Category: App Store

União Europeia multa Apple em 1,8 bilhão de euros

União Europeia multa Apple em 1,8 bilhão de euros

Pela primeira vez, Apple é multada pela União Europeia (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Apple foi multada nesta segunda-feira (4) em 1,8 bilhão de euros (R$ 9,6 bilhões) pela União Europeia, em um processo aberto pelo Spotify. Há cinco anos, o streaming de música questionou perante o órgão regulador da UE a validade da prática da Apple, aquela conhecida proibição de anúncios de preços menores fora da App Store. Essa prática já havia sido considerada ilegal nos EUA, mas, mesmo com a DMA em vigor no continente europeu, ainda não havia uma decisão sobre o caso.

A Digital Market Act (DMA), Lei dos Mercados Digitais em tradução direta, visa melhorar a experiência dos usuários nas plataformas virtuais e combater práticas anti-competitivas — mas essa lei não tem relação com o caso. O Tecnoblog cobriu essa disputa entre Spotify e Apple desde o início, quando a empresa lançou a campanha “Time to Play Fair” (hora de jogar limpo, em tradução livre). O streaming acusava também a Apple de usar seu ecossistema para favorecer o Apple Music sobre as concorrentes.

União Europeia cita concorrentes do Apple Music

União Europeia afirma que Spotify e outros streamings foram prejudicas pela prática da Apple (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Na sua decisão sobre o caso, a União Europeia citou que a prática da Apple prejudicava não só o Spotify, mas outros aplicativos de streaming de música. A UE relembra que a big tech é a única fornecedora de loja de apps no iOS. Com isso, ela controla toda a experiência do usuário no sistema operacional (alô, DMA).

O Bloco afirma que as suas investigações revelaram que a Apple proíbe os apps de streaming de divulgar outros meios de assinatura e preços diferentes fora do iOS. Nada diferente do que a justiça americana considerou ilegal na disputa entre Epic e Apple.

A UE destaca ainda que a Apple manteve essa prática por quase dez anos, o que levou vários usuários a pagar preços mais caros devido às comissões cobradas pela big tech.

Novamente citando um tema que é foco da DMA, o comunicado à imprensa da UE aponta que isso prejudicou a experiência do usuário, que precisava realizar uma busca “trabalhosa” para pagar menos por um serviço ou desistiam de pagar por algum app — e isso ignorando que as vezes o usuário precisava ir para o computador para contratar um serviço por um preço menor.

Com informações The Verge e 9to5Mac
União Europeia multa Apple em 1,8 bilhão de euros

União Europeia multa Apple em 1,8 bilhão de euros
Fonte: Tecnoblog

iPhone não terá mais suporte para web apps na União Europeia

iPhone não terá mais suporte para web apps na União Europeia

Apple encerra suporte a progressive web apps após Lei dos Mercados Digitais entrar em vigor (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Apple confirmou nesta quinta-feira (15) que está encerrando os web apps no iPhone. A medida vale apenas para os consumidores na União Europeia. A justificativa da big tech para acabar com o suporte para progressive web apps é Lei dos Mercados Digitais, que obrigou a Apple a abrir o ecossistema do iOS para lojas e recursos de terceiros.

Caso o nome web app não te ajude, vamos relembrar: esses aplicativos são instalados no seu smartphone direto de uma página web. Por exemplo, você pode abrir o site da Uber no Safari, clicar nas opções da aba e selecionar “adicionar à tela de início”. Algumas páginas, como é o caso da Uber, são progressive web apps (PWA) e terão uma experiência próxima ao aplicativo baixado na App Store.

Apple culpa UE por fim dos PWA

PWA permite que usuários utilizem páginas da web com experiência próxima aos aplicativos baixados na App Store (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Na página de Perguntas Frequentes para desenvolvedores, a Apple explica que a decisão de encerrar o suporte para os PWAs é resultado da Lei dos Mercados Digitais (DMA). A big tech diz que essas exigências da legislação europeia afetam a segurança e a privacidade do iOS, o que prejudicaria o uso dos web apps.

