Category: negócios

Cofundadores da empresa de táxis autônomos Cruise deixam seus cargos

Cofundadores da empresa de táxis autônomos Cruise deixam seus cargos

Carro autônomo da Cruise (imagem: Divulgação/Cruise)

Kyle Vogt e Dan Kan, cofundadores da empresa de táxis autônomos Cruise, deixaram seus cargos na companhia. Vogt atuava como CEO, e Kan, como CPO. A decisão de Vogt veio a público no domingo (19), e Kan saiu de sua posição nesta segunda-feira (20).

A Cruise foi vendida para a GM em 2016. Mary Barra, presidente e CEO da GM, promoveu uma série de mudanças no conselho e nos cargos de chefia da empresa de carros autônomos. O cargo de CEO, porém, continua vago.

Em um e-mail enviado para os funcionários da empresa, Vogt se diz “profundamente entristecido” por não trabalhar junto às equipes daqui em diante, mas animado para “ver o que a Cruise tem guardado para seu próximo capítulo”.

Vogt não foi o único CEO de uma empresa de tecnologia a deixar o cargo neste fim de semana. Sam Altman, cofundador e então CEO da OpenAI, também deixou sua empresa, mas não por decisão própria — o conselho de diretores o demitiu.

Cruise enfrenta investigação após acidente

Vogt não apresentou os motivos que o levaram a decidir pela saída do cargo. Mesmo assim, seu trabalho estava sob escrutínio. Os EUA estão fazendo uma avaliação de segurança na frota de táxis autônomos da Cruise.

Em 2 de outubro, um dos carros da startup se envolveu em um acidente em San Francisco (EUA). Um veículo pilotado por um motorista humano atingiu uma mulher que atravessava uma rua. Com o impacto, ela foi atirada para a pista ao lado. Um Cruise autônomo que passava por ali atropelou a pedestre e parou sobre ela, com a roda traseira prendendo sua perna.

Antes disso, os táxis sem motorista já haviam causado outros problemas, como se atolar em concreto fresco e causar confusão na saída de shows.

Cruise ficou preso no concreto fresco (Imagem: @Name_Is_Nobody/Twitter)

Um desses episódios também está sob investigação: dois carros autônomos da companhia pararam em local indevido e causaram um congestionamento, atrapalhando uma ambulância a caminho de um resgate.

Do atropelamento de 2 de outubro em diante, o estado da Califórnia cassou a licença de operação da empresa, e a própria companhia iniciou uma revisão de segurança de seus carros, após suspender as atividades em todo o território dos EUA. A produção do novo modelo de robotaxi foi interrompida.

A Cruise também tomou várias medidas que desagradaram funcionários, como demissões em massa e a suspensão do programa de vendas de ações. Além disso, muitos reclamavam que a segurança não era uma prioridade da gestão da companhia.

Com informações: TechCrunch, Reuters
Cofundadores da empresa de táxis autônomos Cruise deixam seus cargos

Cofundadores da empresa de táxis autônomos Cruise deixam seus cargos
Fonte: Tecnoblog

Sam Altman é demitido do cargo de CEO da OpenAI, empresa que faz o ChatGPT

Sam Altman é demitido do cargo de CEO da OpenAI, empresa que faz o ChatGPT

Sam Altman, ex-CEO da OpenAI (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Sam Altman não é mais o CEO da OpenAI, empresa de inteligência artificial responsável pelo ChatGPT e pelo Dall-E, entre outros produtos. Segundo a companhia, a decisão foi tomada após um processo de avaliação do conselho de diretores.

Eles consideraram que Altman não era consistentemente franco em suas comunicações com o conselho, o que dificultava sua capacidade de exercer o cargo e levou a uma quebra de confiança.

A decisão foi anunciada na tarde desta sexta-feira (17), no blog da OpenAI. Mira Murati, que atualmente é CTO (diretora-chefe de tecnologia), assumirá como CEO interina. A empresa está procurando alguém para suceder Altman como CEO permanente.

No X (anteriormente conhecido como Twitter), o agora ex-CEO disse ter “amado seu tempo na OpenAI” e que vai revelar em breve quais serão seus próximos passos. “Foi transformador para mim, e espero que tenha sido um pouquinho para o mundo também”, acrescentou.

OpenAI tem mais mudanças

Altman deixa também o conselho de diretores da OpenAI. Além dele, Greg Brockman deixa o cargo de presidente do conselho, seguindo apenas como presidente da empresa e se reportando ao CEO.

