testar a segurança e as capacidades do modelo.

Atores já criticaram possibilidade de usar IA em filmes

O assunto pode gerar polêmica — o que não é novidade para a inteligência artificial. Em julho de 2023, os atores de Hollywood entraram em greve, e o sindicato da categoria acusou estúdios de quererem gerar “réplicas digitais” usando IA. Assim, as empresas poderiam usar as imagens e as vozes dos atores eternamente, sem precisar pagar por isso.

Nem todo mundo na indústria está contra a IA, no entanto. James Cameron, diretor de Titanic e Avatar, disse, no ano passado, que tecnologias do tipo podem ajudar cineastas no começo da carreira, quando eles ainda não têm acesso a grandes orçamentos.

O Sora também causa alguma desconfiança no que diz respeito a como ele vai lidar com nudez e direitos autorais. Em entrevista ao Wall Street Journal, Mira Murati, diretora-chefe de tecnologia da OpenAI, não descartou a possibilidade de gerar imagens de nudez com a IA, já que alguns ambientes podem querer mais liberdade artística.

O assunto gera preocupação, uma vez que ferramentas do tipo já foram usadas para criar imagens pornográficas falsas envolvendo pessoas famosas, como a cantora Taylor Swift.

Na mesma entrevista, Murati não foi capaz de dizer quais eram as fontes dos dados usados no treinamento do Sora. A inteligência artificial generativa vem sendo acusada de violar direitos autorais, com vários processos movido por publicações, autores e artistas visuais.

Com informações: Bloomberg
OpenAI tenta convencer estúdios de Hollywood a usarem Sora

OpenAI tenta convencer estúdios de Hollywood a usarem Sora
Fonte: Tecnoblog

IA do GitHub alerta e corrige vulnerabilidades em códigos

IA do GitHub alerta e corrige vulnerabilidades em códigos

GitHub vai utilizar inteligência artificial para corrigir erros em códigos (Imagem: Divulgação/GitHub)

O GitHub anunciou nesta semana o lançamento da AI Autofix, ferramenta que utiliza inteligência artificial para detectar bugs e possíveis vulnerabilidades em códigos. O recurso foi desenvolvido pela Sentry, empresa de tecnologia que desenvolve soluções de segurança e correção de código. A AI Autofix servirá como um complemento ao GitHub Copilot, outra ferramenta de IA que auxilia desenvolvedores.

O GitHub já havia apresentado uma prévia da AI Autofix em novembro de 2023, acompanhando um período no qual a Microsoft, sua proprietária, apresentava novos recursos do Copilot. O Copilot é a linha da big tech para serviços ligados a sua IA generativa. A AI Autofix está disponível para os clientes do GitHub Advance Security — ou GHAS, um serviço comprado à parte para os clientes do plano GitHub Enterprise.

AI Autofix ainda está em beta, mas já pode ser útil

Apesar do lançamento para todos os usuários do GHAS, a AI Autofix ainda está em beta. Pierre Tempel, gerente de produto do GitHub, afirma que a ferramenta é capaz de reconhecer mais de 90% de alertas para JavaScript, TypeScript, Java e Python. Mesmo em beta, a AI Autofix já pode facilitar o trabalho dos desenvolvedores.

AI Autofix do GitHub notificará se encontrar uma falha ou bug em código (Imagem: Divulgação/GitHub)

Ao detectar um bug ou vulnerabilidade, como mostra a imagem, a AI Autofix enviará uma notificação. Na janela que abrir, haverá uma mensagem explicando a causa do erro ou da falha de segurança. Então, a AI Autofix passará uma sugestão de correção — o usuário poderá aceitar ou não essa dica da inteligência artificial.

Assim como o GitHub Copilot, essa nova ferramenta economiza tempo para os desenvolvedores. Eles não precisam ir até a linha e editar o código, basta autorizar que a AI Autofix aplique a sugestão. Para quem não conhece, o GitHub Copilot sugere o restante do código conforme o dev vai escrevendo — similar ao Gmail, Word e teclado de smartphones com suas funções de auto-completar palavras ou orações.

E claro, a grande vantagem da AI Autofix é de diminuir a probabilidade de desenvolvedores lançarem sistemas com falhas de segurança. O GitHub afirma ainda que essa ferramenta recebeu um incremento da tecnologia do Copilot.

