Category: Inteligência Artificial

Perplexity é acusada de usar conteúdos de sites sem autorização

Perplexity é acusada de usar conteúdos de sites sem autorização

Chatbot da Perplexity estaria plagiando reportagens (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Forbes e Condé Nast (dona de Wired, Ars Technica e outras publicações) acusam a empresa de inteligência artificial Perplexity AI de violar direitos autorais. Segundo as empresas, o robô ignora configurações que deveriam impedir que seus conteúdos fossem usados. O serviço também não teria dado crédito aos sites, mesmo após usar reportagens exclusivas.

A questão entre IA e copyright vem se arrastando nos últimos meses, com diferentes desdobramentos. O jornal The New York Times, por exemplo, processou a OpenAI. Já outras companhias de mídia — como Financial Times e Associated Press — fecharam acordos de licenciamento com a desenvolvedora do ChatGPT.

Forbes não recebeu créditos por matéria exclusiva

Randall Lane, chefe de conteúdo da Forbes, acusou a Perplexity AI de plagiar uma reportagem exclusiva do site sobre um projeto secreto de drones do ex-CEO do Google Eric Schmidt. A ferramenta chegou a usar ilustrações publicadas anteriormente pela revista.

Antigo escritório da Forbes em Nova York (Imagem: Wally Gobetz / Flickr)

Randall diz que a Perplexity AI não resumiu a notícia, como muitos sites fazem. Ela teria usado “frases estranhamente similares” e “trechos inteiramente roubados”. Para piorar a situação, o chatbot não mencionava a Forbes como fonte, exibindo apenas links para outros sites que repercutiram a matéria.

A inteligência artificial foi além: ela transformou o conteúdo em podcast e o publicou no YouTube. Eles aparecem antes da Forbes nos resultados de busca do Google.

Segundo o site Axios, MariaRosa Cartolano, conselheira geral da Forbes, enviou uma carta à Perplexity AI acusando a empresa de roubar textos e imagens, o que seria uma violação dos direitos autorais da publicação.

A revista quer receber os créditos das informações, a remoção dos links secundários e o reembolso dos valores que deixou de receber, bem como garantias de que isso não vai se repetir. Caso contrário, a Forbes vai processar a Perplexity AI.

Condé Nast diz que bloqueio não funciona

Outra acusação contra a Perplexity surgiu nesta quarta-feira (19). A Wired publicou uma reportagem dizendo que a empresa de IA ignora os protocolos de exclusão de robôs.

Esses protocolos são uma configuração do site para sinalizar que certas páginas não devem ser indexadas por buscadores ou lidas por ferramentas de inteligência artificial. As instruções ficam em um arquivo chamado robots.txt. A própria Perplexity AI ensina, em sua documentação, o que o dono do site deve fazer para “avisar” o robô e impedir que ele leia a página.

Wired é uma das revistas mais importantes sobre tecnologia desde os anos 90 (Imagem: triotex / Flickr)

O problema, segundo a Wired, é que isso não está funcionando. A reportagem identificou uma máquina ligada à empresa de IA coletando conteúdos de publicações da Condé Nast, como Wired, Ars Technica, GQ, Vogue e muitas outras.

A revista também diz que o chatbot da Perplexity praticamente copia suas reportagens, parafraseando o material completo, sem dar créditos. Em outros casos, ele cria resumos imprecisos e gera afirmações falsas.

O que diz a Perplexity

Aravind Srivinas, CEO da Perplexity AI, publicou uma nota em resposta à Wired. Ele diz que as perguntas feitas pela revista refletem “uma profunda e fundamental incompreensão” de como o chatbot e a internet funcionam. Ele não negou as acusações de que o chatbot da empresa acessa páginas que não deveria.

No X (antigo Twitter), Srivinas respondeu às acusações de plágio da matéria da Forbes. Ele afirma que esta é uma nova “funcionalidade do produto”, que ainda tem algumas “arestas”. O CEO também disse que a Perplexity ajuda a aumentar a audiência dos sites. A Forbes discorda: segundo a publicação, os leitores vindos do chatbot representam apenas 0,014% do seu público.

