Category: Telecomunicações

Pequenos provedores lideram internet fixa em 5 mil cidades do Brasil

Pequenos provedores lideram internet fixa em 5 mil cidades do Brasil

Provedores regionais são destaque em mais de 5 mil cidades (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O setor de banda larga fixa no Brasil é extremamente concorrido. Ainda que operadoras como Claro, Vivo e Oi tenham grande representatividade, os provedores regionais, somados, respondem pela maioria do mercado. As empresas de pequeno porte são líderes de mercado em mais de 5 mil cidades brasileiras.

Os dados foram revelados por um estudo da consultoria Teleco e divulgado pelo Telesíntese. Em 2023, uma prestadora de pequeno porte foram líderes em participação de mercado em 5.047 municípios, enquanto grandes operadoras tiveram o pódio em 523 cidades.

O estudo também divulga que uma prestadora de pequeno porte tem mais de 50% de participação de mercado em 3.394 municípios, ante 159 de uma operadora grande. Além disso, provedores regionais lideram o mercado com mais de 80% de market share em 1.041 cidades, contra 12 municípios das teles tradicionais.

Operadoras de grande porte têm liderança de mercado em menos municípios(Imagem: Reprodução/Teleco)

Provedores têm mais da metade do mercado nacional

De acordo com dados da Anatel, o Brasil fechou o ano de 2023 com 47,9 milhões de acessos de banda larga fixa. Ao comparar os números de mercado, as grandes operadoras continuam com papel importante. A líder no setor é a Claro, com 20,6% de todos os acessos de internet fixa no Brasil.

No entanto, unidos, os provedores regionais são maiores que as grandes operadoras. Juntas, as prestadoras de pequeno porte somaram 25,5 milhões de clientes, o que representa uma fatia de 53,2%.

A maior prestadora de pequeno porte é a Alloha Fibra, grupo que reúne nove provedores posteriormente unificados com as marcas Giga+ e Wire+. A Vero aparece em seguida, com 5,3% do mercado nacional após incorporar a base de usuários da Americanet.

Regionais têm vantagens regulatórias (e a Claro não gosta disso)

Para estimular a concorrência no mercado de banda larga fixa, a Anatel simplificou as regras para prestadoras de pequeno porte (PPP). Para se enquadrar nessa classificação, uma empresa não poderia ter mais de 5% de participação no mercado nacional em algum serviço de telecomunicações — seja internet, celular, telefone fixo ou TV por assinatura.

Sendo assim, qualquer operadora que não seja Claro, Oi, TIM, Vivo ou Sky são enquadradas como prestadora de pequeno porte — ainda que TIM e Sky não tenham participação de mercado significativa no serviço de internet fixa.

A Claro não está satisfeita com essa classificação de PPPs. Na proposta para revisar o Plano Geral de Metas da Competição (PGMC), a operadora afirma que não se deve levar em conta a participação de mercado nacional, mas sim regional.

Claro quer novas regras para operadoras competitivas (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

A Claro também argumenta que usuários de PPPs são penalizados com as assimetrias, em especial em relação a regras de proteção aos direitos do consumidor. Além disso, provedores regionais também são beneficiados com reduções tributárias; para a tele, esses benefícios devem ser mantidos apenas para empresas com menos de 5 mil clientes.

É certo dizer que a flexibilização das regras foi um grande impulso para que as operadoras competitivas decolassem. Os provedores regionais têm papel importantíssimo na digitalização do Brasil, pois construíram cobertura em locais não atendidos pelas grandes teles.

Com informações: Teletime
Pequenos provedores lideram internet fixa em 5 mil cidades do Brasil

Pequenos provedores lideram internet fixa em 5 mil cidades do Brasil
Fonte: Tecnoblog

Receita da Claro cresce 5,4% com alta no celular pós-pago e internet fixa

Receita da Claro cresce 5,4% com alta no celular pós-pago e internet fixa

Claro é a segunda maior operadora de telefonia móvel do país (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Claro Participações divulgou os resultados financeiros para o 1º trimestre de 2024. A operadora de telecom teve alta de 5,4% no faturamento, impulsionados pelo bom desempenho da receita móvel e crescimento nos assinantes de banda larga fixa.

Confira abaixo os principais indicadores financeiros da Claro para o 1º trimestre de 2024 e o comparativo com o mesmo período do ano anterior.

Indicador1º trimestre de 20241º trimestre de 2023DiferençaReceita líquida totalR$ 11,77 bilhõesR$ 11,17 bilhões+5,4%Receita de serviços móveisR$ 6,23 bilhõesR$ 5,74 bilhões+8,5%Receita de serviços fixosR$ 5,01 bilhõesR$ 4,96 bilhões+1,1%EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)R$ 5,19 bilhõesR$ 4,71 bilhões+10,2%

Por se tratar de uma empresa com capital fechado no Brasil, a Claro não divulga o lucro líquido como fazem as concorrentes Vivo, TIM e Oi. O EBITDA, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, saltou 10,2% no ano, enquanto a margem EBITDA cresceu 1,9 ponto percentual.

