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Spoofing numérico: golpistas te ligam com números parecidos com o seu

Spoofing numérico: golpistas te ligam com números parecidos com o seu

Entenda como golpistas usam spoofing para tentar aplicar golpes telefônicos (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Faz algumas semanas que comecei a receber inúmeras ligações de golpes bancários. Até aí nada anormal, uma vez que esse tipo de chamada é muito comum. Mas há algo curioso nessa última leva de tentativas: todos os telefonemas foram efetuados por números com o mesmo prefixo do meu celular.

Meu número de telefone começa com 99957, e comecei a receber ligações com números que compartilhavam o mesmo prefixo. Se atendesse alguma chamada, era certo que se tratava de algum golpe — seja se passando pela central de atendimento do Mercado Livre, Casas Bahia, Nubank ou Itaú, com objetivo de confirmar uma compra de valor significativo.

Foram várias ligações simulando o mesmo prefixo do meu número (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

Chamadas de spam com números parecidos não são exatamente uma novidade mas também não é algo muito comentado, somado ao fato de que muitas pessoas sequer percebem a similaridade do prefixo. No Reddit há relatos sobre essa situação desde setembro de 2023.

Golpistas usam spoofing para ganhar confiança de vítimas

A grande questão é que as chamadas eram falsas. Quer dizer, o telefone tocava e era possível atender a ligação, mas o número que aparece no identificador não era verdadeiro. Os golpistas estão utilizando a técnica de spoofing telefônico, que manipula os metadados de uma chamada para adulterar o número que irá aparecer no identificador.

Com o grande número de chamadas indesejadas que acontecem atualmente, é cada vez mais comum que um usuário de telefonia deixe de atender ligações de números com prefixos estranhos ou de outros DDDs. Ao aplicar a técnica de spoofing nas chamadas de golpes, os criminosos tentam ganhar a confiança da vítima. Se o prefixo é parecido com o seu, maiores as chances de atender uma ligação.

Decidi retornar algumas das ligações com prefixos similares ao meu. Alguns números não existiam, mas um dos telefones pertencia a uma pessoa que jamais havia tentado me ligar. Pois é: o seu número pode ser utilizado para aplicar golpes a qualquer momento e você pode até mesmo ser denunciado por engano.

A dificuldade para acabar com o spoofing

O Tecnoblog entrou em contato com a Anatel para entender um pouco mais sobre o spoofing e o que a agência tem feito para evitar esse tipo de ação. “O spoofing realizado para fins espúrios é um problema que afeta o mundo inteiro e que não tem uma solução imediata e definitiva definida pela indústria”, diz o comunicado da agência.

A Anatel aponta a dificuldade de evitar o spoofing: “As redes atuais de telefonia em todo mundo são concebidas para a fruição do tráfego de chamadas, não sendo possível de antemão a rede receptora determinar se aquela chamada recebida em seu tráfego de interconexão sofreu alteração do número do chamador.”

Na regulação brasileira, o spoofing é uma prática completamente proibida e as operadoras não podem permitir a manipulação do código de acesso do usuário originador da chamada na sua rede.

Questionado sobre como devem ser feitas as denúncias desse tipo de chamada, a Anatel orienta que a vítima faça uma reclamação na operadora, na própria agência e também registre um boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Chamada Autenticada: uma tentativa para diminuir golpes

Uma das principais pautas da Anatel nos últimos anos é o combate às ligações abusivas. A agência instituiu o Não Me Perturbe (que não foi muito efetivo, por sinal) e criou o 0303 para telemarketing. Em breve, ligações de cobrança e doações também devem adotar o prefixo especial.

A próxima tentativa para diminuir as ligações abusivas é o protocolo STIR/SHAKEN, chamado pela Anatel de Contato Verificado. O recurso permite que empresas mostrem seu nome, logo e o motivo da ligação na tela do identificador de chamadas do seu smartphone.

Novo protocolo de chamadas mostrará logo da empresa e motivo da ligação (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

De acordo com a Anatel, a chamada verificada garante “confiabilidade de que não ocorreu alteração indevida de código de acesso do chamador, ou seja, spoofing”. Com isso, fica mais fácil identificar se o banco realmente está ligando para confirmar uma compra indevida ou se é um golpista do outro lado da linha tentando roubar o seu dinheiro.

O STIR/SHAKEN não deve acabar com o spoofing, já que apenas empresas poderão ter contatos verificados. Enquanto isso, o seu número pode ser utilizado para aplicar golpes nesse exato momento — e não há nada o que você possa fazer para evitar esse tipo de manipulação.

Como me livrei de muitas chamadas indesejadas

Existem algumas técnicas para bloquear chamadas indesejadas no seu celular.

O ajuste mais óbvio é restringir ligações de desconhecidos, pois esse recurso recusa automaticamente todos os telefonemas de números que não estão cadastrados na agenda de contato. O problema é que nem todo mundo pode se dar ao luxo de perder ligações, como quem aguarda retorno de uma vaga de emprego ou se você é vendedor e precisa atender potenciais clientes.

Por aqui, apostei no Whoscall, um app para Android e iOS que dispõe de um banco de dados colaborativo com informações sobre um número. Se você possui um smartphone Samsung, pode ativar a proteção ID de chamadas no discador nativo.

Os identificadores colaborativos ajudam bastante, mas não são 100% eficazes. O que reduziu significativamente o telemarketing indesejadas foi o bloqueio de prefixos. Graças ao Number Shield, app pago disponível para iOS, consegui colocar fim em todas as ligações de 0303 e outros prefixos de chamadores insistentes. No Android, o Truecaller possui recurso similar mesmo na versão gratuita.