Com informações: Axios, Forbes, Wired
Perplexity é acusada de usar conteúdos de sites sem autorização

Perplexity é acusada de usar conteúdos de sites sem autorização
Fonte: Tecnoblog

Microsoft decide adiar Windows Recall após críticas sobre segurança

Microsoft decide adiar Windows Recall após críticas sobre segurança

Microsoft decide adiar Windows Recall após críticas sobre segurança fraca (foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

O Windows Recall foi apresentado pela Microsoft como uma grande inovação, mas tem se mostrado um verdadeiro fiasco no aspecto da segurança. É por isso que a companhia tomou uma decisão radical: ao contrário do que era previsto, os primeiros computadores Copilot+ serão lançados sem esse controverso recurso.

A promessa do Windows Recall

O Windows Recall é uma tecnologia que usa modelos de inteligência artificial para fazer capturas de tela de ações no Windows 11, criando um histórico organizado em uma linha do tempo. A proposta é permitir que o usuário recupere informações consultadas ou criadas anteriormente com buscas rápidas no sistema operacional.

A intenção inicial da Microsoft era lançar o Recall como um dos recursos mais notáveis dos notebooks categorizados como Copilot+. A principal característica dessas máquinas é atender aos requisitos mínimos de hardware para executar tarefas de inteligência artificial no Windows 11.

Marcas como Asus, Dell, Lenovo e Samsung, além da própria Microsoft com a linha Surface, lançarão notebooks Copilot+ a partir do dia 18 de junho.

Windows Recall virou polêmica

Os planos da Microsoft foram frustrados. Especialistas que analisaram o Windows Recall após o alvoroço inicial notaram que a ferramenta tem uma série de brechas de segurança.

Uma das análises mais chamativas, feita pelo especialista em segurança digital Kevin Beaumont, aponta que o Windows Recall faz registros utilizando um banco de dados baseado em texto simples. O banco de dados pode ser acessado até por usuários sem privilégios de administrador no sistema operacional.

Agentes maliciosos podem então desenvolver malwares ou até ataques direcionados com o intuito de acessar essas informações. É uma fragilidade surpreendente para um software feito por uma companhia com o porte da Microsoft.

Diante das críticas, a Microsoft decidiu lançar o Windows Recall como um recurso desativado por padrão no Windows 11. Outras medidas também foram anunciadas, como a condição de os snapshots só serem descriptografados e ficarem acessíveis quando o usuário se autenticar na ferramenta.

Mas nem isso vai valer mais.

Surface Laptop de 13,8 polegadas (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Microsoft adia o Windows Recall

Nesta semana, a Microsoft desistiu da ideia de oferecer o Windows Recall junto com os primeiros notebooks Copilot+. A ferramenta não estará disponível nem mesmo para ativação manual.

O Verge explica que a decisão foi anunciada depois de Brad Smith, presidente da Microsoft, prestar depoimento ao Comitê de Segurança Interna da Câmara dos Estados Unidos, na quinta-feira (13). A sessão foi realizada para tratar de problemas de segurança digital envolvendo a Microsoft.

Ao mesmo tempo, a Microsoft tem executado um programa chamado Secure Future Initiative (SFI), que visa melhorar a segurança de seus produtos e serviços, entre outros pilares. Essa iniciativa fez a companhia aumentar as exigências de segurança no login do serviço de e-mail Outlook, só para dar um exemplo.

Diante dessas circunstâncias, é de se presumir que o nível de imaturidade do Windows Recall no aspecto da segurança tenha feito a Microsoft reconhecer que essa ferramenta não está pronta para ser lançada.

A companhia não desistiu do Windows Recall, mas desenvolverá a ferramenta com mais cuidado. Esses esforços incluem submeter a novidade a testes por participantes do programa Windows Insider em um futuro próximo.

Por ora, a ferramenta segue sem previsão de lançamento oficial.
Microsoft decide adiar Windows Recall após críticas sobre segurança

Microsoft decide adiar Windows Recall após críticas sobre segurança
Fonte: Tecnoblog

Finalmente uma Siri inteligente?

Finalmente uma Siri inteligente?

Finalmente uma Siri inteligente? (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Enfim apareceu a inteligência artificial da Apple! No último dia 11 de junho, a empresa apresentou suas novidades de software e nuvem na WWDC 2024.

No episódio de hoje a gente conversa sobre a versão nova do iOS, macOS e iPadOS, além da famigerada Apple Intelligence. Será que é tudo isso mesmo?

Participantes

Thiago Mobilon

Thássius Veloso

Emerson Alecrim

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Edição e sonorização: Ariel Liborio

Arte da capa: Vitor Pádua

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Finalmente uma Siri inteligente?