Linhas de celular pós-pago cresceram 8,7%

O segmento de telefonia celular é o carro-chefe da Claro. No trimestre, a receita móvel foi de R$ 6,23 bilhões, com crescimento de 8,5% em comparação com o ano de 2022.

De acordo com a Claro, o bom resultado no móvel ocorreu graças a fatores como liderança na portabilidade numérica, aumento na base de clientes com planos pós-pagos, aumento do gasto médio por usuário (ARPU) e redução de cancelamentos (churn).

Falando de clientes, a Claro encerrou o trimestre com 87,5 milhões de linhas móveis. O serviço pós-pago, que tem maior preço e recorrência de pagamento mensal, atingiu 52 milhões de chips — salto de 8,7% em relação ao ano anterior.

Loja da Claro em Brasília (Imagem: Divulgação/Claro)

A tele também cresceu na participação de mercado dos celulares pré-pagos e atingiu a marca de 35,6 milhões de chips. A Claro afirma que 84% dos clientes pré utilizam planos mensais, o que ajuda a aumentar a receita por usuário.

Para crescer no pós-pago, a Claro aposta no Claro Flex, que recentemente deixou de ter redes sociais ilimitadas. De acordo com a empresa, houve crescimento de 79,2% na base do plano digital, por meio de novas vendas ou migração do pré-pago. A operadora não divulga, no entanto, quantas linhas estão cadastradas no serviço.

Em relação à concorrência, a Claro ocupa a vice-liderança do mercado de telefonia móvel, com 34,1% das linhas de celular registradas no Brasil. O pódio é ocupada pela Vivo, com market share de 38,8%, enquanto a TIM figura na terceira posição com 23,9% dos chips.

No 5G, a Claro lidera em dispositivos conectados, com 38% de participação do mercado. No entanto, a tele perde para a TIM em antenas licenciadas e cidades cobertas. A concorrente alcançou 270 municípios atendidos com sinal de quinta geração.

Vendas de banda larga seguram queda da TV paga

A Claro conseguiu segurar as pontas no segmento residencial: a receita com serviços fixos foi de R$ 5,01 bilhões, alta de 1,1% em comparação com o período anterior. O resultado foi possível graças ao crescimento do serviço de internet fixa.

No trimestre, a Claro teve 91,1 mil adições líquidas de banda larga, o dobro registrado no ano anterior. É um bom resultado, considerando especialmente a ampla concorrência com provedores regionais de fibra óptica.

A operadora também teve incremento nos usuários com velocidades a partir de 500 Mb/s, com adição de 2 milhões de clientes no comparativo anual. Todos os planos de internet a partir de 350 Mb/s agora também incluem assinatura do Globoplay sem custo adicional.

Em relação à cobertura fixa, a Claro afirma ter encerrado o trimestre com disponibilidade de rede para 41,5 milhões de domicílios (home passed) em 512 cidades. Esse dado representa tanto a modalidade de cabo coaxial como a fibra óptica pura (FTTH); a operadora não divulgou os dados separados por tecnologia, como costumava fazer em balanços anteriores.

Na TV por assinatura, a Claro mantém a liderança de mercado, com 42,7% dos acessos. No entanto, esse tipo de serviço é cada vez menos utilizado pelos brasileiros. De acordo com dados da Anatel, a tele perdeu cerca de 600 mil clientes de TV a cabo e satélite.

Para conter a queda na base de TV, a Claro tem apostado suas fichas nas versões online do Claro TV+, seja por aplicativo ou por TV Box. Dessa forma, a operadora consegue entregar canais lineares de TV paga com menor carga tributária e com preços menores que no serviço tradicional via cabo ou satélite.

Claro TV+ Box funciona com internet e não depende de cabo ou satélite (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)
Receita da Claro cresce 5,4% com alta no celular pós-pago e internet fixa

Receita da Claro cresce 5,4% com alta no celular pós-pago e internet fixa
Fonte: Tecnoblog

82% dos brasileiros usam internet diariamente, mas poucos têm boas condições de acesso

82% dos brasileiros usam internet diariamente, mas poucos têm boas condições de acesso

Acesso à internet atinge 95% da população brasileira (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.BR) publicou o estudo Conectividade Significativa, que apresenta um panorama sobre o acesso à internet no Brasil em 2023. A pesquisa mostra que o acesso à internet atinge 95% da população, e que 82% das pessoas utilizam a rede diariamente. Ainda assim, apenas 22% dos brasileiros possuem boas condições de conectividade.

Considerando apenas usuários de internet, 84% das pessoas têm frequência diária de acesso. O acesso diversificado entre diferentes dispositivos — como computador e smartphone, por exemplo — é exercido por 34% das pessoas.

Conexões rápidas estão presentes para apenas 35% dos brasileiros

O estudo traz a estatística de que 59% das pessoas utilizam conexão domiciliar via fibra óptica ou cabo, e a velocidade de conexão é maior que 10 Mb/s apenas para 35% dos brasileiros.

É importante salientar que os dados também contemplam pessoas que não são atendidas por banda larga, mas possuem acesso à internet graças aos pacotes de dados celulares.