Há uma semana, quando ainda estava no cargo de CEO, Altman participou da conferência DevDay, realizada pela OpenAI para apresentar novidades para seus produtos e serviços. Isso torna sua saída surpreendente, de certa forma.

Ao Verge, a Microsoft, que é uma das maiores investidoras da OpenAI, diz que nada muda no relacionamento entre as duas. “Temos uma parceria de longo prazo com a OpenAI, e a Microsoft continua comprometida com Mira e sua equipe para trazer uma nova era de IA para nossos consumidores”, disse um porta-voz da empresa.

De co-fundador a demitido

Sam Altman é um dos co-fundadores da OpenAI, com Ilya Sutskever, atual cientista-chefe, e Elon Musk, que deixou a empresa em 2018, alegando conflitos de interesses com seu trabalho na Tesla. Altman e Musk foram co-presidentes da organização, que, na época, não tinha fins lucrativos.

Altman se tornou a cara conhecida da OpenAI. A empresa ganhou os holofotes desde o fim de 2022 com o lançamento do ChatGPT, que transformou a chamada inteligência artificial generativa em tendência no setor de tecnologia. A Microsoft e o Google lançaram o Microsoft Copilot e o Google Bard após a repercussão, e outras companhias seguiram o mesmo caminho.

O agora ex-CEO da OpenAI tem outros projetos no setor de tecnologia. Um deles é bastante controverso: o Worldcoin, que pretende escanear as íris das pessoas para gerar uma identificação digital e fazer pagamentos com criptomoedas. Altman também é investidor da Humane, startup que desenvolveu o AI Pin, aparelho vestível sem tela que quer substituir o celular.

Com informações: The Verge, CNBC
Sam Altman é demitido do cargo de CEO da OpenAI, empresa que faz o ChatGPT

Sam Altman é demitido do cargo de CEO da OpenAI, empresa que faz o ChatGPT
Fonte: Tecnoblog

Apple recebe três vezes mais dinheiro da busca do Google que outras marcas

Apple recebe três vezes mais dinheiro da busca do Google que outras marcas

Apple (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O Google divide com fabricantes o dinheiro arrecadado com buscas feitas em computadores e celulares. A fatia, porém, não é igual para todo mundo. Enquanto a Apple recebe 36% dessa grana, as outras empresas chegam a, no máximo, 12%. Ou seja, a cada dólar que o Google recebe com este serviço, a fabricante do iPhone leva para casa três vezes mais que suas concorrentes.

Essas informações surgiram durante dois processos separados contra o Google. Um deles é o processo movido pelo Departamento de Justiça dos EUA, sob acusação de monopólio no mercado de buscas online.

Aplicativo do Google para Android (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

O outro é o processo movido pela Epic Games, distribuidora do game Fortnite. A acusação também de monopólio, mas na distribuição de apps, por meio de sua Play Store, que equipa a maioria dos aparelhos com Android.

Nas audiências do processo do Departamento de Justiça, uma testemunha revelou que o Google dá a Apple 36% das receitas obtidas com as buscas no navegador Safari, padrão em iPhones, iPads e Macs. Sundar Pichai, CEO do Google, confirmou a informação posteriormente.

No processo movido pela Epic, documentos mostraram que o Google também oferece a fabricantes de aparelhos Android uma porcentagem das receitas obtidas com as pesquisas. Há vários níveis de parceria, e no mais alto deles, a fatia é de 12%.

Apple Maps foi sinal de alerta

Nós já sabíamos que a Apple recebe do Google uma quantia total muito maior do que outras fabricantes, até por ser uma das principais marcas de celulares e computadores do mundo. A novidade está nas porcentagens.

Elas mostram Google está muito mais interessado nos clientes da Apple do que das outras fabricantes, o bastante para dar o triplo de cada dólar recebido. O Ars Technica sugere que isso tem a ver com a própria capacidade da Apple de oferecer seus próprios serviços.

Apple Maps no iPhone (imagem: reprodução/Apple)

Há alguns anos, a marca da maçã trocou o Google Maps por uma solução própria, o Apple Maps. Executivos do Google contaram, durante as audiências, que o tráfego de dados móveis em seu serviço de mapas teve uma queda de 60% quando o concorrente foi lançado. Essa seria a referência para estimar o impacto de um buscador próprio da Apple.

Google também paga para ser o buscador padrão

Além da divisão da receita, o Google também paga quantias altas às fabricantes para seu serviço de pesquisa vir configurado nos produtos.

