Category: Rússia

Rússia ameaça banir o WhatsApp definitivamente no país

Rússia ameaça banir o WhatsApp definitivamente no país

WhatsApp pode ser banido na Rússia (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Rússia ameaça banir o WhatsApp definitivamente, e já exige que dispositivos venham com o rival russo, o Max, pré-instalado.
Segundo a agência federal responsável pelas comunicações no país, o bloqueio ocorrerá se o WhatsApp não cumprir a legislação local.
As medidas ampliam o controle digital e seguem bloqueios a serviços ocidentais.

A Rússia pode banir o WhatsApp definitivamente na região. Nesta sexta-feira (28/11), a Roskomnadzor, agência federal responsável pela supervisão de comunicações no país, emitiu um alerta sobre o possível bloqueio do app. O órgão regulador informou que a medida definitiva será implementada caso o aplicativo da Meta não cumpra integralmente a legislação local.

A notificação ocorre em meio a um movimento do Kremlin para substituir tecnologias ocidentais por soluções domésticas, sob a alegação de que o aplicativo é utilizado para organizar ataques terroristas e recrutar criminosos. Desde agosto, as chamadas de voz e vídeo sofrem restrições, embora o envio de mensagens de texto continue funcionando.

A mídia local já indica que operadoras de telefonia móvel foram instruídas a bloquear o envio de códigos SMS para autenticação de usuários. Em resposta, a Meta implementou uma opção de login via senha para contornar o bloqueio dos códigos de verificação.

Segundo as agências de notícias Interfax e TASS, as limitações continuarão gradualmente até o cumprimento das exigências estatais. Desde o início da guerra na Ucrânia em 2022, a Rússia intensificou o controle sobre o espaço digital, banindo redes sociais americanas como Facebook, Instagram e X/Twitter, além de restringir o acesso ao YouTube e limitar conteúdos estrangeiros no TikTok.

Max será a alternativa obrigatória

Captura de tela da página do Max, app que deve substituir o WhatsApp (imagem: Gabriel Sérvio/Tecnoblog)

O endurecimento contra o mensageiro coincide com a promoção de alternativas locais. A principal delas é o Max, um superaplicativo estatal desenvolvido pela VK Co., empresa que controla a maior rede social da Rússia, conhecida como “Facebook russo”.

Inspirado no WeChat chinês, o Max centralizará serviços governamentais, armazenamento de documentos, transações bancárias e mensagens instantâneas. Desde setembro, celulares e tablets vendidos no país devem comercializar os produtos com o Max pré-instalado. O objetivo oficial é criar um canal de comunicação integrado aos serviços públicos.

Segundo a Reuters, essa centralização de dados no aplicativo pode facilitar a vigilância estatal sobre os cidadãos, acusação negada pela mídia oficial russa, que defende que o app solicita menos permissões que seus concorrentes ocidentais.

A estratégia também se estende a outros dispositivos. A partir de janeiro de 2026, todas as smart TVs vendidas no território russo deverão incluir o aplicativo Lime HD TV, garantindo acesso facilitado aos canais estatais de televisão. As medidas visam reduzir a dependência de ecossistemas controlados por empresas dos Estados Unidos.

Com informações da Bloomberg
Rússia ameaça banir o WhatsApp definitivamente no país

Rússia ameaça banir o WhatsApp definitivamente no país
Fonte: Tecnoblog

Rússia faz teste para desplugar sua rede do resto da internet

Rússia faz teste para desplugar sua rede do resto da internet

Agência de telecomunicação da Rússia desconectou três repúblicas autônomas da internet (imagem ilustrativa: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A Rússia testou a desconexão de sua rede da internet global em 6 de dezembro, afetando Daguestão, Chechênia e Inguchétia.
A Roskomnadzor confirmou que o teste foi para avaliar a infraestrutura da “internet nacional” russa.
O teste resultou na perda de acesso a serviços como Google, WhatsApp e Telegram durante 24 horas.

