Category: Brasil

Brasil já deveria ter sistema melhor de alertas via celular

Brasil já deveria ter sistema melhor de alertas via celular

Projeto similar ao Amber Alert dos EUA está pronto desde dezembro de 2023 (Imagem: Guilherme Reis / Tecnoblog)

Resumo

O Brasil ainda não implementou um moderno sistema de alertas de catástrofes via celular, como o Cell Broadcast, apesar de sua eficácia comprovada em países como Estados Unidos e Japão.
Essa tecnologia permite que alertas emergenciais sejam enviados a celulares em uma área específica, funcionando mesmo em modo Não Perturbe.
Embora a Anatel tenha desenvolvido o projeto Notificação de Alertas de Desastres, que está pronto desde dezembro de 2023 após 14 meses de testes com operadoras, a utilização efetiva do sistema enfrenta entraves. A falta de treinamento adequado dos agentes públicos para operar a plataforma e a necessidade de ajustes e finalizações no projeto são barreiras significativas.
Atualmente, os alertas são transmitidos principalmente via SMS, que requer cadastro prévio e pode não ser recebido se o celular estiver em modo Não Perturbe. O governo também utiliza outros meios, como avisos na TV por assinatura e mensagens em aplicativos de mensagens como WhatsApp e Instagram, que dependem de conexão de dados.

A trágica situação do Rio Grande do Sul nos mostra o quanto a tecnologia pode contribuir para que as pessoas rapidamente sejam informadas sobre momentos de crise. Neste contexto, fica a dúvida: por que o Brasil ainda não possui um moderno sistema de envio de alertas via celular? O chamado Cell Broadcast é utilizado com sucesso em países como Estados Unidos e Japão. Aqui, no entanto, sua implementação está parada.

Os americanos apelidaram a tecnologia de Amber Alert. Autoridades podem emitir comunicados para uma região específica e, com isso, os smartphones dela são transformados em verdadeiras sirenes. Eles apitam, acendem e exibem a mensagem emergencial (mesmo que estejam em modo Não Perturbe).

O Amber Alert foi concebido para avisar os moradores sobre o rapto de crianças numa determinada localidade. A ideia evoluiu a ponto de informar sobre terremotos e tempestades. Já no Japão, o chamado J-Alert também é empregado em outras condições climáticas extremas.

Brasil tem projeto de Amber Alert

Eu me debrucei sobre o tema nos últimos dias, com a pulga atrás da orelha depois de ver a situação de nossos compatriotas do Sul. Atualmente, a Defesa Civil de cada região é capaz de disparar avisos por meio de SMS – basta se cadastrar pelo número 40199. A questão é que, como você bem sabe, normalmente estas mensagens de texto ficam retidas quando o aparelho está em modo Não Perturbe (sem falar que exigem um cadastro prévio).

O passo seguinte foi dado. A Anatel foi pioneira ao iniciar o projeto da Notificação de Alertas de Desastres. O superintendente de Controle de Obrigações da agência, Gustavo Santana, me explicou que o sistema está pronto desde dezembro de 2023, após 14 meses de exaustivos testes junto às operadoras de telefonia.

Porto Alegre sofre com fortes enchentes (Imagem: Agência Brasil/Divulgação))

A partir da plataforma, agentes públicos da área de salvamento (em especial representantes dos órgãos de Defesa Civil) poderiam escolher a severidade do alerta e sua abrangência, entre outros atributos, antes de disparar o comunicado. As operadoras recebem a instrução, determinam quais torres estão dentro daquele raio e disparam a comunicação pelas redes 4G e 5G. O consumidor não paga nada por isso.

A maioria dos celulares fabricados a partir de 2020 conta com o software necessário para receber e exibir os alertas. Não deveria ser tão difícil.

Por que não é usado?

O passo seguinte seria a utilização desta valiosa ferramenta, o que não vem acontecendo. Os responsáveis pelos alertas, nos vários órgãos de resgate, deveriam ser treinados para operá-la da melhor maneira possível. Isso exigiria um movimento nacional para que tudo estivesse funcionando num – infelizmente provável – próximo desastre.

Exemplo de mensagem via Cell Broadcast (Imagem: Divulgação/Anatel)

No entanto, quando consultado, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional me informou que o projeto “está em fase de ajustes e finalização”. Está prevista a fase piloto do sistema, mas nenhuma data foi divulgada.

A pasta recomendou que a população fique atenta a outros meios de alerta: além do já citado SMS, também são disparados avisos na TV por assinatura. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul também atua em populares apps: WhatsApp e Instagram. No entanto, cabe lembrar que este uso requer internet com franquia de dados, ao contrário do que é previsto no Cell Broadcast.

Enquanto isso, seguimos com os alertas via SMS. Foram disparadas 83 comunicações desde o dia 27 de abril no Rio Grande do Sul. Segundo o ministério, a ação resultou em 9,6 milhões de mensagens SMS.
Brasil já deveria ter sistema melhor de alertas via celular

Brasil já deveria ter sistema melhor de alertas via celular
Fonte: Tecnoblog

Youtuber afirma que detalhes do Switch 2 serão apresentados neste ano

Youtuber afirma que detalhes do Switch 2 serão apresentados neste ano

Switch 2 será lançado até março de 2025, mas mais informações sobre o console podem chegar ainda neste ano (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O Nintendo Switch 2 deve ter mais detalhes apresentados pela fabricante no segundo semestre deste ano. A informação foi divulgada pelo youtuber brasileiro tvPH nesta quarta-feira (7). O youtuber, cujo nome é Pedro Henrique Lippe, também explicou que o Nintendo Direct de junho será o último focado na atual geração do Switch.