Anteriormente, o processo do Departamento de Justiça já tinha descoberto que o Google gastou US$ 26,3 bilhões em 2021 para ser definido como buscador padrão em aparelhos de diversas fabricantes. Desse dinheiro, uma quantia entre US$ 18 bilhões e US$ 20 bilhões vai para a Apple.

Com informações: Ars Technica
Apple recebe três vezes mais dinheiro da busca do Google que outras marcas

Apple recebe três vezes mais dinheiro da busca do Google que outras marcas
Fonte: Tecnoblog

Shopee inaugura seu 9º centro de distribuição no Brasil

Shopee inaugura seu 9º centro de distribuição no Brasil

Caixa de entrega da Shopee (Imagem: Divulgação/Shopee)

A Shopee anunciou, nesta quarta-feira (1º), a inauguração do seu nono centro de distribuição no Brasil. Ele fica na cidade de Guarulhos (SP), na Grande São Paulo. Com o novo espaço, a plataforma chega a quatro centros no estado de São Paulo, enquanto Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Pernambuco contam com um cada.

Os centros de distribuição da plataforma de e-commerce operam em um modelo de cross-docking, que é diferente de um armazém tradicional.

Centro de distribuição da Shopee em Santana do Parnaíba (SP) (Imagem: Divulgação/Shopee)

O cross-docking funciona sem estoque. Parceiros logísticos coletam as mercadorias e as entregam no CD, que fica responsável por reorganizá-las e direcioná-las aos hubs de última milha.

No Brasil, a companhia conta com mais de 100 hubs de primeira e última milha, mais de 1400 pontos de coleta e entrega, cerca de 250 espaços de parceiros logísticos e mais de 15 mil motoristas para coletas.

Segundo a empresa, são mais de 3 milhões de vendedores brasileiros registrados na plataforma

Investimentos da Shopee começaram em 2021

O primeiro centro de distribuição da Shopee no Brasil começou a ser construído em 2021. Ele fica na cidade de Barueri (SP), também na Grande São Paulo

Em julho de 2022, já eram seis CDs da Shopee no país. Além da instalação de Barueri, foram inauguradas outras em São João do Meriti (RJ), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Contagem (MG) e Santana do Parnaíba (SP).

Em maio de 2023, a Shopee inaugurou seus dois primeiros centros de distribuição na região Nordeste, no Recife (PE) e em Salvador (BA). O primeiro conta com 10.000 m², e o segundo, 6.000 m².

Escritório da Shopee no Brasil (Imagem: Divulgação)

Além dos investimentos em logística, o marketplace passou a oferecer o Shopee Oficial, com lojas de marcas famosas, e um programa de afiliados local.

A operação local conta com um escritório de três andares na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista. Google e Meta também estão instalados na região.
Shopee inaugura seu 9º centro de distribuição no Brasil

Shopee inaugura seu 9º centro de distribuição no Brasil
Fonte: Tecnoblog

Ações da Apple caem após China proibir uso de iPhone no governo

Ações da Apple caem após China proibir uso de iPhone no governo

Após a China proibir o uso de iPhones nos órgãos governamentais, as ações da Apple abriram o dia em queda. Os ativos da big tech americana caíram pouco mais de 3,3% de ontem para hoje. Na quarta-feira, quando o governo chinês informou a novidade aos seus funcionários públicos, as ações da Apple estavam em US$ 182 dólares, enquanto hoje operam na casa de US$ 176 dólares.

Funcionários do governo chinês são proibidos de usar iPhone para tarefas de trabalho (Imagem: Victor Pádua/Tecnoblog)

De acordo com o que foi publicado pelo Wall Street Journal, os oficiais do governo chinês estão proibidos de usar iPhones para atividades relacionadas aos seu serviço. Mas mesmo que isso não os impeça de usar um celular da Apple para atividades pessoais, a ação de Pequim impactará na receita da big tech, que teve 18% de seus lucros nos últimos cinco anos oriundos da China.

Apple sofre queda antes de anúncio do iPhone 15

A decisão da China acontece dias antes da Apple anunciar a nova linha iPhone 15, que deve ser apresentada no próximo dia 12. Historicamente, os dias que antecedem o lançamento dos smartphones da marca são de aumento no preço das ações. Em 2023, o cenário mudou.

A medida era para ser apenas uma “vingança” do governo chinês contra as sanções dos Estados Unidos e valorização das fabricantes de celulares de país — inclusive a Huawei lançou recentemente seu smartphone com chip de 7 nm fabricado com tecnologia própria. No entanto, acabou afetando a Apple antes do seu principal anúncio anual.

