Category: Worldcoin

Prova de humanidade da World ID começa a funcionar no Brasil

Prova de humanidade da World ID começa a funcionar no Brasil

Dispositivo da World faz a captura e converte tosto da pessoa num hash único (foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Resumo

A World ID, da startup Tools for Humanity, inicia a verificação de humanidade em São Paulo, a partir de 13/11, para pessoas com mais de 18 anos.
O dispositivo Orb captura imagens do rosto e da íris, convertendo-as em um certificado digital sem armazenar a fotografia original.
Potenciais usos da World ID incluem a diferenciação de humanos e bots, verificação de conta única e prevenção de perfis falsos.

A startup Tools for Humanity anuncia hoje a chegada oficial do serviço de verificação de humanidade World ID ao Brasil. As pessoas com mais de 18 anos poderão fazer a checagem totalmente gratuita a partir da quarta-feira (dia 13/11). Serão mais de dez pontos de verificação espalhados pela capital paulista.

A ideia da Fundação World, responsável pelo protocolo World, é diferenciar as interações humanas daquelas feitas por máquinas. Num momento de explosão da inteligência artificial pelo planeta, a World acredita que a verificação de humanidade será relevante diante de desafios como os deepfakes, deep nudes e fraudes de identificação, entre outros golpes.

O assunto é polêmico por causa das dúvidas sobre biometria e privacidade. A World tem entre seus fundadores Sam Altman, o CEO da OpenAI.

O CEO da OpenAI quer escanear a sua íris (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Como funciona o World ID?

Para verificar sua humanidade, a pessoa primeiro precisam baixar o World App e realizar um compromisso presencial num dos locais de verificação em São Paulo.

O curioso e futurístico dispositivo Orb captura uma imagem em alta resolução do rosto do usuário e outra dos olhos do usuário, para produzir a chamada textura da íris. Essa participação é totalmente voluntária e gratuita. Todo o procedimento leva cerca de 2 minutos.

A Tools for Humanity explica que a imagem da íris é convertida num certificado digital, de modo que as partes envolvidas no projeto não ficam com a fotografia original. Em vez disso, é como se um hash fosse associado ao usuário. “O World ID verifica a humanidade e a singularidade, não a identidade.”

Todo usuário que se cadastra no World ID recebe cerca de 50 tokens – inicialmente 25, e mais outros 25 com o passar do tempo.

Tools for Humanity realiza evento com jornalistas em São Paulo (foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

O gerente da operação no Brasil, Rodrigo Tozzi, explica que os dados criptografados são enviados da Orb para o smartphone da pessoa. Na sequência, todas as informações são imediatamente apagadas. Os esclarecimentos foram feitos num evento em São Paulo, do qual o Tecnoblog participou.

O projeto ainda envolve o protocolo World, a blockchain World Chain e a moeda Worldcoin (WLD), que é um token digital emitido a todos os participantes da rede.

Usos da World ID

Ainda de acordo com Tozzi, alguns dos potenciais usos da World ID são:

Diferenciar humanos de bots

Verificação de conta única

Recompensas e ações exclusivas em jogos

Em encontros, maximizar conexões de qualidade

Prevenção de perfis falsos

Prevenção de contas falsas e bots

Os números da World no mundo

Orbe da World vista de lado (foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

7 milhões de humanos verificados

16 milhões de usuários do aplicativo World App

902 Orbs

Presença no Brasil

O World ID foi apresentado no Brasil pela primeira vez em julho de 2023, quando as Orbs fizeram uma espécie de turnê global. O dispositivo de captura de imagem passou por mais de 20 países e apresentou uma prévia dessa tecnologia.
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Fonte: Tecnoblog

Quênia suspende startup que oferece criptomoeda a quem escanear íris

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O Worldcoin é um projeto ambicioso — e controverso. Ele se propõe a escanear a íris de toda a população global para criar um sistema único de autenticação. Além disso, promete distribuir renda, pagando quem se cadastrar. O governo do Quênia, um dos primeiros países a receber a iniciativa, decidiu proibir a coleta de dados.

Orb, equipamento da Worldcoin usado para leitura da íris (Imagem: Divulgação/Worldcoin)

A Autoridade de Comunicações do Quênia vai avaliar o Worldcoin devido à “falta de clareza sobre segurança e armazenamento” dos dados das íris escaneadas, bem como à “incerteza” em relação à criptomoeda oferecida a quem se cadastra.

O Quênia não é o único país a ficar de olho (com o perdão do trocadilho) no Worldcoin. França, Alemanha e Reino Unido são alguns dos países que estão avaliando se o projeto viola leis de privacidade.

Projeto paga US$ 50 por pessoa

Segundo reportagens do site Rest of World e do jornal queniano The Standard, muitas pessoas no país se interessaram em escanear suas íris devido ao pagamento de 25 Worldcoins, que equivalem a cerca de US$ 50 ou R$ 240.

A maioria dos participantes teria sido atraída pelo dinheiro e não estava ciente dos objetivos do projeto — uma situação que se repete em Hong Kong e em Bangalore (Índia).

Com a suspensão das atividades, autoridades do Quênia precisaram dispersar filas de milhares de pessoas.

Worldcoin foi idealizado por fundador da OpenAI

A pessoa por trás do Worldcoin é Sam Altman, que criou a startup Tools for Humanity. Altman também é um dos fundadores e atual CEO da OpenAI, que desenvolve o ChatGPT e o Dall-E.

O Worldcoin foi anunciado em junho de 2021. Ele promete fazer um pagamento em uma criptomoeda própria a cada pessoa que escanear sua íris em um equipamento específico, chamado Orb — uma esfera prateada, do tamanho de uma bola de boliche.

Em maio de 2023, o aplicativo World foi lançado em mais de 80 países, e o Brasil está na lista. Ele funciona como carteira de criptomoedas e passaporte para login sem senhas, por meio da World ID, carteira de identidade registrada em uma blockchain.

O lançamento oficial da Worldcoin aconteceu em 24 de julho de 2023, quando as Orbs começaram a funcionar em 35 cidades de 20 países. No Brasil, o projeto está presente em três locais na cidade de São Paulo.

Durante o período beta, mais de 2 milhões de pessoas fizeram o registro de seus dados biométricos. Uma reportagem da MIT Technology Review aponta que muitas não receberam o dinheiro prometido.

Com informações: The Verge, Rest of World
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Fonte: Tecnoblog