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99 tem derrota judicial, mas mantém 99Moto em São Paulo

99 tem derrota judicial, mas mantém 99Moto em São Paulo

99Moto em São Paulo (imagem: Emerson Alecrim/Camila Satie/Tecnoblog)

A Justiça considerou válida a postura da Prefeitura de São Paulo de proibir a atuação do serviço 99Moto na capital paulista. A modalidade de transporte de pessoas via motos da 99 começou a funcionar na cidade em 14 de janeiro de 2025, apesar de existir um decreto municipal que proíbe esse tipo de atividade.

Para manter o serviço na cidade, a 99 entrou com um pedido de liminar na Justiça de São Paulo. A empresa afirma que a atividade da 99Moto é baseada em uma legislação federal que permite que prefeituras fiscalizem e regulamentem esse tipo de atividade, mas não a proíbam.

Porém, a Justiça de São Paulo considerou o Decreto 62.144 válido. Assinado pelo prefeito Ricardo Nunes em janeiro de 2023, o decreto “suspende, temporariamente, a utilização de motocicletas para transporte individual remunerado de passageiros por aplicativos no Município de São Paulo”.

Na decisão, o juiz Josué Vilela Pimentel, da 8ª Vara da Fazenda Pública, cita um grupo de trabalho criado pela prefeitura em 2023 que concluiu que o transporte de passageiros via motos em São Paulo é uma atividade arriscada:

A conclusão do referido Grupo de Trabalho (…) não recomenda a implantação do transporte por motocicletas em viagens acionadas através de aplicativos na urbe. Finca seus argumentos nas particularidades do trânsito desta capital. Trânsito este que, inegavelmente, não pode ser comparado ao de qualquer outro município do país.

Após o caso em questão, a Prefeitura de São Paulo reforçou que o impedimento de serviços como o da 99Moto é uma medida de segurança. Em nota enviada ao Tecnoblog, a prefeitura citou que, somente entre janeiro e julho de 2024, a cidade registrou 329 mortes de motociclistas no trânsito.

Ricardo Nunes também se manifestou sobre o assunto. Em dado momento de sua declaração, ele chega a dizer: “não vamos permitir que essa empresa venha para cá e faça uma carnificina”.

Prefeitura de São Paulo começa a apreender motos

Após a Justiça negar a liminar à 99, a Prefeitura de São Paulo iniciou uma operação para apreender motos que prestam serviços de transporte de passageiros na cidade.

A Agência Brasil relata que a primeira apreensão aconteceu por volta das 16:00 de quarta-feira (14/01), em uma avenida da Zona Leste de São Paulo. Tratava-se de uma viagem com custo de R$ 11 que levaria entre 10 e 15 minutos para ser concluída, mas que, via transporte público, exigiria cerca de 50 minutos.

99Moto teve mais de 10.000 viagens em São Paulo

A 99 afirma que implementa cerca de 50 medidas na 99Moto, inclusive de âmbito tecnológico, que tornam a modalidade segura. Ao Tecnoblog, a companhia informou que, no primeiro dia de atuação na capital paulista, mais de 10.000 viagens foram feitas via 99Moto, sem registro de acidentes.

O primeiro dia de operação comprova o quanto a população paulistana precisa de serviços como a 99Moto. Mais de 40 milhões de brasileiros já aproveitam de sua eficiência em todo o país, e mais de 10 mil paulistanos também o fizeram no primeiro dia de funcionamento.

Fabrício Ribeiro, diretor de operações da 99

Opção de moto no app da 99 tem preços mais atraentes (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

99 promete recorrer e manter 99Moto em São Paulo

Em outra nota enviada ao Tecnoblog, a 99 declarou que a decisão judicial que nega a liminar não analisou o mérito da legalidade do serviço e que, por isso, irá recorrer dela. Enquanto isso, a modalidade 99Moto continuará sendo oferecida na Cidade de São Paulo:

A decisão do juiz da 8ª Vara da Fazenda Pública negou a liminar por entender que não existe, hoje, ameaça concreta da Prefeitura contra o serviço da 99Moto.