Estados Unidos proibiu TikTok em smartphones do governo

TikTok é chinês e foi banido em celulares do governo americano (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

No ano passado, o TikTok, app chinês, foi banido de smartphones usados pelo governo americano. Funcionários estatais não conseguem instalar o app em seus dispositivos profissionais. A medida visa impedir uma possível espionagem nos aparelhos do governo.

Com informações: Wall Street Journal e Valor Econômico
Ações da Apple caem após China proibir uso de iPhone no governo

Ações da Apple caem após China proibir uso de iPhone no governo
Fonte: Tecnoblog

As gigantes lutam pelo futuro da IA, e a Nvidia torce pela briga

As gigantes lutam pelo futuro da IA, e a Nvidia torce pela briga

Alphabet, Amazon, Apple e Microsoft são algumas das empresas cujo valor está estimado a partir de US$ 1 trilhão. Em junho, uma nova companhia entrou nesse grupo: a Nvidia. É a primeira vez que uma empresa do ramo de chips alcança este patamar.

Todo mundo quer comprar da Nvidia (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Para quem não está tão inteirado das movimentações da empresa, a informação pode gerar surpresa. Afinal, a Nvidia não é aquela que faz as placas de vídeo para o público gamer?

E a resposta é sim: no setor de chips gráficos dedicados, a Nvidia é dominante. Mas foi-se o tempo que esta era o único negócio da companhia presidida por Jensen Huang. A utilidade das GPUs em diversas áreas impulsionou a Nvidia para novas e lucrativas direções.

Games, cripto e IA

A Nvidia surgiu em 1993. O primeiro chip, NV1, chegou ao mercado dois anos depois, mas o sucesso mesmo veio em 1997, com o lançamento do RIVA 128. Mas talvez seu produto mais conhecido seja a linha GeForce, a primeira das GPUs modernas, introduzida em 1999. No mesmo ano, a empresa fez sua primeira oferta pública de ações.

O foco da Nvidia, nesses primeiros anos, estava nos games. Parcerias com Sega e Microsoft marcaram a trajetória da empresa — embora para a Sega as coisas não tenham saído como o esperado… ouça o Tecnocast 296 para entender essa história.

Mas a capacidade das GPUs vai muito além da renderização de gráficos, o que abriu uma nova gama de oportunidades. Aqui, vale uma explicação técnica.

Diferente da CPU, que processa tarefas de forma sequencial, a GPU tem como característica o processamento paralelo. Na prática, isso significa que ela consegue realizar várias instruções ao mesmo tempo. Isso é possível graças ao grande número de núcleos presente nas GPUs modernas. Quanto mais núcleos, melhor o desempenho.

Placa de vídeo Asus com GPU Nvidia GeForce RTX 4070 Ti (imagem: divulgação/Asus)

GPUs com muitos núcleos, portanto, são excelentes para aplicações que necessitam de alto volume de processamento. Um exemplo é a mineração de criptomoedas. Nos períodos de maior atividade dos mineradores, era até difícil encontrar chips no mercado, o que gerou disparos no preço.

Outro contexto muito importante do uso das GPUs é no machine learning, dentro do processo de treinamento de inteligências artificiais.

Vale destacar: a Nvidia não desenvolveu suas GPUs com estas aplicações em mente; elas foram descobertas ao longo do caminho. Chips poderosos eram necessários, e a Nvidia detinha a melhor tecnologia da área. Foi como somar dois e dois.

A empresa soube aproveitar esses novos desdobramentos. Hoje, colhe os frutos.

A Nvidia vende para quem quiser comprar

Segundo Jensen Huang, estamos atravessando o “momento iPhone da IA”. O ChatGPT teria provocado o mesmo agito no mercado que o smartphone da Apple provocou quando apareceu, em 2007. Para milhões de pessoas, foi o primeiro contato com uma inteligência artificial capaz de coisas extraordinárias.

Poucas empresas estão em melhor posição para aproveitar este momento do que a Nvidia. Suas GPUs são usadas para treinamento de inteligências artificiais há anos. Na parceria entre Microsoft e OpenAI para criação de produtos de IA, há “milhares” de GPUs já otimizadas para este fim.

Assim como no auge da mineração de criptomoedas, conseguir chips gráficos de alta performance no momento pode ser tarefa difícil. Elon Musk, por exemplo, comentou está mais fácil encontrar drogas do que GPUs atualmente. Há alguns meses, descobriu-se que o dono do Twitter também investia em IA. Como? Bem, ele comprou milhares de chips da Nvidia.