A funcionalidade de adicionar páginas à tela inicial é baseado no Safari. Você “abre um app”, mas roda uma aba do navegador da empresa. Antes da DMA, todos os browsers do iOS usavam o kit de desenvolvimento do Safari. Agora, a Apple é obrigada a liberar outras engines, o que permite, por exemplo, que o Chrome passe a usar o Chromium.

A big tech até poderia contornar esse problema, mas ela diz que isso exigiria uma nova arquitetura de integração que ainda não existe no iOS. Além do mais, a Apple explica que ela possui outras demandas com a DMA e o uso de web apps é muito baixo — traduzindo: muito trabalho para pouca coisa.

Por outro lado, os usuários europeus poderão “instalar” as páginas da web na tela inicial do iPhone. A diferença é que a experiência deve ficar mais distante de um PWA, cuja ideia é deixar a página web mais parecida com um aplicativo.

Com informações: The Verge e 9to5Mac
iPhone não terá mais suporte para web apps na União Europeia

iPhone não terá mais suporte para web apps na União Europeia
Fonte: Tecnoblog

Como a Apple pretende abrir o iOS sem perder o controle

Como a Apple pretende abrir o iOS sem perder o controle

Em 2022, o Parlamento Europeu aprovou o Digital Markets Act. A lei versa sobre a concorrência em mercados digitais, e quem vai sentir as consequências são as grandes empresas de tecnologia estadunidenses.

Como a Apple pretende abrir o iOS sem perder o controle (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Player global no segmento de distribuição de aplicativos, a Apple é uma das impactadas. E, nos últimos anos, cresceu a expectativa de que o DMA levasse a uma abertura sem precedentes no ambiente do iOS.

Desde sempre, a única forma de baixar aplicativos autorizada pela Apple em dispositivos móveis é a App Store. Nenhuma forma de sideloading era permitida. O DMA faria isso mudar, o que muitas empresas e desenvolvedores viam com bons olhos.

No dia 25 de janeiro, no entanto, a Apple divulgou como se adequaria à legislação. Os planos da empresa geraram reações furiosas de quem desejava a total abertura do iOS. A Apple está mostrando que vai ceder só quando não tem saída — e, ainda assim, resistindo ao máximo.

Nova taxa, velhas queixas

De modo geral, é válido dizer que o iOS ficará mais aberto. Porém, como se diz, o diabo está nos detalhes. E a Apple incluiu alguns.

A única forma de baixar aplicativos fora da App Store será por lojas alternativas, que precisaram ser aprovadas pela Maçã. Cada aplicativo presente nessas lojas também passará pelo crivo da Apple.

O desenvolvedor poderá manter seus apps na App Store e também distribuir por lojas alternativas. Porém, ao decidir operar pelas novas regras da UE, ficará sujeito a uma nova taxa, a Core Technology Fee. Este é um dos principais motivos de críticas à Apple.

A CTF atinge principalmente os grandes aplicativos. A partir dela, a Apple estabelece que, após 1 milhão de downloads, recai uma taxa de 50 centavos de euro a cada novo download por usuário. A cobrança será anual.

Com isso, perspectiva é que apps populares, mesmo que optem pela distribuição apenas em lojas paralelas à App Store, deixarão uma boa quantia nas mãos de Tim Cook. Não é à toa que o CEO do Spotify, Daniel Ek, acusa a Maçã de dar uma “aula de distorção” com sua nova política.

iPhone, Safari e App Store passam por mudanças na União Europeia (Imagem: Divulgação/Apple)

A Microsoft pegou um pouco mais leve, avaliando o caso como “um passo na direção errada”. A Epic Games, velha inimiga da Apple quando se trata da política da App Store, também se manifestou com a desaprovação usual (embora já tenha anunciado planos para sua própria loja de aplicativos na Europa).

Com a CTF, mesmo que escapem das comissões atuais de até 30% por transação feitas a partir do ecossistema da Apple, as empresas terão que pagar de outra forma.

A atitude é controversa, tem algo de birra, e ainda pode ser contestada no futuro. É a Apple marcando sua posição: quaisquer que sejam as mudanças exigidas em seu modelo de negócios, ela não as fará de bom grado.