O magistrado não analisou o mérito sobre a legalidade do serviço, que é plenamente amparado pela legislação federal. Por isso, a modalidade continuará operando normalmente na cidade. A empresa recorrerá ao Tribunal de Justiça de São Paulo para garantir os direitos da empresa e de seus motoristas e usuários.

De fato, a 99Moto continuava disponível na capital paulista na manhã desta quinta-feira (16/01), quando esta nota foi publicada.

Vale lembrar que a 99Moto começou a operar em São Paulo atendendo a regiões que não fazem parte do centro expandido. Contudo, a 99 tem planos de cobrir toda a capital com a modalidade.
99 tem derrota judicial, mas mantém 99Moto em São Paulo

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Fonte: Tecnoblog

EUA querem que Google venda o Chrome para resolver monopólio, diz site

EUA querem que Google venda o Chrome para resolver monopólio, diz site

Google Chrome tem 61% do mercado americano (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Autoridades antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) e procuradores estaduais vão pedir ao tribunal que o Google seja obrigado a vender o navegador Chrome. As informações são da Bloomberg, que ouviu pessoas familiarizadas com os planos.

Os procuradores americanos consideram que o Google usa o Chrome para promover outros produtos da empresa, como a Busca. Isso, de acordo com eles, limitaria os canais e incentivos para que as concorrentes possam crescer. De acordo com dados compilados pelo StatCounter, o Chrome tem uma fatia de 61% do mercado nos EUA.

Google ainda poderá apelar e sugerir seus próprios remédios (Imagem: The Pancake of Heaven / Wikimedia Commons)

Em agosto, o juiz Amit Mehta considerou que o domínio do Google sobre o mercado de buscadores constitui um monopólio, mas não definiu quais seriam os remédios, nome dado às medidas tomadas para resolver violações de concorrência. O processo só deve chegar ao fim em agosto de 2025, após audiências para decidir o que o Google precisará fazer para corrigir o comportamento ilegal.

Android não precisará ser vendido

Segundo a Bloomberg, o DOJ também quer que o Google separe o Android de outros dois produtos: a Busca e o Google Play. Por outro lado, a empresa não vai precisar vender seu sistema operacional.

Outra medida seria dar mais dados aos anunciantes e permitir que eles tenham mais controle sobre onde as propagandas serão exibidas. Sites também podem ganhar mais controle sobre como as ferramentas de inteligência artificial acessam seu conteúdo. Além disso, o Google seria obrigado a vender dados de pesquisa — o que, teoricamente, pode ajudar concorrentes.

O que diz o Google

À Bloomberg, Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, disse que o Departamento de Justiça segue uma “agenda radical” e vai “muito além das questões legais do caso”. A executiva alerta que as medidas podem prejudicar consumidores, desenvolvedores e líderes do mercado de tecnologia dos Estados Unidos.

Com informações: Bloomberg, Reuters
EUA querem que Google venda o Chrome para resolver monopólio, diz site

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Fonte: Tecnoblog

Anatel processa TIM por má-fé e obtém vitória no DF

Anatel processa TIM por má-fé e obtém vitória no DF

TIM queria cobrar franquia mensal de dispositivos IOT (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A TIM foi condenada por litigância de má-fé ao abrir múltiplos processos sobre a cobrança de franquia mensal para dispositivos IoT.
A operadora pagará uma multa de 10 salários mínimos, equivalente a pouco mais de R$ 14 mil, após decisão judicial favorável à Anatel.
A Anatel, representada pela AGU, bloqueou a tentativa da TIM de impor a cobrança, e a decisão reforça que práticas semelhantes não serão toleradas.

A Agência Nacional de Telecomunicações venceu a TIM num processo judicial que envolve má-fé da operadora. A agência reguladora questionava a conduta da TIM em abrir diversas ações na Justiça para tratar de um mesmo assunto, o que se caracteriza como litigância de má-fé.

A TIM foi condenada a pagar dez salários mínimos para a Anatel, o equivalente a pouco mais de R$ 14 mil. “O simbolismo da decisão indica que esse comportamento não passará despercebido e não será tolerado pelo Judiciário”, declarou a agência em nota à imprensa.

