Category: União Europeia

União Europeia quer rever a lei dos cookies

União Europeia quer rever a lei dos cookies

Bloqueio de aviso de cookies no Vivaldi (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Resumo

Usuários da União Europeia enfrentam excesso de pop-ups de cookies, levando a consentimento mecânico e pouco eficaz.
A Comissão Europeia busca simplificar a lei, permitindo configurações únicas e mantendo banners apenas para rastreadores invasivos.
Debate envolve indústrias de tecnologia e defensores da privacidade, com foco em equilibrar usabilidade e proteção de dados.

O incômodo dos usuários de internet na União Europeia com os avisos de cookie movimentaram novamente a Comissão Europeia, que está em busca de soluções. Para isso, o órgão iniciou nesta segunda-feira (22/09) uma série de reuniões com a indústria de tecnologia.

Eles discutem uma reforma na Diretiva de e-Privacy, que, após revisão em 2009, deu origem ao que especialistas chamam de “fadiga de cookies”. A norma relacionada aos cookies foi criada com a intenção de dar aos usuários o controle sobre os próprios dados, exigindo consentimento explícito para o uso de rastreadores.

No entanto, como efeito colateral, há uma enxurrada de banners, o que, segundo a própria Comissão, “matou o consentimento”. Assim como nos enormes contratos de licença que aparecem na instalação ou primeiro uso de softwares, a maioria das pessoas clica em “aceitar” sem ler, apenas para acessar o conteúdo.

Por causa disso, o órgão deve apresentar em dezembro um texto com propostas para simplificar a regra, segundo o portal Politico.

Por que a lei “deu errado”?

Cookies são um grande problema para a União Europeia há mais de uma década (foto: Thijs ter Haar/Wikimedia Commons)

A União Europeia definiu a lei sobre os cookies em 2009. Sites são obrigados a pedir consentimento dos visitantes para coletar dados. Para isso, os desenvolvedores adicionaram pop-ups solicitando as permissões em seus sites.

Entretanto, o diagnóstico da União Europeia é de que o consentimento a cada site visitado tornou o ato mecânico e ineficaz. “Dar consentimento demais basicamente mata o consentimento”, resumiu o advogado especializado em dados Peter Craddok ao site Politico.

Assim como acontece no Brasil, o usuário se depara com um aviso sobre cookies, com uma diferença: por lá, costumam ser enormes e muito mais incômodos, com diversas opções.

Aviso de cookies faz com que usuários acabem aceitando tudo na Europa (imagem: Felipe Freitas/Tecnoblog)

O bloco vem tentando mudar esse processo há algum tempo. No ano passado, de acordo com o Gizmodo, a UE trabalhou em conjunto com plataformas das big techs para melhorar os pop-ups. A iniciativa, que contou com o comprometimento de empresas como Apple, Meta e ByteDance (dona do TikTok), não deu certo.

Países propõem simplificação

Diversas novas ideias estão sendo avaliadas. Segundo uma nota interna obtida pelo Politico, uma das principais propostas é permitir que os usuários configurem as preferências de cookies uma única vez, diretamente do navegador. Com isso, elimina-se a necessidade de pop-ups em cada página.

Outra sugestão, apoiada pela Dinamarca, é simplesmente eliminar a exigência de banners para cookies considerados “inofensivos”, como os usados para estatísticas básicas do site. Neste caso, a ideia é manter a regra apenas para rastreadores mais invasivos, como os de publicidade.

No Brasil, a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) já orienta que a categoria de estatísticas fique desativada por padrão.

Indústria briga com defensores da privacidade

Empresas querem que GDPR passe a incorporar diretrizes sobre cookies (imagem: reprodução)

A indústria de tecnologia, por sua vez, defende que as regras de cookies sejam incorporadas à GDPR, a lei geral de proteção de dados do bloco. A GDPR adota uma abordagem mais flexível, baseada em risco, o que permitiria o uso de outras bases legais além do consentimento, como o “legítimo interesse”.

Defensores da privacidade na União Europeia se opõem à flexibilização, temendo que ela abra portas para mais rastreamento disfarçado. “Expandir essa categoria para incluir outros tipos de rastreamento ‘essencial’ é enganoso, porque arrisca contrabandear análise ou personalização para a tecnologia de anúncios”, afirmou Itxaso Domínguez de Olazábal, conselheira da European Digital Rights, ao Politico.