O youtuber tvPH, que cravou meses atrás o atraso na produção do Switch 2, também reforçou que a Nintendo lançará o novo console em março do próximo do ano. Lippe disse no vídeo publicado em seu canal que o tweet da empresa, no qual o CEO Shuntaro Furukawa fala sobre o Switch 2, deve ser lido como uma confirmação do lançamento do console para este ano fiscal.

Aprofundando nesses assunto de jogos do Switch 2, os próximos lançamentos de games darão uma prévia do que esperar de desempenho no console. Por exemplo, um jogo que for anunciado durante o Nintendo Direct já estará pronto para rodar no Switch 2. Segundo o youtuber, a Nintendo ainda fará um Indie World em agosto.

Próximos jogos anunciados para Nintendo Switch estarão preparados para o Switch 2 (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Porém, Lippe destaca que os títulos exclusivos só devem ser apresentados após a Nintendo anunciar oficialmente o Switch 2 — provavelmente após divulgar detalhes do console no segundo semestre de 2024. O youtuber reforçou ainda que haverá compatibilidade entre jogos do primeiro Switch e seu sucessor.

Possíveis novidades sobre o Switch 2

Mesmo que ainda longe dos primeiros detalhes oficiais do Switch 2, alguns leakers divulgaram supostas novidades do console. Sobre a tela, é especulado que o Switch 2 OLED tenha um display de 8 polegadas (modelo atual conta com tela de 7 polegadas). Mais uma vez a Samsung será a fornecedora desse componente.

Os joy-con, nome dos controles do Switch, não terão mais trilhos para encaixar no console. Ao invés disso, a Nintendo usará imãs para mantê-los presos ao corpo do Switch 2. Assim, quem fazer o upgrade de consoles terá que guardar os joy-con antigos em outro lugar.

Com informações: Android Authority
Youtuber afirma que detalhes do Switch 2 serão apresentados neste ano

Youtuber afirma que detalhes do Switch 2 serão apresentados neste ano
Fonte: Tecnoblog

Samsung Galaxy Buds 3 Pro é homologado no Brasil; lançamento será em julho

Samsung Galaxy Buds 3 Pro é homologado no Brasil; lançamento será em julho

Todas as cores da família Galaxy Buds 2 (Imagem: Divulgação/Samsung)

A Anatel homologou no Brasil o Galaxy Buds 3 Pro, próxima geração de fones de ouvido da Samsung. Com isso, o produto já pode ser vendido por aqui. Entretanto, o seu lançamento deve ocorrer no próximo Galaxy Unpacked, previsto para julho deste ano.

O Galaxy Buds 2 Pro, antecessor do modelo certificado pela Anatel, foi lançado em 2022. Desde então, o único novo lançamento de fones da fabricante foi o Galaxy Buds FE, apresentado no ano passado. Além do Galaxy Buds 3 Pro, a Samsung também deve apresentar o Galaxy Buds 3 durante o Galaxy Unpacked — o último modelo dessa linha, o Galaxy Buds 2, foi lançado em 2021.

Galaxy Buds 3 Pro homologado pela Anatel

Documento de conformidade técnica mostra que Galaxy Buds 3 Pro terá fabricação no Brasil (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

O Galaxy Buds homologado pela Anatel tem o número de modelo SM-R530. De acordo com o GalaxyClub, esse é o código da versão Pro dos novos fones de ouvido TWS. Já o Galaxy Buds 3, que ainda não foi certificado pela agência, tem o número de modelo SM-R630.

Não há vazamentos sobre as especificações desses fones de ouvido. Contudo, os documentos de conformidade e de homologação do Galaxy Buds 3 Pro indicam que ele pode chegar sem carregamento sem fio, já que não há nenhuma menção à essa tecnologia.

De resto, podemos esperar que a Samsung anuncie pelo menos as especificações “padrões” desses fones TWS topo de linha: cancelamento de ruído ativo, resistência à água e longa bateria. O Galaxy Buds 2 Pro contava também com áudio 360º.

É especulado que os fones de ouvido serão anunciados durante o segundo Galaxy Unpacked do ano, previsto para o mês de julho. No evento, a Samsung também deve anunciar o Galaxy Z Fold 6, Galaxy Z Flip 6 e o Galaxy Ring — seu primeiro anel inteligente.

Relembre a análise do Galaxy Buds 2

Samsung Galaxy Buds 3 Pro é homologado no Brasil; lançamento será em julho

Samsung Galaxy Buds 3 Pro é homologado no Brasil; lançamento será em julho
Fonte: Tecnoblog

Asus lança celular gamer ROG Phone 8 no Brasil; veja preço

Asus lança celular gamer ROG Phone 8 no Brasil; veja preço

Câmera com zoom óptico de 3x coloca o aparelho em pé de igualdade com concorrentes (Imagem: Divulgação / Asus)

A Asus anunciou a chegada do ROG Phone 8 no Brasil, com preços que começam em R$ 9.999 (versão Pro de 16 GB de RAM). O smartphone gamer tem chip Snapdragon 8 Gen 3 — o mais recente da Qualcomm — tela com taxa de atualização de 165 Hz e sistema de resfriamento como destaques.