Intel e AMD não estão paradas, é claro, e tentam emplacar seus chips voltados para inteligência artificial. Porém, a dianteira da Nvidia é muito consolidada. Trata-se de um domínio construído ao longo de anos, e é improvável que as competidoras consigam atacá-lo num futuro próximo.

Jensen Huang, CEO da Nvidia

Assim, não é uma surpresa que o mercado esteja tão animado com a Nvidia. As ações da empresa subiram 181% no acumulado do ano; só no atual trimestre fiscal, a expectativa é de US$ 11 bilhões em vendas, um recorde para a empresa.

Além disso, há o posicionamento peculiar da companhia. Google e Microsoft, por exemplo, são concorrentes em áreas como busca e IA generativa. O objetivo de ambas é criar produtos melhores, obter vantagens competitivas e conquistar mais usuários. O escopo da Nvidia é outro: ela é quem fornece o poder computacional para quem estiver interessado. Seja o Google, a Microsoft, Elon Musk ou quem quer que seja.

Portanto, é seguro dizer que a Nvidia não tem favoritos na batalha da inteligência artificial. Ela torce mesmo é pela briga.
As gigantes lutam pelo futuro da IA, e a Nvidia torce pela briga

As gigantes lutam pelo futuro da IA, e a Nvidia torce pela briga
Fonte: Tecnoblog

Microsoft pensou em comprar Sega para expandir Xbox Game Pass

Microsoft pensou em comprar Sega para expandir Xbox Game Pass

As audiências entre a Microsoft e a Comissão Federal do Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) sobre a compra da Activision Blizzard estão revelando informações dos bastidores do mercado de games. A mais nova é que a fabricante do Xbox considerou comprar a Sega e outros estúdios para incrementar a oferta de games no Xbox Game Pass.

Sega (Imagem: Jezael Melgoza/Unsplash)

O plano aparece em um e-mail enviado por Phil Spencer, chefe da divisão de Xbox, a Satya Nadella e Amy Hood, CEO e CFO da Microsoft, respectivamente.

Na mensagem, escrita em novembro de 2020, Spencer pede uma aprovação para a estratégia de abordar a Sega Sammy e fazer uma oferta pelo estúdio de games Sega.

“Acreditamos que a Sega construiu um portfólio equilibrado de jogos em vários segmentos, com apelo geográfico global, e isso vai nos ajudar a acelerar o Xbox Game Pass, tanto nos consoles quanto fora deles”, argumenta o chefe da divisão de Xbox.

Spencer considerava que as “amadas propriedades intelectuais” da Sega ajudariam a expandir o Xbox Game Pass e alcançar novos públicos, principalmente na Ásia. O estúdio também traria oportunidades de monetização no futuro, com transações nos games.

Bungie e Zynga também chamaram a atenção da Microsoft

Documentos de abril de 2021 mostram que a Microsoft também ficou de olho em Bungie (Destiny), Zynga (Farmville), IO Interactive (Hitman) e Niantic (Pokémon GO), entre outros.

A Sega já não constava mais nessa relação. Não está claro qual foi o motivo que fez a Microsoft desistir.

A Bungie é um caso curioso. Ela era apontada como detentora de propriedades intelectuais valorosas, além de Destiny e sua comunidade. A Microsoft ainda observava que Destiny era um dos títulos com mais horas jogadas no Game Pass.

A Bungie foi da Microsoft entre 2000 e 2007, período em que Halo fez sucesso como exclusivo do Xbox. Em 2022, após 15 anos independente, ela foi comprada pela Sony, grande rival da empresa de Redmond.

De todas as mencionadas, a Zynga foi a que chegou mais perto de ser comprada pela Microsoft. As empresas chegaram a negociar, mas a empresa do Xbox preferiu investir na Activision Blizzard. Já a Zynga foi comprada pela Take-Two, desenvolvedora da série GTA.

Não se sabe se a Microsoft chegou a negociar com outras empresas com foco em dispositivos móveis. Mesmo assim, nas audiências até aqui, Phil Spencer garante que a Microsoft dá o mercado de consoles por perdido e quer crescer nos games para smartphones.

Com informações: The Verge
Microsoft pensou em comprar Sega para expandir Xbox Game Pass

Microsoft pensou em comprar Sega para expandir Xbox Game Pass
Fonte: Tecnoblog

Para ficar com Activision, Microsoft admite que Xbox perdeu guerra dos consoles

Para ficar com Activision, Microsoft admite que Xbox perdeu guerra dos consoles

A compra da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões está travada na Justiça. Nesta quinta-feira (22), a empresa começou sua batalha nos tribunais para provar que a aquisição não representa um risco para o mercado de games. E para isso, ela admite: o Xbox perdeu a guerra dos consoles.