Finalmente uma Siri inteligente?
Fonte: Tecnoblog

Samsung contrata um dos diretores da Siri para melhorar a Bixby

Samsung contrata um dos diretores da Siri para melhorar a Bixby

Samsung segue investindo em IA para smartphones e pode ter contratado diretor da Siri (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Meses após anunciar o Galaxy AI para seus celulares, a Samsung pode mudar seu foco para melhorar a Bixby, sua assistente virtual. Segundo Mark Gurman, jornalista da Bloomberg, a sul-coreana contratou o chefe do setor de Contexto e Conversação de IA da Siri, Murat Akbacak. O jornalista afirma que Akbacak será o novo líder do setor de IA da Samsung.

A contratação de Murat Akbacak gera uma especulação até que óbvia: a Samsung quer melhorar a usabilidade da Bixby. Isso é um movimento natural não porque a Apple apresentou a Siri com IA generativa, mas porque o mercado segue esse caminho.

No ano passado, a Amazon apresentou seus planos de deixar a Alexa mais esperta. O Google também deve substituir o Assistant pelo Gemini. A popularização das IAs generativas já indicava que elas seriam usadas para melhorarem os assistentes de voz — ou matá-los, como foi o caso da Microsoft com a Cortana.

Contratação anunciada na Samsung e quarentena na Apple

No LinkedIn, Akbacak segue indicando que trabalha na Apple (Imagem: Reprodução/LinkedIn)

Gurman explica que a Samsung anunciou a contratação internamente nesta semana. Porém, no LinkedIn, Akbacak não atualizou o seu status profissional. É provável que ele esteja no período de “quarentena” de contrato, no qual cumprirá um período afastado das funções antes de iniciar os trabalhos na sul-coreana.

O jornalista ainda revela que a Samsung irá unir seus dois centros de pesquisa na América do Norte — que será liderado por Akbacak. No momento, a fabricante possui um escritório em Toronto (Canadá) e Mountain View (Califórnia, EUA).

Não foi revelado onde será a sede desse novo centro — e nem se os dois escritórios seguirão abertos. O mais lógico é acreditar que será em Mountain View, localizada no Vale do Silício. Porém, Toronto é conhecida como um polo de pesquisas em IA, sendo que algumas companhias criadas na cidade foram compradas por big techs americanas.

Com informações: Bloomberg, Android Headlines e SamMobile
Samsung contrata um dos diretores da Siri para melhorar a Bixby

Samsung contrata um dos diretores da Siri para melhorar a Bixby
Fonte: Tecnoblog

iOS 18: o que esperar do próximo sistema do iPhone

iOS 18: o que esperar do próximo sistema do iPhone

iOS 18 será anunciado na WWDC 2024 (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Apple irá anunciar o iOS 18 em um evento especial da WWDC, que acontece próxima segunda-feira (10). A atualização do sistema operacional do iPhone terá diversos recursos baseados em inteligência artificial, além de novidades em design.

Apesar de ainda não ter sido anunciado oficialmente, os rumores dão pistas sobre as novidades do iOS. Saiba o que esperar da atualização da Apple e quando a atualização do iPhone estará disponível para o público final.

Inteligência artificial é o pilar do iOS 18

Um dos principais pilares do iOS 18 é a inteligência artificial generativa, seguindo a tendência do mercado de tecnologia. A assistente Siri deve ficar mais esperta, com possibilidade de controlar aplicativos com comando de voz.

De acordo com Mark Gurman, jornalista com bom histórico de acertos sobre vazamentos da Apple, a inteligência artificial poderá ser batizada como “AI”, sigla para Apple Inteligence. Ele relata que a companhia terá uma parceria com a OpenAI, responsável pelo ChatGPT.

Siri terá mais funcionalidades com IA (Imagem: Divulgação / Apple)

O iOS 18 deverá utilizar inteligência artificial para recursos de edição de fotos (com possibilidade de remover pessoas e objetos, finalmente!), transcrição de gravações de voz, criação de playlists no Apple Music e redigir respostas nos e-mails ou mensagens de texto.

A IA também deve estar presente no navegador Safari, que poderá contar com um recurso de busca inteligente e capacidade de resumir páginas. Uma das funções aguardadas é o Web Eraser, que permitiria ao usuário remover imagens, textos, banners publicitários e seções inteiras de uma página da internet.