As estatísticas da Anatel para fevereiro de 2024 mostram que 93,2% das conexões de banda larga fixa são compostas por fibra ou cabo coaxial, e a velocidade média contratada no país foi de 369,4 Mb/s.

Apenas 22% dos brasileiros têm boas condições de acesso

O estudo apresenta um score com nove indicadores para identificar o nível de conectividade. Para o NIC.BR, os resultados da pesquisa mostram um cenário desafiador no Brasil.

A pesquisa leva em conta os seguintes critérios (cada indicador representa 1 ponto):

Custo da conexão domiciliar menor que 2% da renda domiciliar

Presença de plano de celular pós-pago

Dispositivos per capita (quantidade de aparelhos maior que um por cada morador)

Presença de computador no domicílio

Uso diversificado de dispositivos (ex: celular e computador, celular e tablet)

Tipo de conexão familiar (móvel ou banda larga fixa)

Velocidade de conexão familiar maior que 10 Mb/s

Frequência de uso da internet

Locais de uso diversificados (ex: em casa e no trabalho)

Quanto mais pontos, melhor o nível de conectividade. No entanto, 33% da população brasileira com idade acima de 10 anos se encontra na lanterna, com no máximo dois pontos, e 24% das pessoas acumulam três ou quatro pontos.

A conectividade satisfatória, com 7 a 9 pontos, atinge 22% da população brasileira, enquanto 20% das pessoas se enquadram em 5 a 7 pontos.

Gráfico com índice de conectividade por percentual da população brasileira (Imagem: Reprodução/NIC.BR)

Na classificação por raça, classe social e região, 18% dos autodeclarados pretos ou pardos atingem o melhor nível de conectividade, enquanto entre os brancos o número salta para 32%. No recorte por gênero, 28% dos homens são mais conectados; entre as mulheres, são 17%.

Índice de conectividade por recortes sociais (Imagem: Reprodução/NIC.BR)

No recorte regional, a região Sudeste apresenta os melhores índices de conexão, com 31% da população, seguido pelo Sul (27%), Centro-Oeste (19%), Norte (11%) e Nordeste (11).

O estudo completo pode ser acessado no site do NIC.BR.
82% dos brasileiros usam internet diariamente, mas poucos têm boas condições de acesso

82% dos brasileiros usam internet diariamente, mas poucos têm boas condições de acesso
Fonte: Tecnoblog

Samsung: novo identificador de chamadas chega ainda este ano

Samsung: novo identificador de chamadas chega ainda este ano

Empresas de telecomunicações iniciam testes do Stir/Shaken em rede aberta (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A Samsung confirmou que implementará o novo identificador de chamadas proposto pela Anatel em seus celulares. Ele stá previsto para chegar no segundo semestre de 2024.
O sistema usa os protocolos STIR/SHAKEN e Rich Call Data para melhorar a identificação e validação de chamadas, proporcionando mais informações como o nome da empresa, a marca e o motivo da ligação.
O projeto tem objetivo de aumentar a segurança e ajudar a combater golpes como da central telefônica falsa.

A Samsung confirmou ao Tecnoblog que o novo identificador de chamadas proposto pela Anatel chegará aos celulares da marca ainda este ano. A previsão é de que a novidade seja implementada “no segundo semestre de 2024”. A fabricante não informou uma data específica.

Conforme você sabe, a Agência Nacional de Telecomunicações iniciou testes de um novo sistema de identificação e validação de chamadas. Ele tira proveito do protocolo STIR/SHAKEN, que já existe nos Estados Unidos, entre outros países, e do protocolo de Rich Call Data (dados ricos de chamada).

Como será o novo identificador

O funcionamento do novo identificador de chamadas depende da adaptação de aplicativos nativos de telefone – o famoso discador que vem de fábrica no smartphone. No começo do mês, a Motorola informou que começaria a liberar a tecnologia no terceiro trimestre e 2024.

O planejamento da Anatel prevê que os smartphones mostrem o nome da empresa, a marca e o motivo da ligação. Seria uma maneira de dar mais segurança para ligações de bancos, por exemplo. O golpe da chamada falsa estaria com os dias contados, já que o consumidor poderia desconsiderar contatos feitos a partir de números não participantes da iniciativa.

A ABR Telecom, ligada às empresas de telecomunicações, é a responsável por manter um sistema que gerencia o funcionamento do novo sistema. Não haverá custo para os recebedores das chamadas. O investimento será absorvido pelo próprio setor.

Resposta da Samsung

O posicionamento da Samsung não dá detalhes sobre como será a implementação do novo recurso. A Motorola, por exemplo, cita as linhas contempladas e os requisitos mínimos dos telefones (em especial o Android 11).

É de se esperar que as fabricantes concentrem o lançamento inicial nos modelos premium, como o Galaxy S24 e os dobráveis previstos para o segundo semestre – Galaxy Z Flip 6 e Galaxy Z Fold 6.

E o iPhone?