União Europeia quer rever a lei dos cookies

União Europeia quer rever a lei dos cookies
Fonte: Tecnoblog

Microsoft vai forçar a instalação do 365 Copilot no Windows

Microsoft vai forçar a instalação do 365 Copilot no Windows

Microsoft 365 reúne Word, Excel e outros aplicativos de produtividade da empresa (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Microsoft vai instalar automaticamente o 365 Copilot em PCs com o pacote de apps do Microsoft 365.
A instalação começará a aparecer a partir de outubro, exceto na Área Econômica Europeia, onde a Microsoft precisou seguir regras locais.
O Copilot funcionará como hub central para recursos de IA no Microsoft 365, que abrange Word, Excel, PowerPoint e outros apps de produtividade.

A Microsoft confirmou que o 365 Copilot será instalado de forma automática em computadores Windows com o pacote de aplicativos do Microsoft 365. A medida começa a valer em outubro de 2025 para usuários fora da Área Econômica Europeia (EEA) e deve ser concluída até meados de novembro.

Segundo a companhia, o app do assistente de IA funcionará como um ponto central para acessar recursos de inteligência artificial integrados ao pacote de produtividade, que inclui Word, Excel e PowerPoint. Com a mudança, a empresa pretende facilitar a descoberta das funções do Copilot e ampliar o acesso a elas diretamente no Windows.

Instalação será automática

De acordo com a Microsoft, o 365 Copilot será incluído no menu Iniciar do Windows e estará habilitado por padrão. Apesar disso, administradores de TI poderão impedir a instalação automática por meio do Microsoft 365 Apps Admin Center, acessando as configurações de dispositivos e desmarcando a opção de habilitação do app.

A empresa também recomendou que equipes de suporte técnico e helpdesks corporativos sejam informados sobre a alteração antes do início da distribuição, para reduzir confusões e possíveis chamados de suporte. Outro detalhe é que, em alguns casos, o ícone do aplicativo já pode aparecer no menu Iniciar mesmo que o app já esteja presente no sistema, dando a impressão de que nada foi alterado.

O 365 Copilot será instalado em segundo plano, sem interromper o uso do dispositivo, e estará disponível no aplicativo web, desktop para Windows e macOS, além das versões para Android e iOS.

A imposição não será aplicada a países da Área Econômica Europeia, onde a Microsoft precisou adotar políticas diferentes devido às exigências regulatórias locais.

Por que a mudança?

Microsoft 365 Copilot será incluído no menu Iniciar do Windows (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Microsoft afirma que o motivo é simplificar o acesso aos recursos de IA do Microsoft 365 e incentivar seu uso no ambiente de trabalho. “Este aplicativo fornece um ponto centralizado para acessar experiências do Copilot e recursos com inteligência artificial em todo o Microsoft 365″, diz um comunicado da empresa. “A mudança simplifica o acesso ao Copilot e garante que os usuários possam descobrir e interagir facilmente com funcionalidades que aumentam a produtividade”.

Vale lembrar que não é a primeira ação desse tipo: no mês passado, a Microsoft anunciou que, até o fim de setembro, integrará agentes do Copilot diretamente na barra lateral do Edge e permitirá que administradores fixem o app na barra de tarefas do Windows.

Com informações da Microsoft e do Bleeping Computer
Microsoft vai forçar a instalação do 365 Copilot no Windows

Microsoft vai forçar a instalação do 365 Copilot no Windows
Fonte: Tecnoblog

Meta acusa UE de ilegalidade por vetar seu modelo de assinatura

Meta acusa UE de ilegalidade por vetar seu modelo de assinatura

Meta, de Zuckerberg, tenta reverter veto da UE ao seu modelo de anúncios (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Em abril, a Comissão Europeia multou a Meta em 200 milhões de euros e proibiu seu modelo de assinatura na UE por violar o Digital Markets Act (DMA).
A exigência é que a Meta ofereça uma versão gratuita com anúncios menos personalizados.
Agora, a Meta contesta a decisão, afirmando que isso prejudica seu modelo de negócios.