A TIM queria cobrar franquia mensal das MVNOs que oferecessem serviços para dispositivos de M2M e IoT. Após a Anatel barrar este formato de negócio, a operadora começou os variados processos, que se tornaram alvo da recente decisão judicial.

A Anatel foi representada pela Advocacia Geral da União, órgão apropriado para casos assim.

O Tecnoblog tenta contato com a TIM para saber se a empresa pretende recorrer da decisão. O processo número 1100814-17.2023.4.01.3400 está atualmente na 6ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal.

Anatel processa TIM por má-fé e obtém vitória no DF

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Fonte: Tecnoblog

Amazon perde na Justiça o direito de vender celulares piratas

Amazon perde na Justiça o direito de vender celulares piratas

Lojistas usam Amazon para oferecer celulares contrabandeados, segundo CNCP (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A Anatel conseguiu impedir a Amazon de vender celulares irregulares, após decisão judicial de instância superior.
A agência argumenta que celulares sem homologação representam riscos à saúde, economia e segurança pública.
A Amazon defendia que a Anatel não tem autoridade para regular o comércio digital.
A medida faz parte de uma série de ações da Anatel contra a venda de smartphones ilegais desde junho de 2023.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) conseguiu impedir a Amazon de vender celulares irregulares. O desembargador federal Carlos Muta, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, julgou improcedente uma liminar que beneficiava a gigante das compras online. A decisão saiu nesta segunda-feira (dia 30/09).

A Amazon questionava na Justiça a possibilidade de a Anatel tomar medidas contra a venda de smartphones e outros equipamentos eletrônicos que entram no país de forma ilegal e sem recolher os impostos. Ela havia obtido uma vitória parcial, mas a decisão foi revista em instância superior.

Diversos riscos

No despacho, o desembargador estabelece que:

A Anatel justificou suas ações ao alegar que os aparelhos não certificados expõem a sociedade a diversos riscos, de cunho social, econômico, sanitário e de segurança pública, entre outros

A agência argumentou ainda que a decisão liminar anterior (favorável à Amazon) caracterizou grave lesão à ordem econômica por interferir diretamente na política industrial e na economia nacional

Celulares sem homologação da Anatel não foram testados quanto à emissão das ondas eletromagnéticas, podendo apresentar índices não recomendados pela Organização Mundial da Saúde e causando prejuízo à saúde do consumidor

O revés de hoje coloca a Amazon novamente na lista de plataformas online de compra/venda que poderão ser penalizadas por causa do trânsito de produtos irregulares. A empresa defendia que as medidas cautelares da Anatel são ilegais porque recaem sobre pessoas jurídicas não reguladas por ela. Em outras palavras, a agência de telecomunicações não teria autoridade para atuar no comércio digital.

Vaivém do caso

A Anatel divulgou em 20 de junho uma série de medidas contra os aparelhos ofertados na internet por até metade do preço oficial. O presidente Carlos Baigorri informou que as páginas poderiam ser bloqueadas em território nacional caso insistissem na prática, uma medida classifica como “extrema” por ele.

Na ocasião, a Amazon se disse “surpresa” com o plano da Anatel.

A Amazon e o Mercado Livre iniciaram ações judiciais contra as medidas de combate aos telefones piratas. O pleito do Mercado Livre foi julgado improcedente no Distrito Federal, e agora foi formalizada a perda da Amazon.
Amazon perde na Justiça o direito de vender celulares piratas

Amazon perde na Justiça o direito de vender celulares piratas
Fonte: Tecnoblog

X/Twitter fora do ar: Justiça ordena que operadoras, Apple e Google bloqueiem acesso

X/Twitter fora do ar: Justiça ordena que operadoras, Apple e Google bloqueiem acesso

Alexandre de Moraes e Elon Musk estão em rota de colisão há meses (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

O ministro Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio do X (antigo Twitter) no Brasil por descumprimento de decisões judiciais.
A plataforma de Elon Musk não apresentou representantes legais no Brasil dentro do prazo estabelecido.
Empresas de telecomunicações devem cortar o acesso ao X, processo que pode demorar algumas horas.
Usuários no Brasil não conseguirão acessar o X normalmente, embora existam formas de contornar o bloqueio.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou o bloqueio do X (antigo Twitter) no Brasil por descumprimento de decisões judiciais na tarde de hoje, dia 30/08. A plataforma do empresário Elon Musk não indicou os representantes legais no mercado brasileiro no prazo inicial de 10 dias, prorrogado em mais 24 horas, que se encerraram às 20h07 de ontem.