Xbox Series X + Series S (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Em um documento enviado à corte, a Microsoft revela que, desde que foi lançado, em 2001, “o console Xbox ficou consistentemente com a terceira posição entre as três concorrentes, atrás de PlayStation e Nintendo nas vendas”.

A empresa também revela alguns números sobre o mercado: o Xbox tem 16% das vendas de consoles e 21% da base instalada, como é chamado o número de usuários atuais.

As fatias do PlayStation e da Nintendo foram censuradas, mas documentos anteriores falam em 34% e 50% das vendas, respectivamente.

A Microsoft admite isso para argumentar que a compra da Activision Blizzard é parte de uma aposta em uma estratégia diferente: ganhar dinheiro vendendo jogos e não consoles.

O hardware, inclusive, seria vendido abaixo do preço de custos. Isso seria uma forma de subsidiar os jogadores para que eles gerem receita comprando jogos e acessórios.

Não é a primeira vez que a Microsoft apela para esse argumento. Em dezembro de 2022, a empresa disse ainda que só 10% dos títulos exclusivos estão no Xbox, contra 40% do PlayStation e 50% da Nintendo.

Sony não acredita que vá perder jogos da Activision

Na Justiça dos EUA, a Comissão Federal do Comércio (FTC) entrou com uma ação contra a compra da Activision. O órgão teme que a aquisição possa transformar jogos como Call of Duty em exclusivos do Xbox.

A Microsoft nega — e, aparentemente, nem a concorrência acha que é o caso.

Em um e-mail revelado também nesta quinta-feira (22), Jim Ryan, chefe de PlayStation na Sony, diz que a compra “não é mesmo uma jogada para ter exclusividade”.

“Eles estão pensando em alguma coisa maior que isso, e eles têm dinheiro para coisas desse tipo”, escreve Ryan na mensagem.

Call of Duty: Modern Warfare II (Imagem: Divulgação / Activision)

Ele também diz que passou tempo suficiente conversando com Phil Spencer, chefe de Xbox na Microsoft, e Bobby Kotick, CEO da Activision Blizzard, e que acredita que Call of Duty vai continuar no PlayStation por “bons anos”.

“Eu preferiria que isso não acontecesse, mas estaremos OK, melhor que OK”, completa o executivo da Sony.

Microsoft corre contra o tempo

A empresa tem pressa em se defender. A FTC entrou com um pedido de liminar para pausar a compra da Activision, e a Microsoft tenta evitar que isso ocorre. Caso não consiga, o negócio ficaria impedido até 2 de agosto, quando seria realizada uma audiência.

Essa data é um problema para a Microsoft. Nos termos da aquisição da Activision, as empresas estipularam a data de 18 de julho de 2023 como limite para fechar o negócio.

Caso isso não seja possível, ambas podem rediscutir o acordo, mas a Microsoft já adiantou: vai desistir da compra.

E não é só nos EUA o problema. No Reino Unido, a Autoridade de Competição e Mercado (CMA, na sigla em inglês) vetou a aquisição. Para o órgão, o problema está no mercado de cloud gaming: a Microsoft largaria muito na frente de outras concorrentes.

Com informações: IGN, The New York Times, The Verge
Para ficar com Activision, Microsoft admite que Xbox perdeu guerra dos consoles

Para ficar com Activision, Microsoft admite que Xbox perdeu guerra dos consoles
Fonte: Tecnoblog

Meta recebe multa de R$ 6,5 bilhões por compartilhar dados de usuários europeus

Meta recebe multa de R$ 6,5 bilhões por compartilhar dados de usuários europeus

A União Europeia anunciou uma multa recorde para a Meta, dona do Instagram e de outras redes sociais, no valor de € 1,2 bilhão (algo em torno de R$ 6,5 bilhões em uma conversão direta). O motivo é que a empresa teria compartilhado dados de usuários europeus com os Estados Unidos através do Facebook. Essa é a maior punição financeira imposta sob a lei de privacidade da Europa.

Mark Zuckerberg (imagem: Reprodução/Facebook)

A Autoridade Irlandesa de Proteção de Dados (IE DPA) foi a entidade que definiu a multa da empresa de Mark Zuckerberg. Ela surgiu após uma longa investigação, na qual oficiais da Europa estabeleceram que o Facebook estava cometendo violações nas regras de privacidade digital do continente.