A Meta vai recorrer contra a decisão da Comissão Europeia que impede seu modelo de assinatura nos países da União Europeia (UE). O veto, anunciado em abril, veio acompanhado de uma multa de 200 milhões de euros (cerca de R$ 1,2 bilhão), que a big tech também contesta.

Para a plataforma, a medida é “incorreta e ilegal” por contrariar jurisprudências, ignorar o contexto comercial e prejudicar a experiência de usuários e anunciantes.

O embate gira em torno da aplicação do Digital Markets Act (DMA), norma que busca garantir maior equilíbrio nas práticas das chamadas empresas “gatekeepers”, como a própria Meta.

A Comissão afirma que o modelo de consentimento usado pela companhia (de “pagar ou consentir”) viola o DMA por não garantir liberdade suficiente ao usuário. A UE exige a oferta de uma versão gratuita com anúncios menos personalizados.

Já a Meta sustenta que seu modelo — que permite escolher entre uma versão paga sem anúncios e outra gratuita com publicidade personalizada — foi validado anteriormente pelo Tribunal de Justiça da UE e por autoridades de proteção de dados em países como França, Alemanha e Dinamarca.

O que diz a norma e por que a Meta discorda?

Meta diz que imposição afeta seu modelo de negócios (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A principal exigência da Comissão Europeia é que o uso de dados pessoais para fins publicitários ocorra apenas com consentimento livre e informado.

Na interpretação do órgão, oferecer a alternativa paga não configura uma escolha justa. Por isso, determinou que a Meta disponibilize, gratuitamente, uma versão com anúncios menos personalizados, baseada em coleta mínima de dados.

A Meta rebate dizendo que essa imposição a força a operar um modelo de negócios insustentável, já que reduz a eficácia da publicidade digital e compromete a viabilidade de seus serviços gratuitos.

A empresa também cita uma decisão de julho de 2023 do Tribunal de Justiça da União Europeia, que teria reconhecido a validade do modelo de “consentimento ou assinatura” como forma legal de obtenção de dados — argumento que, segundo a Meta, foi ignorado pela Comissão.

Meta critica exigência da União Europeia

Meta é dona de WhatsApp, Instagram e Facebook (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A plataforma argumenta que a exigência cria incertezas regulatórias e penaliza de forma desproporcional só a empresa. A Meta afirma que suas propostas de ajuste foram ignoradas ao longo de 2024 e reclama de falta de clareza nos feedbacks, o que, segundo ela, vai contra o espírito colaborativo do DMA.

O modelo de anúncios menos personalizados foi lançado pela Meta em novembro de 2024 e usa 90% menos dados. Mas, segundo um levantamento interno, já mostrou queda nos resultados: até 70% menos conversões fora da plataforma e um salto de 800% no bloqueio de anúncios por serem “irrelevantes”. Segundo a Meta, pequenas e médias empresas (PMEs) representam a maior parte dos anunciantes e seriam as mais afetadas.

A disputa abre um debate sobre como equilibrar a proteção de dados dos usuários com a sustentabilidade econômica de serviços digitais gratuitos. Para a Comissão Europeia, o consentimento precisa ser realmente livre para evitar práticas que limitem a escolha dos consumidores.

Já a Meta diz que barrar anúncios personalizados ameaça a viabilidade de plataformas gratuitas e prejudica pequenos anunciantes. A decisão final deve vir do Tribunal Geral da União Europeia, em Luxemburgo, e pode redefinir os limites para consentimento, personalização e monetização da plataforma.

Com informações da Meta e do The Register
Meta acusa UE de ilegalidade por vetar seu modelo de assinatura

Meta acusa UE de ilegalidade por vetar seu modelo de assinatura
Fonte: Tecnoblog

Apple bloqueia Fortnite nos EUA e União Europeia; jogo fica fora do ar nos iPhones

Apple bloqueia Fortnite nos EUA e União Europeia; jogo fica fora do ar nos iPhones

Epic Games terá que manter Fortnite offline no iOS em todo o mundo (Imagem: Divulgação/Epic)

A Apple bloqueou o pedido da Epic Games de liberar o jogo Fortnite no iOS dos Estados Unidos e na loja de app da Epic na União Europeia. Devido ao impedimento, o game está offline em todos os iPhones do mundo. Na UE, onde a Apple é obrigada a liberar lojas de terceiros, o Fortnite também está indisponível na AltStore PAL, uma loja de apps onde era possível baixar o game.