Ainda não se sabe qual será a postura da Apple. O iPhone dos Estados Unidos atualmente é compatível com STIR/SHAKEN, mas os usuários criticam a forma inócua com que exibe as informações na hora que chega uma ligação.

Igualmente importante no mercado brasileiro, a Xiaomi também não revelou planos para se adequar à iniciativa da Anatel. A participação é voluntária, de acordo com interlocutores na agência.
Samsung: novo identificador de chamadas chega ainda este ano

Samsung: novo identificador de chamadas chega ainda este ano
Fonte: Tecnoblog

Vivo é a internet mais reclamada na Anatel; Claro e TIM têm piores índices no móvel

Vivo é a internet mais reclamada na Anatel; Claro e TIM têm piores índices no móvel

Vivo teve maior índice de reclamação na Anatel (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

A Anatel divulgou o Panorama de Reclamações de 2023, que apresenta uma análise sobre as queixas feitas contra serviços de telecomunicações ao longo do ano. A Vivo é a operadora de banda larga com mais queixas, enquanto Claro e TIM tiveram os piores resultados no móvel pré-pago e pós-pago. A agência registrou queda de 24,1% no volume de protocolos.

A agência afirma que a queda no número de protocolos pode estar relacionada com melhorias implementadas pelas operadoras nas centrais de atendimento de primeiro nível e no funcionamento dos serviços. No entanto, o próprio portal de reclamação na Anatel só permite abrir uma solicitação caso o consumidor já tenha um protocolo de atendimento emitido pela ouvidoria da prestadora.

Dentre os números absolutos, a Claro foi a operadora mais reclamada em 2023, com mais de 440 mil protocolos abertos. A Vivo figura no segundo lugar, seguida por TIM e Oi:

Número de reclamaçõesClaroOiTIMVivoBanda larga103.30059.82830.12198.838Celular pré-pago74.945–67.17864.910Celular pós-pago187.591–148.612135.748Total de reclamações*440.449135.800251.359359.836*O total de reclamações também leva em conta os serviços de TV por assinatura e telefonia fixa.Tabela elaborada pelo Tecnoblog com dados da Anatel.

Vivo é a mais reclamada na banda larga fixa

No serviço de banda larga, a Claro é a operadora com o maior número de protocolos absolutos, com 103,3 mil reclamações. No entanto, a Anatel adota outra métrica para melhor comparação: o Índice de Reclamação (IR) leva em conta a proporção entre o número de assinantes e protocolos abertos.

A adoção do índice como forma comparativa é justa: uma operadora com maior participação de mercado naturalmente terá mais reclamações que uma concorrente com a metade do número de clientes.

Entre as três maiores operadoras de internet fixa, a Vivo obteve a pior nota, com 1,25 reclamação a cada mil assinantes. A Oi figura em segundo lugar, com IR de 1,01, enquanto a Claro tem o índice de 0,87.

A Anatel não levou em conta a participação da TIM e Sky nos resultados anuais, pois as prestadoras não possuem grande participação de mercado no serviço de banda larga fixa. No entanto, o IR dessas teles pode ser pior que da concorrência: em dezembro de 2024, a Sky registrou 3,79 protocolos para cada mil assinantes, enquanto a TIM teve índice de 3,47.

TIM e Claro são as mais reclamadas no serviço móvel

A Anatel divide as reclamações de telefonia móvel nos segmentos pós-pago e pré-pago.

No pós-pago, modalidade com cobrança recorrente mensal via boleto ou cartão de crédito, a TIM foi a operadora com pior colocação, com 0,56 reclamação para cada mil assinantes. A Claro aparece em seguida, com IR de 0,45, enquanto a Vivo é a menos reclamada, com nota 0,25.

Já no pré-pago, que exige recargas, a Claro é a operadora que lidera o índice de reclamações com 0,18, seguida por TIM (0,16) e Vivo (0,14). Na comparação com o ano anterior, a TIM foi a prestadora com maior redução de protocolos, com queda de 8,3%.

Claro é a operadora de celular pré-pago com mais reclamações na Anatel em 2023 (Imagem: Divulgação)

O assunto mais reclamado no celular pré-pago foi “Bloqueio, desbloqueio ou suspensão”. No pós-pago, as principais queixas estão relacionadas a cobrança.

Cobrança é o assunto mais reclamado em telecom

O estudo da agência mostra que a cobrança de serviços pós-pagos ou créditos do pré-pago são os principais motivos para os consumidores abrirem uma reclamação, com mais de 436 mil protocolos. Ainda assim, houve queda de 32,6% em relação ao número de chamados do ano anterior.

Outras reclamações financeiras também tiveram números relevantes, como “Cobrança em desacordo com o contratado”, “Cobrança após cancelamento”, “Cobrança indevida de multa por fidelização (multa rescisória)” e “Cobrança de serviço, produto ou plano não contratado”. Ao todo, esses itens representam 18% do total de protocolos.

As reclamações sobre qualidade de funcionamento dos serviços tiveram redução de 14%, com cerca de 45 mil protocolos a menos que em 2022. O desempenho foi visto principalmente nos serviços de telefonia fixa e celular pós-pago.