A Rússia deu mais um passo para ter a sua própria rede de internet independente da rede global. Segundo a própria Roskomnadzor, órgão de telecomunicações da Rússia, moradores das repúblicas autônomas do Daguestão, Chechênia e Inguchétia ficaram sem acesso à internet no dia 6 de dezembro. A desconexão foi um teste para avaliar a capacidade da infraestrutura no caso da Rússia se desconectar da internet global.

A ONG Roskomsvoboda, que defende a proteção dos direitos digitais e uma internet livre na Rússia, disse ao TechRadar que mesmo com o uso do VPN o acesso a sites estrangeiros foi impossibilitado. Apenas alguns serviços de VPNs foram capazes de burlar a desconexão das repúblicas autônomas da rede global.

Por que a Rússia quer uma rede de internet própria?

A Rússia, uma ditadura, busca uma “internet nacional” para ter mais controle sobre os serviços e informações compartilhadas na sua rede — na prática, aplicar uma maior censura e perseguir opositores. Ao desconectar a população da rede global, o governo de Putin também visa impedir o acesso à informação de jornais independentes.

Com separação da Rússia da internet, o presidente Vladimir Putin teria mais controle sobre opositores e comunicação (Imagem: Divulgação/Kremlin de Moscou)

Com o início da guerra contra a Ucrânia, algumas mídias independentes, como a Meduza, e contrários à ditadura, como o Novaya Gazeta, saíram da Rússia para evitar a perseguição contra seus jornalistas e o bloqueio completo de seus sites. Os jornais são bloqueados na Rússia, mas podem ser acessados por VPN.

A melhor maneira para cortar completamente o acesso aos sites de opositores e fontes externas é separar a sua infraestrutura de internet do resto do mundo. O termo para isso é splinternet, uma mistura das palavras “split” (dividir) e internet. A Rússia também tem uma forte legislação contra o uso de VPNs pela população.

Escolha das regiões do teste pode não ter sido aleatória

A Chechênia, Daguestão e Inguchétia são repúblicas autônomas da Rússia de maioria islâmica. Em setembro de 2022, o Daguestão foi palco de um protesto contra uma nova rodada de alistamento forçado na Rússia. Segundo apurou a BBC Rússia, daguestanis estão entre as etnias que mais morreram na guerra contra a Ucrânia.

Durante as 24 horas de teste, não foi possível acessar os serviços estrangeiros como o Google, WhatsApp e Telegram. Na Rússia, o uso de canais do Telegram é um dos principais meios de divulgação de notícias, com vários blogs usando o meio para divulgar informações preliminares sobre a guerra.

Com informações: PC Mag, TechRadar e Institute for the Study of War
Rússia faz teste para desplugar sua rede do resto da internet

Rússia faz teste para desplugar sua rede do resto da internet
Fonte: Tecnoblog

Google enfrenta a maior multa de todos os tempos: US$ 2,5 decilhões

Google enfrenta a maior multa de todos os tempos: US$ 2,5 decilhões

Google não oferece mais serviços na Rússia (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Resumo

O Google enfrenta uma multa de US$ 2,5 decilhões na Rússia.
O valor resulta de 17 processos de jornais russos bloqueados pelo buscador desde 2020.
A Justiça da Rússia deve encontrar dificuldades em cobrar o valor, devido à falência da subsidiária do Google no país.

O Google está enfrentando a provável maior multa de todos os tempos. Segundo um jornal da Rússia, a big tech possui uma dívida de US$ 2,5 decilhões (um número seguido de 33 zeros) com a Justiça daquele país. Esse valor é resultado de processos abertos por jornais que são ligados ao Kremlin e que foram bloqueados pelo buscador.

Como o Google atingiu uma multa desse valor?

A subsidiária do Google na Rússia começou a ter problemas com a Justiça em 2020, quando bloqueou os canais do Tsargrad TV (canal de TV com posição pró-Putin) e da RIA FAN (mídia estatal). Os veículos entraram com ações pedindo o desbloqueio. Ficou decidido que a multa em caso de descumprimento dobraria a cada semana.