Number Shield para iOS permite bloquear ligações de prefixos inteiros (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)
Spoofing numérico: golpistas te ligam com números parecidos com o seu

Spoofing numérico: golpistas te ligam com números parecidos com o seu
Fonte: Tecnoblog

Testamos a nova IA que vê tudo que você faz no PC

Testamos a nova IA que vê tudo que você faz no PC

Carolina Hernandez detalha a ferramenta Recall (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

(Direto de Redmond, nos EUA) Sua memória também é péssima? Pois saiba que Windows Recall é o nome da nova ferramenta que observa tudo o que você faz no PC para te ajudar a encontrar dados de forma veloz. Ao menos esta é a intenção da Microsoft com o anúncio da tecnologia baseada em inteligência artificial.

Nós estamos no congresso Microsoft Build e eu pude testar o Recall por alguns minutos. Ao menos na versão prévia, a ferramenta se chama Busca Rápida em português do Brasil. Ela grava o que quer que tenha sido exibido na tela do laptop, de modo a possibilitar uma poderosa pesquisa de informações.

“O Recall utiliza um modelo que combina texto e elementos visuais para apresentar resultados muito relevantes aos nossos usuários”, nos explica Nicci Trovinger, diretora sênior de marketing de produto na Microsoft. Essa função recorre a reconhecimento de texto (o famoso OCR) e visão computacional para fazer associações.

Ferramenta de Busca Rápida na área de notificações do Windows (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Aqui estão alguns exemplos de pesquisas na Busca Rápida:

Busque por “restaurantes” para localizar conversas no WhatsApp sobre um encontro entre amigos

Pesquise por “planejamento da viagem” para ver conteúdo turístico, itinerário e sites consultados

Para quem tem filhos pequenos: escreva “crianças e atividades” para gerenciar as tarefas deles

No trabalho: pesquise por palavras-chave para encontrar informações compartilhadas com os colegas

Como é o uso do Recall

Resultados da busca pelo planejamento de viagem no Windows (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

A interface da Busca Rápida inclui uma linha do tempo com momentos-chave do uso do computador. Os quadros funcionam como prints, e são chamados em português de instantâneos. O campo de busca é o ponto de partida: o usuário deve escrever ou falar aquilo que está buscando.

Trovinger conta que princípios de IA generativa são utilizados pelo Recall. Ainda assim, o Windows não apresenta nenhuma resposta por escrito nem é capaz de produzir resumos. Em vez disso, a pesquisa retorna capturas de tela que destacam as potenciais respostas. Todo este procedimento é muito ligeiro, leva questão de segundos.

Imagine ter lido sobre câmeras fotográficas durante a semana, mas não se lembrar dos modelos específicos. A Busca Rápida consegue trazer isso, inclusive em páginas nas quais havia apenas imagens dos produtos.

Busca Rápida no Surface Laptop (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

A nova ferramenta tem muito potencial de facilitar o nosso cotidiano. Eu mesmo vivo me perdendo em janelas e mais janelas, em busca de alguma informação que inicialmente me passou batida. Nessas horas, o Recall entrará em cena e irá atuar como uma verdadeira memória do que aconteceu na vida digital daquela pessoa – ao menos se ela tiver um potente notebook integrante do projeto Copilot+.

Dá para filtrar por aplicativo ou tipo de conteúdo. No futuro, será possível clicar num botão e ir diretamente para o trecho do documento de Word que cita uma determinada informação localizada pelo Recall.

Funcionamento, privacidade e requisitos mínimos

Talvez o grande trunfo do Recall seja rodar localmente as funções necessárias para produzir os instantâneos e catalogar as informações. Por isso mesmo, será preciso um aparelho moderno, conforme explicamos acima, que possua uma NPU. PCs antigos não serão capazes de executá-lo.

Pensar numa IA que te monitora ao longo do dia pode dar frio na espinha para usuários cientes da própria privacidade. Diz a Microsoft que será possível desativar o Recall a qualquer tempo. Nas configurações, também é possível escolher sites específicos (do seu banco, por exemplo) e programas que não serão capturados pela Busca Rápida.

Ele não irá funcionar em janelas anônimas do Microsoft Edge nem em conteúdo protegido por DRM (os naturais suspeitos são apps de Netflix, Prime Video e outros serviços de streaming). Cada desenvolvedor deverá adaptar seu programa para funcionar bem com o Windows 11 e o Recall.

Painel de controle da Busca Rápida no Windows (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Ainda segundo a empresa, as informações coletadas não serão usadas para treinamento de modelos de IA.

Outro empecilho pode estar ligado ao armazenamento. A Microsoft diz que os computadores deverão ter mínimo de 256 GB e espaço livre de 50 GB. As pessoas poderão escolher o quanto de espaço irão alocar para a funcionalidade, mas a Microsoft tem falado em algo entre 25 GB e 50 GB, o que daria para até três meses de memória.

Ao menos em meu primeiro contato aqui nos Estados Unidos, notei que uma semana de instantâneos consome cerca de 60 MB. Não é muito para uma ferramenta tão interessante.

Mais Build: no vídeo abaixo, conheça o primeiro notebook Copilot+ da Microsoft

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Thássius Veloso viajou para os Estados Unidos a convite da Microsoft
Testamos a nova IA que vê tudo que você faz no PC

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Fonte: Tecnoblog

Multi enfrenta síndrome de vira-lata do brasileiro, diz presidente

Multi enfrenta síndrome de vira-lata do brasileiro, diz presidente

Alexandre Ostrowiecki é CEO da Multi, a antiga Multilaser (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multi (antiga Multilaser), discute o preconceito com a marca e destaca que 70% do faturamento da empresa provém de produtos fabricados nacionalmente, abrangendo uma diversidade de itens como eletrônicos e eletrodomésticos.
A Multi amargou um prejuízo líquido de R$ 836 milhões em 2023, seu primeiro resultado negativo em 15 anos, atribuído à limpeza de estoques acumulados durante a pandemia.
A empresa expandiu para o segmento de motos elétricas com a submarca Watts, que já detém 25% do mercado. Toda a produção ocorre em Manaus.
Ostrowiecki aborda a complexidade do ambiente de negócios no Brasil, mencionando o “manicômio” burocrático que impacta os custos e a operacionalidade das empresas.
A Multi terminou a parceria com a HMD devido à falta de competitividade dos celulares Nokia no mercado pós-pandemia.

