Supercomputador brasileiro Santos Dumont recebe atualização e suporte à IA
Supercomputador brasileiro Santos Dumont recebe atualização e suporte à IA
Projeto utiliza tecnologias da Nvidia, Intel e AMD (imagem: reprodução/Sistema de Computação Petaflópica do SINAPAD)
O supercomputador brasileiro Santos Dumont, operado pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) no Rio de Janeiro, recebeu uma grande atualização na sua capacidade de processamento. A máquina agora atinge 18,85 petaflops (quadrilhões de operações por segundo), um aumento de aproximadamente 575% em relação à especificação original de 2015.
A expansão é o primeiro grande investimento realizado dentro do recém-lançado Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). O projeto de atualização foi desenvolvido e integrado pela Eviden (empresa do Grupo Atos), utilizando uma combinação de tecnologias da Nvidia, Intel e AMD, para ampliar a capacidade de uso em aplicações de IA.
Hardware para pesquisa em IA
Segundo o presidente do laboratório, Fábio Borges, além de ampliar a capacidade de processamento, a nova atualização tem como objetivo permitir “maior robustez nos cálculos destinados à pesquisa, especialmente com o uso de inteligência artificial”.
Para isso, o Santos Dumont foi dividido em cinco partições diferentes. Os blades (“gavetas” de servidores), contêm vários nós (computadores individuais trabalhando em conjunto), cada qual com uma configuração específica de hardware.
Todas as partições são baseadas na arquitetura BullSequena XH3000 da Eviden, sendo interconectadas por uma malha Nvidia Infiniband NDR de 400 Gb/s. Os principais componentes incluem:
Partição 1: 62 blades equipados com processadores Intel Xeon Scalable de 4ª geração e 4 GPUs Nvidia H100 por blade.
Partição 2: 20 blades totalizando 60 nós, cada um com 2 processadores AMD EPYC 9684X.
Partição 3: 36 blades equipados com 4 Superchips Nvidia Grace Hopper por blade.
Partição 4: 6 blades totalizando 18 nós, cada um com 2 APUs AMD Instinct MI300A.
Nós adicionais: 4 nós equipados com a CPU Nvidia Grace Superchip.
Foco em eficiência energética
Sistema de resfriamento foi atualizado para melhorar eficiência energética (imagem: reprodução/LNCC)
Para além do ganho de performance, a maior parte dos novos nós de processamento está instalada em uma configuração que visa eficiência energética: os seis racks ocupam mais de 7 m² e utilizam um sistema de resfriamento por líquido, que capta mais de 98% do calor gerado, segundo a Eviden.
A tecnologia usa água em temperatura ambiente (entre 26 ºC e 30ºC na entrada) para capturar o calor gerado por todos os componentes, incluindo processadores, GPUs, fontes e dispositivos de rede. De acordo com a empresa, o sistema é mais eficiente que a versão de 2015 do supercomputador, que dissipava cerca de 80% do calor por meio da água.
Plano Nacional para IA
O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) prevê um investimento de R$ 23 bilhões ao longo de quatro anos, visando garantir a soberania tecnológica do país quando se trata de inovação e uso de IA através da exploração da máquina.
O supercomputador — que chegou a ser desligado por falta de dinheiro para conta de luz quase uma década atrás — pode ser solicitado para uso por qualquer pesquisador ou instituição do país. A máquina ganhou ainda mais atenção durante a pandemia, quando fez parte do projeto que fez o sequenciamento do genoma da covid-19 em 2020.
Supercomputador brasileiro Santos Dumont recebe atualização e suporte à IA
Supercomputador brasileiro Santos Dumont recebe atualização e suporte à IA
Fonte: Tecnoblog
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