Category: China

LinkedIn demite mais de 700 pessoas e encerrará app na China

LinkedIn demite mais de 700 pessoas e encerrará app na China

O LinkedIn anunciou na noite da segunda-feira (8), que irá demitir 716 funcionários e realizará mudanças no programa Global Business Organization (GBO). Além disso, a empresa também confirmou que seus esforços na China através do aplicativo InCareer serão descontinuados em agosto de 2023.

LinkedIn (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

As informações vieram diretamente de Ryan Roslansky, CEO do LinkedIn, em um e-mail para os colaboradores, que depois foi publicado na página de notícias da empresa. No texto, o líder afirma que mais demissões ocorreram na companhia no início de 2023 do que em todo ano de 2022.

Segundo o CEO, os cortes aconteceram devido a “mudanças no comportamento do cliente e crescimento mais lento da receita”.

Ademais, o Global Business Organization (GBO), que é uma “organização de negócios e networking liderada por estudantes, dedicada a formar líderes com mentalidade global nos negócios e na sociedade” irá sofrer uma reorganização. O LinkedIn fará alterações na agilidade, no alinhamento dos times e na maneira de trabalhar.

Por fim, as demissões também estão ligadas ao encerramento do app de empregos InCareer, propriedade do LinkedIn, na China. De acordo com Ryan Roslansky, “embora o programa tenha obtido algum sucesso no ano passado, ela também enfrentou uma concorrência acirrada e um clima macroeconômico desafiador no país asiático”.

Usuários do aplicativo têm até o dia 9 de agosto para baixarem seus dados, que serão deletados no mesmo mês.

App do InCareer na China (Imagem: Reprodução / South China Morning Post)

Novas vagas serão abertas

Mesmo com a demissão de 716 funcionários (4% de toda a força de trabalho da marca), o LinkedIn mantém o otimismo.

No planejamento para a reestruturação de suas áreas, a empresa afirmou que vai abrir 250 novas vagas de emprego a partir do dia 15 de maio em “segmentos específicos das operações”. Isso inclui oportunidades no gerenciamento de negócios e contas, por exemplo.

Encerrando a carta para as equipes, Ryan Roslansky, disse que a próxima década “talvez seja a mais importante que experimentamos até agora”. O CEO ressaltou o crescimento da tecnologia de inteligência artificial e as mudanças que ela fará no mundo. Vale lembrar que a marca anunciou o uso de IA para redigir mensagens para recrutadores e também para auxiliar o usuário a escrever o seu próprio perfil no LinkedIn.

O líder considera que o LinkedIn será essencial em ajudar “membros e clientes a navegarem pelas mudanças para acessar oportunidades econômicas”.

A companhia continuará a administrar os gastos, enquanto investe em áreas estratégicas de crescimento. Contudo, as próximas semanas, segundo o CEO, serão direcionadas para dar suporte aos colaboradores que foram impactados pelas mudanças.

Com informações: TechRadar.
LinkedIn demite mais de 700 pessoas e encerrará app na China

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Fonte: Tecnoblog

O Real Digital não é o que você está esperando

O Real Digital não é o que você está esperando

A digitalização do dinheiro segue a pleno vapor no mundo todo. Parte desse processo se dá através da CBDC, ou Central Bank Digital Currency. Trata-se da versão digital de uma moeda oficial, respaldada pelo Banco Central do país em questão.

Real digital tirando a burocracia do caminho (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O conceito é uma apropriação do que acontece no universo das criptomoedas. Apenas em parte, porém: aqui não existe a descentralização característica do universo cripto, é o Estado quem emite o dinheiro, como já acontece com as moedas tradicionais.

Hoje, o país com a CBDC mais avançada é a China, onde as pesquisas sobre esta tecnologia começaram em 2014. Por lá, já dá para usar o yuan digital para fazer pagamentos no dia a dia, e até salários podem ser pagos dessa forma. Até outubro de 2022, cerca de 100 bilhões de yuans já haviam sido transacionais em seu formato digital.

Agora, é o Brasil que inicia os testes com a CBDC nacional. No entanto, nosso Banco Central tomou um caminho diferente do modelo chinês. Aqui os testes não envolverão, num primeiro momento, pagamentos de varejo. Por enquanto, você não vai poder pagar suas compras com o Real Digital.

O motivo disso é que o Brasil tem algo que a China não tem: o Pix.

Saindo do contexto do dia a dia

Em entrevista ao Tecnocast 286, o professor Carlos Ragazzo, da FGV, nos lembra das particularidades do caso chinês. Por lá, a população já está mais do que acostumada à digitalização dos pagamentos. Basta olhar para o uso amplamente difundido dos super apps WeChat e AliPay.