Qual nome vem à sua mente quando te peço para pensar num produto eletrônico genérico? Talvez seja a Multilaser, uma indústria genuinamente brasileira que está no mercado há quatro décadas. Numa conversa exclusiva e honesta, o CEO da agora Multi comenta pontos interessantíssimos: desde o preconceito com a marca até a rotina de desenvolvimento de novos produtos, passando por detalhes de fabricação e também pelo que Alexandre Ostrowiecki chama de “manicômio” burocrático do Brasil.

Em março de 2024, a Multi divulgou prejuízo líquido de R$ 836 milhões. Foi o primeiro resultado negativo depois de 15 anos consecutivos no azul. Ostrowiecki explica que foi feita uma limpa em estoques remanescentes dos anos de pandemia e que agora a Multi está pronta para enfrentar novamente a concorrência.

Moto elétrica Multi Watts W125 tem três modos de pilotagem (Imagem: Divulgação/Multi)

O executivo se mostra particularmente orgulhoso com o desempenho num segmento que é novidade para mim (e talvez seja para você também): de motos elétricas. A submarca Watts realiza toda a produção em Manaus e já abocanha 25% do mercado.

Vamos à conversa? Não custa ressaltar que ela foi editada para fins de clareza e brevidade. Lembre de me contar suas impressões nos comentários desta página.

Antiga Multilaser passou a se chamar Multi em julho de 2022 (Imagem: Divulgação/Multi)

Entrevista exclusiva com Alexandre Ostrowiecki

Thássius Veloso (Tecnoblog) – Há quem diga que a Multi não fabrica os produtos, que ela apenas os importa. É verdade?

Alexandre Ostrowiecki (Multi) – Esse é mais um dos mitos que existem sobre a nossa empresa e sobre outras indústrias nacionais. Nós, brasileiros, temos um pouco da síndrome de vira-lata, que é achar que as coisas lá de fora vão ser automaticamente melhores. Será assim em alguns casos, mas em outros não. Mais de 70% do faturamento da Multi é produzido por nós. São 13 linhas de produtos: TV, celular, tablet, computador, roteador, cartão de memória, pendrive, liquidificador, ventilador, moto elétrica, bicicleta elétrica, patinete elétrico e tapetes para pet.

Os componentes vêm de fora? As peças são produzidas por vocês?

Não existe nenhuma indústria no planeta que faça tudo do zero. A Mercedes-Benz não cava o chão, tira o minério e produz o aço. Todas as empresas compram diversas partes intermediárias para agregar valor no final. Quando eu compro um resistor na China e uma placa pelada ESMT, ponho na minha máquina de inserção, coloco pasta de solda, passo no forno, pego peça plástica, coloco no produto, e aí monto… tudo isso é processo fabril. Essa é uma pergunta inócua porque montagem é uma forma de fabricação.

E os outros 30%?

São produtos importados porque são muito baratos e não justificaria a produção nacional. Fazemos todos os testes e embalamos no Brasil. É o caso das caixas de som, por exemplo: elas eram fabricadas em Manaus, mas passamos a importar porque o frete de lá é muito caro. A linha de carrinhos de neném não tem nenhum processo local.

Itens fabricados pela Multi representam 70% do faturamento (Imagem: Divulgação/Multi)

O site da Multi fala na comercialização de 6 mil itens. Como vocês fazem para manter os sistemas e drivers atualizados naqueles produtos de mais tecnologia, como celular, smart TV, computador e periféricos? Porque esse número me pareceu alto.

Uma parcela desses produtos, como liquidificador, por exemplo, é apenas hardware e não depende de atualização de software. Mouse e teclado também são baseados no plug and play. O software é importante principalmente nos PCs, por isso fazemos muitos testes com o Windows, além dos smartphones, tablets e smartwatches. Cada linha de produto tem um time em Extrema (MG) responsável pela perfeita integração e funcionamento. Esse trabalho é superimportante. Eu acredito que não passe de cem o número de produtos que precisam de software.

Esse trabalho tem sido realizado a contento?

A gente começou lá atrás sem tanto conhecimento. Com o tempo foi ficando mais firme. Eu tenho usado o nosso celular top de linha, o Multi H, e posso te dizer que está redondo. Nunca deu dor de cabeça, roda rápido e não quebra os programas.

Agora falando especificamente de smartphones: o que rolou para encerrarem a parceria com a Nokia?

Nós fomos muito felizes por dois, três anos. Depois, com o fim da pandemia e o encolhimento do mercado, sentimos que os produtos deixaram de ser competitivos. A parceria não conseguiria nos levar aonde gostaríamos de chegar.

Onde?

Não adianta a gente ficar trabalhando para ter 1% ou 2% do mercado. Precisaríamos estar pelo menos no top 5 de celular e os produtos da Nokia não estavam muito formatados para o que o brasileiro queria. Havia questões sobre a qualidade da câmera e o custo-benefício. Por isso decidimos encerrar.

O gargalo era com a Multi ou com a HMD?

Dos dois lados. Houve falhas nossas com lançamentos não tão agéis quanto o necessário. Vimos também que a HMD mudou de foco: agora quer atuar em cibersegurança, projetos corporativos e mercado europeu. A linha de produtos não estava mais voltada ao consumidor brasileiro.

Como o consumidor pode confiar de que será bem atendido caso role um problema com produto de vocês?

