Category: Estados Unidos (EUA)

Vinil de bolso? Empresa anuncia disco colecionável de 4 polegadas

Vinil de bolso? Empresa anuncia disco colecionável de 4 polegadas

Novo formato de 4 polegadas será vendido em grandes redes varejistas (imagem: divulgação/Tiny Vinyl)

Resumo

O Tiny Vinyl é um disco de 4 polegadas voltado a colecionadores e impulsionado pelo crescimento do mercado de vinil.
O formato apresenta desafios de fabricação e reprodução, já que requer toca-discos manuais, mas busca futura compatibilidade com fabricantes.
A estratégia envolve parcerias com grandes redes varejistas e aposta em lançamentos rápidos de músicas, embora as exigências possam ser barreiras para artistas independentes.

Vem aí um novo formato de mídia física: o Tiny Vinyl, disco de apenas 4 polegadas (10,16 cm) que chega ao mercado no fim de setembro de 2025, nos Estados Unidos. A iniciativa, liderada por Neil Kohler e Jesse Mann em parceria com a fábrica Nashville Record Pressing, aposta no apelo colecionável para fãs de música na era do streaming e busca aproveitar a boa fase do vinil.

De acordo com a consultoria Imarc, o mercado de vinil movimenta cerca de US$ 2 bilhões por ano (quase R$ 11 bilhões) e deve crescer em torno de 7% anualmente. Hoje, os discos já representam mais da metade de toda a receita de mídia física para música.

O vinil também experimentou um crescimento expressivo de 45,6% por aqui, atingindo um faturamento de R$ 16 milhões em 2024, segundo o relatório mais recente da Pro-Música Brasil. Cerca de 76% de todas as receitas de vendas físicas no último ano vieram do formato. Ainda não há informações sobre a venda do Tiny Vinyl no Brasil.

Como é o novo disco?

Mercado de vinil movimenta mais de US$ 2 bilhões por ano (imagem: divulgação/Tiny Vinyl)

A ideia começou em 2023, quando Kohler consultou Drake Coker, CEO da Nashville Record Pressing, sobre a viabilidade de produzir um mini disco de vinil. O conceito evoluiu para uma réplica de 12 polegadas (cerca de 30 cm), com arte, selos centrais e áudio em ambos os lados.

O primeiro lançamento em Tiny Vinyl ocorreu em julho de 2024, com o músico country Daniel Donato. “Estamos focando em uma peça que toque em qualquer toca-discos padrão”, explicou Kohler em entrevista ao site Ars Technica.

Discos têm um perfil semelhante ao de um CD (imagem: divulgação/Tiny Vinyl)

A fabricação apresentou desafios. Problemas relacionados ao composto de PVC, à masterização do áudio, ao revestimento metálico dos moldes e à prensagem em si tiveram que ser superados, bem como a aplicação das etiquetas e a montagem das capas em miniatura, que também exigiram soluções de engenharia específicas.

Outro desafio é a reprodução. Por seu tamanho reduzido, o Tiny Vinyl não é compatível com toca-discos automáticos. Os usuários precisam de um aparelho com operação manual. A empresa diz que está em contato com fabricantes de toca-discos para garantir maior compatibilidade no futuro.

Estratégia e recepção inicial

A estratégia de lançamento inclui uma parceria com a grande rede de varejo Target, que planeja disponibilizar mais de 40 títulos nas próximas semanas. A empresa, que já possui relacionamento com grandes gravadoras, está coordenando a seleção de artistas e músicas. Outras grandes redes como Barnes and Noble, Walmart e Best Buy também demonstraram interesse no produto.

A dupla de country alternativo The Band Loula, uma das primeiras a adotar o formato, utilizou o Tiny Vinyl para vender dois singles durante uma turnê por US$ 15 (cerca de R$ 80, em conversão direta). Eles observaram que muitos fãs compram o item como um souvenir para ser autografado.

Cores e variedade marcam a primeira coleção de lançamentos em Tiny Vinyl (imagem: divulgação/Tiny Vinyl)

Os criadores do Tiny Vinyl argumentam que o formato preenche uma lacuna no mercado, permitindo lançar músicas em vinil mais rápido, sem a necessidade de esperar pela produção de um álbum completo. Além disso, as vendas são monitoradas pela Luminate, garantindo que sejam contabilizadas para as paradas da Billboard, um incentivo importante para artistas e gravadoras.