O aparelho foi anunciado em janeiro de 2024 e chega agora, quatro meses depois, ao mercado nacional. Por enquanto, a Asus trouxe as duas versões mais caras do aparelho para o Brasil.

O ROG Phone 8 Pro tem 16 GB de RAM e 512 GB de armazenamento. Ele tem preço sugerido de R$ 9.999.

O ROG Phone 8 Pro Edition tem 24 GB de RAM e 1 TB de armazenamento, além de incluir um cooler acoplável AeroActive Cooler X. Ele tem preço sugerido de R$ 11.999.

ROG Phone 8 chega ao Brasil nos modelos Pro e Pro Edition (Imagem: Divulgação / Asus)

Os aparelhos já estão sendo vendidos na loja oficial da Asus, que oferece 10% de desconto no Pix ou parcelamento em até 12 vezes sem juros.

O ROG Phone 8 básico não está disponível no Brasil. Ele tem 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. Outra diferença para as versões mais caras é que ele vem com um logo RGB na traseira, enquanto as versões Pro contam com displays de matriz de LED no mesmo espaço.

Asus ROG Phone 8 está mais perto de flagship “comum”

AeroActive Cooler X ajuda a resfriar aparelho (Imagem: Divulgação / Asus)

O ROG Phone 8 marca uma aproximação da linha com características comuns a smartphones de topo de linha, mas que eram deixadas de lado nas gerações passadas.

Uma delas é a lente teleobjetiva, com zoom óptico de 3x. Ela substitui a câmera macro da geração anterior. Com isso, o aparelho fica com praticamente a mesma configuração tripla (principal, ultrawide e zoom) de um Galaxy S24 ou um iPhone 15 Pro, por exemplo.

O design também está mais elegante. O ROG Phone 8 é mais fino e leve que a versão 7. A espessura passou de 10,49 mm para 8,9 mm, enquanto o peso foi reduzido de 239 g para 225 g.

Recursos exclusivos para games continuam

Apesar disso, o aparelho continua com sua vocação gamer:

Chip Snapdragon 8 Gen 3, com 3,3 GHz de clock, o mais recente da Qualcomm.

GPU 25% mais rápida que a geração anterior, segundo a Asus.

Até 24 GB de RAM LPDDR5X, com 8.533 MHz.

Até 1 TB de armazenamento UFS 4.0.

Tela AMOLED de 6,78 polegadas e taxa de atualização que varia entre 1 Hz e 120 Hz no uso comum. Em games, ela pode chegar a 165 Hz, com 720 Hz de taxa de resposta ao toque.

Recursos de software com IA para coletar itens automaticamente e deixar jogos rodando em segundo plano com macros pré-programadas, por exemplo.

Suporte ao AeroActive Cooler X, que melhora o resfriamento do aparelho em tarefas intensas.

Saídas USB-C e 3,5 mm na lateral do aparelho, para o usuário poder jogar enquanto carrega ou usa acessórios.

Asus lança celular gamer ROG Phone 8 no Brasil; veja preço

Asus lança celular gamer ROG Phone 8 no Brasil; veja preço
Fonte: Tecnoblog

Brasil inicia testes da conexão D2D por São Luís

Brasil inicia testes da conexão D2D por São Luís

Anatel inicia testes de conexão D2D no Brasil em São Luís, que durarão até o mês de junho (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Anatel liberou neste mês o início dos testes da tecnologia de conexão direct-to-device (D2D). Esse tipo de tecnologia permite que celulares realizem conexões diretas com satélites e atuem como hubs para outros smartphones. Os testes D2D serão realizados em São Luís, capital do Maranhão, e terminarão em junho.

Em março, quando a Anatel divulgou os preparativos para esse teste, a Claro e a TIM declararam seu interesse na tecnologia D2D. As operadoras utilizarão os satélites da AST SpaceMobile para a conexão direct-to-device.

Como explica a agência no comunicado oficial, os testes usarão satélites em baixa órbita (LEO na sigla em inglês). Os satélites operarão na faixa de 800 MHz, usando a mesma radiofrequência utilizadas no sistema de telefonia móvel terrestre. Uma vantagem dessa tecnologia é que os smartphones não necessitam de nenhuma adaptação para usar a conexão D2D.

Segundo a Anatel, o início dos testes D2D colocam o Brasil entre os países pioneiros nesse tipo de tecnologia. Nesse período de avaliação, a Agência estudará os aspectos técnicos e regulatórias da conexão D2D. Após os testes, a Anatel deverá seguir com etapas para avaliar a aplicação da tecnologia em larga escala.

Conexão direct-to-device (D2D)

A tecnologia direct-to-device permite que smartphones e outros dispositivos com conexão celular (como alguns smartwatches e tablets) se conectem às redes de satélites — geralmente usando a sinais 4G ou 5G. Isso permite que os dispositivos contem com uma maior rede de cobertura e sejam capazes de realizar chamadas, enviar mensagens e conectar-se à internet.