O consumidor pode ficar muito tranquilo com a nossa pós-venda porque nosso atendimento é premiado e tem histórico de resolver todos os problemas. Nunca deixamos ninguém na mão, tanto que as nossas notas costumam ser mais altas que a de indústrias multinacionais. Nós trocamos rápido quando é necessário. Também temos 40 anos de mercado, dívida zero e caixa líquido de R$ 200 milhões.

A que você atribui esse preconceito com a marca?

Historicamente, nós somos uma empresa que tenta focar no custo-benefício. O nosso celular tem ticket médio de R$ 500. Ele é diferente de um aparelho de R$ 5.000. Não tem como esperar a mesma coisa. O nosso tablet custa R$ 499 enquanto o da concorrência começa em R$ 1.000, por exemplo. É natural que a gente tenha cometido erros ao longo do tempo, assim como todo mundo. Mas em geral, a gente entrega produtos que são muito mais acessíveis. Eu sou usuário de todos os produtos da Multi: tenho air fryer, liquidificador, um mouse gamer guerreiro que me acompanha há três anos.

Me parece que a Multi quer ser a porta de entrada para a tecnologia. Vocês conseguem depois reter estes consumidores?

Depende da categoria. Realmente não tem pessoas de classe A e B que deseje um smartphone nosso. Normalmente é o primeiro celular da pessoa, ou o aparelho do filho adolescente, ou ainda uma opção para não ir a um show com um telefone de R$ 10.000. Por outro lado, somos muito bem aceitos e líderes na parte de tablets, acessórios de PC, gaming, eletroportáteis, itens de saúde como o oxímetro, produtos baby. Nós não temos o perfil de atender a essa parte mais aspiracional.

Já teve algum produto que você percebeu que não tava legal?

Com certeza, eu caio matando! Vai email pra todo lado. (risos) Lá atrás, eu comprei uma caixinha de som boombox que tocava CD. Pluguei na tomada e não ligava. Pensei que estava queimado. Bem depois, descobri que era bivolt e estava ajustado para 220 V. O pessoal técnico me disse que precisava mudar para o 110 V. Muitas vezes o produto não foi pensado adequadamente por todos os ângulos.

E qual tecnologia desenvolvida por vocês te deixou mais orgulhoso?

Nós criamos um SIM Card com cartão memória embutido. Seria uma espécie de dois-em-um desenvolvido pela área de semicondutores. O cliente só precisaria colocar esse chip no telefone para ter a telefonia e mais memória. Ele poderia revolucionar os slots de todos os smartphones do planeta. Nós vendemos esse projeto corporativo para os Estados Unidos. No entanto, o padrão de dois slots já tinha se tornado o padrão global. Também criamos um robô limpador de vidros que consegue ficar do lado de fora da janela. Ele fica preso por uma ventosa, reduzindo o risco das pessoas.

Grupo possui duas fábricas em Extrema (MG) e Manaus (Imagem: Divulgação/Multi)

Falando especificamente da sua atuação: quais os desafios de liderar uma empresa de tecnologia, mas que está inserida num contexto brasileiro?

Não importa o país, existe o desafio global da mudança rápida de tecnologia. Tudo evolui muito rápido e produtos atuais ficam obsoletos com o tempo. É preciso um planejamento muito bom para se manter atualizado, senão vira prejuízo. Existe ainda uma camada especial de desafio ligada ao manicômio tributário do Brasil. Não tem uma semana que não apareça alguma maluquice que chega de repente. Por exemplo, venceu a licença do carimbo de sei lá quem porque tal setor está em greve, portanto não pode usar água do poço da fábrica, correndo risco de levar multa. E nisso, a gente começa a trazer caminhão-pipa para abastecer a unidade. Outro caso real: a fábrica de motos de Manaus está com espaço sobrando e a de TVs, com espaço faltando. Pode parecer óbvio, mas é ilegal pegar as TVs e guardar na área de motos. Precisa de outra autorização para mover os seus produtos do seu depósito A para o B. Esse é o motivo para tantas multinacionais abandonarem o país. A gente não tem essa opção, precisa realmente se virar.

Por isso o produto é caro no Brasil?

O público não tem a menor ideia do estrago dessa burocracia. O efeito é essencialmente aumentar os preços. Não estou aqui dizendo que as empresas são coitadas. Mas elas ficam mais estressadas e os gestores repassam o custo para os consumidores. Fica caro porque você paga o produto mais o imposto mais o manicômio.

Até os produtos considerados mais baratinhos são caros para o consumidor final?

Com certeza. Pega o mouse de uma marca famosa e global. Agora compara o preço do Walmart nos Estados Unidos e em alguma loja do Brasil. O produto é o mesmo, produzido na mesma fábrica da China, custa um terço lá fora.
Multi enfrenta síndrome de vira-lata do brasileiro, diz presidente

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Fonte: Tecnoblog

Exclusivo: Veek prepara plano de celular grátis na rede da Vivo

Exclusivo: Veek prepara plano de celular grátis na rede da Vivo

Veek permitirá que clientes escolham entre rede da Vivo ou TIM (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

O mercado de operadoras virtuais terá uma nova sacudida nos próximos meses: a Veek, que oferece serviço de celular na modalidade freemium, permitirá que o cliente escolha qual sinal quer usar. Um novo acordo foi firmado com outra fornecedora de infraestrutura, e os clientes terão a rede da Vivo à disposição.

Alberto Blanco, CEO da Veek, contou com exclusividade ao Tecnoblog que a empresa firmou um acordo com a Telecall, operadora que utiliza a rede da Vivo. O funcionamento será em paralelo com a rede existente, da Vero/Americanet (e sinal da TIM).