A partir de agora começa uma corrida contra o tempo nas empresas de telecomunicações. Operadoras de telefonia móvel e de internet fixa terão de cortar o acesso aos servidores e endereços do X na internet. O procedimento pode levar algumas horas, já que há muitas pessoas envolvidas, inclusive servidores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Cada companhia do setor precisa cadastrar o bloqueio nos equipamentos e aguardar que a informação propague para os clientes.

Decisão de Alexandre de Moraes (imagem: divulgação/STF)

Os usuários não conseguirão mais abrir o site ou aplicativo do X em condições normais de conexão. Ainda assim, existem mecanismos para contornar o bloqueio e acessar conteúdo que está disponível no exterior, mas não em território nacional.

O ofício originalmente determinava que a Apple e o Google retirassem o aplicativo do X e as ferramentas de VPN da App Store e da Google Play Store. No entanto, Moraes emitiu uma nova peça judicial suspendendo este trecho específico. Ou seja, as lojas de apps não serão impactadas, ao menos neste momento.

Multa por uso de VPN

O ministro Alexandre de Moraes também proíbe que os adeptos da rede social recorram a ferramentas de VPN. O magistrado fixou multa de R$ 50 mil por dia para pessoas e empresas que adotarem estes “subterfúgios tecnológicos”.

A decisão cita:

Elon Musk

Twitter Internacional Unlimited Company (CNPJ 15.493.642/0001-47)

T. I. Brazil Holdings LLC (CNPJ 15.437.850/0001-29)

X Brasil Internet LTDA (CNPJ no 16.954.565/0001-48)

Starlink Brazil Holding LTDA (CNPJ 39.523.686/0001-30)

Starlink Brazil Serviços de Internet LTDA (CNPJ 40.154.884/0001-53)

Prazo acaba e X se recusa a cumprir decisões

Perfil de relações governamentais do X se pronuncia às 20h14 (imagem: reprodução/Tecnoblog)

O prazo estabelecido por Alexandre de Moraes se encerrou às 20h07. Já às 20h14, o perfil de relações governamentais do X publicou um longo post no qual classifica as decisões judiciais como “ilegais” e diz que foi ordenada a suspensão de contas de um senador e de uma jovem de 16 anos. Prometeu ainda divulgar documentos que comprovam as supostas exigências do ministro.

“Ao contrário de outras plataformas […], não cumpriremos ordens ilegais em segredo.”
X/Twitter fora do ar: Justiça ordena que operadoras, Apple e Google bloqueiem acesso

X/Twitter fora do ar: Justiça ordena que operadoras, Apple e Google bloqueiem acesso
Fonte: Tecnoblog

Empréstimo que bloqueia celular volta a ficar em evidência

Empréstimo que bloqueia celular volta a ficar em evidência

Caso de empresa de crédito que bloqueia celular por inadimplência volta à tona após post viralizar (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Nesta segunda-feira (15), uma publicação no X/Twitter viralizou contando o caso de uma pessoa que teve o celular bloqueado como garantia do empréstimo. Ainda que surpreendente para alguns, empresas de crédito que utilizam essa prática contra devedores inadimplentes não são novidades. O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) já investigou a SuperSim, empresa citada no tweet viral.

O autor da publicação não citou com todas as letras que o caso relatado envolve a SuperSim, mas deu dicas bem óbvias sobre ela — como dizer que o nome envolve um superlativo e uma afirmação. Na thread, o autor conta que ajudou uma senhora, tia de um amigo, a remover o aplicativo da SuperSim que bloqueia as funções do smartphone. Foi necessário fazer um fastboot do aparelho.