Com informações: TechCrunch e The Hacker News
IA do GitHub alerta e corrige vulnerabilidades em códigos

IA do GitHub alerta e corrige vulnerabilidades em códigos
Fonte: Tecnoblog

Snapdragon 7+ Gen 3 ganha recursos de IA e foto de chips mais caros

Snapdragon 7+ Gen 3 ganha recursos de IA e foto de chips mais caros

Snapdragon 7+ Gen 3 é mais avançado que 7 Gen 3, mas ainda não chega ao nível dos aparelhos flagship (Imagem: Divulgação / Qualcomm)

A Qualcomm anunciou o system-on-chip Snapdragon 7+ Gen 3, voltado para smartphones avançados ou premium, logo abaixo do topo de linha. A empresa promete que ele será capaz de rodar modelos compactos de inteligência artificial no dispositivo, sem depender da nuvem. Além disso, o desempenho teve um salto de até 45% em relação à geração anterior, e as câmeras ganharam recursos antes restritos aos modelos mais caros.

O portfólio dos chips Snapdragon da Qualcomm está organizado em números: 8 para aparelhos de topo de linha, 7 para aparelhos premium, 6 para intermediários e 4 para a linha de entrada. Dentro de cada linha, há algumas variações: “+” significa um chip mais potente, e “S”, um produto mais acessível.

Snapdragon 7+ Gen 3 recebeu recursos de chips de topo de linha de gerações passadas (Imagem: Divulgação / Qualcomm)

Vamos ver na prática. O Snapdragon 8S Gen 3, lançado nesta semana, deve ficar para aparelhos mais caros, mas ainda abaixo do topo de linha, o Snapdragon 8 Gen 3. Já o Snapdragon 7+ Gen 3 anunciado hoje é para smartphones premium, com aperfeiçoamentos em relação ao Snapdragon 7 Gen 3 do ano passado.

Segundo a Qualcomm, OnePlus, Realme e Sharp já preparam seus primeiros smartphones com Snapdragon 7+ Gen 3. Eles devem chegar nos próximos meses.

Potência para rodar Gemini Nano, do Google

A Qualcomm embarcou na onda da inteligência artificial generativa e promete que o Snapdragon 7+ Gen 3 vai conseguir rodar modelos como Llama 2 (da Meta) e Gemini Nano (do Google). A empresa menciona assistentes de voz e ferramentas de geração de imagem como usos possíveis para o chip.

Em termos de desempenho, a empresa afirma que a CPU é 15% melhor e que a GPU é 45% melhor que ao Snapdragon 7+ Gen 2, da geração passada. Já a eficiência de energia melhorou 5%.

Ainda sobre a CPU, ela mantém o “esquema” 1-4-3, com um núcleo prime (2,8 GHz), quatro de performance (2,6 GHz) e três de eficiência (1,9 GHz). A frequência do núcleo prime foi reduzida, enquanto os demais tiveram um aumento.

Na GPU, temos novidades para aprimorar efeitos visuais de games, como o Game Post Processing Accelerator e a Adreno Frame Motion Engine 2. Para fechar, suporte a armazenamento UFS 4.0 e RAM LP-DDR5x, mais rápidas que as compatíveis com a geração anterior.

Novo chip tem melhorias em imagem, desempenho e conectividade (Imagem: Divulgação / Qualcomm)

Snapdragon 7+ Gen 3 traz Wi-Fi 7 e IA para fotos

O Snapdragon 7+ Gen 3 também traz outros recursos que antes estavam restritos a linhas mais caras de chips. Um deles é a segmentação semântica. Com ela, o processador de imagem da câmera consegue entender o que é cada parte da imagem, usando IA.

Pense em uma selfie com uma paisagem ao fundo, por exemplo. Com a segmentação semântica, o smartphone consegue distinguir o rosto, o céu e a natureza, aplicando o processamento de imagem mais adequado a cada uma dessas áreas.

Outro recurso novo nesta categoria de chips da Qualcomm é o Snapdragon Low Light Vision (LLV), que pretende melhorar a captura de imagens com pouca luz.

Em som, a novidade é o rastreio de cabeça para áudio espacial, e em conectividade, o Snapdragon 7+ Gen 3 ganhou suporte a Wi-Fi 7 e Bluetooth 5.4.
Snapdragon 7+ Gen 3 ganha recursos de IA e foto de chips mais caros

Snapdragon 7+ Gen 3 ganha recursos de IA e foto de chips mais caros
Fonte: Tecnoblog