Em relação ao cancelamento de serviços, a Anatel teve 59 mil reclamações a menos que o ano anterior, com queda de 46% no celular pré-pago e 36% no celular pós-pago. As reduções ocorreram principalmente em chamados sobre cancelamento indevido do pré-pago e dificuldade de cancelamento do pós-pago.

O relatório completo está disponível no site da Anatel.
Vivo é a internet mais reclamada na Anatel; Claro e TIM têm piores índices no móvel

Vivo é a internet mais reclamada na Anatel; Claro e TIM têm piores índices no móvel
Fonte: Tecnoblog

Motorola se prepara para chamadas verificadas com suporte a partir do Android 11

Motorola se prepara para chamadas verificadas com suporte a partir do Android 11

Novo protocolo de chamadas mostrará logo da empresa e motivo da ligação (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Motorola anunciou que seus smartphones terão suporte ao protocolo STIR/SHAKEN, que levará maior segurança para as chamadas de telemarketing. O novo sistema tem sido testado pela Anatel e deve exibir na tela do smartphone o nome da empresa que fez a ligação, logo e o motivo.

A informação foi divulgada originalmente pelo Mobile Time e confirmada pelo Tecnoblog. De acordo com a Motorola, o suporte ao padrão de chamadas verificadas estará disponível a partir do terceiro trimestre de 2024 para todos os modelos com Android 11 ou posterior.

O protocolo STIR/SHAKEN é responsável apenas pela autenticidade da chamada. A Motorola também aponta o suporte ao recurso RCD (Rich Data Call), que exibe o logo da empresa e o motivo da ligação. Nesse caso, o cronograma é um pouco diferente:

nos smartphones dobráveis (linha RAZR), a tecnologia RCD estará disponível a partir do terceiro trimestre de 2024 em smartphones lançados com Android 14 ou que foram atualizados para tal versão;

nos demais produtos, o RCD estará disponível a partir de 2025; segundo a Motorola, o prazo maior ocorre “em decorrência do Google”.

De qualquer forma, os modelos que receberão RCD no próximo ano também terão suporte às chamadas verificadas a partir do terceiro trimestre de 2024. Nesse caso, apenas a chamada será autenticada, sem mostrar o logo da empresa ou o motivo da ligação.

Além da Motorola, outras fabricantes de celular precisam adaptar seus sistemas para permitir o funcionamento das chamadas verificadas. Como o protocolo STIR/SHAKEN também é utilizado por outros países (como os Estados Unidos, por exemplo), a implementação não deve ser tão complexa.

Por conta das adaptações, a Anatel assume que um percentual baixo de smartphones exibirá a verificação das chamadas nesse primeiro momento. A agência ainda não divulgou um cronograma para o lançamento da tecnologia ao público final.

Enquanto a solução ainda fica disponível, usuários cada vez mais recorrem a plataformas de identificação de chamada, como Whoscall, Truecaller ou o sistema integrado em smartphones da Samsung. Com funcionamento colaborativo, os próprios utilizadores reportam números de spam e auxiliam na decisão de atender uma ligação.

Chamadas verificadas devem aumentar segurança de ligações

A adoção do protocolo STIR/SHAKEN é benéfica para os usuários de telefonia móvel. Além de conseguir identificar qual empresa está ligando sem procurar o número manualmente na internet, as chamadas verificadas garantem a autenticidade do telefonema.

Fabricantes precisarão atualizar smartphones para suporte às chamadas verificadas (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Isso pode dificultar a vida dos golpistas, uma vez que a tecnologia deve ser adotada pelos principais callcenters do país. A Anatel acredita que os usuários estariam mais suscetíveis a atender chamadas se souberem o originador em vez de ignorar um número desconhecido.

Para tentar prevenir golpes, empresas também apostam em soluções próprias. É o caso do Nubank, que criou um novo recurso de Chamada Verificada para mostrar no app quando a instituição financeira entra em contato com o cliente. Em 2023, a empresa também lançou a função Alô Protegido, que se propõe a bloquear automaticamente ligações de criminosos que se passam pela central de atendimento.
Motorola se prepara para chamadas verificadas com suporte a partir do Android 11

Motorola se prepara para chamadas verificadas com suporte a partir do Android 11
Fonte: Tecnoblog

TIM quer roaming obrigatório nas estradas; Vivo se diz preocupada

TIM quer roaming obrigatório nas estradas; Vivo se diz preocupada

Anatel toma subsídios sobre regras para roaming (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A Anatel conduziu uma tomada de subsídios para revisar as regras de roaming, com participação de várias operadoras.
A TIM defendeu a obrigatoriedade do roaming em estradas e rodovias, para garantir sinal de telefonia em áreas remotas. Ela argumentou seria uma solução rápida, simples e de custo menor.
A Vivo expressou preocupações com possíveis problemas técnicos e impactos nas vantagens competitivas derivadas de investimentos em cobertura específica de rodovias.
Atualmente, existe obrigatoriedade de roaming em municípios com menos de 30 mil habitantes, mas não em rodovias.