Starlink é uma das empresas que trabalha no desenvolvimento da tecnologia D2D (Imagem: Divulgação/Starlink)

Algumas das empresas que estão trabalhando nessa tecnologia são a Starlink e a AST SpaceMobile. Esta última virou notícia em 2023, quando seus satélites foram utilizados para que um Galaxy S22 Ultra realizasse uma chamada via satélite usando a rede de telefonia da AT&T.

A diferença desse caso para a tecnologia D2D é que os satélites podem ser menores. O equipamento usado pela AST SpaceMobile durante a ligação com o Galaxy S22 Ultra funciona como uma antena no espaço.

Com informações: Anatel e SpaceNews
Brasil inicia testes da conexão D2D por São Luís

Brasil inicia testes da conexão D2D por São Luís
Fonte: Tecnoblog

Xiaomi começa a vender Redmi 13C 5G no Brasil

Xiaomi começa a vender Redmi 13C 5G no Brasil

Xiaomi Redmi 13C possui uma câmera de 50 MP na traseira (Imagem: Divulgação/Xiaomi)

Resumo

O Redmi 13C 5G foi lançado no Brasil pelo preço sugerido de R$ 1.999. Ele é uma atualização de outro modelo que só tinha rede 4G.
Ele possui um processador MediaTek Dimensity 6100+ de 6 nm, considerado intermediário, que contribui para uma maior economia de bateria.
A bateria do dispositivo é de 5.000 mAh, suportando até dois dias de uso com uma única carga, e oferece carregamento rápido de 18 W.

A Xiaomi finalmente lançou no Brasil o Redmi 13C com suporte para 5G. 4 meses após lançar o celular com 4G por aqui, a marca chinesa atualiza o modelo no país. O Redmi 13C 5G é um smartphone intermediário, equipado com um chip MediaTek e chega com preço sugerido de R$ 1.999.

Seguindo uma especificação padrão nos modelos desse segmento, o Redmi 13C 5G traz uma bateria grande, com 5.000 mAh de capacidade. Porém, ao contrário de outros celulares chineses, esse modelo traz um carregamento rápido de apenas 18 W. Segundo a Xiaomi, o Redmi 13C 5G aguenta até dois dias sem precisar de recarga.

Redmi 13C 5G tem SoC MediaTek de 6 nm

Xiaomi Redmi 13C 5G chega ao Brasil pelo preço de R$ 1.999 (Imagem: Divulgação/Xiaomi)

O processador do Redmi 13C 5G é o Dimensity 6100+, fabricado pela MediaTek. O SoC é produzido na litografia de 6 nm. O chip não é um “monstro” de desempenho, mas deve atender o uso para redes sociais. Por outro lado, sua performance intermediária ajuda na economia da bateria.

O celular tem 8 GB de memória RAM, mas possui suporte para tecnologia de RAM virtual, que permite aumentar essa especificação até 16 GB de memória. O armazenamento é de 256 GB, mas pode ser expandido para mais 1 TB usando um cartão microSD.

O Redmi 13C 5G possui uma câmera de 50 MP na traseira. A câmera frontal tem resolução de 5 MP e fica alocada em um notch do tipo gota. A tela mede 6,74 polegadas e tem taxa de atualização de 90 Hz. O display, que tem brilho máximo de 600 nits, é protegido com Corning Gorilla Glass.

O celular sai de fábrica com a MIUI 14, interface da Xiaomi baseada no Android 14. O Redmi 13C 5G deve receber a HyperOS, nova UI da marca chinesa, aqui no Brasil  — só não sabemos quando.

Ficha técnica do Redmi 13C 5G

Tela: 6,74 polegadas, brilho máximo de 600 nits

Taxa de atualização: 90 Hz

Processador: MediaTek Dimensity 6100+

Memória RAM: 8 GB (expansível até 16 GB de RAM com memória virtual)

Armazenamento: 256 GB (expansível para até 1 TB com microSD)

Câmeras: Lente traseira de 50 MP e câmera frontal de 5 MP

Bateria: 5.000 mAh e suporte para carregamento rápido de 18 W

Sistema: MIUI 14, baseado em Android 14

Xiaomi começa a vender Redmi 13C 5G no Brasil

Xiaomi começa a vender Redmi 13C 5G no Brasil
Fonte: Tecnoblog

Xiaomi ainda não tem plano de combate a telemarketing no Brasil

Xiaomi ainda não tem plano de combate a telemarketing no Brasil

Telemarketing abusivo incomoda brasileiros de todas as regiões (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A Xiaomi ainda não definiu uma posição sobre a adoção dos protocolos de identificação de chamadas Stir/Shaken e RCD no Brasil, diferentemente de rivais como Motorola e Samsung.
Stir/Shaken é um protocolo que valida a origem das chamadas, reduzindo golpes por spoofing. Já o RCD adiciona informações como nome e motivo da chamada, similar a um perfil verificado de rede social.
A empresa espera que o Google desenvolva essas funcionalidades para serem implementadas diretamente no sistema Android, permitindo que a Xiaomi utilize o discador nativo do Google em seus dispositivos.
A Anatel está coordenando a implementação desses protocolos em fase experimental, com a colaboração de várias partes do setor de telecomunicações, incluindo fabricantes de smartphones e desenvolvedoras de sistemas.

A Xiaomi continua sendo a única grande fabricante de celular Android que não se posicionou a respeito da implementação dos novos mecanismos de identificação e validação de chamadas, que devem ajudar na redução das ligações abusivas e dos golpes no Brasil. Nós estamos tentando contato com a gigante chinesa desde 15 de abril, mas até agora não tivemos uma resposta.