Nem todo mundo deverá se empolgar com a inteligência artificial da Apple. Algumas funcionalidades que exigem processamento local podem ficar restritas ao iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max, deixando de lado até mesmo quem comprou um iPhone 15 ou iPhone 15 Plus. Nos iPads e Macs, os recursos de IA que não utilizam processamento em nuvem devem funcionar em dispositivos com chip M1 ou superior.

Apple deve adotar o protocolo RCS para mensagens de texto

No iOS 18, a Apple finalmente deve adotar a tecnologia RCS — um padrão de troca de mensagens que é a evolução do tradicional SMS. O recurso foi anunciado pela Apple ainda em 2023, antecipando possíveis obrigações da União Europeia.

iMessage à esquerda, SMS à direta (imagem: reprodução/Apple)

A tecnologia RCS já está disponível há vários anos em smartphones com Android, mas nunca foi implementada no iPhone pela Apple. O iOS possui o iMessage, que conta com recursos similares, mas é exclusivo para dispositivos Apple.

A medida deve beneficiar principalmente os Estados Unidos, que utilizam o mecanismo de SMS como uma das principais formas de comunicação. Existe um grande lobby por parte do Google e Samsung para que a maçã implemente o RCS, uma vez que a experiência de troca de mensagens entre usuários de diferentes plataformas é significativamente pior.

Como no Brasil utilizamos o WhatsApp como o “comunicador padrão”, provavelmente não iremos sentir nenhuma diferença com a chegada do RCS no iPhone.

Mudança nos Ajustes e na Central de Controle

A Apple deve redesenhar a Central de Controle — aquela seção para ajustes rápidos do brilho da tela, volume, ativar o Wi-Fi etc. O iOS 18 deverá contar com um novo widget de música e melhorias na interação com dispositivos de casa conectada, como lâmpadas inteligentes e fechaduras eletrônicas.

Central de Controle deve receber mudanças no iOS 18 (Imagem: Gabrielle Lancellotti/Tecnoblog)

A tela de Ajustes também deverá ganhar uma nova cara, com interface mais limpa e melhorias na busca. Outras novidades visuais devem desembarcar nos aplicativos nativos de fotos, e-mail e mensagens.

Um novo gerenciador de senhas

Outro rumor sobre o iOS 18 é a chegada de um novo gerenciador de senhas. Na prática, a Apple já possui a funcionalidade integrada, mas dentro dos Ajustes e sem um aplicativo dedicado.

Com a nova solução, o gerenciador de senhas da Apple pode concorrer ainda mais com aplicativos dedicados, como 1Password, Bitwarden e LastPass. O usuário poderá autenticar utilizando o Face ID ou Touch ID para preenchimento automático.

Os rumores também apontam que o gerenciador de senhas da Apple também estará disponível para PCs com Windows, mas não há menções ao Android.

iOS 18 estará disponível apenas em setembro

Apesar de anunciar todas as novidades na próxima segunda-feira, o iOS 18 só estará disponível para o consumidor final em meados de setembro, quando a Apple deverá lançar a próxima geração do iPhone.

Tim Cook deve apresentar iPhone 16 em setembro com chegada do iOS 18 (Imagem: Reprodução/Apple)

Na WWDC, a Apple libera uma versão beta exclusiva para desenvolvedores, para que eles possam testar seus aplicativos e implementar novas funcionalidades que chegaram com o novo sistema operacional. Se o cronograma dos anos anteriores se repetir, um beta público deve ficar disponível em julho.

Em relação à compatibilidade de aparelhos, é esperado que o iOS 18 fique disponível pelo menos para a linha iPhone 11 ou superior. Alguns rumores apontam que o software estaria disponível a partir do iPhone XR/XS, lançado em 2018.
iOS 18: o que esperar do próximo sistema do iPhone

iOS 18: o que esperar do próximo sistema do iPhone
Fonte: Tecnoblog

ChatGPT e Gemini têm números aleatórios “favoritos”; descubra quais

ChatGPT e Gemini têm números aleatórios “favoritos”; descubra quais

Quer um número aleatório? GPT e Claude provavelmente vão responder 42 (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Um experimento com modelos de inteligência artificial da OpenAI, Anthropic e Google descobriu que, ao pedir que eles digam aleatoriamente um número de zero a 100, as escolhas são estranhamente enviesadas, de uma forma parecida com o que acontece com humanos.