Como resultado, além de ter que pagar a multa de € 1,2 bilhão, a Meta deverá suspender em até cinco meses a prática de transferir dados de usuários europeus para os Estados Unidos. Ademais, a companhia tem 6 meses para interromper “o processamento ilegal, incluindo armazenamento, nos EUA”.

Vale destacar que o processo envolve apenas o Facebook, ou seja, Instagram e WhatsApp não fazem parte da questão.

Segundo a Autoridade Irlandesa de Proteção de Dados, a empresa estadunidense “não abordou os riscos para os direitos e liberdades fundamentais das pessoas europeias e violou o Regulamento Geral de Proteção de Dados”.

Nick Clegg, Presidente de assuntos globais do Facebook, e Jennifer Newstead, Chefe do escritório legal da Meta, afirmaram que não concordam com a sentença em uma postagem no Blog da marca:

Esta decisão é falha, injustificada e estabelece um precedente perigoso para inúmeras outras empresas que transferem dados entre a UE e os EUA. Apelaremos da sentença, incluindo a multa injustificada e desnecessária, e buscaremos a suspensão das ordens nos tribunais.

(Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Empresas já foram multadas por uso indevido de dados

A Meta não é novata em receber punições de entidades pelo mundo. Em setembro de 2021, por exemplo, o WhatsApp foi multado em € 225 milhões pela falta de transparência no uso de dados. No caso, a IE DPA definiu que o app de mensagens havia violado o conjunto de regras de privacidade da União Europeia.

Em julho do mesmo ano, a Amazon recebeu uma pena ainda maior, no valor de € 746 milhões, que a Comissão Nacional de Luxemburgo para a Proteção de Dados impôs à empresa. A penalidade envolveu uma situação similar ao do Facebook, na qual a gigante discordou fortemente da decisão.

No Brasil, há uma lei chamada LGPD, que define o que são dados sensíveis no país. Sendo assim, nenhuma companhia pode fazer uso desse tipo de informação sem o consentimento legal da pessoa. Compartilhar esses dados com outro país, por exemplo, poderia resultar em multas e outras penalidades.

Com informações: MacRumors.
Meta recebe multa de R$ 6,5 bilhões por compartilhar dados de usuários europeus

Meta recebe multa de R$ 6,5 bilhões por compartilhar dados de usuários europeus
Fonte: Tecnoblog

Entrega gratuita, cupons de desconto e uma conta difícil de fechar

Entrega gratuita, cupons de desconto e uma conta difícil de fechar

Na hora de pedir comida por aplicativo, pouca coisa é mais satisfatória do que ver a palavra “grátis” escrita no campo deveria estar o preço da entrega. Ou receber um novo cupom que tirará dez, vinte reais do valor total do seu pedido. Uma pessoa que paga menos é uma pessoa feliz.

Você toparia pagar um pouco a mais no delivery? (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Esses benefícios fazem muita diferença quando se trata de decidir qual aplicativo usar. De acordo com a pesquisa Mercado de Delivery no Brasil, da Opinion Box, 79% dos consumidores já desistiram de uma compra por causa da taxa de entrega. A gratuidade é apontada por 57% como fator determinante na escolha de um aplicativo; cupons de desconto vem logo atrás, destacados por 51%.

Preço importa. Não tem como contornar isso. Plataformas maiores, portanto, terão mais vantagem para atrair e reter usuários. Afinal, o tamanho e o investimento recebido permitem a oferta mais frequente dos benefícios já mencionados. Quem se aventura no mercado de delivery sem ter essa estrutura fatalmente encontrará mais dificuldade para crescer.

Mas nem todo mundo que busca espaço está atrás desse tipo de crescimento. Existe a opção de jogar um jogo diferente, abraçando o status de alternativa.

“Como uma empresa que faz 60 milhões de pedidos por mês tem prejuízo?”

No Tecnocast 288, conversamos com Pedro Saulo, um dos fundadores do AppJusto. O serviço, que até o momento opera apenas na cidade de São Paulo, começou a funcionar em 2021, e tem uma lógica bem diferente de outros players do setor. Em especial do iFood, que detém 80% do mercado.

Para começar, o AppJusto cobra menos dos restaurantes. No iFood, o valor cobrado por pedido varia entre 16% e 25%, mas pode chegar a 30%, segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Para lidar com a perda dessa fatia, os estabelecimentos a repassam, ao menos em parte, para a outra ponta da cadeia: o consumidor. Resultado: pratos mais caros.