Faturando até mesmo fora da App Store

Há ainda outros aspectos da proposta da Apple que geram protestos de empresas e desenvolvedores. Ressaltamos alguns deles no Tecnocast 322, totalmente dedicado ao tema.

Um dos mais controversos é a cobrança de comissões até mesmo por transações feitas fora da App Store. Os valores podem chegar a 17%.

Algo semelhante vai ocorrer também no mercado americano, vale apontar. O iOS permitirá métodos de pagamento alternativos em decorrência do processo movido pela Epic Games; no entanto, a Apple cobrará até 27% de comissão dos desenvolvedores.

As empresas terão que manter um relatório das transações feitas por plataformas de pagamento independentes e repassar os valores adequados à Apple. Determinar se os repasses estão corretos é um desafio que a própria empresa reconhece.

Outro ponto delicado é a necessidade de um escolha definitiva logo de cara. Desenvolvedores podem optar por simplesmente ignorar as novas regras da UE e se manter sob as normativas atuais da App Store, com taxas de variam entre 15 e 30%.

Tela de instalação de loja de apps no iOS 17.4 (Imagem: Reprodução/Apple)

Por outro lado, quem quiser se aventurar pelo mundo do iOS aberto não pode voltar atrás. Uma vez que a escolha é feita, o desenvolvedor não tem a opção de voltar às regras antigas. É pegar ou largar.

Esse aspecto exige bastante cuidado por parte do desenvolvedor. Não seria possível sequer fazer uma experiência antes e depois retornar, por exemplo.

A exigência certamente gerará receio em quem ficou tentado a testar as novas regras, e é encarada como uma forma de pressão para que o desenvolvedor mantenha tudo como está.

Uma questão de controle

A resposta da Apple ao DMA deixa claro mais uma vez que a empresa não quer abrir mão do controle que tem sobre sua plataforma. O Android tem uma abordagem um pouco diferente, permitindo lojas alternativas Google Play desde sempre. A Apple, por sua vez, optou pelo fechamento.

Como levantamos no Tecnocast 322, esse controle é um dos motivos pelos quais muitos usuários preferem a empresa. Uma experiência bem definida, onde tudo é milimetricamente pensado pela Apple, tem apelo para muita gente. As vendas de aparelhos refletem isso, assim como a oferta de aplicativos.

Um argumento muito utilizado pela Apple para defender sua posição é o da segurança. Marketplaces independentes de apps seriam uma entrada para softwares maliciosos e conteúdo nocivo nos celulares de milhões de pessoas. No comunicado sobre a adequação ao DMA, a Apple reforça essa linha de raciocínio.

O outro lado aponta que a empresa deveria dar liberdade ao usuário de baixar aplicativos de onde quiser. E também aos desenvolvedores de utilizar as plataformas de pagamento que preferirem, incluindo aí opções próprias.

Tim Cook, CEO da Apple (Imagem: Divulgação / Apple)

Dado o tamanho do negócio da App Store, dirão os críticos, a proibição seria uma forma de prender os fornecedores (desenvolvedores) em sua loja, já que dispensar essa opção implicaria numa perda considerável de faturamento e público.

Essas discussões estão nem longe de encerrarem. Uma vez que o DMA não determina como exatamente os mercados digitais devem se abrir, a Apple colocou sua opção de abertura na mesa. No entanto, no conceito da Apple, um iOS aberto ainda é um tanto fechado.
Como a Apple pretende abrir o iOS sem perder o controle

Como a Apple pretende abrir o iOS sem perder o controle
Fonte: Tecnoblog

App Store tinha versão falsa do gerenciador de senhas LastPass

App Store tinha versão falsa do gerenciador de senhas LastPass

LastPass autêntico continua na App Store (Imagem: Giovanni Santa Rosa/Tecnoblog)

A App Store removeu um app que se passava pelo gerenciador de senhas LastPass. A loja tomou a medida após a desenvolvedora publicar um alerta em seu blog. O aplicativo falso provavelmente tinha como objetivo roubar informações de login das vítimas.