O bloqueio do Fortnite no iOS ocorre semanas depois da Justiça americana autorizar apps a liberar pagamentos fora da App Store. Com a decisão, a Epic correu para subir o game, um dos mais populares da atualidade, para o iPhone nos EUA. Já na UE, o download do game poderia ser feito na Epic Games Store ou AltStore PAL.

Por que a Epic deixou o Fortnite fora do ar em todos os iPhones?

A Epic não explicou detalhadamente o motivo para “desligar” os servidores do Fortnite no iOS. Contudo, é provável que isso tenha sido feito por conta do jogo permitir a criação de partidas em crossplay. Esse recurso faz com que jogadores de diferentes plataformas joguem entre si.

Apple has blocked our Fortnite submission so we cannot release to the US App Store or to the Epic Games Store for iOS in the European Union. Now, sadly, Fortnite on iOS will be offline worldwide until Apple unblocks it.
— Fortnite (@Fortnite) May 16, 2025

Como a versão do Fortnite para iOS na UE está em uma versão antiga (a empresa liberou um update do game nesta sexta-feira), a partida entre jogadores no iOS e outras plataformas fica impossibilitada.

Para evitar problemas na formação de partida (o popular matchmaking na linguagem gamer), a Epic pode ter optado por impedir o acesso ao game no iOS. O Tecnoblog entrou em contato com a Epic Games para saber mais detalhes do caso e se isso pode afetar o lançamento do Fortnite no iPhone brasileiro — a matéria será atualizada com a resposta da empresa.

Tweet da conta do Fortnite no Brasil informou que jogo será liberada para o iOS brasileiro em julho (imagem: reprodução)

A Epic enviou uma primeira versão do Fortnite para aprovação no iOS na sexta-feira passada. Na quarta-feira (14), a empresa enviou uma segunda versão, explicando que esta contava com a atualização publicada hoje. A Apple ainda não se pronunciou sobre o assunto — e quem deve se pronunciar em breve sobre o tema é a União Europeia.

Com informações de The Verge e Reuters
Apple bloqueia Fortnite nos EUA e União Europeia; jogo fica fora do ar nos iPhones

Apple bloqueia Fortnite nos EUA e União Europeia; jogo fica fora do ar nos iPhones
Fonte: Tecnoblog

Reino Unido diz que Apple e Google impedem disputa de browsers mobiles

Reino Unido diz que Apple e Google impedem disputa de browsers mobiles

Para órgão de mercado do Reino Unido, Chrome e Safaria dificultam a vida de navegadores como o Firefox (foto: Giovanni Santa Rosa/Tecnoblog)

A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), órgão britânico equivalente ao nosso Cade, acusa a Apple e o Google de dificultar a concorrência no mercado de navegadores mobiles. Essa acusação é resultado de uma investigação realizada pelo órgão e o caso ainda passará por outras etapas. Na União Europeia, a Lei de Mercados Digitais (DMA na sigla em inglês) mostra um possível cenário para as big techs no Reino Unido.

O que diz a investigação preliminar da CMA?

O relatório da CMA afirma que a Apple prejudica a concorrência no mercado de navegadores por forçar o uso da engine WebKit em browsers para o iOS. Sobre o Google, a investigação afirma que a big tech dificulta a competição de navegadores no Android com menos impacto que a Apple.

Engine WebKit é usado pelo Safari e qualquer outro navegador no iOS (foto: Lupa Charleaux/Tecnoblog)

O relatório destaca que o Safari tem prioridade no recebimento de novos recursos para navegadores no iOS. Outras práticas anticompetitivas são limitações na navegação, pré-instalação do Safari no iPhone (e iPad) e divulgação forçada do navegador como browser padrão dos dispositivos. Para os investigadores, isso reduz a noção dos usuários sobre outras opções de navegadores.

No Google, a situação está ligada ao fato do Chrome ser um navegador pré-instalado no Android e padrão na maioria dos celulares desse ecossistema.