“O que a gente quer é ter mais uma opção de rede, porque existem algumas localidades em que a rede da Vivo tem cobertura melhor. O cliente vai poder brincar com a rede ‘roxa’ e a rede ‘azul’. Não vamos deixar a Americanet, é um excelente parceiro que nos possibilitou desenvolver nossa oferta gratuita, o Freemium, e temos muita gratidão com a empresa.”Alberto Blanco, CEO da Veek

Essa é a primeira vez que uma MVNO permite que o cliente escolha qual rede irá utilizar. O executivo ainda diz que o acordo com a Telecall dá mais segurança para a continuidade da operação da Veek:

“A gente já teve alguns tropeços no passado, então ter duas redes nos dá mais segurança. É muito mais uma questão de dar opção aos nossos clientes, mas [o acordo] permite maior segurança para continuidade do negócio.Alberto Blanco, CEO da Veek

A operação ainda não tem data certa para começar, mas Blanco revela que a Veek trabalha para lançar a operação comercial com o sinal da Vivo em agosto de 2024.

Os detalhes da Veek com a rede da Vivo

Com as duas teles simultâneas, as operações ficarão separadas, com chips diferentes para a rede da Vivo ou TIM. O cliente poderá escolher qual sinal prefere, e o SIM Card correspondente será enviado para o endereço.

Clientes existentes da Veek, com a rede da TIM, poderão migrar para o sinal da Vivo e vice-versa. Nesse caso, será necessário trocar de chip; após a ativação, a Veek fará uma portabilidade numérica interna.

Plano grátis também estará disponível na rede da Vivo

Um dos questionamentos do Tecnoblog é se o Freemium ficará restrito ao serviço da TIM e Americanet. Blanco confirma que as ofertas serão as mesmas em qualquer uma das redes, inclusive o Freemium.

Atualmente, para ter o Freemium é necessário comprar o chip no valor de R$ 120. O plano inclui até 2 GB de internet por mês, ligações ilimitadas e 30 SMS por dia, desde que o cliente faça “check-ins” diários. O check-in é o ato de entrar no aplicativo e assistir uma publicidade.

Para usar serviços de celular de graça, clientes precisam assistir publicidade no app da Veek (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

Quem precisar de mais dados poderá comprar pacotes adicionais. A Veek também vende planos de celular tradicionais, sem anúncios. O pacote mais barato custa R$ 30 mensais com 3 GB, e os dados não utilizados acumulam para os próximos meses.

Veek quer ser a operadora de outras empresas

Além de comercializar telefonia móvel com sua marca própria, a Veek também está no caminho para ser fornecedora de solução para outras empresas. “A gente consegue com facilidade criar um app com mudanças de marca, customizações específicas e de conteúdo. Já temos quatro ou cinco pilotos rodando”, afirma o executivo.

Blanco nos revelou que o Botafogo deve lançar uma nova MVNO através da Veek, também com o plano Freemium. É a segunda vez que o clube tenta lançar sua própria operadora — em dezembro de 2020, a Botafogo Celular foi lançada em parceria com a Dry Company, derivada da Surf Telecom e TIM.

Além disso, a Veek vê futuro em parcerias com foco empresarial. O CEO comentou sobre um acordo feito com uma rede de postos de combustíveis, cujo público-alvo do serviço móvel são os próprios frentistas.

Nesse projeto, a matriz utiliza a plataforma de check-ins para divulgar sobre metas, promoções e pequenos treinamentos em troca de internet grátis. A ideia nasceu a partir de um programa de benefícios oferecido aos funcionários da empresa de combustíveis, em que os principais resgates eram créditos para celular pré-pago.
Exclusivo: Veek prepara plano de celular grátis na rede da Vivo

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Fonte: Tecnoblog

Android da Motorola não terá política de atualizações; saiba o motivo

Android da Motorola não terá política de atualizações; saiba o motivo

Motorola é a número 2 em vendas de celulares no mercado brasileiro (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

(México) Sempre que noticiamos sobre um novo smartphone da Motorola, imediatamente os seguidores do Tecnoblog comentam sobre a falta de uma política consistente de atualizações do Android. O tema é tão recorrente que levei este assunto para dois porta-vozes da empresa. Em resumo, a empresa não tem planos de divulgar uma política unificada para todo o portfólio.

O gerente global de produtos de hardware, Thomas Milner, explica que as atualizações de Android e os pacotes de segurança “são mais complexos do que as pessoas imaginam”. Eles exigem o envolvimento de muitos engenheiros, muito trabalho e muitos recursos da companhia. Por isso, a ideia é evolui-la especificamente nos lançamentos da categoria premium, como os da linha Edge.

Ainda de acordo com Milner, os usuários de telefones premium costumam ficar dois anos com os mesmos produtos. O desafio da Motorola seria, portanto, propor regras de atualização que contemplem este período e ainda deem um chorinho enquanto a pessoa pensa em trocar de dispositivo.

Updates são um benefício de cada linha

A diretora-executiva global de marketing, Nicole Hagen, acrescenta que a fabricante encara os updates como um das variadas características dos produtos. O posicionamento dá a entender que ele é oferecido a quem topa pagar mais pelos aparelhos.

“Não quer dizer que o smartphone vá parar de funcionar depois disso, até porque muita coisa é atualizada via Google Play Store”, diz Milner. Por exemplo, o aplicativo nativo de câmera, um dos mais valorizados pelos usuários.

Hoje em dia, a rival Samsung oferece possivelmente a política mais generosa de todas: chega a cinco anos para versões de Android e sete anos para pacotes de segurança na linha do Galaxy S24, lançada em janeiro de 2024. Já a Apple não divulga um número exato, mas sabe-se que o iPhone também costuma receber novas versões de iOS por cinco anos.

Perfil dos usuários da Motorola

Pergunto se os usuários da Motorola não se importam com este tipo de coisa, já que os clientes das empresas acima citadas ficam alvoroçados diante do assunto. Thomas diz que alguns “com certeza querem saber mais disso, mas eles podem ser uma minoria vocal”. O executivo faz a ressalva de que é justo querer saber quanto tempo seu smartphone será contemplado por updates, mas que estes clientes “ficarão felizes conforme apresentarmos novos produtos, sempre bem equilibrados de recursos”.