Os testes foram feitos pela Gramener, empresa especializada em dados. Os engenheiros usaram o GPT-3.5 Turbo (da OpenAI), o Claude 3 Haiku (da Anthropic) e o Gemini 1.0 Pro (do Google), com o prompt “Escolha um número aleatório de 0 a 100” (em inglês). Todos os três modelos tiveram seus números favoritos: o 47 foi o mais escolhido pelo GPT (52% das vezes); o 42, pelo Claude (50%); e o 72, pelo Gemini (30,3%).

Com temperatura 0 (resultados mais previsíveis), modelos deram quase sempre o mesmo número (Imagem: Reprodução / Gramener)

Os engenheiros também variaram a temperatura dos modelos, como é chamado o parâmetro para dar respostas mais previsíveis (temperatura menor) ou mais criativas (temperatura maior). Com temperatura 0, os três modelos não variaram e escolheram quase sempre seus favoritos.

Os engenheiros da Gramener levantaram alguns pontos curiosos:

números terminados em 7 são mais frequentes;

números terminados em 0 ou 5 são mais raros;

números com dígitos repetidos são mais raros;

números abaixo de 10 são mais raros.

O experimento da Gramener reforça um teste anterior, da empresa Leniolabs, com o GPT 3.5 Turbo. Ao pedir para escolher um número aleatório entre 1 e 100, a IA também preferiu o 42 e números com 7. Isso também aconteceu ao pedir para escolher um número entre as opções de uma sequência aleatória.

Ao pedir para escolher um número em uma lista aleatória, o GPT tendia a escolher o 42 (Imagem: Reprodução / Leniolabs)

Como modelos de linguagem de grande escala (LLM, na sigla em inglês) são treinados com uma quantidade enorme de textos, é possível que eles tenham visto o número 42 várias vezes e estejam apenas completando frases com ele. A popularidade se deve ao livro O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams. Na obra de ficção científica, 42 é a resposta para a vida, o Universo e tudo mais — só não se sabe qual é a pergunta.

Para os autores deste teste, a frequência fora do comum de números com 7 pode ter relação com o aspecto cultural — sete dias da semana, sete maravilhas do mundo e outros exemplos. Curiosamente, ao repetir os testes em chinês, o número mais escolhido foi o 57.

Humanos percebem números de forma enviesada

Um vídeo do canal de ciência Veritasium serve como bom complemento a esses experimentos com as IAs. Ao pedir que pessoas nas ruas respondessem um número aleatório de 1 a 100, o 37 foi o campeão de menções, e outros números com 3 e 7 também foram os mais lembrados.

Isso pode ter a ver com vários fatores, segundo o vídeo. Na base de tudo, nós, humanos, falamos números aleatórios pensando em como eles parecem aleatórios para nós, porque não estamos acostumados a lidar com eles.

Pensamos em números pares como mais “certinhos”, então números ímpares parecem mais aleatórios.

Entre os números ímpares, 1 e 9 são extremos, enquanto o 5 é o ponto do meio. Portanto, 3 e 7 pareceriam mais aleatórios.

O número 37 é primo, o que significa que ele não é múltiplo de nenhum outro além dele mesmo e de 1. Como não dá para chegar nele fazendo contas, ficamos com a impressão de que ele é aleatório.

Apesar de não terem o rigor científico, com amostras pequenas e sequências curtas, estes experimentos mostram que humanos e modelos de linguagem têm vieses na hora de dizer números aleatoriamente.

Mesmo assim, ainda não existe uma explicação definitiva para por que os LLMs estão dando respostas enviesadas a este tipo de pergunta. Vale lembrar que este tipo de modelo é voltado a escrever e completar frases, o que significa que ele não deve estar fazendo o que outros algoritmos fazem para gerar um número aleatório.

Computadores geram números que parecem aleatórios

Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas a verdade é que computadores não são bons para gerar números aleatórios. Computadores são feitos para serem previsíveis — a mesma entrada e o mesmo processo precisam ter sempre a mesma saída. É isso que garante que, ao teclar “A”, você verá “A” na tela, entre outras tarefas muito mais complexas. Como fazer algo imprevisível surgir a partir dessas máquinas?

Um computador não é capaz de gerar sozinho uma sequência verdadeiramente aleatória (Imagem: Mika Baumeister / Unsplash)

O jeito mais simples de gerar um número aleatório envolve um número inicial e muitas contas. Ele é chamado gerador de número pseudo-aleatório (PRNG, na sigla em inglês). Este método recebe este nome porque, na verdade, o número resultante parece imprevisível, mas não é.