A investigação relata que as big techs, ao saberem do processo, tomaram algumas medidas para mitigar esse problema. No entanto, o grupo responsável pela investigação considera que elas ainda não são suficientes.

Quais as soluções sugeridas pela CMA?

Uma das medidas sugeridas pela CMA é similar ao que foi adotado na UE e aumento a instalação de navegadores alternativos (foto: Denny Müller/Unsplash)

A CMA apresentou algumas soluções que as empresas poderiam tomar para resolver as práticas anticompetitivas. Entre elas estão, para a Apple, permitir engines alternativas para navegadores no iOS, encerrar o compartilhamento de receita entre Google e Apple no Chrome e exibir uma tela para escolha de navegador no momento de configuração dos celulares.

Essa última proposta de solução é similar ao que foi feito na União Europeia após a aprovação da DMA. Nos países membros do bloco, a tela de escolha de navegador levou a um aumento da instalação de navegadores menores, como Vivaldi, DuckDuckGo, Brave e Opera — que teve um aumento de 164% de instalação no iOS europeu.

Com informações de The Verge
Reino Unido diz que Apple e Google impedem disputa de browsers mobiles

Reino Unido diz que Apple e Google impedem disputa de browsers mobiles
Fonte: Tecnoblog

Lei europeia obriga iPhone a aceitar app pornô pela primeira vez

Lei europeia obriga iPhone a aceitar app pornô pela primeira vez

Donos de iPhone podem instalar aplicativos “por fora” da App Store na União Europeia (foto: Darlan Helder/Tecnoblog)

Resumo

O iPhone terá, pela primeira vez, um aplicativo dedicado a conteúdo pornográfico.
A União Europeia obrigou a Apple a permitir lojas alternativas no iPhone, abrindo espaço para aplicativos como o Hot Tub.
O Hot Tub é um navegador focado em sites adultos, com bloqueio de anúncios e rastreadores, e está disponível apenas na UE.
Ainda assim, a Apple não aprovou o Hot Tub diretamente e mantém restrições na App Store, mas as novas regulamentações permitem a distribuição de aplicativos antes proibidos.

O iPhone terá, pela primeira vez, um aplicativo voltado especificamente para conteúdo pornográfico. Chamado Hot Tub, ele será distribuído por uma loja de apps alternativa, o que só foi possível devido às leis da União Europeia para regulamentar o setor de tecnologia.

O Hot Tub é um “navegador para sites adultos”, com bloqueio de anúncios e rastreadores. Ele será distribuído pela AltStore PAL, loja de aplicativos voltada a desenvolvedores independentes e disponível apenas na União Europeia.

Por que a União Europeia obrigou o iPhone a aceitar um app pornô?

O Regulamento de Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês) da União Europeia obrigou a Apple a abrir o iPhone para instalação direta de apps (também conhecida como sideloading) e lojas alternativas. Isso abriu caminho para aplicativos que antes eram proibidos pela App Store oficial.

União Europeia obrigou Apple a abrir o iPhone para evitar monopólio (imagem: Thijs ter Haar/Wikimedia Commons)

Aplicativos com conteúdo adulto são um exemplo disso: a Apple não permite apps com “material abertamente pornográfico ou sexual” na App Store. Como lembra o Verge, o próprio Steve Jobs disse, em 2010, que a empresa tinha “uma responsabilidade moral de manter a pornografia fora do iPhone”.

A opinião da Apple sobre o assunto não mudou, de lá para cá. Em fevereiro de 2024, Paul Schiller, chefe da App Store, disse que a loja tinha regras para não permitir “certos tipos de conteúdo questionável”, mas que o DMA tiraria esta decisão das mãos da companhia.

Então, a Apple aprovou um app pornô para iPhone?

Não. Em um posicionamento enviado ao MacRumors, a empresa diz não ter aprovado o aplicativo e que nunca o ofereceria na App Store. O comunicado foi uma resposta à AltStore, que anunciou o Hot Tub como o “primeiro app pornô aprovado pela Apple”.

A AltStore provavelmente se referia à chamada notarização. Atualmente, ela é o único processo de revisão que a Apple faz nos apps distribuídos por fora da App Store, checando se os programas não têm malware ou ameaças à segurança, nem são fraudulentos.