A companhia está agindo de maneira distinta do que fizeram rivais no campo do Android. A Motorola foi pioneira ao revelar que smartphones dobráveis da linha Razr seriam os primeiros a receber a tecnologia. Uma semana depois, a Samsung confirmou que também terá novo identificador de chamadas ainda em 2024.

Ainda assim, o Tecnoblog apurou que a Xiaomi está se movimentando para liberar a novidade para os seus consumidores – conforme detalharemos a seguir.

O que são os protocolos Stir/Shaken e RCD?

Primeiro de tudo, faz-se necessário entender quais são os novos protocolos que estão em testes no setor de telecomunicações, sob comando da Anatel. Em resumo:

Stir/Shaken: confirma que o número telefonando para o seu número realmente originou aquela chamada, numa tentativa de coibir golpes com uso da tática de spoofing, que falsifica uma ligação.

RCD: o Rich Call Data prevê que a chamada telefônica carregue outras informações, tais como o nome do chamador, a marca (como se fosse um perfil verificado de rede social) e o motivo da ligação.

O projeto do órgão regulador está em fase experimental, crescendo de forma gradual, conforme aumenta o número de participantes. Para que funcione perfeitamente, empresas de telefonia (não necessariamente operadoras), os brokers de dados, as fabricantes de smartphones e as desenvolvedoras de sistema precisam estar afinados.

As informações para abastecimento do RCD ficarão concentradas numa base de dados operada pelo setor de telefonia, por meio da Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações, também chamada de ABR Telecom.

Cadê a Xiaomi nesta história?

Redmi Note 13 Pro 5G é um dos lançamentos da Xiaomi para 2024 (Foto: Isabela Giantomaso/Tecnoblog)

A Xiaomi ainda não se pronunciou sobre os planos de adoção do Stir/Shaken e do RCD no mercado brasileiro. Nós descobrimos que a empresa tem participado de conversas com os responsáveis pelo projeto, mas não assumiu um compromisso mais robusto.

A ideia da fabricante é deixar que o Google desenvolva as funcionalidades e as implemente diretamente no Android. Assim, a Xiaomi poderia usar o discador nativo do sistema e não precisaria realizar a pesquisa e desenvolvimento em solo brasileiro. O app de Telefone do Google seria integrado tanto aos celulares Xiaomi com MIUI quanto aqueles com interface HyperOS, a mais moderna da empresa.

Nós ainda não temos clareza sobre a forma como a Xiaomi faria a transição do app discador próprio (o mesmo usado para receber chamadas) pelo app nativo do Android. Por serem informações preliminares, também pode ser que a empresa modifique seus planos mais para frente.

Ficaremos de olho e continuaremos em busca de resposta – tal qual temos feito com a Apple, que também não se pronunciou.
Xiaomi ainda não tem plano de combate a telemarketing no Brasil

Xiaomi ainda não tem plano de combate a telemarketing no Brasil
Fonte: Tecnoblog

Beats lança fones Solo 4 e Solo Buds com longa duração de bateria; saiba preços

Beats lança fones Solo 4 e Solo Buds com longa duração de bateria; saiba preços

Estojo dos Solo Buds não tem bateria e só carrega fones quando ligado a uma fonte de energia (Imagem: Divulgação / Beats)

A Beats lançou dois novos modelos de fones de ouvido: o headphone Solo 4, que custa R$ 1.949 no Brasil, e os earbuds Solo Buds, ainda sem preço no mercado nacional. Nos Estados Unidos, saem por US$ 199 e US$ 79, respectivamente. Eles se destacam pela bateria de longa duração, mas deixam de lado recursos mais avançados, como o cancelamento de ruído ativo.

A marca Beats é de propriedade da Apple, mas isso não significa que os fones são só para quem tem um iPhone. Tanto o Solo 4 quanto os Solo Buds são compatíveis com Android e iOS. Eles têm suporte às redes Buscar, da Apple, e Encontre meu Dispositivo, do Google.

Para recarregar, ambos oferecem uma porta USB-C. O Solo 4 também tem entrada para cabo 3,5 mm e pode funcionar plugado quando não tem mais carga na bateria. Por falar em bateria, o Solo 4 promete durar até 50 horas longe da tomada, enquanto os Solo Buds oferecem 18 horas.

Eles também contam com o carregamento rápido Fast Fuel. O Solo 4 ganha cinco horas de reprodução com uma recarga de dez minutos. Já os Solo Buds conseguem tocar música por uma hora após cinco minutos de recarga.

Um ponto curioso sobre os Solo Buds é que o estojo não tem bateria: ele só carrega os fones se estiver ligado a uma fonte de energia (uma tomada, um computador ou até mesmo um smartphone). Tirando isso, é só para guardar os buds, mesmo. Isso significa que as 18 horas de autonomia são ininterruptas, sem precisar parar para reabastecer.

Sem cancelamento de ruído ativo

O Solo 4 oferece suporte a Áudio Espacial com rastreamento dinâmico da cabeça, o mesmo encontrado em modelos mais recentes de AirPods. Com isso, ele consegue simular que você está diante de um alto-falante, passando todo o som para o fone esquerdo quando você se vira para a direita, por exemplo. Já os Solo Buds não contam com este recurso.