Este tipo de algoritmo recebe um valor inicial, chamado semente. A partir dele, o computador faz uma série de operações matemáticas para retornar outro número. Este outro número pode ser usado novamente como semente, e o processo segue, gerando uma sequência de números aparentemente aleatórios.

O gerador de número pseudo-aleatório é mais conveniente e barato, mas também mais limitado. Ele é periódico (quando o algoritmo gerar um número igual à primeira semente, a sequência vai se repetir, mesmo que depois de muito tempo) e determinístico (a mesma semente e o mesmo algoritmo vão sempre gerar o mesmo número).

Um gerador deste tipo pode servir para coisas simples, como sorteios entre amigos ou jogos de videogame. Para fins de segurança, é recomendável que ele cumpra alguns requisitos extras, que conferem maior resistência a ataques e menor previsibilidade — o que faz com que ele seja classificado como um gerador de números pseudo-aleatórios criptograficamente seguro (CSPRNG, em inglês).

Existe um jeito ainda mais complexo, chamado gerador de número verdadeiramente aleatório (TRNG, em inglês). A principal diferença é que ele conta com um componente externo naturalmente imprevisível, como o ruído atmosférico — é o que o site Random.org faz, por exemplo.

Lava lamps geram aleatoriedade para Cloudflare usar em chaves criptográficas (Imagem: Reprodução / Cloudflare)

Este tipo é mais recomendado para processos de criptografia, porque dificulta que um invasor consiga adivinhar a sequência. Por outro lado, coletar dados de um fenômeno imprevisível não é tão simples, já que envolve a captação de informações externas ao computador.

Outro bom exemplo de TRNG é a famosa parede de luminárias do tipo lava lamp que fica no escritório da empresa de cibersegurança Cloudflare. Uma câmera captura os movimentos imprevisíveis do material em cada uma delas e transforma as imagens em sequências numéricas, que são usadas pela empresa para gerar chaves de criptografia.

E se alguém entrar na frente da câmera ou a iluminação mudar? Melhor ainda: o resultado fica mais imprevisível.
ChatGPT e Gemini têm números aleatórios “favoritos”; descubra quais

ChatGPT e Gemini têm números aleatórios “favoritos”; descubra quais
Fonte: Tecnoblog

NotebookLM: ferramenta de anotações com IA do Google já funciona no Brasil

NotebookLM: ferramenta de anotações com IA do Google já funciona no Brasil

NotebookLM (imagem: reprodução/Google)

O Google anunciou o NotebookLM em julho de 2023 como uma ferramenta que usa inteligência artificial (IA) para resumir textos, filtrar informações, criar índices, entre outras ações relacionadas a documentos. Esse “bloco de notas inteligente” estava disponível só nos Estados Unidos, mas acaba de ser liberado em escala global.

Isso significa que você já pode usar o NotebookLM de modo oficial no Brasil, com suporte a português, e em vários outros países. De acordo com o Google, esse “liberou geral” acontece depois de a ferramenta ter sido integrada ao Gemini 1.5 Pro, o mais avançado modelo de IA criado pela companhia até o momento.

O que você pode fazer com o NotebookLM

O NotebookLM é uma ferramenta que auxilia a rotina de estudantes, professores, jornalistas ou de qualquer pessoa que precisa lidar com textos. A ideia é permitir que, no meio de uma grande quantidade de dados, você possa usar a IA para extrair ou organizar as informações que lhe são mais relevantes.

Nesse sentido, você pode usar o NotebookLM para tarefas como (mas não somente):

resumir um documento em PDF ou em outro formato;

criar um índice que te permita acessar facilmente pontos específicos do documento;

gerar estatísticas ou análises com base em planilhas;

criar guias de estudos ou listas de perguntas frequentes (FAQs);

converter textos em formatos adequados para newsletter, e-mail ou apresentações.

A ferramenta ganhou melhorias

Além da expansão global, o Google anunciou alguns aprimoramentos interessantes para o NotebookLM. Para começar, agora a ferramenta oferece suporte a uma variedade maior de fontes de pesquisa, como apresentações no Google Slides e endereços na web.

O NotebookLM também já é capaz de gerar resultados a partir de fotos, gráficos e diagramas, e não somente texto. Mérito dos recursos multimodais do Gemini 1.5 Pro, explica o Google.

As já mencionadas capacidades de gerar FAQs ou guias de estudos também são recursos aprimorados recentemente.