Outros apps proibidos estão disponíveis na UE

A AltStore PAL foi a primeira loja independente de aplicativos para iPhone a aproveitar as mudanças impostas pelo DMA, em abril de 2024. Como diferencial, ela trouxe acesso a outros apps proibidos pela Apple, incluindo, entre outros:

Aplicativos de torrent

Emuladores de jogos (que foram liberados oficialmente pela Apple meses depois)

O game Fortnite (banido da App Store desde 2020)

Com informações do Verge, 9to5Mac e MacRumors
Lei europeia obriga iPhone a aceitar app pornô pela primeira vez

Lei europeia obriga iPhone a aceitar app pornô pela primeira vez
Fonte: Tecnoblog

Europa anuncia OpenEuroLLM para brigar com EUA e China em IA

Europa anuncia OpenEuroLLM para brigar com EUA e China em IA

Europa anuncia OpenEuroLLM para brigar com EUA e China em IA (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A União Europeia anunciou a OpenEuroLLM, uma iniciativa para desenvolver modelos avançados de inteligência artificial de código aberto.
Liderada por Peter Sarlin, da Silo AI, a aliança terá início em fevereiro de 2025, com financiamento da Comissão Europeia e a participação de mais de 20 instituições e empresas.
O projeto contará com um orçamento inicial de 52 milhões de euros (cerca de R$ 311 milhões), focando em infraestruturas digitais e IA.
A iniciativa surge como resposta ao avanço dos Estados Unidos e da China no setor de inteligência artificial.

A União Europeia não quer ficar para trás dos Estados Unidos e da China quando o assunto é inteligência artificial. Por isso, o bloco anunciou uma aliança para desenvolver LLMs avançados e com código aberto: a OpenEuroLLM.

O projeto apoiará ou contará com o apoio de startups, centros de pesquisa, instituições de ensino e organizações especializadas em computação de alto desempenho que tenham sede em países da União Europeia.

De acordo com o anúncio oficial, mais de 20 instituições de pesquisa e empresas da região já fazem parte da iniciativa, que terá a missão de construir uma “família base de modelos de larga escala de alto desempenho, multilíngues e de grande porte para serviços comerciais, industriais e públicos”.

A OpenEuroLLM será comandada por Peter Sarlin, cofundador de Silo AI, empresa com sede na Finlândia especializada em inteligência artificial, mas que foi adquirida pela AMD em julho de 2024 por US$ 665 milhões (R$ 3,86 bilhões, na conversão atual).

Por que a OpenEuroLLM foi criada?

Segundo a própria entidade, o projeto foi criado com o intuito de “melhorar a competitividade e a soberania digital da Europa”.

Não é um discurso raso. De um lado, a União Europeia vê organizações americanas, com destaque para a OpenAI, dominando a cena da inteligência artificial.

Como se não bastasse, os Estados Unidos anunciaram o Stargate Project logo após a posse de Donald Trump como presidente do país. A iniciativa investirá US$ 500 bilhões para deixar os Estados Unidos na vanguarda da IA.

De outro lado, a Europa vê a DeepSeek se destacando como uma força chinesa em IA. Ainda que essa plataforma esteja sob questionamentos a respeitos dos custos reduzidos e do desempenho melhorado que afirma ter, o projeto mostra que a China não está alheia a todo esse movimento.

Bandeiras da União Europeia (foto: Thijs ter Haar/Wikimedia Commons)

Oficialmente, a OpenEuroLLM iniciou suas atividades em 1º de fevereiro de 2025 com base em um financiamento concedido pela Comissão Europeia por meio do Programa Europa Digital.

Os LLMs a serem desenvolvidos na OpenEuroLLM deverão seguir a estrutura regulatória da Europa, bem como alguns preceitos estabelecidos pela Comissão Europeia, entre eles, a “diversidade linguística e cultural”, de modo que todo o continente possa ser beneficiado pelos projetos que saírem de lá.

Ao TNW, Peter Sarlin declarou:

Isso não é sobre criar um chatbot de propósito geral, mas sobre construir a infraestrutura digital e de IA para permitir que companhias europeias inovem em IA.