Ao concentrarem tanto das transações feitas no país, esses aplicativos – soluções privadas, oferecidas por Tencent e Alibaba – acumulam muito poder sobre o sistema financeiro local. Para o governo chinês, estimular o uso do yuan digital – ou seja, a solução do governo – também é uma forma de equilibrar essa relação, por assim dizer.

Lá o projeto deles é de reduzir a dependência das grandes plataformas, do AliPay e do WeChat. Porque eles já se livraram do cash. Já são noventa e tantos por cento de pagamentos digitais. Só que esses pagamentos digitais, eles se dão à margem dos sistemas financeiros tradicionais, dos bancos comerciais tradicionais chineses. (…) O yuan digital foi meio que utilizado pra começar a reduzir a relevância dessas plataformas digitais chinesas supergigantes por lá.

O Brasil não tem nada parecido com um WeChat ou AliPay. Até mesmo o WhatsApp Pay encontra dificuldades para decolar no contexto brasileiro. Por aqui, a solução mais utilizada já é a que partiu do governo: o Pix, cuja estrutura tem se mostrado suficiente para os pagamentos de varejo, aqueles que fazemos todos os dias.

China tem yuan digital operando e é líder no desenvolvimento de uma CBDC (Imagem: Adrian Korte/Flickr)

É por essa razão que o Real Digital não vem com esse foco, como aconteceu na China. Sendo assim, o piloto da CBDC brasileira abre as portas para que instituições financeiras apresentem projetos de novos produtos e serviços que podem ser viabilizados pelo Real Digital.

Contratos inteligentes e programabilidade

Os benefícios de uma CBDC vão muito na linha da facilitar certas operações. Desde envios de remessas de um país para outro até transações entre instituições financeiras, que envolvem grandes somas de dinheiro. É provável que o Real Digital tenha aplicações nessas frentes.

No entanto, ele também pode ser útil para acelerar alguns tipos de transação. Ragazzo cita um projeto capitaneado pelo Santander para transferência de veículos. Nele, o carro se torna um token dentro de um marketplace. A transmissão do bem para o comprador seria imediata, ocorrendo logo após o pagamento com o Real Digital e dispensando a burocracia normalmente associada a esse tipo de negócio.

A CBDC aqui está aliada a outra tecnologia, os smart contracts (contratos inteligentes), protocolos que permitem a execução automática de transações a partir da definição de certas condições. Tudo isso através de blockchain, onde as cláusulas do contrato ficam gravadas.

É uma possibilidade interessante, com implicações práticas na vida do público. Aqui o Real Digital mostra seu potencial para além dos pagamentos de dia a dia, com os quais estabelecida uma associação mais imediata.

Blockchain (Imagem: mmi9/Pixabay)

Outro projeto é uma parceria da fintech Capitual com a TecBan. Imagine que você fez uma compra on-line, e o produto foi entregue num armário inteligente. Também a partir de smart contracts, o armário identificaria quando você retirou sua compra, e só então o dinheiro – como Real Digital – seria repassado ao vendedor.

Segundo Ragazzo, essa aplicação está ligada à ideia de programabilidade do dinheiro, um conceito muito importante no piloto do Real Digital.

À medida que os testes caminham, a tendência é que outras utilidades sejam encontradas e novos serviços sugeridos. Com a infraestrutura sendo oferecida pelo Banco Central, cabe agora ao mercado ser criativo e propor formas inovadoras de fazer uso dela.
O Real Digital não é o que você está esperando

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Fonte: Tecnoblog

Seagate é multada em US$ 300 milhões pelos EUA por enviar HDs à Huawei

Seagate é multada em US$ 300 milhões pelos EUA por enviar HDs à Huawei

Em 2019, o governo dos Estados Unidos, então sob comando de Donald Trump, proibiu empresas americanas de fazerem negócio com a Huawei. A Seagate descumpriu a restrição ao fornecer discos rígidos à companhia chinesa. A consequência veio agora: uma multa de US$ 300 milhões (equivalente a R$ 1,5 bilhão).

HD da Seagate (imagem: divulgação/Seagate)

A punição surge após uma investigação da Secretaria de Indústria e Segurança (BIS, na sigla em inglês), órgão ligado ao Departamento de Comércio dos Estados Unidos.

O relatório da BIS aponta que, entre agosto de 2020 e setembro de 2021, a Seagate enviou 7,4 milhões de HDs à Huawei sem obter uma licença de exportação do governo americano.

As sanções foram aplicadas à Huawei em razão da alegada suspeita do governo americano de que a empresa pratica espionagem para a China, além de outras ações irregulares. Com base nisso, a Huawei passou a figurar na lista de organizações que ameaçam a segurança dos Estados Unidos.

Em agosto de 2020, as restrições comerciais à Huawei foram ampliadas. Depois disso, Western Digital e Toshiba pararam de fornecer discos rígidos à empresa chinesa.