SuperSim foi condenada em primeira instância

Em fevereiro de 2022, o Tecnoblog publicou uma matéria sobre a prática de bloqueio de celulares por firmas de crédito financeiro — e falamos da SuperSim. Na época, o MPDFT investigava a empresa pela prática. Em julho de 2023, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios proibiu a SuperSim e a Socinal, outra empresa de crédito, de bloquearem celulares de clientes.

SuperSim coloca celular como garantia de empréstimo, mas TJ-DFT proibiu prática em 2023 (Imagem: Reprodução/SuperSim)

Na nossa matéria, advogados destacaram que a prática é ilegal mesmo se o cliente assinar o contrato. O regulamento da Anatel também proíbe o bloqueio de celulares por motivos de inadimplência. As funções de rede só podem ser restringidas pelas operadoras em casos determinados, como a falta de pagamento do serviço telefônico — mas nunca por “dever na praça” para outra companhia.

O Tecnoblog entrou em contato com o MPDFT para saber se a SuperSim conseguiu suspender a decisão do TJ-DFT, o que permitiria à empresa bloquear os telefones de inadimplentes. A matéria será atualizada assim que tivermos uma resposta.

Termos de uso da SuperSim

Termo de uso e condições do empréstimo da SuperSim (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Na teoria, o bloqueio dos recursos do celular não suspende funções essenciais, como a realização de chamadas. A empresa diz que “recebimento e efetivação de chamadas”, WhatsApp, Rappi, Uber, apps de grandes bancos e apps do governo não são bloqueados.

No seu próprio FAQ, onde também diz que seu público são “as classes menos favorecidas”, a empresa reforça que apenas as ligações de emergência e para o suporte são liberadas. Quem lê apenas o termo de uso pode se confundir.
Empréstimo que bloqueia celular volta a ficar em evidência

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Fonte: Tecnoblog

IPTV pirata resulta em prisão no Brasil pela primeira vez

IPTV pirata resulta em prisão no Brasil pela primeira vez

IPTV pirata rende prisão pela primeira vez no Brasil (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Pela primeira vez na história do Brasil, um responsável por um provedor de IPTV ilegal foi condenado à prisão. A 5ª Vara Criminal de Campinas (SP) ordenou a pena de 3 anos e 4 meses de reclusão e 2 anos de detenção, além de 17 dias-multa.
A condenação ocorreu após a descoberta de um painel de administração de uma plataforma de IPTV pirata com mais de 20 mil usuários cadastrados, durante a segunda fase da Operação 404, realizada em novembro de 2020.
O serviço ilegal gerou um faturamento de R$ 5,4 milhões em 12 meses, com assinaturas variando entre R$ 20 e R$ 30 mensais, mas alcançando até R$ 200 em algumas ofertas.
A denúncia contra a pirataria partiu da Aliança Contra a Pirataria de Televisão Paga, composta por grandes empresas do setor, como Sky, Globo, Disney e Warner, além da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA).

A pirataria de TV por assinatura está em alta, e a Operação 404 ganhou um novo capítulo. A Justiça condenou, pela primeira vez na história do Brasil, prisão e detenção para um responsável de um provedor de IPTV ilegal. A pena foi fixada pela 5ª Vara Criminal de Campinas (SP), por violações de direitos autorais e crime contra relações de consumo.

O condenado foi alvo da segunda fase Operação 404, realizada em novembro de 2020, e deverá cumprir pena de 3 anos e 4 meses de reclusão e 2 anos de detenção, em regime inicial aberto. Ele também deverá pagar 17 dias-multa, fixados em meio salário mínimo nacional cada.

Durante a operação policial, o condenado foi encontrado com dispositivos eletrônicos que controlavam um painel de administração da plataforma de IPTV ilegal. A plataforma em questão tinha mais de 20 mil usuários cadastrados, dos quais 13,5 mil estavam ativos.

O faturamento do serviço irregular também chama atenção, com acumulado de R$ 5,4 milhões ao longo de 12 meses. Os usuários pagavam pelo IPTV pirata por meio de plataformas de pagamento eletrônico ou via transferências bancárias. Os preços variavam entre R$ 20 e R$ 30 mensais, mas também existiam algumas ofertas que chegavam a até R$ 200 por mês.