Peter Sarlin, líder da OpenEuroLLM

Ainda de acordo com Sarlin, a fase inicial do projeto contará com um orçamento de 52 milhões de euros (R$ 311 milhões). Fiquemos de olho.
Europa anuncia OpenEuroLLM para brigar com EUA e China em IA

Europa anuncia OpenEuroLLM para brigar com EUA e China em IA
Fonte: Tecnoblog

União Europeia acusa Bluesky de esconder número de usuários

União Europeia acusa Bluesky de esconder número de usuários

Bluesky teve crescimento expressivo nas últimas semanas (Imagem: Lupa Charleaux/Tecnoblog)

A União Europeia considera que a rede social Bluesky não está cumprindo as normas do grupo de países. As infrações seriam não informar quantos usuários a rede tem no bloco de países e não dizer onde a empresa está estabelecida legalmente.

A declaração sobre estes problemas veio de Thomas Regnier, porta-voz da Comissão Europeia, durante uma coletiva de imprensa nesta segunda (25). Ele explica que todas as plataformas que operam na União Europeia devem ter uma página dedicada com estas informações.

União Europeia tem regras rígidas para plataformas grandes (Imagem: Thijs ter Haar/Wikimedia Commons)

Segundo a Reuters, Regnier disse ainda que a Comissão pediu que os 27 governos nacionais do bloco que investiguem se há algum indício de atividade da empresa, como um escritório europeu. Mesmo assim, a companhia não foi contatada diretamente.

O Bluesky não respondeu aos pedidos de comentário enviados pela Reuters.

Bluesky deve escapar de regulação rígida por enquanto

Apesar destas exigências, o Bluesky deve escapar das regulações mais rígidas do bloco. A Lei de Serviços Digitais (também conhecida pela sigla DSA) se concentra nas redes com mais 45 milhões de usuários na União Europeia. O Bluesky tem cerca de 22,5 milhões em todo o mundo.

A Bluesky Social, responsável pelo principal app e principal servidor da rede social Bluesky, é uma empresa de benefício público estabelecida nos Estados Unidos. De acordo com Jay Graber, CEO da companhia, são apenas 20 funcionários em tempo integral.

A rede vem apresentando um crescimento expressivo nas últimas semanas, principalmente de usuários descontentes com o X (antigo Twitter). Um site independente com dados da rede diz que são 22,5 milhões de usuários, 7,5 milhões há mais que há dez dias.

De acordo com o SimilarWeb, o número de acessos diários do Bluesky alcançou o do Threads. Mesmo assim, a rede da Meta leva muita vantagem em outros quesitos: são 275 milhões de usuários ativos mensalmente.

Com informações: Financial Times, Reuters, The Verge
União Europeia acusa Bluesky de esconder número de usuários

União Europeia acusa Bluesky de esconder número de usuários
Fonte: Tecnoblog

Spotify reclama de mudança nos botões de volume do iPhone

Spotify reclama de mudança nos botões de volume do iPhone

Spotify Connect permite tocar músicas em TV, consoles e computadores (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Usuários do Spotify não poderão mais usar os botões de volume do iPhone para controlar o volume de outros aparelhos pelo Spotify Connect. A partir de 3 de setembro, este ajuste só será possível dentro do aplicativo. Ao apertar um dos botões, os usuários vão receber uma notificação, sugerindo abrir o app.

O Spotify Connect é um recurso do aplicativo que permite tocar músicas em outros aparelhos, como TVs, consoles, computadores e alto-falantes, para dar alguns exemplos. Até agora, era possível abaixar ou aumentar o volume dos outros dispositivos usando os botões físicos do iPhone.

Ao pressionar botão de volume, usuário receberá notificação (Imagem: Divulgação / Spotify)

Segundo a empresa de streaming, a nova limitação vem depois de a Apple “descontinuar” a tecnologia que permitia este ajuste.

Vale dizer que esta mudança não afeta conexões Bluetooth ou AirPlay — apenas o Spotify Connect sofrerá com a limitação.

O Spotify não foi a única empresa afetada. Como nota o Verge, o aplicativo da Sonos, marca de alto-falantes que não está presente de forma oficial no Brasil, também não poderá mais ajustar o volume dos aparelhos usando os botões do iPhone.