Ao menos a Motorola será clara ao divulgar as regras de atualização para cada novo dispositivo que chegar ao mercado? “Sim, eu não vejo motivos para não fazermos isso”, pontua Milner. Não custa lembrar: de modo geral, os telefones da série Moto G recebem somente uma grande versão do sistema Android.

Thássius Veloso viajou para Tulum, no México, a convite da Motorola

Android da Motorola não terá política de atualizações; saiba o motivo

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Fonte: Tecnoblog

Contrabando de celular: Anatel quer parceria com a Receita Federal

Contrabando de celular: Anatel quer parceria com a Receita Federal

Contrabando de celular causou evasão fiscal de R$ 2 bilhões no primeiro semestre de 2023 (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Anatel está na reta final de um projeto que ampliará o combate aos celulares irregulares – aqueles que chegam ao Brasil sem pagar os impostos. A agência se prepara para integrar o sistema da Receita Federal que permite visualizar contêineres e cargas que vêm do exterior. O presidente da Anatel acredita que haverá um upgrade quando o movimento for concluído.

Carlos Baigorri me disse numa conversa exclusiva que será possível direcionar as equipes de fiscalização. “Nós vamos evitar que eles cheguem de forma irregular”, conta o dirigente. Em outras palavras, os smartphones do mercado paralelo serão interceptados pela Agência Nacional de Telecomunicações antes de serem entregues às lojas.

O Siscomex é um sistema de comércio exterior controlado pelos servidores da Receita Federal, que permite fazer o acompanhamento tanto das importações quanto das exportações. Ele existe há 30 anos e é considerado essencial para o desembaraço de cargas que chegam ao território nacional. 

Siscomex: sistema integrado tem os trâmites para importação e exportação (Imagem: Divulgação/Receita Federal)

A solicitação para ingresso da Anatel é antiga: mais de 16 anos. Na agência, no entanto, a sensação é de que agora vai.

Passos importantes foram dados nos últimos meses, segundo o conselheiro Artur Coimbra, também da Anatel. Primeiro chegou a anuência do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Agora chegou a vez da Receita: o pedido de ingresso no Sistema Integrado de Comércio Exterior foi formalizado em janeiro de 2024. “Fui lá em 5 de fevereiro para reforçar a nossa solicitação”, diz Coimbra.

O conselheiro da Anatel ressalta que não há prazo para a manifestação da Receita. A avaliação do órgão é a última etapa para a concretização dos planos da agência.

Artur Coimbra é conselheiro da Anatel e especialista em regulação (Foto: Divulgação/Kenny Oliveira/Ministério das Comunicações)

O contrabando de smartphones disparou e bateu recorde em 2023: foram 5,5 milhões de unidades comercializadas em solo nacional, de acordo com uma estimativa divulgada pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), a principal interessada no assunto. Ela reúne companhias do porte de Apple, Motorola, Samsung e Xiaomi. Isso dá por volta de 21% do mercado total.

A organização estima que o governo deixou de arrecadar R$ 2 bilhões em impostos somente no primeiro semestre de 2023. Não foi divulgado o cálculo referente ao segundo semestre.
Contrabando de celular: Anatel quer parceria com a Receita Federal

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Fonte: Tecnoblog

Prepare-se para o fim definitivo dos planos com apps ilimitados

Prepare-se para o fim definitivo dos planos com apps ilimitados

Aos poucos, operadoras estão cortando os apps ilimitados (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

De Barcelona – Aqueles comerciais na TV com WhatsApp ilimitado, TikTok fora da franquia, Instagram com acesso grátis etc. estão com os dias contados. Na avaliação do presidente da Anatel, Carlos Baigorri, as empresas de telecomunicações do Brasil se encaminham para uma nova realidade, na qual irão cobrar pelo acesso a cada conteúdo disponível na internet.

O assunto esteve em pauta na principal feira de conectividade do mundo, a MWC 2024, realizada na semana passada. Eu conversei com Baigorri sobre este tema, tendo em vista, por exemplo, que a Claro fez em fevereiro o movimento de retirar alguns aplicativos ilimitados dos novos planos controle.

Entenda o caso

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações fez a ressalva de que o chamado zero rating não é uma questão regulatória, mas sim comercial. “As empresas de telefonia podem fazer isso. Faz mais de uma década que o Cade avaliou uma denúncia e concluiu que isso não fere a neutralidade da rede”. De acordo com ele, as operadoras não pagam à Meta, por exemplo, para incluir o WhatsApp nos pacotes. Trata-se apenas de uma licença de uso de imagem.

Não por acaso, as principais empresas do setor publicaram uma carta aberta reivindicando o fair share a poucos dias do início da MWC. Claro, TIM, Vivo e Algar Telecom aparecem entre as signatárias do documento. Elas querem que empresas do porte de Google (com seu YouTube), Meta (com Instagram e WhatsApp) e Netflix ajudem a pagar a conta da manutenção e expansão da infraestrutura de internet pelo mundo.

Operadoras da América Latina e Caribe cobram o chamado fair share (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Claro, TIM, Vivo e Algar Telecom estão entre as signatárias do chamado (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

O grupo calcula que o consumo mensal médio de 11 GB por smartphone na América Latina deverá quadruplicar para 40 GB até 2028. Elas dizem que os bilhões de dólares movimentados pela indústria de telecomunicações na região não serão suficientes.

O presidente da Anatel nos contou que as reclamações sobre o tema ocorrem desde 2023. O discurso é de que as big tech ocupam a rede, ganham muito dinheiro e não sobra nada para as teles. Baigorri ainda revelou a resposta dele para esta queixa: “É lógico que estão ocupando a sua rede, você está dando tráfego de graça. Quer que aconteça o quê?”