O app falso usava um nome quase idêntico ao do gerenciador de senhas: LassPass. Além disso, o logo era parecido, mas não igual. A interface também tentava imitar a versão legítima, mas segundo a empresa, havia erros ortográficos.

LassPass era bem parecido com o LastPass (Imagem: Reprodução/LastPass)

Também era possível identificar a fraude pelo nome do desenvolvedor: na página do aplicativo, estava Parvati Patel, e não a companhia LogMeIn. Além disso, a falsificação tinha apenas uma avaliação, enquanto o gerenciador de senhas verdadeiro tem mais de 52 mil notas de usuários dos Estados Unidos (na loja brasileira, são cerca de 1,7 mil).

“O LastPass está trabalhando ativamente para que este aplicativo seja removido o mais rápido possível”, diz a nota da empresa. “Vamos continuar monitorando clones fraudulentos de nossos apps ou violações de nossa propriedade intelectual.”

App fake é risco para usuários

O site TechCrunch conseguiu mais informações sobre o LastPass fake, e parece que, felizmente, os danos causados por ele foram pequenos. O app falso foi publicado em 21 de janeiro, ficando pouco mais de duas semanas no ar.

Segundo a publicação, a imitação ficava apenas em sétimo lugar nos resultados de busca pela palavra “LastPass”, e não figurou entre os aplicativos mais baixados da App Store.

O TechCrunch também nota que a falha no processo de revisão da App Store vem em um momento ruim para a empresa. A Apple argumenta que abrir o iPhone para instalação direta de aplicativos, como quer a União Europeia, enfraquece a segurança do sistema. Desta vez, a ameaça veio pela própria loja da empresa.

O aplicativo falso só foi removido um dia após o alerta público da LastPass. Christofer Hoff, chefe de segurança da empresa, diz que eles estão em contato com a Apple para entender como o aplicativo passou pelos “rigorosos mecanismos de segurança e proteção de marca”.

Com informações: TechCrunch, BleepingComputer, LastPass
App Store tinha versão falsa do gerenciador de senhas LastPass

App Store tinha versão falsa do gerenciador de senhas LastPass
Fonte: Tecnoblog

Apple libera serviços de cloud gaming para iPhone e iPad no mundo inteiro

Apple libera serviços de cloud gaming para iPhone e iPad no mundo inteiro

iPhone finalmente poderá ter app do Xbox Game Pass (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Apple anunciou que aplicativos poderão fazer streaming de games e mini-programas, sem precisar enviar cada título individualmente para a App Store. Na prática, isso viabiliza que serviços de cloud gaming possam funcionar no iPhone de forma nativa. Alguns exemplos desses serviços são o Xbox Cloud Gaming (que faz parte do Xbox Game Pass Ultimate) e Nvidia Geforce Now. Até agora, eles precisavam rodar no navegador Safari.

“Hoje, a Apple está apresentando novas opções para como os apps, no mundo todo, podem entregar experiências para os usuários, incluindo streaming de games e mini-programas”, diz o comunicado. “Os desenvolvedores podem enviar um único aplicativo, com a capacidade de fazer streaming de todos os jogos oferecidos em seu catálogo.”

Xbox Cloud Gaming usava Safari para rodar no iPhone e no iPad (Imagem: Divulgação/Microsoft)

A novidade foi anunciada no mesmo dia de uma série de mudanças na App Store, no NFC dos iPhones e no motor do Safari. Existe uma diferença entre as duas. As mudanças de App Store, NFC e Safari valem apenas para a União Europeia, como forma de se adaptar à DMA, legislação do mercado digital. Já o sinal verde para o streaming de games é global.

Streaming de games no iPhone terá regras

O comunicado também diz que cada experiência do aplicativo precisará seguir as Diretrizes de Revisão da App Store. Além disso, o aplicativo terá a mesma classificação etária da experiência com maior faixa de idade. Por exemplo: se uma plataforma oferece um único jogo para maiores de 18 anos, o aplicativo inteiro será indicado para maiores de 18 anos, mesmo que outros games sejam para públicos com 17 anos ou menos.