A empresa de streaming diz ter solicitado à Apple uma solução similar à disponível no HomePod e no set-top box Apple TV. A empresa da maçã, porém, disse que só seria possível oferecer novamente este tipo de controle de volume se o Spotify integrasse sua tecnologia ao HomePod.

Spotify acusa Apple de violar regras da União Europeia

A limitação técnica levou o Spotify a fazer novas acusações contra a Apple, dizendo que a decisão vai contra o que manda o Regulamento de Mercados Digitais da União Europeia (também conhecido pela sigla DMA).

A empresa de streaming entende que a legislação exige que a fabricante do iPhone, na posição de gatekeeper, forneça condições de interoperabilidade a outras companhias.

Já faz alguns anos que o Spotify acusa a Apple de práticas anticompetitivas. Até agora, grande parte das questões envolvia a App Store, como a cobrança de comissões e a proibição de informar valores de assinatura por outros meios de pagamento.

Com informações: Spotify, The Verge, TechCrunch
Spotify reclama de mudança nos botões de volume do iPhone

Spotify reclama de mudança nos botões de volume do iPhone
Fonte: Tecnoblog

UE acusa Microsoft de prejudicar concorrência ao colocar Teams no Office

UE acusa Microsoft de prejudicar concorrência ao colocar Teams no Office

Microsoft separou Teams, mas não foi o suficiente (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A União Europeia acusou a Microsoft de comportamento anticompetitivo relacionado ao Teams, software de comunicação corporativa e videoconferência que era agregado ao Office no Microsoft 365. O bloco considera que o pacote dava à empresa uma vantagem injusta sobre rivais, como Slack e Zoom.

A partir de agora, a Microsoft deverá responder às conclusões preliminares da Comissão Europeia, braço executivo do bloco. “Apreciamos os esclarecimentos adicionais fornecidos hoje e trabalharemos para encontrar soluções e resolver as preocupações restantes da Comissão”, declarou Brad Smith, presidente da Microsoft.

Microsoft Teams teve até uma versão pré-instalada no Windows 11, mas ela não fez sucesso (Imagem: Reprodução / Microsoft)

O movimento era esperado há algum tempo. A União Europeia abriu uma investigação antitruste contra a Microsoft em julho de 2023, dois anos após queixas do Slack, posteriormente comprado pela Salesforce.

Em abril de 2024, a Microsoft fez concessões e removeu o Teams de pacotes com outros produtos da empresa em todo o mundo — inicialmente, a medida seria restrita à Europa. Mesmo assim, as autoridades acreditam que isso não é o suficiente.

UE quer Microsoft 365 sem Teams mais barato

Não há um cronograma preciso para os próximos passos da investigação. Segundo fontes ouvidas pelo Financial Times, a Microsoft trabalha para fechar um acordo do caso e evitar uma acusação formal, que poderia levar a uma multa de 10% das receitas globais da empresa.

Segundo pessoas próximas ao assunto ouvidas pela Reuters, a Comissão Europeia quer que a Microsoft venda o Microsoft 365 (que inclui o Office) sem o Teams, a um preço mais baixo. Já concorrentes querem uma maior interoperabilidade com os produtos da empresa.

União Europeia também denunciou a Apple esta semana (Imagem: Thijs ter Haar / Wikimedia Commons)

Excluídos casos envolvendo o controle de outras empresas, como a compra da Activision Blizzard ou a investigação sobre a relação com a OpenAI, esta é a maior acusação da Comissão contra a Microsoft desde os anos 2000. Na ocasião, a UE e os Estados Unidos processaram a empresa, sob acusação de usar o Windows para criar monopólios para o Internet Explorer e o Windows Media Player.

A UE tem sido bastante combativa contra as big techs nos últimos anos. Nesta segunda-feira (24), a Comissão Europeia apresentou uma denúncia contra a Apple por regras da App Store não estarem de acordo com regulamentos do bloco.

Com informações: Financial Times, Reuters, TechCrunch
UE acusa Microsoft de prejudicar concorrência ao colocar Teams no Office

UE acusa Microsoft de prejudicar concorrência ao colocar Teams no Office
Fonte: Tecnoblog