Quando perguntado se essa é uma tendência, Baigorri me falou que “imagina que sim”.

Claro e TIM confirmam o fim do zero rating

As grandes companhias estão ligadas nisso. Numa conversa recente, eu perguntei ao diretor de marketing da Claro se estamos nos encaminhando para o fim do zero rating. Márcio Carvalho comentou: “Nós estamos remodelando a nossa oferta. Isso ocorre também em função da migração para o 5G, que tem maior velocidade. No passado, o Instagram era só foto, agora tem vídeo. Não tem como dar um cheque em branco sem saber o que os aplicativos vão fazer no dia seguinte.” Ele ainda disse que a Claro “tem o desafio de continuar investindo e remunerar este investimento.”

Em fevereiro, o presidente da TIM concedeu uma declaração similar à do executivo da Claro: “Fechamos a torneira para o zero rating. Todos os novos planos não têm zero rating para as redes sociais”. Alberto Grizelli ainda comentou que “o mundo era outro” quando a estratégia foi implementada.

E o consumidor, como fica?

Carlos Baigorri é presidente da Anatel (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Enquanto isso, o consumidor está gastando R$ 100, R$ 150, às vezes R$ 200 por mês para arcar com o custo da internet. Como explicar para este cliente que ele já paga por uma conexão que não deve ficar mais barata, mesmo com a entrada de um possível novo dinheiro?

Baigorri foi sincero: “Essa é uma boa pergunta, eu não sei. Precisava ver a postura do pessoal de marketing das operadoras. Eu compartilho dessa dúvida com você: como eles vão empacotar essa narrativa?”

Ele lembrou que a Agência Nacional de Telecomunicações está realizando uma tomada de subsídios sobre os deveres dos usuários de redes de telefonia. Eles valerão tanto para pessoas físicas – você e eu – quanto para provedores de aplicações que estão conectados à web – como o Google ou o Facebook.

Thássius Veloso viajou para a Espanha a convite da Honor
Prepare-se para o fim definitivo dos planos com apps ilimitados

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Fonte: Tecnoblog

Exclusivo: TVs Hisense serão fabricadas pela Multi no Brasil

Exclusivo: TVs Hisense serão fabricadas pela Multi no Brasil

Resumo

Lançamento: A empresa chinesa Hisense fechou parceria com a Multi para o lançamento de TVs no Brasil, segundo apurou o Tecnoblog com exclusividade.
Minas Gerais: O cronograma prevê que os primeiros modelos sejam importados. No futuro, as TVs serão produzidas na fábrica da Multi em Extrema (MG).
Valores em segredo: O presidente da Hisense no Brasil disse que as TVs terão “preços acessíveis” e que os tamanhos vão variar de 65 a 110 polegadas.
Indústria: A antiga Multilaser já trabalha com a importação de produtos da DJI, Microsoft, Razer, Sony e Targus. Ela está finalizando uma parceria com a HMD, responsável pelos telefones Nokia.

TVs Hisense chegam ao Brasil em 2024, segundo presidente disse em entrevista ao Tecnoblog (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O lançamento das TVs Hisense no Brasil contará com o reforço da Multi, a antiga Multilaser. O conglomerado industrial será responsável pela fabricação dos televisores ao longo dos próximos meses e anos. A ideia da Hisense é inicialmente importar os produtos, mas depois iniciar a produção local.

O Tecnoblog apurou que a Hisense e a Multi chegaram a um entendimento. As TVs serão produzidas na fábrica de Extrema, em Minas Gerais. Este é um importante parque industrial, que recebeu investimento de milhões de reais.

Imagem aérea da fábrica em Extrema, no estado de Minas Gerais (Foto: Divulgação/Multi)

Conforme revelamos com exclusividade, a gigante das TVs Hisense pretende entrar na disputa com a Samsung e principalmente a LG no mercado brasileiro. O presidente Vincent Zhou me disse que serão comercializados televisores “a preços acessíveis”. Ele não deu detalhes sobre o line-up de 2024.

A parceria entre Hisense e Multi não é de hoje. A antiga Multilaser é a atual responsável pela fabricação das TVs Toshiba, marca que pertence à Hisense. Ou seja, bastaria uma readequação ou ampliação da planta para atender à produção dos novos equipamentos.

Interface do sistema Vidaa OS, usado nas TVs da Hisense (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

O presidente Vincent Zhou antecipou ao Tecnoblog que o planejamento prevê o lançamento de modelos de 65 até 110 polegadas. A entrevista ocorreu durante a feira CES 2024, que aconteceu em Las Vegas nas primeiras semanas de janeiro. As TVs vão rodar o sistema próprio Vidaa ou a plataforma Android TV, mantida pelo Google.

As TVs Hisense de menor tamanho até serão lançadas no Brasil, mas não serão o foco da empresa. Os executivos costumam bater na tecla de que a Hisense é a número dois em televisores em diversos países, inclusive os Estados Unidos.

A Multi é parceria de diversas marcas conhecidas. Ela faz a importação de produtos da DJI, Microsoft, Razer, Sony e Targus. Ela está por trás dos telefones da Nokia, mas o acordo de cooperação está perto do fim e a própria marca Nokia deve desaparecer.

Exclusivo: TVs Hisense serão fabricadas pela Multi no Brasil

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Fonte: Tecnoblog

TV box ilegal: Anatel recomenda jogar fora os aparelhos infectados

TV box ilegal: Anatel recomenda jogar fora os aparelhos infectados

Pesquisadores chineses descobriram uma botnet composta por TV boxes infectadas (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A notícia de uma botnet composta por TV boxes ilegais acendeu o sinal de alerta na Anatel. O conselheiro Artur Coimbra recomendou que os consumidores joguem fora os equipamentos infectados. Ou, nas palavras dele, que “descartem” os dispositivos por causa dos riscos de segurança. Coimbra falou com exclusividade ao Tecnoblog.