A Anatel encerrou a tomada de subsídios para reavaliar as regras do serviço de roaming, em que usuários de determinada operadora podem utilizar as redes de concorrentes. As operadoras contribuíram com suas sugestões, e a TIM defendeu que as teles fossem obrigadas a abrir o roaming em estradas e rodovias.

A TIM foi uma das operadoras que participou da tomada de subsídios n° 25, e defendeu que a necessidade de instrumentos de política pública que assegurem a abertura das redes 4G para terceiros, e que as operadoras disponibilizem o acesso aos seus clientes via roaming nos trechos sem cobertura própria.

De acordo com a operadora, essas ações são “fundamentais” para garantir a cobertura abrangente em áreas remotas, rodovias e localidades com menos de 30 mil habitantes.

Para a TIM, o roaming tem vantagem na “rapidez na implementação e simplicidade na operação e governança”, além de ter menor custo de implementação em comparação com outras soluções, como o RAN Sharing.

Atualmente, as operadoras são obrigadas a abrir suas redes em roaming nos municípios com menos de 30 mil habitantes. Isso não significa, no entanto, que o serviço celular estará disponível nessas localidades para usuários de todas as teles, visto que a tele sem cobertura não é obrigada a contratar a concorrente e oferecer serviço nessas localidades.

Antena da TIM conectada via satélite cobre trecho de estrada em General Salgado/SP (Imagem: Reprodução/TIM)

Além da TIM, outras entidades também sugeriram o roaming obrigatório. A Transatel, que atua como MVNO e serviços de Internet das Coisas, defende a abertura de redes em rodovias federais em todas as tecnologias atualmente implementadas e futuras, como 2G, 3G, 4G e 5G.

TIM quer garantir roaming com VoLTE e VoNR

Uma das “dificuldades” do 4G e 5G é que as redes são focadas em dados, e não incluem chamadas de voz de forma nativa. Para isso, é necessário que as operadoras implementem tecnologias como VoLTE e VoNR, que funcionam como uma espécie de VoIP (chamadas pela internet).

A TIM defende que a Anatel crie políticas para “garantir conectividade e experiência de uso adequadas ao usuário visitante”. Dessa forma, a operadora propõe que é necessário que o serviço de voz seja prestado através de tecnologia VoLTE nas redes 4G e VoNR nas redes 5G.

A sugestão da TIM é, de fato, sensata: caso um cliente de outra operadora acesse a rede 4G de outra operadora sem a tecnologia VoLTE disponível, ficará impossibilitado de fazer chamadas de voz, tendo apenas internet móvel disponível. Ainda que seja possível fazer ligações em apps como WhatsApp, ter chamadas telefônicas tradicionais é imprescindível para contactar serviços de emergência.

No entanto, é importante salientar que nem todas as teles brasileiras possuem VoLTE ou oferecem o serviço para todos os clientes, especialmente as operadoras virtuais (MVNOs). Das grandes teles, Vivo e TIM têm implementações a nível nacional para toda a base; já a Claro restringe as chamadas por 4G apenas para clientes do pós-pago puro, deixando de lado quem contrata um plano pré-pago ou controle.

Vivo mantém cautela com possível roaming obrigatório

Enquanto a TIM defende a abertura das redes nas estradas, a Vivo considera o tema “complexo”. Na tomada de subsídios, a tele ressalta que “existe uma diferença fundamental entre a oferta de roaming em municípios e localidades e a oferta de roaming em rodovias”.

De acordo com a Vivo, parte significativa dos trechos de rodovias com cobertura são atendidos por antenas que cobrem áreas urbanas dos municípios e localidades localizados às margens da rodovia. Segundo a tele, isso poderia causar problemas técnicos.

Ainda sobre a obrigatoriedade, a Vivo se preocupa com vantagens competitivas em antenas instaladas especificamente para cobrir trechos de rodovia, o que poderia desestimular investimentos futuros.

“Uma eventual obrigação de abertura do roaming neste trecho simplesmente anularia a vantagem competitiva almejada (e que justificou o investimento)”, diz o representante da Vivo.

Com informações: Telesíntese
TIM quer roaming obrigatório nas estradas; Vivo se diz preocupada

TIM quer roaming obrigatório nas estradas; Vivo se diz preocupada
Fonte: Tecnoblog

Sinal de 5G só aparece em 10% do tempo no Brasil

Sinal de 5G só aparece em 10% do tempo no Brasil

A Opensignal divulgou um novo relatório sobre redes móveis no Brasil, dessa vez avaliando as redes de quinta geração. Segundo a pesquisa, a velocidade média do 5G no país foi de 360 Mb/s, mas a disponibilidade de sinal da nova tecnologia ainda é inferior a 10%.

5G (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

5G está disponível em menos de 10% do tempo

O relatório da Opensignal é baseado em testes feitos por usuários de telefonia móvel, com medições realizadas entre novembro de 2023 e janeiro de 2024. Um dos dados mais relevantes do estudo é a taxa de disponibilidade de sinal 5G, que esteve presente em apenas 9,9% do tempo.