A Apple também diz que mini-apps, mini-games, chatbots e plug-ins poderão incorporar o sistema de compras em apps da empresa, para oferecer assinaturas e conteúdo digital. Seria uma forma de a empresa ganhar dinheiro com comissões neste mercado.

Apple limitava cloud gaming desde 2020

Esta era uma briga que teve início lá em 2020, quando as primeiras iniciativas de cloud gaming foram lançadas no mercado e vetadas no iPhone e no iPad.

O argumento da Apple era a dificuldade de revisar os jogos na nuvem antes de liberar o app da plataforma. O caminho seria colocar cada jogo na App Store de forma independente, o que era considerado inviável por Microsoft e Google (naquela época ainda existia o Stadia, lembra?).

A Microsoft considerava que a Apple estava sendo mais rígida com games do que com outros conteúdos — afinal, ela não revisava músicas, podcasts, séries e filmes, para mencionar alguns formatos. A empresa deu um jeitinho de contornar as restrições: o Xbox Cloud Gaming foi lançado em 2021 para iPhone e iPad, com acesso pelo navegador Safari. Agora, o serviço poderá ter seu app dedicado nos celulares e tablets da Apple.

Com informações: Apple, The Verge
Apple libera serviços de cloud gaming para iPhone e iPad no mundo inteiro

Apple libera serviços de cloud gaming para iPhone e iPad no mundo inteiro
Fonte: Tecnoblog

Apple libera compras por fora da App Store nos EUA, mas vai cobrar comissão

Apple libera compras por fora da App Store nos EUA, mas vai cobrar comissão

Desenvolvedores podem cobrar mais barato por fora, mas vão ter que dividir dinheiro (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Apple atualizou as políticas da App Store para desenvolvedores nos EUA e agora vai permitir que eles usem plataformas de pagamento independentes. Mesmo nestes pagamentos por fora, a empresa ainda vai ficar com uma comissão, que pode chegar a 27%. A cobrança desagradou a Epic Games, uma das maiores opositoras das taxas da fabricante do iPhone.

Em 2021, a juíza Yvonne Gonzalez Rogers decidiu que a Apple não pratica monopólio nem viola as leis antitruste dos EUA, descartando as acusações da Epic Games. No entanto, a sentença considerou que a fabricante do iPhone não pode proibir a divulgação de meios de pagamento alternativos para compras dentro de apps.

A Apple tentou recorrer, mas perdeu. Nesta terça-feira (16), a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou o recurso da companhia. Com isso, não havia alternativa a não ser acatar o que a Justiça mandou.

Desenvolvedores não podem vender só por fora

As Diretrizes de Revisão da App Store agora contêm regras para os desenvolvedores levarem seus usuários a métodos de pagamento alternativos.

Em primeiro lugar, os criadores de aplicativos precisarão se registrar para conseguir uma autorização de vendas fora da loja. Eles podem anunciar os preços mais baixos cobrados quando o usuário escolhe pagar por fora, mas não podem desencorajar usuários a pagar na App Store.

Apple criou diretrizes para pagamentos fora da App Store (Imagem: Reprodução/Apple)

Os desenvolvedores também não poderão oferecer apenas métodos de pagamento fora da App Store — a Apple obriga os apps a oferecer os itens também em sua loja.

Além disso, a empresa mostra um aviso a cada vez que um usuário sai do app para fazer uma compra. “Você está preste a ir a um site externo. A Apple não é responsável pela privacidade ou segurança das compras feitas na web”, diz o texto do alerta.

Apple vai cobrar comissão de até 27%

Para os desenvolvedores, porém, um ponto sensível continuará praticamente sem mudanças: o dinheiro. A Apple vai cobrar 12% de comissão de devs membros do programa de pequenas empresas e 27% dos demais.

Nas transações pagas usando a própria App Store, a Apple fica com 15% e 30%, respectivamente. Ou seja, vender por fora dá uma vantagem de 3 pontos percentuais e só.

Para cobrar, a dona da App Store vai exigir que os desenvolvedores forneçam um relatório de compras feitas por meio de pagamentos alternativos e repassem a comissão devida. Mesmo assim, no documento enviado à Justiça para mostrar que cumpriu a determinação, a empresa admite que pode ser “impossível” fiscalizar quem pagou corretamente as taxas.