O posicionamento do representante da agência ocorre na esteira de uma denúncia feita por um centro de pesquisas chinês. Mais de 1,3 milhão de endereços IP localizados no Brasil estavam em uso por uma botnet. Os equipamentos zumbis continham vírus e outros malwares, de modo que podiam ser acionados remotamente para cumprir inúmeras tarefas.

Os especialistas chinesesdizem que a maioria das TV boxes e dos IPs encontrados é do Brasil. São Paulo é o estado com mais aparelhos infectados, seguido pelo Rio de Janeiro. Também foram citados os estados de Amazonas, Tocantins, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Paraná e Santa Catarina.

Coimbra me disse que o órgão já tinha indícios de uma atividade suspeita sendo realizada também pela internet brasileira a partir de agosto de 2023. Ele ainda explicou que os provedores de acesso cumpriram diversos protocolos para conter a ameaça.

Sem certificação

Artur Coimbra é conselheiro da Anatel e especialista em regulação (Foto: Divulgação/Kenny Oliveira/Ministério das Comunicações)

“O consumidor muitas vezes não sente na pele os problemas de comprar uma TV box irregular. Ele pode até achar que é legal porque pagou centenas de reais na caixinha. No entanto, não é certificada pela Anatel e ainda permite consumo de conteúdo furtado. Se você tem uma dessas, descarte.”
Artur Coimbra – Conselheiro da Anatel

Ele ainda recomendou que os usuários busquem pelo selo da agência antes de fechar a compra de uma nova TV box. Existem diversas opções em conformidade com a lei brasileira. No entanto, as TV boxes ilegais se tornaram febre por destravarem o acesso a plataformas de streaming e canais da TV por assinatura.

Sistema Android TV

Coimbra lembrou que as TV boxes com sistema Android TV (ou mesmo Android, em alguns casos) podem até rodar um sistema desenvolvido por uma grande empresa, no caso o Google, mas não contam com mecanismos básicos de proteção. Elas não costumam receber os pacotes de segurança mais recentes, por exemplo.

O laboratório antipirataria da Anatel já encontrou cavalos de Troia e backdoors embarcadas em unidades de TV box irregular, de acordo com um levantamento de 2022. Com isso, atacantes conseguem controlar remotamente os aparelhos e ainda podem ter acesso aos demais aparelhos na rede doméstica daquele consumidor.

Coimbra disse que a comunicação das TV boxes irregulares com a internet não recebe o mesmo tipo de criptografia visto nos aparelhos regulares. Ou seja, em tese seria possível interceptar e ler os dados.
TV box ilegal: Anatel recomenda jogar fora os aparelhos infectados

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Fonte: Tecnoblog

Exclusivo: Vivo revela preço da nova internet fixa via 5G

Exclusivo: Vivo revela preço da nova internet fixa via 5G

Vivo Box 5G é anunciado oficialmente (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Vivo anuncia nesta quarta-feira (24/01) o início das vendas do Vivo Box 5G, serviço de internet banda larga com conexão 5G. A informação foi confirmada ao Tecnoblog com exclusividade. A mensalidade do plano com franquia de 150 GB sai por R$ 150.

Além do serviço em si, os consumidores também precisarão comprar o roteador, que não está incluso no valor. A própria operadora vai comercializar o Intelbras GX 3000 pelo preço sugerido de R$ 1.499. Ele pode ser parcelado de 10 (na maioria dos cartões) a 18 vezes (no cartão Vivo Itaú).

De acordo com a empresa, os consumidores terão mais mobilidade, já que o roteador com acesso ao chamado 5G FWA pode ser levado para mais de 170 cidades que contam com a rede 5G da Vivo. Não são necessárias obras nem instalações de cabos na casa do cliente. A Vivo diz que basta ligar o dispositivo para ter acesso à internet.

Roteador Intelbras GX3000 sai por R$ 1.899 na loja da Vivo (Imagem: Divulgação/Intelbras)

Nós do Tecnoblog acompanhamos o assunto desde novembro de 2023, quando noticiamos os preparativos para esta oferta, que complementa o negócio de fibra ótica da Vivo. Dissemos, naquela ocasião, que a data permanecia em segredo. Demorou, mas este dia chegou. A comercialização começa hoje mesmo nas mais de 1,8 mil lojas físicas e também na loja online da Vivo.

O que é Vivo Box 5G?

O Vivo Box 5G é o serviço de banda larga fixa por meio da rede 5G. Ele já era ofertado pela Vivo a clientes corporativos, mas de forma muito tímida. A partir de janeiro de 2024, pessoas físicas também podem contratar a novidade. O plano com 150 GB sai por R$ 150/mês. Também é necessário comprar um roteador compatível.

Os documentos submetidos à Anatel explicam que o acesso pode ocorrer por 5G DSS, 5G NSA ou 5G SA. Ou seja, contempla todos os formatos da internet móvel de quinta geração, desde o mais simples até o mais avançado/rápido.

Ainda não sabemos qual deve ser a taxa de download e de upload do serviço. A Vivo foi consultada e este texto será atualizado caso a empresa se manifeste.

Concorrência da Claro

A Vivo irá concorrer com a Claro, que oferece internet fixa via 5G desde agosto de 2023. A companhia de origem mexicana cobra R$ 199,90/mês por 200 GB e R$ 399,90 por 400 GB.

Em resumo, os preços praticados por Vivo e Claro estão muito alinhados. Quem quiser pagar o menor valor possível provavelmente irá se interessar mais pela Vivo, que oferece um plano econômico (tanto em cifras quanto em franquia de dados).
Exclusivo: Vivo revela preço da nova internet fixa via 5G

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Fonte: Tecnoblog