No AppJusto, a taxa é de 5%, mais 2,42% da operadora financeira. Pagando menos para a plataforma, a ideia é que o restaurante pratique valores menores no aplicativo.

O segundo diferencial tem a ver com os entregadores. No AppJusto, eles recebem um valor mínimo de R$ 10 por corrida em percursos de até 5km; após isso, soma-se R$ 2 por quilômetro rodado. Para comparação, a rota mínima no iFood rende R$ 6 ao entregador.

Outro aspecto importante: nada de entrega grátis. Na perspectiva de Saulo, entrega nenhuma é de fato gratuita, já que o dinheiro precisa sair de algum lugar. Segundo ele, os restaurantes são frequentemente incentivados — “Para falar uma palavra bonita”, acrescenta — a oferecer esse benefício, assim como os famosos cupons de desconto.

Cupons de desconto (Imagem: Divulgação/iFood)

Pode parecer arriscado se lançar no mercado de delivery sem a principal isca de atração de usuários. Saulo, no entanto, chama a atenção para a sustentabilidade desse modelo, que não está restrito ao iFood.

A gente vê essas plataformas de entrega ultrarrápida entrando, todas elas seguem o mesmo modelo, que é de dar cupom de entrega grátis, mais R$ 40 de desconto no pedido… Enquanto tá com esses subsídios, as pessoas vão comprando, eu acho que faz todo sentido. Só que isso não é sustentável. Não tem como você manter isso pra sempre.

Nesse ponto, é inevitável trazer o iFood de volta para a conversa.

Até um tempo atrás, eu vi que eles (iFood) ainda tinham prejuízo. Como uma empresa que faz 60 milhões de pedidos por mês tem prejuízo? É muito porque tem essa tendência do mercado de “winner takes all”: vou dominar o mercado inteiro, depois eu vejo como ganhar dinheiro.

A pergunta sobre prejuízo é válida. No ano fiscal de 2022, encerrado em março do ano passado, o iFood teve prejuízo de R$ 200 milhões. Melhorou nos semestres seguintes: o prejuízo caiu para R$ 59 milhões.

A solução é ser pequeno?

A essência da estratégia do AppJusto é não tentar ser, de fato, um concorrente de iFood e afins. Como uma “startup enxuta”, na descrição de Saulo, seria possível operar saudavelmente sem depender de entrega grátis e cupons. Na prática, isso significa um público menor, talvez mais sintonizado com a “causa” da plataforma.

É o que Saulo chama de “consumidor consciente”. Trata-se de alguém que percebe valor em comprar numa opção alternativa à dominante, e toma a decisão consciente de pagar um pouco mais para que os participantes da cadeia sejam melhor remunerados.

Isso porque, pagando mais ao entregador, o valor dos pedidos tende a subir. Os restaurantes têm incentivos para cobrar menos — afinal, a fatia cobrada pelo aplicativo é menor —, mas não são obrigados a fazê-lo, nem necessariamente descontam tudo que pagariam no iFood do valor do prato.

Assim, uma solução como o AppJusto tende a atingir um público mais restrito. Entra em cena novamente a ideia de ser enxuto: a operação precisaria de algo em torno de 30 a 40 mil pedidos por mês para se manter sustentável. Bem menos que os milhões do iFood.

Entregador de delivery (Imagem: Paolo Feser / Unsplash)

Por essa ótica, a alternativa ao modelo dos grandes aplicativos é ser, de fato, alternativo. E, mesmo assim, ainda há desafios para fazer a conta fechar (recomendamos ouvir o Tecnocast 288 para entendê-los em detalhes). Mas talvez esse seja o caminho para um mercado de delivery um pouco mais diverso: um número maior de players menores.

Porque os maiores, ou um pouco maiores, não estão tendo vida fácil. O Uber Eats optou por encerrar sua operação de delivery em 2022, citando práticas anticoncorrenciais do iFood como um dos motivos; em março desse ano, foi a vez do 99 Food anunciar sua retirada. O cenário é de mais e mais concentração, portanto.

Resta acompanhar para saber se, mantendo um escopo menor, soluções como o AppJusto vão conseguir se sustentar no longo prazo sem apelar para o impulso mais básico do consumidor: pagar menos.
Entrega gratuita, cupons de desconto e uma conta difícil de fechar

Entrega gratuita, cupons de desconto e uma conta difícil de fechar
Fonte: Tecnoblog