A denúncia foi feita pela Aliança Contra a Pirataria de Televisão Paga (Alianza), grupo que inclui empresas como Sky, Globo, Disney e Warner. A Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) também integra a organização.

Anatel multou pessoa física por TV Box ilegal

A luta contra a pirataria também é uma pauta importante para a Anatel. Em outubro de 2023, a agência multou uma pessoa física pela primeira vez por conta de TV Box irregular.

A penalização ocorreu na cidade de Cianorte (PR) pela comercialização de receptores clandestinos. A multa foi fixada pela Anatel no valor de R$ 7,6 mil, e o nome do responsável não foi divulgado.

Carga de TV Box ilegal apreendida pela alfândega do Porto de Santos (Imagem: Divulgação/Receita Federal)

TV por assinatura legítima sofre com pirataria

Todas as operadoras de TV batem na tecla de que a pirataria é uma grande ameaça ao setor. O reflexo pode ser visto na base de assinantes: segundo a Anatel, o serviço de TV por assinatura perdeu mais de 1,9 milhão de assinantes entre 2023 e 2024.

É fácil de entender tal queda, pois os serviços legítimos de TV a cabo ou satélite custam caro. Enquanto um IPTV irregular promete todas as emissoras por menos de R$ 30, as operadoras dificilmente cobram menos de R$ 100 em pacotes com canais limitados.

Ainda assim, a pirataria não é a única responsável pelo declínio da TV paga. A popularização dos serviços legítimos de streaming, como Netflix, Amazon Prime Video e afins, tem papel relevante na queda dos assinantes do serviço tradicional. As operadoras costumam vender pacotes de TV caros, com canais que nem sempre agradam e (muita) publicidade.
IPTV pirata resulta em prisão no Brasil pela primeira vez

IPTV pirata resulta em prisão no Brasil pela primeira vez
Fonte: Tecnoblog

Apple libera compras por fora da App Store nos EUA, mas vai cobrar comissão

Apple libera compras por fora da App Store nos EUA, mas vai cobrar comissão

Desenvolvedores podem cobrar mais barato por fora, mas vão ter que dividir dinheiro (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Apple atualizou as políticas da App Store para desenvolvedores nos EUA e agora vai permitir que eles usem plataformas de pagamento independentes. Mesmo nestes pagamentos por fora, a empresa ainda vai ficar com uma comissão, que pode chegar a 27%. A cobrança desagradou a Epic Games, uma das maiores opositoras das taxas da fabricante do iPhone.

Em 2021, a juíza Yvonne Gonzalez Rogers decidiu que a Apple não pratica monopólio nem viola as leis antitruste dos EUA, descartando as acusações da Epic Games. No entanto, a sentença considerou que a fabricante do iPhone não pode proibir a divulgação de meios de pagamento alternativos para compras dentro de apps.

A Apple tentou recorrer, mas perdeu. Nesta terça-feira (16), a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou o recurso da companhia. Com isso, não havia alternativa a não ser acatar o que a Justiça mandou.

Desenvolvedores não podem vender só por fora

As Diretrizes de Revisão da App Store agora contêm regras para os desenvolvedores levarem seus usuários a métodos de pagamento alternativos.

Em primeiro lugar, os criadores de aplicativos precisarão se registrar para conseguir uma autorização de vendas fora da loja. Eles podem anunciar os preços mais baixos cobrados quando o usuário escolhe pagar por fora, mas não podem desencorajar usuários a pagar na App Store.

Apple criou diretrizes para pagamentos fora da App Store (Imagem: Reprodução/Apple)

Os desenvolvedores também não poderão oferecer apenas métodos de pagamento fora da App Store — a Apple obriga os apps a oferecer os itens também em sua loja.

Além disso, a empresa mostra um aviso a cada vez que um usuário sai do app para fazer uma compra. “Você está preste a ir a um site externo. A Apple não é responsável pela privacidade ou segurança das compras feitas na web”, diz o texto do alerta.

Apple vai cobrar comissão de até 27%

Para os desenvolvedores, porém, um ponto sensível continuará praticamente sem mudanças: o dinheiro. A Apple vai cobrar 12% de comissão de devs membros do programa de pequenas empresas e 27% dos demais.