Para o mercado independente, no entanto, o formato ainda apresenta barreiras. Com um pedido mínimo atual de 2.000 unidades, o custo se torna proibitivo para bandas e selos menores. Carl Zenobi, dono da gravadora independente Powertone Records, disse à Ars Technica que considera o formato mais direcionado a artistas de grande porte.
Vinil de bolso? Empresa anuncia disco colecionável de 4 polegadas

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Fonte: Tecnoblog

Neuralink é barrada ao tentar registrar “telepatia” e “telecinese”

Neuralink é barrada ao tentar registrar “telepatia” e “telecinese”

Empresa de Elon Musk chegou dois anos atrasada no registro dos nomes (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Neuralink teve os pedidos de registro das marcas “Telepathy” e “Telekinesis” rejeitados pelo órgão responsável nos EUA.
O escritório de patentes apontou solicitações anteriores do empresário Wesley Berry.
Os nomes seriam usados em produtos que permitem controlar dispositivos por meio da atividade cerebral, mas Berry já havia registrado as marcas em 2023 e 2024.

A Neuralink, empresa de neurotecnologia cofundada por Elon Musk, está com dificuldades para registrar as marcas “Telepathy” (Telepatia) e “Telekinesis” (Telecinese). O pedido foi protocolado em março, mas em agosto o Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos (USPTO) apontou que já existiam solicitações anteriores para os mesmos nomes, travando o processo.

A empresa escolheu as marcas para batizar os seus primeiros produtos comerciais, ligados ao controle de dispositivos a partir da atividade cerebral. Musk havia anunciado o nome Telepathy em janeiro de 2024, ao se referir ao chip neural destinado a pessoas com limitações motoras.

Comandos pela mente

Implante da Neuralink é chamado, até o momento, de Telepathy (imagem: reprodução/YouTube)

A Neuralink não pretende transformar nenhum ser humano em X-Men, mas os nomes refletem a proposta da tecnologia: permitir que pessoas com paralisia consigam interagir com o mundo digital apenas pelo pensamento, convertendo-o em textos e ações numa tela.

Criada em 2017, a companhia anunciou em 2020 o implante cerebral que permitira essas ações. O dispositivo registra sinais neurais e os traduz em comandos, permitindo mover um cursor ou digitar em uma tela sem necessidade de teclado ou mouse.

Desde 2024, a empresa usa a designação Telepathy para a tecnologia, aplicada pela primeira vez em janeiro daquele ano. O número de voluntários desde então subiu para 11, segundo a revista Wired, sendo os dois últimos transplantes feitos no Canadá. É a primeira vez que a empresa aplicou o transplante fora dos EUA, segundo anúncio feito pelo X/Twitter.

Disputa pelas marcas

O registro das marcas daria à empresa a exclusividade comercial sobre esses termos. O problema é que, segundo cartas enviadas em agosto pelo USPTO à empresa, outra pessoa chegou primeiro: Wesley Berry, um cientista da computação e cofundador da startup de tecnologia Prophetic.

Berry solicitou o registro de Telepathy em maio de 2023 e de Telekinesis em agosto de 2024. A Neuralink só protocolou suas intenções em março de 2025. Em ambos os casos, os solicitantes fizeram os pedidos como intenção de uso, mecanismo que reserva os direitos sobre um nome antes da chegada de um produto ao mercado. Com isso, Berry tem três anos para comprovar o uso efetivo da marca.

Curiosamente, o cenário é semelhante à disputa entre a Gradiente e a Apple no Brasil. A Gradiente registrou a marca “G GRADIENTE IPHONE” em 2000, mas a Apple questionou a validade do registro por falta de uso comercial contínuo, gerando uma batalha judicial que se arrasta há anos.

Enquanto os pedidos de Berry estiverem ativos, a Neuralink tem poucas alternativas. A empresa pode negociar a compra dos direitos, buscar um acordo de consentimento ou, caso Berry consiga comprovar o uso comercial e finalize o registro, pode ser obrigada a escolher novos nomes para seus produtos.

Neuralink é barrada ao tentar registrar “telepatia” e “telecinese”

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Fonte: Tecnoblog