Epic Games promete processar… de novo

Como você pode adivinhar, já tem gente insatisfeita com a cobrança. Tim Sweeney, fundador e CEO da Epic Games (sim, ela de novo), disse que a comissão de 27% é anticompetitiva. Ele também criticou as regras da Apple e a tela que “assusta” os usuários antes de fazer uma compra fora da App Store.

A Epic Games promete entrar com uma queixa contra o que chama de “plano de compliance de má-fé da Apple”.

Com informações: 9to5Mac, The Verge
Apple libera compras por fora da App Store nos EUA, mas vai cobrar comissão

Apple libera compras por fora da App Store nos EUA, mas vai cobrar comissão
Fonte: Tecnoblog

Apple pode ter que liberar concorrentes da App Store também nos EUA

Apple pode ter que liberar concorrentes da App Store também nos EUA

Na União Europeia e na Coreia do Sul, Apple terá que mudar App Store (Imagem: James Yarema/Unsplash)

A Apple está sob investigação do Departamento de Justiça dos EUA (DoJ, na sigla em inglês) por supostas práticas anticompetitivas nas regras da App Store, sua loja de aplicativos para iPhones, iPads e Macs. O procedimento está “a todo vapor”, segundo Jonathan Kanter, chefe da unidade antitruste do DoJ.

A investigação sobre as supostas condutas prejudiciais à livre concorrência começou em 2020, antes mesmo do mandato de Kanter, que está no cargo desde novembro de 2021. Em fevereiro de 2023, as notícias eram que o Departamento de Justiça estava preparando uma representação contra a Apple. Desde então, nada de concreto surgiu.

As eleições presidenciais de 2024 nos EUA podem apressar o processo, já que uma mudança na Casa Branca pode resultar em uma troca na chefia do DoJ.

Fortnite foi banido da App Store em 2020 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Os problemas da App Store com autoridades vão além do Departamento de Justiça. A Epic Games, desenvolvedora de Fortnite, processou a Apple por obrigar os desenvolvedores a usarem sua loja e seus métodos de pagamento. A Epic perdeu o processo em 2021, mas a Justiça determinou que a Apple deve permitir métodos de pagamento externos.

Mudanças na regulação nesta área são especialmente preocupantes para a Apple. Desde 2018, a área de serviços da empresa — que inclui a App Store, o Apple TV+ e o Apple Music, entre outros — tem apresentado um crescimento constante. Ela passou de US$ 39,7 bilhões anuais em 2018 para US$ 85,2 bilhões em 2023. Liberar outras lojas e outros métodos de pagamento pode ter impacto nesta quantia.

Outros países já estão de olho nas lojas de apps

Enquanto os EUA ainda ensaiam sua nova regulação para as lojas de aplicativos, outros lugares do mundo já estão colocando as leis em prática.

É o caso da União Europeia. O bloco aprovou a Lei de Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês), que passa a valer em março. Por causa disso, a Apple terá que permitir que iPhones e iPads façam sideloading, nome dado ao processo de instalar um app por fora da loja, fazendo download de um site, por exemplo.

Já a Coreia do Sul obriga Apple e Google a permitir outros sistemas de pagamentos em suas lojas de apps. O Japão deve seguir este mesmo caminho em 2024.

Processo contra Google pode respingar na Apple

A Apple não é a única empresa sob escrutínio das autoridades dos EUA. O Google está sendo processado pelo mesmo DoJ por um suposto monopólio no mercado de pesquisas online. Segundo a acusação, a gigante das buscas tem práticas que sufocam a concorrência, como o pagamento de altas quantias para que fabricantes usem seu produto como padrão.

Google é acusado de sufocar concorrência por meio de pagamentos a fabricantes (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Caso o Google seja considerado culpado, isso pode ter consequências para a Apple. Durante as audiências, veio à tona a informação de que o Google pagou mais de US$ 26 bilhões em 2021 para ser o buscador padrão em vários produtos.