Nas transações pagas usando a própria App Store, a Apple fica com 15% e 30%, respectivamente. Ou seja, vender por fora dá uma vantagem de 3 pontos percentuais e só.

Para cobrar, a dona da App Store vai exigir que os desenvolvedores forneçam um relatório de compras feitas por meio de pagamentos alternativos e repassem a comissão devida. Mesmo assim, no documento enviado à Justiça para mostrar que cumpriu a determinação, a empresa admite que pode ser “impossível” fiscalizar quem pagou corretamente as taxas.

Epic Games promete processar… de novo

Como você pode adivinhar, já tem gente insatisfeita com a cobrança. Tim Sweeney, fundador e CEO da Epic Games (sim, ela de novo), disse que a comissão de 27% é anticompetitiva. Ele também criticou as regras da Apple e a tela que “assusta” os usuários antes de fazer uma compra fora da App Store.

A Epic Games promete entrar com uma queixa contra o que chama de “plano de compliance de má-fé da Apple”.

Com informações: 9to5Mac, The Verge
Apple libera compras por fora da App Store nos EUA, mas vai cobrar comissão

Apple libera compras por fora da App Store nos EUA, mas vai cobrar comissão
Fonte: Tecnoblog

Recuperação judicial da 123 Milhas é suspensa a pedido do Banco do Brasil

Recuperação judicial da 123 Milhas é suspensa a pedido do Banco do Brasil

Após cancelar pacotes de viagens, a 123 Milhas e outras duas empresas ligadas a ela entraram com pedido de recuperação judicial. Nesta quarta-feira (20), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) suspendeu o processo, respondendo a uma solicitação do Banco do Brasil, maior credor da empresa.

Site da 123 Milhas (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

O BB alegou que a 123 Milhas não apresentou todos os documentos exigidos pela Lei da Recuperação Judicial nem a lista de credores com a petição inicial.

A instituição financeira também diz que as prescrições legais para assegurar que credores e demais interessados tenham conhecimento necessário sobre a empresa não foram respeitadas.

Por fim, o banco quer que a Justiça verifique as reais condições de funcionamento da empresa

O Banco do Brasil é quem tem a maior quantia a receber, de acordo com a relação divulgada pela 123 Milhas. Dos R$ 2,37 bilhões que a empresa de viagens deve, R$ 97,1 milhões são para o BB.

Pagamento de dívidas continua suspenso

A advogada Camila Crespi, da Luchesi Advogados, comenta que, com a decisão do TJMG, a relação de documentos apresentados pela 123 Milhas passará por perícia prévia, que já havia sido determinada.

Rodrigo de Oliveira Spinelli, sócio da BBMO Advogados, observa outras consequências da decisão. “Com essa suspensão do TJMG, o grupo 123 Milhas, em tese, não está mais em recuperação judicial. Contudo, buscando a preservação da empresa, o desembargador manteve o prazo de blindagem patrimonial”, explica.

Como esclarece a advogada Grasiele Roque da Silva, da Benício Advogados, a decisão desta quarta “reforçou a impossibilidade de pagar os créditos sujeitos a recuperação judicial”.

123 Milhas cancelou pacotes antes de pedir recuperação judicial

Em agosto de 2023, a 123 Milhas cancelou pacotes promocionais, vendidos antecipadamente sem uma data marcada. Os clientes não foram ressarcidos em dinheiro — eles receberam um voucher para usar em serviços da própria empresa, com o valor pago e a correção de 150% do CDI.

Uma semana depois, a companhia fez uma demissão em massa. Alguns trabalhadores se manifestaram no LinkedIn, dizendo que foram pegos de surpresa. A 123 Milhas confirmou o desligamento e disse que ele faz parte de um processo de reestruturação.

Ainda em agosto, a 123 Milhas entrou com um pedido de recuperação judicial, acompanhada por Art Viagens (nome oficial da Hotmilhas) e Novum (holding dona das duas).

Elas alegaram estar na “pior crise financeira desde suas respectivas fundações” e que apenas com a suspensão do pagamento das dívidas seria possível continuar as atividades.