Beats promete que almofadas UltraPlush ajudam no isolamento (Imagem: Divulgação / Beats)

Ainda em som, o Solo 4 pode reproduzir áudio lossless quando conectado por um cabo USB-C ou 3,5 mm. Isso não é possível com a conexão Bluetooth.

Ambos ficam devendo o cancelamento ativo de ruído, o que ajuda a explicar a longa duração da bateria — este recurso exige bastante processamento, o que gasta energia.

Solo Buds vêm com quatro opções de tamanho de ponteiras (Imagem: Divulgação / Beats)

Mesmo assim, a Beats promete que as almofadas UltraPlush do Solo 4 e ponteiras do Solo Buds, que vêm em quatro tamanhos diferentes, isolam o som externo de forma passiva.

Preço e disponibilidade

Nos EUA, o Beats Solo 4 e os Solo Buds foram considerados uma alternativa mais acessível em relação a outros produtos da marca. Por lá, eles custam US$ 199 e US$ 79, respectivamente.

Por aqui, a história é um pouco diferente. Na loja oficial da Apple, o Solo 4 aparece custando R$ 1.949, sem previsão para início das vendas. Não dá para dizer que é barato. Já os Solo Buds não foram listados até o momento.

Mesmo assim, é bom lembrar que outros varejistas raramente seguem os preços oficiais. Um exemplo é o Beats Studio Pro. Ele custa US$ 349 nos EUA e R$ 2.999 na loja oficial da Apple no Brasil, mas no varejo nacional, é possível encontrá-lo por R$ 2.000 ou até menos.

Com informações: Apple, Cnet, The Verge
Beats lança fones Solo 4 e Solo Buds com longa duração de bateria; saiba preços

Beats lança fones Solo 4 e Solo Buds com longa duração de bateria; saiba preços
Fonte: Tecnoblog

Clínicas brasileiras sofrem vazamento de fotos de pacientes nus

Clínicas brasileiras sofrem vazamento de fotos de pacientes nus

Médico considerou valor do resgate “impraticável” (Imagem: Hush Naidoo/Unsplash)

Um grupo de cibercriminosos identificado como Qiulong atacou clínicas médicas com ransomware. Os hackers publicaram imagens íntimas e dados financeiros dos pacientes de consultórios de cirurgia plástica do Rio Grande do Sul e do Paraná, além de prontuários médicos de pacientes de uma clínica de saúde sexual masculina em Minas Gerais.

O Qiulong diz ter 64 gigabytes de informações sensíveis, roubadas de quatro consultórios, com fotos nuas, dados pessoais e bancários, e comunicações entre médico e paciente. Na publicação na deep web, o grupo ameaça publicar os arquivos em locais mais acessíveis, como redes sociais.

“Dr. se você se importa com a privacidade dos seus pacientes, pare de dirigir seu Mustang como um negligente e deixe de ficar em silêncio”, diz a mensagem dos criminosos. Eles também entraram em contato por meio de contas falsas no Instagram e e-mails com hospedagem fora do Brasil.

O vazamento foi descoberto pela empresa de cibersegurança ISH, que diz não ter mais informações sobre o grupo Qiulong até o momento, já que ele foi identificado recentemente.

Grupo Qiulong, responsável pelo ataque, foi identificado recentemente (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A defesa de um dos médicos que sofreu o ataque falou com a reportagem da Folha de S.Paulo e confirmou que o consultório sofreu um ataque de ransomware em dezembro de 2023. O profissional de saúde não pagou o resgate porque o valor era “impraticável”.

Segundo a advogada, o cirurgião registrou boletim de ocorrência, além de ter procurado a Justiça e o Conselho Regional de Medicina (CRM). Ela informa que um processo criminal corre em segredo desde então. O médico, porém, diz que as fotos que viu não são de seus pacientes.

FBI alerta clínicas sobre riscos de cibersegurança

Casos como este vêm crescendo também no exterior. Em fevereiro de 2023, uma clínica de cirurgia plástica de Las Vegas (Estados Unidos) sofreu uma invasão digital. Tanto o consultório quanto as pacientes foram chantageadas. Uma das vítimas diz que os criminosos queriam US$ 800 para não publicar fotos em que ela aparecia nua.

O próprio FBI emitiu um alerta para que cirurgiões plásticos e clínicas desta especialidade se protejam de tentativas de roubo de dados e extorsão. Entre as recomendações, estão limitar as informações em redes sociais, fazer uma “limpa” em listas de amigos, usar senhas complexas e ativar a autenticação de dois fatores.

Com informações: Folha de S.Paulo
Clínicas brasileiras sofrem vazamento de fotos de pacientes nus

Clínicas brasileiras sofrem vazamento de fotos de pacientes nus
Fonte: Tecnoblog

Multi enfrenta síndrome de vira-lata do brasileiro, diz presidente

Multi enfrenta síndrome de vira-lata do brasileiro, diz presidente

Alexandre Ostrowiecki é CEO da Multi, a antiga Multilaser (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multi (antiga Multilaser), discute o preconceito com a marca e destaca que 70% do faturamento da empresa provém de produtos fabricados nacionalmente, abrangendo uma diversidade de itens como eletrônicos e eletrodomésticos.
A Multi amargou um prejuízo líquido de R$ 836 milhões em 2023, seu primeiro resultado negativo em 15 anos, atribuído à limpeza de estoques acumulados durante a pandemia.
A empresa expandiu para o segmento de motos elétricas com a submarca Watts, que já detém 25% do mercado. Toda a produção ocorre em Manaus.
Ostrowiecki aborda a complexidade do ambiente de negócios no Brasil, mencionando o “manicômio” burocrático que impacta os custos e a operacionalidade das empresas.
A Multi terminou a parceria com a HMD devido à falta de competitividade dos celulares Nokia no mercado pós-pandemia.