NotebookLM (imagem: reprodução/Google)

Como usar o NotebookLM

Você só precisa acessar o site do NotebookLM. É necessário ter uma conta no Google para utilizar a ferramenta. Feito isso, clique em “Novo notebook” e faça upload de um documento para começar. Depois, basta seguir as orientações para gerar um conteúdo condizente com as suas necessidades.

Mas tenha atenção. O próprio Google alerta que o NotebookLM pode gerar resultados imprecisos. Por isso, é importante revisar as notas geradas, bem como não confiar na ferramenta para informações críticas, que envolvem questões médicas ou financeiras, por exemplo.

Apesar de ter sido liberado globalmente e, em linhas gerais, funcionar bem, o NotebookLM ainda está em fase experimental.
NotebookLM: ferramenta de anotações com IA do Google já funciona no Brasil

NotebookLM: ferramenta de anotações com IA do Google já funciona no Brasil
Fonte: Tecnoblog

Tecnologia da Amazon usa IA para detectar produto danificado antes do envio

Tecnologia da Amazon usa IA para detectar produto danificado antes do envio

Ilustração do Project P.I. (imagem: divulgação/Amazon)

Muita gente já passou pela experiência de receber um produto avariado em compras online. Para amenizar esse problema, a Amazon anunciou o Project P.I., uma tecnologia que usa inteligência artificial (IA) para detectar possíveis danos em produtos antes de seu envio ao comprador.

P.I. é a sigla para “private investigator” (“investigador particular”). A própria Amazon explica que o nome faz alusão ao uso de ferramentas de detetive para detectar produtos suspeitos.

Tecnologia de visão computacional

Sendo exato, a ferramenta principal é um sistema de visão computacional que analisa imagens do produto na embalagem para detectar sinais que sugerem danos, como vazamento de líquidos, alteração no padrão de cores ou tamanho irregular.

Em muitos casos, o produto é danificado durante o envio. Entre as causas para isso estão descuidos no transporte (como deixar o pacote cair) ou armazenamento inadequado (deixar o produto sobre o motor quente do caminhão de entrega, por exemplo).

Mas há situações em que os danos ocorre no centro de distribuição e, muitas vezes, os funcionários envolvidos no processo de entrega não percebem o problema ou não o reportam. O Project P.I. foi desenvolvido justamente para cobrir essa brecha, por assim dizer.

Além de detectar sinais que sugerem danos em produtos, a tecnologia pode ajudar a Amazon ou as empresas associadas a identificar o problema que causou aquela avaria. Por exemplo, uma mancha úmida na embalagem sugere que pode haver um vazamento de água no armazém.

Quando o sistema detecta algo suspeito, o item é isolado, isto é, não é enviado para o cliente até ser conferido. Além disso, uma investigação é iniciada pela Amazon para verificar se o problema está presente em mais unidades do produto.

Constatada a avaria ou o defeito, a Amazon ou a empresa parceira tem a opção de descartar, doar ou revender o item com desconto (se isso for possível).

Animação sobre o funcionamento do Project P.I. (imagem: divulgação/Amazon)

Modelo de IA generativa

A Amazon também está implementando um sistema de IA generativa baseada em um LLM multimodal (ou MLLM) para tratar do pós-venda. A ideia é analisar queixas de clientes que devolvem ou pedem troca do produto.

Neste caso, o sistema analisa o feedback do comprador e compara as informações extraídas dali com as imagens registradas pelo Project P.I. de modo a confirmar se a queixa é coerente. Com isso, medidas preventivas podem ser tomadas, como revisar todo o estoque de um produto que parece ter um defeito recorrente.

Os resultados são promissores, tanto que a Amazon já usa as duas tecnologias em alguns centros de distribuição na América do Norte, com mais unidades da região devendo recebê-las até o fim do ano.

Presume-se que, a partir daí, os sistemas serão levados a unidades da Amazon em outras partes do mundo.
Tecnologia da Amazon usa IA para detectar produto danificado antes do envio

Tecnologia da Amazon usa IA para detectar produto danificado antes do envio
Fonte: Tecnoblog

ChatGPT apresenta instabilidade e fica fora do ar nesta terça-feira

ChatGPT apresenta instabilidade e fica fora do ar nesta terça-feira

ChatGPT apresenta instabilidade desde a madruga desta quarta-feira (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O ChatGPT apresentou uma instabilidade nesta terça-feira (4). O problema na IA generativa da OpenAI começou na madrugada. Alguns usuários ainda conseguiam acessar o serviço, mas para outros, o ChatGPT não carregava completamente.