O recorte é feito somente entre os usuários de 5G, ou seja, não leva em conta quem nunca teve acesso à tecnologia. Isso significa que os usuários de quinta geração ficaram menos de 10% do tempo conectado às redes mais modernas.

O relatório também mostra a taxa de disponibilidade 5G por região. O Distrito Federal obteve os melhores índices de conectividade, enquanto Santa Catarina registra a menor taxa.

Disponibilidade de 5G por estado brasileiro (Imagem: Reprodução/Opensignal)

Com 9,9% de disponibilidade média no 5G, o Brasil fica atrás de diversos países. Em estudo realizado entre março a maio de 2023, quando o Brasil atingia taxa de 8,3%, ficávamos muito atrás de mercados como Estados Unidos (que já tinham 30%) e Chile (com 19,8%). Os líderes nesse indicador eram Porto Rico e Coreia do Sul.

Claro, TIM e Vivo ainda precisam trabalhar muito para expandir o 5G no Brasil, especialmente considerando que a penetração de sinal na frequência de 3,5 GHz é muito inferior quando comparado com as bandas utilizadas no 4G.

De acordo com a Anatel, o Brasil possui 20.059 antenas licenciadas para tecnologia 5G nas frequências de 2,3 GHz e 3,5 GHz. A operadora com o maior número de estações é a TIM, com 7.680 torres, seguida por Claro (6.740) e Vivo (4.464).

Ao falar de dados oficiais de cobertura, a tecnologia 5G está disponível comercialmente em 351 municípios brasileiros, segundo o Teleco. A TIM lidera o ranking com 229 cidades, seguida por Claro (223) e Vivo (178).

Download e upload melhoram no 5G

A Opensignal também trouxe dados sobre a velocidade do 5G. As medições apresentam taxa de download média de 360 Mb/s, ante 337 Mb/s no ano passado. No upload a variação foi pequena, com média de 31,1 Mb/s— no período anterior, as operadoras atingiram a marca de 29,7 Mb/s.

Teste de velocidade 5G da Opensignal (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

O relatório também informa as capitais com maiores velocidades de download no 5G. Belo Horizonte é a capital mais rápida, com média de 399,4 Mb/s, seguida por Brasília (386,4 Mb/s), São Paulo (384,6 Mb/s) e Fortaleza (381 Mb/s), Salvador (377,8 Mb/s), Rio de Janeiro (364,5 Mb/s) e Manaus (333,6 Mb/s)

4G melhorou após a chegada do 5G

Outra estatística trazida pelo estudo é que a chegada do 5G também melhorou a velocidade do 4G. A média de download registrada nas redes de quarta geração foi de 28,9 Mb/s, ante 24,4 Mb/s no ano anterior.

É um efeito colateral que faz sentido: quanto mais pessoas passam a utilizar o 5G, maior a desocupação do espectro na rede 4G, o que melhora a experiência nesse tipo de conexão.
Sinal de 5G só aparece em 10% do tempo no Brasil

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Fonte: Tecnoblog

Em crise, Oi registra prejuízo de R$ 5,4 bi e vê futuro sem Oi Fibra

Em crise, Oi registra prejuízo de R$ 5,4 bi e vê futuro sem Oi Fibra

Oi reduz prejuízo, mas companhia continua em crise (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Oi divulgou os resultados financeiros do quarto trimestre de 2023, e a operadora encerrou o ano com prejuízo de R$ 5,42 bilhões. Apesar de ser um número expressivo, a operadora conseguiu reduzir as perdas e planeja abdicar da carteira de clientes da Oi Fibra.

Confira abaixo os principais indicadores financeiros da Oi em 2023 e o comparativo com o ano anterior:

Indicador20232022DiferençaReceita líquidaR$ 9,71 bilhõesR$ 12,6 bilhões-22,9%Prejuízo líquidoR$ 5,43 bilhõesR$ 29,26 bilhões-71,8%Capex (investimentos)R$ 869 milhõesR$ 3,85 bilhões-77,5%

Oi Fibra tem alta na receita e clientes

A Oi divide a receita entre dois segmentos:

receita core, que responde pela Oi Fibra e o segmento de serviços corporativos;

receita não-core, que inclui serviços que já não são relevantes para a companha — como telefonia fixa por cobre e TV paga via satélite.

A Oi atribui o recuo na receita líquida aos serviços não-core. Os serviços core já respondem por 72% do faturamento da companhia. Nesse segmento, os números saltaram 5,7% no ano — em especial a banda larga Oi Fibra, que cresceu 10,5%.

Ao isolar somente a banda larga Oi Fibra, a receita líquida foi de R$ 4,42 bilhões no ano. O ARPU (gasto médio mensal por usuário) foi de R$ 91, e se manteve estável em comparação com o ano anterior. Atualmente, o plano mais barato da Oi Fibra custa R$ 79,90 mensais, na velocidade de 200 Mb/s.

A Oi Fibra terminou o ano de 2024 com 4,02 milhões de casas conectadas, aumento de 2,9%. As adições líquidas no ano foram de 119 mil, queda de 77,5% no comparativo anual.