Qual nome vem à sua mente quando te peço para pensar num produto eletrônico genérico? Talvez seja a Multilaser, uma indústria genuinamente brasileira que está no mercado há quatro décadas. Numa conversa exclusiva e honesta, o CEO da agora Multi comenta pontos interessantíssimos: desde o preconceito com a marca até a rotina de desenvolvimento de novos produtos, passando por detalhes de fabricação e também pelo que Alexandre Ostrowiecki chama de “manicômio” burocrático do Brasil.

Em março de 2024, a Multi divulgou prejuízo líquido de R$ 836 milhões. Foi o primeiro resultado negativo depois de 15 anos consecutivos no azul. Ostrowiecki explica que foi feita uma limpa em estoques remanescentes dos anos de pandemia e que agora a Multi está pronta para enfrentar novamente a concorrência.

Moto elétrica Multi Watts W125 tem três modos de pilotagem (Imagem: Divulgação/Multi)

O executivo se mostra particularmente orgulhoso com o desempenho num segmento que é novidade para mim (e talvez seja para você também): de motos elétricas. A submarca Watts realiza toda a produção em Manaus e já abocanha 25% do mercado.

Vamos à conversa? Não custa ressaltar que ela foi editada para fins de clareza e brevidade. Lembre de me contar suas impressões nos comentários desta página.

Antiga Multilaser passou a se chamar Multi em julho de 2022 (Imagem: Divulgação/Multi)

Entrevista exclusiva com Alexandre Ostrowiecki

Thássius Veloso (Tecnoblog) – Há quem diga que a Multi não fabrica os produtos, que ela apenas os importa. É verdade?

Alexandre Ostrowiecki (Multi) – Esse é mais um dos mitos que existem sobre a nossa empresa e sobre outras indústrias nacionais. Nós, brasileiros, temos um pouco da síndrome de vira-lata, que é achar que as coisas lá de fora vão ser automaticamente melhores. Será assim em alguns casos, mas em outros não. Mais de 70% do faturamento da Multi é produzido por nós. São 13 linhas de produtos: TV, celular, tablet, computador, roteador, cartão de memória, pendrive, liquidificador, ventilador, moto elétrica, bicicleta elétrica, patinete elétrico e tapetes para pet.

Os componentes vêm de fora? As peças são produzidas por vocês?

Não existe nenhuma indústria no planeta que faça tudo do zero. A Mercedes-Benz não cava o chão, tira o minério e produz o aço. Todas as empresas compram diversas partes intermediárias para agregar valor no final. Quando eu compro um resistor na China e uma placa pelada ESMT, ponho na minha máquina de inserção, coloco pasta de solda, passo no forno, pego peça plástica, coloco no produto, e aí monto… tudo isso é processo fabril. Essa é uma pergunta inócua porque montagem é uma forma de fabricação.

E os outros 30%?

São produtos importados porque são muito baratos e não justificaria a produção nacional. Fazemos todos os testes e embalamos no Brasil. É o caso das caixas de som, por exemplo: elas eram fabricadas em Manaus, mas passamos a importar porque o frete de lá é muito caro. A linha de carrinhos de neném não tem nenhum processo local.

Itens fabricados pela Multi representam 70% do faturamento (Imagem: Divulgação/Multi)

O site da Multi fala na comercialização de 6 mil itens. Como vocês fazem para manter os sistemas e drivers atualizados naqueles produtos de mais tecnologia, como celular, smart TV, computador e periféricos? Porque esse número me pareceu alto.

Uma parcela desses produtos, como liquidificador, por exemplo, é apenas hardware e não depende de atualização de software. Mouse e teclado também são baseados no plug and play. O software é importante principalmente nos PCs, por isso fazemos muitos testes com o Windows, além dos smartphones, tablets e smartwatches. Cada linha de produto tem um time em Extrema (MG) responsável pela perfeita integração e funcionamento. Esse trabalho é superimportante. Eu acredito que não passe de cem o número de produtos que precisam de software.

Esse trabalho tem sido realizado a contento?

A gente começou lá atrás sem tanto conhecimento. Com o tempo foi ficando mais firme. Eu tenho usado o nosso celular top de linha, o Multi H, e posso te dizer que está redondo. Nunca deu dor de cabeça, roda rápido e não quebra os programas.

Agora falando especificamente de smartphones: o que rolou para encerrarem a parceria com a Nokia?

Nós fomos muito felizes por dois, três anos. Depois, com o fim da pandemia e o encolhimento do mercado, sentimos que os produtos deixaram de ser competitivos. A parceria não conseguiria nos levar aonde gostaríamos de chegar.

Onde?

Não adianta a gente ficar trabalhando para ter 1% ou 2% do mercado. Precisaríamos estar pelo menos no top 5 de celular e os produtos da Nokia não estavam muito formatados para o que o brasileiro queria. Havia questões sobre a qualidade da câmera e o custo-benefício. Por isso decidimos encerrar.