Mais 15 veículos de imprensa processaram o Google pelo mesmo motivo, com os novos casos surgindo após o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia. E como a matemática é quase mágica, a soma das multas atingiu esse valor estratosférico.

Sundar Pichai, CEO do Google, teria que fazer mágica para pagar a multa (Imagem: Reprodução/Google)

O Google vai negociar a dívida?

A Justiça russa terá uma difícil tarefa de cobrar o Google. Primeiro, porque a subsidiária no país teve a falência decretada por causa dos processos. Segundo, porque a big tech não deve voltar a operar na Rússia – pelo menos enquanto não houver uma mudança de governo.

Decilhões de dólares

As boas práticas do jornalismo dizem que devemos sempre converter uma moeda estrangeira para a moeda nacional. Porém, imagine multiplicar 2,5 decilhões por 5,75, que é o câmbio do dólar frente ao real nesta terça-feira (dia 29/10). É dinheiro infinito até mesmo para a Nvidia e a Apple, as empresas mais valiosas do mundo.

Mas bem, segue a conta feita pelo Bing.

Conversão de US$ 2,5 decilhões para Reais gera número em notação científica (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Com informações: RBC, The Moscow Times e Android Headlines
Google enfrenta a maior multa de todos os tempos: US$ 2,5 decilhões

Google enfrenta a maior multa de todos os tempos: US$ 2,5 decilhões
Fonte: Tecnoblog

Apple remove VPNs da App Store russa após pedido do governo

Apple remove VPNs da App Store russa após pedido do governo

Apple atende demanda da agência de telecomunicação da Rússia e remove VPNs da App Store no país (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Apple removeu alguns serviços de VPN da sua App Store na Rússia. Conforme a carta enviada para as empresas afetadas, a exclusão dos aplicativos foi exigida pela Roskomnadzor, agência de comunicação do país, com atribuições parecidas com as da Anatel. O uso de VPNs não é proibido no país, mas as provedoras precisam bloquear o acesso aos sites banidos pelo governo.

A Red Shield VPN, uma dos serviços removidos da App Store russa, divulgou a carta enviada pela Apple. No documento, a big tech relata que a Roskomnadzor exigiu a remoção com base no item 7 do artigo 15.1 da Lei Federal n.º 149.

Email enviado pela Apple para os VPNs removidos da App Store na Rússia (Imagem: Reprodução/Red Shield VPN/TechCrunch)

O item 7 obriga um provedor a remover um site ou serviço que entra na lista de páginas proibidas pela Roskomnadzor. Contudo, não é informado qual o motivo do banimento das VPNs no país. O provável é que os 25 serviços removidos da App Store seguiam permitindo o acesso a sites proibidos na Rússia.

O Facebook e o Instagram, por exemplo, foram bloqueados no país. A razão disso foi a declaração da Meta de que não baniria usuários que publicassem mensagens violentas contra Vladimir Putin, Alyaksandr Lukashenka (presidente da Bielorrússia, nome transliterado do bielorrusso) e o exército russo. Em fevereiro, alguns usuários na Rússia relataram que retomaram o acesso ao Instagram.

Com esse bloqueio, o uso de VPNs é necessário para que usuários da Rússia entrem nas redes sociais da Meta. Além disso, jornais independentes e críticos ao governo de Vladmir Putin, como o Novaya Gazeta e Meduza, só podem ser acessados por esses serviços.

VPNs restringidas, mas usadas pelo governo

Após a invasão à Ucrânia, o governo russo transformou em crime o ato de indicar VPNs — e navegadores para acessar a deep web. Contudo, órgãos governamentais dependem do uso desses serviços para acessar plataformas bloqueadas pelas sanções internacionais.

Depois do início da guerra, a Rússia saltou da posição 45ª para 8ª no ranking de países que mais baixaram VPNs. HideMyName e Le VPN foram outros serviços banidos da App Store. Até o momento, a Apple não se pronunciou sobre o caso.

Com informações: TechCrunch
Apple remove VPNs da App Store russa após pedido do governo

Apple remove VPNs da App Store russa após pedido do governo
Fonte: Tecnoblog