Huawei é acusada de copiar IA da Alibaba por meio de denúncia anônima; empresa nega

Huawei é acusada de copiar IA da Alibaba por meio de denúncia anônima; empresa nega

Huawei é acusada de copiar modelo de linguagem de concorrente chinesa (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A Huawei foi acusada por uma fonte anônima de ter copiado tecnologia de IA da Alibaba, usando o modelo Qwen 2.5-14B como base.
O Noah’s Ark Lab, laboratório de IA da Huawei, alega que o seu modelo foi desenvolvido de forma independente, com inovações próprias, e nega as acusações.
A disputa surge em meio à competição entre empresas chinesas por liderança em modelos de linguagem, após o sucesso do DeepSeek.

O laboratório de pesquisa de inteligência artificial da Huawei negou, no último fim de semana, que seu modelo de linguagem Pangu Pro Moe tenha seja derivado de tecnologias do Alibaba. A suspeita foi levantada após a publicação de um artigo técnico anônimo na plataforma GitHub, que acusava a Huawei de reutilizar o modelo Qwen 2.5-14B da rival chinesa.

A publicação, assinada por uma entidade chamada HonestAGI, aponta “correlações extraordinárias” entre os modelos e sugere que a Huawei não treinou seu sistema do zero, mas teria feito uma espécie de reaproveitamento (o upcycling), o que poderia configurar violação de direitos autorais e falsificação de dados técnicos. A acusação rapidamente repercutiu em comunidades de IA e na mídia chinesa.

O que está sendo contestado?

Segundo o artigo de HonestAGI, o Pangu Pro Moe apresentaria características tão similares ao Qwen 2.5 que seria improvável que tivesse sido desenvolvido de forma autônoma. A publicação cita a possibilidade de que a Huawei tenha inventado informações em seus relatórios técnicos, além de inflar o investimento declarado no treinamento do modelo.

O laboratório responsável pela IA, Noah’s Ark Lab, respondeu afirmando que o Pangu Pro Moe foi “desenvolvido e treinado de forma independente” e que o modelo traz “inovações significativas em sua arquitetura e recursos técnicos”. Também reforçou que esse é o primeiro modelo de larga escala construído inteiramente com os chips Ascend, da própria Huawei.

A Huawei declarou ainda que respeitou integralmente os requisitos de licenciamento de softwares de código aberto, embora não tenha especificado quais projetos teriam sido usados como base. O Alibaba, por sua vez, não comentou as acusações até a publicação desta matéria. Também não foi possível verificar quem está por trás da conta HonestAGI, autora do artigo original.

Por que isso importa para a disputa entre gigantes chinesas?

Huawei teria reutilizado o modelo Qwen 2.5-14B da rival Alibaba (imagem: reprodução/Free Malaysian Today)

A polêmica surge em meio a uma corrida acirrada entre grandes empresas chinesas para consolidar seus modelos de linguagem de grande porte (LLMs) no mercado — especialmente após o lançamento do modelo R1, da DeepSeek, que chamou atenção global pelo custo reduzido.

O Qwen 2.5-14B, lançado em maio, faz parte de uma linha voltada ao uso em computadores e celulares, com aplicações mais voltadas ao consumidor final, incluindo assistentes virtuais semelhantes ao ChatGPT. Já os modelos da série Pangu, como o Pangu Pro Moe, têm foco em setores como administração pública, finanças e manufatura.

Apesar de ter entrado cedo na corrida dos LLMs com o lançamento do Pangu original em 2021, a Huawei vinha sendo vista como retardatária no segmento. A empresa liberou o código-fonte do Pangu Pro Moe no final de junho, permitindo que desenvolvedores usem a tecnologia gratuitamente, em uma tentativa de ampliar sua base de usuários.

Com informações da Reuters
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Fonte: Tecnoblog