Deste dinheiro, cerca de US$ 18 bilhões a US$ 20 bilhões foram para a Apple colocar o Google como o buscador padrão de iPhones, iPads e Macs. Uma derrota nos tribunais pode obrigar a companhia a parar de fazer pagamentos do tipo.

Com informações: Financial Times, Apple Insider, 9to5Mac
Apple pode ter que liberar concorrentes da App Store também nos EUA

Apple pode ter que liberar concorrentes da App Store também nos EUA
Fonte: Tecnoblog

Downloads do Threads voltam a crescer, mas continuam longe do pico

Downloads do Threads voltam a crescer, mas continuam longe do pico

Número de downloads ainda está abaixo de setembro (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

O número de downloads diários do Threads cresceu de 350 mil, no início do novembro, para 620 mil, em 23 de novembro. Essa quantidade está longe do 1 milhão do começo de setembro, mas já mostra uma reação da rede social da Meta.

Os dados são da empresa de inteligência Apptopia e consideram novas instalações feitas na App Store, usada pelo iPhone, e no Google Play, usado pelos aparelhos com Android.

A Apptopia acredita que a alta recente nos downloads do Threads se deve ao fato de a Meta estar fazendo propaganda de seu app.

Threads está em alta no iOS e no Android (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Outra boa notícia para a empresa é que o Threads está crescendo fora dos EUA. A Índia foi o país com maior número de novos downloads, com 11,2%. Os EUA vêm em segundo, com 7,4%.

Threads fez sucesso, mas caiu logo em seguida

O Threads teve um começo impressionante. Lançado em julho, ele quebrou o recorde de menor tempo para chegar a 100 milhões de downloads: apenas cinco dias. A marca pertencia ao ChatGPT, que levou dois meses para alcançar este número.

Nas semanas seguintes, porém, o burburinho em torno do Threads foi diminuindo, assim como o interesse pela rede. Passados 15 dias do lançamento, o número de usuários ativos já era 70% menor, e o tempo gasto no app era quatro vezes menor.

A Meta tomou algumas medidas para tentar evitar a saída de usuários. A rede social foi lançada ainda bastante crua, então vieram melhoras de usabilidade e uma versão web. Além disso, o Instagram, rede “irmã” do Threads, passou a recomendar publicações da plataforma.

A queda continuou. Segundo a Apptopia, o Threads tinha 1 milhão de downloads diários no começo de setembro; no começo de novembro, eram 350 mil. Este número subiu para cerca de 620 mil no dia 23.

Somando tudo, o Threads conseguiu 41 milhões de downloads desde 1º de setembro. O número é maior que o do X (antigo Twitter), seu principal concorrente (e inspiração). A rede social de Elon Musk teve 27 milhões de downloads no período.

Com informações: TechCrunch
Downloads do Threads voltam a crescer, mas continuam longe do pico

Downloads do Threads voltam a crescer, mas continuam longe do pico
Fonte: Tecnoblog

Chrome pode mudar posição da barra de endereços no iPhone

Chrome pode mudar posição da barra de endereços no iPhone

O Chrome para iPhone pode adotar um recurso visual do Safari. Na versão de testes, o navegador do Google dá a opção de mudar a posição da barra de endereços e colocá-la na parte inferior da tela, assim como o navegador da Apple faz desde 2021.

Google Chrome no iPhone (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

O recurso foi visto por alguns participantes do TestFlight (programa da App Store para testes de versões beta) do Google Chrome. Aparentemente, nem todo mundo que está cadastrado no programa recebeu a opção.

Há dois caminhos para mudar a posição da barra de endereços. Um é apertar e segurar a própria barra — o app exibe um menu com a opção de levá-la para a parte inferior da tela. O outro é mudar nas configurações do Chrome.

Uma vantagem de ter a barra mais embaixo é deixá-la mais próxima do polegar, ajudando o uso com uma só mão.

Opção não tem data para chegar ao Chrome estável

Ao Verge, o Google confirmou que está testando o novo posicionamento. “Estamos constantemente fazendo experimentos na interface do Chrome, com base no feedback dos usuários”, disse o porta-voz Joshua Cruz.