Com informações: Folha de S.Paulo, G1
Recuperação judicial da 123 Milhas é suspensa a pedido do Banco do Brasil

Recuperação judicial da 123 Milhas é suspensa a pedido do Banco do Brasil
Fonte: Tecnoblog

Para ficar com Activision, Microsoft admite que Xbox perdeu guerra dos consoles

Para ficar com Activision, Microsoft admite que Xbox perdeu guerra dos consoles

A compra da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões está travada na Justiça. Nesta quinta-feira (22), a empresa começou sua batalha nos tribunais para provar que a aquisição não representa um risco para o mercado de games. E para isso, ela admite: o Xbox perdeu a guerra dos consoles.

Xbox Series X + Series S (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Em um documento enviado à corte, a Microsoft revela que, desde que foi lançado, em 2001, “o console Xbox ficou consistentemente com a terceira posição entre as três concorrentes, atrás de PlayStation e Nintendo nas vendas”.

A empresa também revela alguns números sobre o mercado: o Xbox tem 16% das vendas de consoles e 21% da base instalada, como é chamado o número de usuários atuais.

As fatias do PlayStation e da Nintendo foram censuradas, mas documentos anteriores falam em 34% e 50% das vendas, respectivamente.

A Microsoft admite isso para argumentar que a compra da Activision Blizzard é parte de uma aposta em uma estratégia diferente: ganhar dinheiro vendendo jogos e não consoles.

O hardware, inclusive, seria vendido abaixo do preço de custos. Isso seria uma forma de subsidiar os jogadores para que eles gerem receita comprando jogos e acessórios.

Não é a primeira vez que a Microsoft apela para esse argumento. Em dezembro de 2022, a empresa disse ainda que só 10% dos títulos exclusivos estão no Xbox, contra 40% do PlayStation e 50% da Nintendo.

Sony não acredita que vá perder jogos da Activision

Na Justiça dos EUA, a Comissão Federal do Comércio (FTC) entrou com uma ação contra a compra da Activision. O órgão teme que a aquisição possa transformar jogos como Call of Duty em exclusivos do Xbox.

A Microsoft nega — e, aparentemente, nem a concorrência acha que é o caso.

Em um e-mail revelado também nesta quinta-feira (22), Jim Ryan, chefe de PlayStation na Sony, diz que a compra “não é mesmo uma jogada para ter exclusividade”.

“Eles estão pensando em alguma coisa maior que isso, e eles têm dinheiro para coisas desse tipo”, escreve Ryan na mensagem.

Call of Duty: Modern Warfare II (Imagem: Divulgação / Activision)

Ele também diz que passou tempo suficiente conversando com Phil Spencer, chefe de Xbox na Microsoft, e Bobby Kotick, CEO da Activision Blizzard, e que acredita que Call of Duty vai continuar no PlayStation por “bons anos”.

“Eu preferiria que isso não acontecesse, mas estaremos OK, melhor que OK”, completa o executivo da Sony.

Microsoft corre contra o tempo

A empresa tem pressa em se defender. A FTC entrou com um pedido de liminar para pausar a compra da Activision, e a Microsoft tenta evitar que isso ocorre. Caso não consiga, o negócio ficaria impedido até 2 de agosto, quando seria realizada uma audiência.

Essa data é um problema para a Microsoft. Nos termos da aquisição da Activision, as empresas estipularam a data de 18 de julho de 2023 como limite para fechar o negócio.

Caso isso não seja possível, ambas podem rediscutir o acordo, mas a Microsoft já adiantou: vai desistir da compra.

E não é só nos EUA o problema. No Reino Unido, a Autoridade de Competição e Mercado (CMA, na sigla em inglês) vetou a aquisição. Para o órgão, o problema está no mercado de cloud gaming: a Microsoft largaria muito na frente de outras concorrentes.

Com informações: IGN, The New York Times, The Verge
Para ficar com Activision, Microsoft admite que Xbox perdeu guerra dos consoles

Para ficar com Activision, Microsoft admite que Xbox perdeu guerra dos consoles
Fonte: Tecnoblog