Com a Seagate foi diferente. A companhia continuou enviando HDs à Huawei usando como argumento que, como esses produtos não eram oriundos de equipamentos feitos nos Estados Unidos, não estavam sujeito ao controle de exportações do governo americano.

Os 7,4 milhões de discos rígidos fornecidos geraram uma receita de US$ 1,1 bilhão para a Seagate.

Huawei na Mobile World Congress (imagem: Karlis Dambrans/Flickr)

Multa de US$ 300 milhões paga em parcelas

A multa de US$ 300 milhões é a maior já aplicada pela BIS em uma investigação não ligada a um processo criminal. O valor faz parte de um acordo entre o órgão e a Seagate, e corresponde ao dobro do lucro da empresa com a venda dos HDs.

Dave Mosley, CEO da Seagate, explicou a aceitação do acordo:

Apesar de acreditarmos que cumprimos todas as leis relevantes de controle de exportação quando fizemos as vendas dos discos rígidos, concluímos que nos comunicar com a BIS e resolver esse problema era a melhor ação a ser tomada.

Como parte do acordo, a Seagate pagará a multa em parcelas trimestrais de US$ 15 milhões ao longo de cinco anos, começando em 31 de outubro de 2023. A empresa também será submetida a uma auditoria.

O não pagamento das parcelas ou problemas relevantes encontrados na auditoria poderão levar o governo dos Estados Unidos a proibir que a Seagate exporte produtos.

Com informações: Reuters.
Seagate é multada em US$ 300 milhões pelos EUA por enviar HDs à Huawei

Seagate é multada em US$ 300 milhões pelos EUA por enviar HDs à Huawei
Fonte: Tecnoblog

TikTok afirma que não vende dados dos usuários, mais ou menos

TikTok afirma que não vende dados dos usuários, mais ou menos

Na quinta-feira (23), o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, testemunhou perante o Comitê de Energia e Comércio dos Estados Unidos. O empresário foi alvejado com os mais diferentes questionamentos, alguns sensatos e outros nem tanto. Uma das principais perguntas foi se o aplicativo de vídeos curtos vende dados dos usuários para terceiros, na qual o Sr. Chew desviou para não oferecer uma resposta certeira.

Shou Zi Chew (Imagem: Chip Somodevilla / Getty Images)

Durante as quase cinco horas de audiência, alguns dos congressistas insistiram no questionamento sobre a venda de informações. Esse é um ponto que os EUA se preocupam veementemente, tanto é que no testemunho de Mark Zuckerberg ao congresso norte-americano em 2019, as mesmas dúvidas surgiram para o CEO da Meta.

Por exemplo: Frank Pallone, do partido Democrata e representante do Comitê, perguntou se “o TikTok vende dados”. Como uma tentativa de resposta, o CEO da empresa chinesa afirmou que “acredito que não vendemos dados para nenhum agente de informações”.

Em seguida, o Sr. Pallone foi mais direto: “Eu não perguntei sobre agentes de informações. Você vende dados para qualquer pessoa?”.

Entretanto, Shou Zi Chew, tentou desviar mais uma vez ao dizer: “Deputado, eu realmente sou a favor de algumas regras…”, mas ele foi logo interrompido pelo representante do Comitê:

Eu não perguntei sobre regras, eu perguntei se a empresa TikTok se comprometeria a não vender dados para ninguém.

Por fim, o Sr. Chew apenas disse: “Eu posso retornar com mais detalhes”.

Após a audiência, Maureen Shanahan, uma porta-voz da companhia de vídeos curtos, divulgou a seguinte informação em um e-mail:

Como afirmamos em nossa política de privacidade, não vendemos informações pessoais.

Aparentemente o TikTok não vende suas informações (Imagem: Solen Feyissa/Unsplash)

“O TikTok acessa o Wi-Fi da minha casa?”

Uma das perguntas mais curiosas dentre as diversas feitas para o CEO da marca chinesa foi dita pelo representante Republicano Richard Hudson, da Carolina do Norte. Em meio a vários questionamentos sobre segurança e privacidade, o político indagou:

Sr. Chew, o TikTok acessa a rede Wi-Fi doméstica?

Shou Zi Chew respondeu após uma pausa que “apenas se o usuário ligar o Wi-Fi”. Em seguida, se desculpou, pois achou que não havia entendido a dúvida.

“Então, se eu tiver o aplicativo TikTok no meu telefone e meu telefone estiver na minha rede Wi-Fi doméstica, o TikTok acessa essa rede?”, o Sr. Hudson deu continuidade querendo destacar o seu ponto.

Nesse momento, o CEO do app de vídeos curtos se mostrou confuso com o inquérito. Contudo, logo respondeu:

Sim, teria que acessar a rede para obter conexões com a internet, se essa for a questão do Sr. deputado.

Com informações: Gizmodo.
TikTok afirma que não vende dados dos usuários, mais ou menos

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Fonte: Tecnoblog