Modem utilizado pela Oi Fibra (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

A operadora afirma ter liderado o crescimento de acessos de banda larga com velocidades acima de 300 Mb/s, com ativação de 1,1 milhão de acessos no ano. Isso representa 40% do total entre as grandes operadoras como Claro, TIM e Vivo.

A Oi Fibra encerrou o ano com presença de mercado em 296 cidades. O serviço utiliza a rede neutra V.tal (da qual a Oi é sócia), e tem cobertura em 22,1 milhões de domicílios (home passed) em todos os estados do Brasil. Vale lembrar que essa mesma infraestrutura também atende concorrentes como Claro, Sky, TIM e diversas companhias regionais ou digitais, que podem vender banda larga sem precisar construir infraestrutura de fibra óptica.

Oi Fibra pode ser vendida para concorrentes

A Oi não esconde que a carteira de clientes da Oi Fibra poderá ser vendida. A aposta para a continuidade da operadora é no segmento Oi Soluções, que atende empresas com link dedicado, serviços de TI, telefonia cloud, segurança, entre outros.

Uma reportagem do Valor Econômico aponta que a operadora planeja fatiar a carteira de clientes da Oi Fibra por regiões. Entre as interessadas estariam a Alares, Desktop, Vero e Sky.

Para sair da crise, a Oi também planeja a migração do regime de concessão público para privado. Com isso, a companhia conseguiria economizar custos de manutenção com redes legadas. Para isso acontecer, um acordo precisa ser firmado com o Tribunal de Contas da União (TCU).
Em crise, Oi registra prejuízo de R$ 5,4 bi e vê futuro sem Oi Fibra

Em crise, Oi registra prejuízo de R$ 5,4 bi e vê futuro sem Oi Fibra
Fonte: Tecnoblog

Projeto de lei quer impedir teles de cobrarem fair share de big techs

Projeto de lei quer impedir teles de cobrarem fair share de big techs

Claro, TIM e Vivo apoiam fair share (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Um novo projeto de lei pretende proibir que provedores de internet e operadoras de telecomunicações cobrem provedores de conteúdo pelo uso das redes, tarifa conhecida como fair share. O texto argumenta que tal obrigação entraria em conflito com os princípios do Marco Civil da Internet.

O PL 469/24 é de autoria do deputado federal David Soares (União-SP). Ele argumenta que o fair share vai contra o princípio de neutralidade da rede, estipulado pelo Marco Civil. Segundo este princípio, os provedores têm que dar o mesmo tratamento a qualquer tipo de tráfego de dados, sem diferenciar por conteúdo, origem, destino ou volume. Cobrar a mais de algumas empresas, portanto, seria ferir este princípio.

Deputado David Soares é o autor da proposta (Imagem: Bruno Spada / Câmara dos Deputados)

O projeto segue para as comissões de Comunicação e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Ele será analisado em caráter conclusivo — caso seja aprovado por estas comissões, segue diretamente para o Senado, sem precisar ser votado na Câmara.

Operadoras querem que big techs paguem mais

O fair share é uma proposta das operadoras de telecomunicações. Elas entendem que grande parte do tráfego da internet vem de um pequeno número de empresas gigantes, como redes sociais e serviços de streaming.

Os provedores veem aí uma distorção. As big techs estariam usufruindo da infraestrutura e ganhando dinheiro com isso, sem dar nenhuma contribuição. O fair share entraria em cena para fazer empresas como Google, Meta e Netflix, para dar alguns exemplos, pagarem mais pela rede, financiando a construção e a manutenção das redes.

YouTube e Netflix poderiam ser tarifados por uso excessivo (Imagem: yousafbhutta / Pixabay)

Na Europa, o assunto não vingou: após consulta pública, só as empresas de telecomunicações ficaram a favor da ideia. No Brasil, o tema vem sendo debatido com mais frequência desde 2023. Algar, Claro, TIM e Vivo assinaram uma carta aberta, publicada no MWC 2024, pedindo políticas públicas que levem as big techs a contribuírem financeiramente.

Críticos da proposta, como a Internet Society (Isoc) e o Instituto Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio), chamam o fair share de “pedágio da internet”. A ideia de que as big techs não contribuem para a rede também é discutível, já que elas fazem investimentos em estruturas como cabos submarinos e redes de distribuição de conteúdo.

A Agência Nacional de Telecomunicações tem algumas hipóteses para a questão, mas medidas concretas só devem vir em 2025, depois de mais discussões com os envolvidos.

Enquanto isso, as operadoras brasileiras tomam outras medidas para tentar frear o uso da rede pelas gigantes. Elas estão deixando de oferecer o chamado zero rating, nome dado à franquia ilimitada para certos aplicativos, geralmente de mensagens ou redes sociais. Claro e TIM estão encerrando ofertas do tipo, e a Vivo não comercializa planos com redes sociais ilimitadas, exceto WhatsApp.

Com informações: Câmara dos Deputados
Projeto de lei quer impedir teles de cobrarem fair share de big techs

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Fonte: Tecnoblog