O gargalo era com a Multi ou com a HMD?

Dos dois lados. Houve falhas nossas com lançamentos não tão agéis quanto o necessário. Vimos também que a HMD mudou de foco: agora quer atuar em cibersegurança, projetos corporativos e mercado europeu. A linha de produtos não estava mais voltada ao consumidor brasileiro.

Como o consumidor pode confiar de que será bem atendido caso role um problema com produto de vocês?

O consumidor pode ficar muito tranquilo com a nossa pós-venda porque nosso atendimento é premiado e tem histórico de resolver todos os problemas. Nunca deixamos ninguém na mão, tanto que as nossas notas costumam ser mais altas que a de indústrias multinacionais. Nós trocamos rápido quando é necessário. Também temos 40 anos de mercado, dívida zero e caixa líquido de R$ 200 milhões.

A que você atribui esse preconceito com a marca?

Historicamente, nós somos uma empresa que tenta focar no custo-benefício. O nosso celular tem ticket médio de R$ 500. Ele é diferente de um aparelho de R$ 5.000. Não tem como esperar a mesma coisa. O nosso tablet custa R$ 499 enquanto o da concorrência começa em R$ 1.000, por exemplo. É natural que a gente tenha cometido erros ao longo do tempo, assim como todo mundo. Mas em geral, a gente entrega produtos que são muito mais acessíveis. Eu sou usuário de todos os produtos da Multi: tenho air fryer, liquidificador, um mouse gamer guerreiro que me acompanha há três anos.

Me parece que a Multi quer ser a porta de entrada para a tecnologia. Vocês conseguem depois reter estes consumidores?

Depende da categoria. Realmente não tem pessoas de classe A e B que deseje um smartphone nosso. Normalmente é o primeiro celular da pessoa, ou o aparelho do filho adolescente, ou ainda uma opção para não ir a um show com um telefone de R$ 10.000. Por outro lado, somos muito bem aceitos e líderes na parte de tablets, acessórios de PC, gaming, eletroportáteis, itens de saúde como o oxímetro, produtos baby. Nós não temos o perfil de atender a essa parte mais aspiracional.

Já teve algum produto que você percebeu que não tava legal?

Com certeza, eu caio matando! Vai email pra todo lado. (risos) Lá atrás, eu comprei uma caixinha de som boombox que tocava CD. Pluguei na tomada e não ligava. Pensei que estava queimado. Bem depois, descobri que era bivolt e estava ajustado para 220 V. O pessoal técnico me disse que precisava mudar para o 110 V. Muitas vezes o produto não foi pensado adequadamente por todos os ângulos.

E qual tecnologia desenvolvida por vocês te deixou mais orgulhoso?

Nós criamos um SIM Card com cartão memória embutido. Seria uma espécie de dois-em-um desenvolvido pela área de semicondutores. O cliente só precisaria colocar esse chip no telefone para ter a telefonia e mais memória. Ele poderia revolucionar os slots de todos os smartphones do planeta. Nós vendemos esse projeto corporativo para os Estados Unidos. No entanto, o padrão de dois slots já tinha se tornado o padrão global. Também criamos um robô limpador de vidros que consegue ficar do lado de fora da janela. Ele fica preso por uma ventosa, reduzindo o risco das pessoas.

Grupo possui duas fábricas em Extrema (MG) e Manaus (Imagem: Divulgação/Multi)

Falando especificamente da sua atuação: quais os desafios de liderar uma empresa de tecnologia, mas que está inserida num contexto brasileiro?

Não importa o país, existe o desafio global da mudança rápida de tecnologia. Tudo evolui muito rápido e produtos atuais ficam obsoletos com o tempo. É preciso um planejamento muito bom para se manter atualizado, senão vira prejuízo. Existe ainda uma camada especial de desafio ligada ao manicômio tributário do Brasil. Não tem uma semana que não apareça alguma maluquice que chega de repente. Por exemplo, venceu a licença do carimbo de sei lá quem porque tal setor está em greve, portanto não pode usar água do poço da fábrica, correndo risco de levar multa. E nisso, a gente começa a trazer caminhão-pipa para abastecer a unidade. Outro caso real: a fábrica de motos de Manaus está com espaço sobrando e a de TVs, com espaço faltando. Pode parecer óbvio, mas é ilegal pegar as TVs e guardar na área de motos. Precisa de outra autorização para mover os seus produtos do seu depósito A para o B. Esse é o motivo para tantas multinacionais abandonarem o país. A gente não tem essa opção, precisa realmente se virar.

Por isso o produto é caro no Brasil?

O público não tem a menor ideia do estrago dessa burocracia. O efeito é essencialmente aumentar os preços. Não estou aqui dizendo que as empresas são coitadas. Mas elas ficam mais estressadas e os gestores repassam o custo para os consumidores. Fica caro porque você paga o produto mais o imposto mais o manicômio.

Até os produtos considerados mais baratinhos são caros para o consumidor final?

Com certeza. Pega o mouse de uma marca famosa e global. Agora compara o preço do Walmart nos Estados Unidos e em alguma loja do Brasil. O produto é o mesmo, produzido na mesma fábrica da China, custa um terço lá fora.
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Fonte: Tecnoblog