Nos testes feitos pelo Tecnoblog, o serviço estava sem funcionar até aproximadamente 8h. Minutos depois, o ChatGPT voltou a carregar. Na página de status da OpenAI, a empresa seguia informando que a IA está indisponível para alguns usuários.

ChatGPT não carregava completamente durante período que esteve fora do ar (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Segundo a classificação da OpenAI, o ChatGPT estava com um “major outage” — queda generalizada em tradução direta. A empresa afirma que já identificou a causa e que resolveu o problema às 8h19 (horário de Brasília). A OpenAI relata que segue monitorando os resultados da solução.

Painel de status da OpenAI indica que ChatGPT está com uma queda generalizada (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Até o momento, a OpenAI não se pronunciou sobre o que causou a instabilidade no ChatGPT. O problema não afetou outros serviços da OpenAI, como a API do ChatGPT e o Labs. A IA generativa possui mais de 100 milhões de usuários semanais, segundo a própria empresa.

Problemas na terça-feira

Antes dessa queda total do ChatGPT, a IA generativa da OpenAI apresentou problemas de latência. A versão mobile, também na terça-feira, não estava gerando prompts com imagens. No dashboard, a OpenAI relata que corrigiu os problemas ainda na terça-feira.

Em 2023, após uma queda generalizada, a OpenAI passou por um dos seus piores problemas. Um bug no ChatGPT levou a um vazamento de dados dos usuários. Além de mostrar o histórico recente de conversas, o problema permitiu que usuários pudessem acessar dados de outras contas, além de receber emails de confirmações que deveriam ser enviados para outros usuários.

Com informações: The Verge e TechCrunch
ChatGPT apresenta instabilidade e fica fora do ar nesta terça-feira

ChatGPT apresenta instabilidade e fica fora do ar nesta terça-feira
Fonte: Tecnoblog

iOS 18: Apple poderá restringir alguns recursos de IA para iPhone 15 Pro e Pro Max

iOS 18: Apple poderá restringir alguns recursos de IA para iPhone 15 Pro e Pro Max

iPhone 15 Pro e Pro Max devem receber todos os recursos de IA (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

A Apple está bem próxima de anunciar o iOS 18, e a atualização do sistema operacional deve vir recheada de recursos de inteligência artificial. No entanto, algumas funcionalidades de IA ficarão restritas para o iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max, deixando de fora os demais smartphones da maçã.

A informação foi revelada por Mark Gurman, jornalista da Bloomberg com bom histórico de acertos em vazamentos da Apple. Segundo ele, o iOS 18 deve utilizar tanto processamento local como em nuvem para recursos de inteligência artificial, e alguns recursos serão restritos aos smartphones com chip A17, presente apenas no iPhone 15 e iPhone 15 Pro.

Com essa restrição, proprietários de diversos smartphones da Apple não poderão acessar todos os recursos de inteligência artificial. Isso inclui até mesmo donos do iPhone 15 e iPhone 15 Plus, que utilizam o chip A16 mas foram lançados em conjunto com a linha iPhone 15 Pro.

Os requisitos mínimos de IA parecem ser um pouco mais flexíveis para iPads e Macs. Segundo Gurman, os recursos devem ficar disponíveis para equipamentos com chip M1 ou superior, presentes na linha Mac desde 2020 e no iPad Pro lançado em 2021.

Resta saber quais recursos de inteligência artificial serão exclusivos para modelos com chip mais novo. Um movimento similar foi feito pela Samsung, que limitou algumas funcionalidades do Galaxy AI em aparelhos lançados em 2021 e 2022 por conta da capacidade limitada de processamento.

O iOS 18 deve ser anunciado na WWDC 2024, marcada para 10 de junho. No evento especial, a Apple irá anunciar a atualização de software para desenvolvedores, e a versão final deve ser liberada ao público em meados de setembro.

iOS 18 terá Siri com novas funcionalidades

A Siri deve ser uma das principais atrações do iOS 18, com possibilidade de controlar todo o iPhone por comandos de voz. No entanto, os recursos devem chegar em uma atualização intermediária, prevista apenas para o início de 2025.

A assistente de voz deve utilizar um modelo de linguagem grande (LLM), mesma tecnologia utilizada pelo ChatGPT, Microsoft Copilot e Google Gemini.

Com informações: 9to5Mac
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Fonte: Tecnoblog