Google Chrome for iOS updated with Bottom Omnibox Setting. It was just added to the Testflight version of Chrome for iOS.Link below with more screenshots and info: pic.twitter.com/W8Lrnc7GrX— Steve Moser (@SteveMoser) August 23, 2023

A empresa, no entanto, não revelou quando o recurso chegará a todos os usuários (se é que chegará), nem se o app para Android terá uma opção parecida.

Sobre o Android, aliás, vale dizer que o Google já fez um teste com a barra de endereços na parte inferior do app, mas removeu a opção.

Safari enfrentou resistência quando mudou lugar da barra

A Apple colocou a barra de endereços do Safari na parte inferior da tela no iOS 15, lançado em 2021.

Inicialmente, esta seria a única opção de interface, mas nem todo mundo gostou, e a Apple deu a alternativa de voltar para o design antigo.

Safari no iOS 15 (tmagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

Curiosamente, os primeiros testes do Chrome para Android com este novo posicionamento, lá em 2016, tiveram resultados parecidos.

Usuários avançados gostaram da mudança, mas quem não era tão familiarizado com a tecnologia ficou desorientado.

Com informações: The Verge
Chrome pode mudar posição da barra de endereços no iPhone

Chrome pode mudar posição da barra de endereços no iPhone
Fonte: Tecnoblog

Netflix coloca app de controle para games na loja do iPhone

Netflix coloca app de controle para games na loja do iPhone

Além de séries e filmes, a Netflix já oferece alguns jogos em seus aplicativos para Android e iPhone. A plataforma tem planos para ir além e, ao que parece, eles estão mais perto de se tornar realidade. Nesta terça-feira (8), o serviço de streaming passou a disponibilizar na App Store um aplicativo de controle para jogos, que pode ser conectado à TV.

Netflix (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O nome é bem simples: Netflix Game Controller. O app cadastrou apenas uma captura de tela na App Store, que mostra uma tela de celular com um direcional na esquerda e quatro botões na direita (A, B, X e Y, sendo o A maior que os demais).

Ele é compatível com iPhone e iPad. Por enquanto, nada na Google Play Store, para aparelhos Android.

A descrição do app diz “Este controle pareia com a sua TV e permite jogar games na Netflix usando seu celular ou dispositivo móvel”.

Imagem do Netflix Game Controller na App Store (Imagem: Reprodução/Netflix)

O app já pode ser instalado, mas, por enquanto, não tem utilidade. Após o download, ele pede para escolher um jogo na TV e seguir as instruções para se conectar, mas nada acontece.

A tela de abertura do Game Controller diz “Netflix Games está em beta” e alerta que nem todos os dispositivos podem ser compatíveis no momento.

O controle confirma informações de março de 2023. Na época, uma análise do código do app para iOS revelou um recurso de joypad escondido.

Netflix quer investir em cloud gaming

A Netflix não fez nenhum anúncio oficial sobre o aplicativo. O TechCrunch, primeiro site a notar o controle, entrou em contato com a empresa, mas ela se recusou a comentar o assunto.

Mesmo assim, a companhia de streaming já anunciou em 2022 alguns planos para a área de cloud gaming.

Em outubro de 2022, Mike Verdu, vice-presidente de games da Netflix, disse que a empresa estava estudando uma oferta desse tipo e que abriria um estúdio de games. O projeto vem sendo liderado por Chacko Sonny, ex-produtor executivo de Overwatch na Blizzard.

Apesar disso, Verdu considera que a Netflix não vai competir com PlayStation e com o Xbox. O cloud gaming seria apenas para “acrescentar valor” à assinatura, não para substituir um console.

A Netflix oferece o Netflix Games desde novembro de 2021, com jogos nos apps de Android e iPhone. Já são mais de 20 títulos. O recurso, porém, parece não fazer sucesso: segundo dados de agosto de 2022, menos de 1% dos assinantes acessavam os games da plataforma.

Com informações: TechCrunch
Netflix coloca app de controle para games na loja do iPhone

Netflix coloca app de controle para games na loja do iPhone
Fonte: Tecnoblog