Category: Oi

Falência da Oi é suspensa após recursos de bancos

Falência da Oi é suspensa após recursos de bancos

Falência da Oi é suspensa após recursos de bancos (ilustração: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Resumo

Falência do Grupo Oi foi suspensa pela desembargadora Mônica Maria Costa após recursos do Bradesco e Itaú Unibanco.
Decisão permite que Grupo Oi continue processo de recuperação judicial aprovado em abril de 2024.
Itaú tem mais de R$ 2 bilhões em créditos quirografários a receber, enquanto o Bradesco possui quase R$ 50 milhões em créditos quirografários e R$ 75 milhões em créditos extraconcursais.

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) havia decretado, no início da semana, a falência do Grupo Oi. Mas, na manhã desta sexta-feira (14/11), a decretação da falência da operadora foi suspensa pela desembargadora Mônica Maria Costa, da 1ª Câmara de Direito Privado do TJ-RJ.

Com a decisão, o Grupo Oi volta a operar por meio do processo de recuperação judicial que havia sido aprovado pelos credores em abril de 2024 e homologado no mês seguinte. Por conta disso, a desembargadora também determinou que os administradores judiciais anteriores voltem a assumir esses postos na companhia.

Suspensão da falência vem após recursos do Bradesco e Itaú

Na última quarta-feira (12/11), o Bradesco e o Itaú Unibanco apresentaram recursos judiciais para pedir que o decreto de falência da Oi fosse suspenso. O principal argumento dos dois bancos é o de que a continuidade do processo de recuperação judicial seria menos onerosa para os credores e ainda manteria uma empresa de interesse público em operação.

A suspensão do decreto de falência veio justamente após a análise desses pedidos. No entendimento da desembargadora, a falência seria prejudicial a credores e funcionários da operadora, e poderia levar ao encerramento abrupto de serviços de telecomunicações essenciais à população.

Oi volta ao estado de recuperação judicial (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Vale destacar que ambos os bancos estão entre os credores da Oi. O Itaú tem mais de R$ 2 bilhões de créditos quirografários (sem bens como garantia) a receber. Já o Bradesco tem quase R$ 50 milhões de créditos quirografários, além de cerca de R$ 75 milhões de créditos extraconcursais (não incluídos no plano de pagamentos da recuperação judicial).

A 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital havia decretado a falência da Oi por considerar que a situação operacional da companhia, que passou a não cumprir as obrigações do plano de recuperação judicial a partir deste ano, a tornava “tecnicamente falida”.

Com a suspensão do crédito de falência, o processo de recuperação é restaurado, com a Oi devendo seguir o que foi estabelecido nesse plano, bem como fazer uma liquidação ordenada de ativos (venda de bens para pagamento de parte das dívidas).

Com informações de TeleSíntese e Teletime
Falência da Oi é suspensa após recursos de bancos

Falência da Oi é suspensa após recursos de bancos
Fonte: Tecnoblog

TIM admite interesse em comprar o que restou da Oi

TIM admite interesse em comprar o que restou da Oi

TIM quer ampliar sua atuação em aplicações corporativas (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

TIM avalia a compra da Oi Soluções para expandir sua atuação no mercado B2B.
A Oi Soluções ainda oferece serviços de conectividade, infraestrutura e integração tecnológica para grandes empresas.
A TIM busca fortalecer sua presença em setores como agronegócio, infraestrutura, utilities e mineração.

A TIM avalia a possibilidade de comprar a Oi Soluções, divisão corporativa que sobreviveu ao desmonte da antiga Oi e ainda concentra contratos de serviços empresariais. Segundo Andrea Viegas, diretora financeira da operadora, a empresa foi convidada a avaliar os ativos e ainda não tomou uma decisão definitiva.

As informações são do site MobileTime. De acordo com a executiva, o processo está em fase inicial. “Estamos vendo o que tem no mercado para entender se nos interessa ou não”, disse Viegas ao site. “A Oi Soluções tem uma série de contratos B2B, mas não temos um prazo para dar uma resposta. Começamos agora.”

Por que a Oi?

A Oi Soluções atua no segmento business-to-business (B2B), prestando serviços de conectividade, infraestrutura e integração tecnológica para grandes empresas — mercado que vem ganhando relevância dentro da estratégia da TIM.

O CEO Alberto Griselli reforçou que a área corporativa é uma das frentes mais promissoras para o crescimento da companhia nos próximos anos. “O B2B é uma das áreas em que apostaremos para crescer nos próximos anos”, explicou ao MobileTime.

A TIM tem concentrado seus esforços em quatro verticais principais: agronegócio, infraestrutura, utilities e mineração. De acordo com Griselli, essas áreas estão alinhadas ao perfil da empresa e apresentam alto potencial de expansão.

Oi Soluções presta serviços de conectividade, infraestrutura e integração tecnológica para grandes empresas (imagem: divulgação)

O que a TIM busca com possíveis aquisições?

Além de fortalecer sua presença nos setores já consolidados, a operadora quer ampliar sua atuação em aplicações corporativas, integração de sistemas e soluções de tecnologia — áreas nas quais a Oi Soluções já possui experiência.

No médio prazo, os planos também incluem investimentos em nuvem e cibersegurança, com foco em ampliar oportunidades de cross-selling e upselling entre clientes corporativos.

Enquanto isso, a Oi segue tentando reestruturar suas operações após anos de crise e uma das maiores recuperações judiciais da história do Brasil. Já para a TIM, a compra da empresa pode consolidar sua presença no mercado corporativo brasileiro.
TIM admite interesse em comprar o que restou da Oi

TIM admite interesse em comprar o que restou da Oi
Fonte: Tecnoblog

Veja a operadora mais rápida e a mais confiável do país

Veja a operadora mais rápida e a mais confiável do país

Análise mostra que nenhuma operadora lidera em todos os quesitos (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Um novo relatório revela as operadoras de banda larga fixa que merecem destaque no Brasil. O relatório, que foi elaborado pela consultoria Opensignal e consolidado em outubro, coloca a Vivo como melhor prestadora quando o assunto é velocidade de conexão. Já a Nio, antiga Oi Fibra, lidera na confiabilidade de rede.

O documento é baseado na coleta de bilhões de medições diretamente dos dispositivos dos usuários em todo território nacional. Segundo a Opensignal, o levantamento revela o desempenho das redes em atividades cotidianas, refletindo a qualidade da conexão em todo o trajeto, desde o servidor de conteúdo até o dispositivo final, independentemente do plano contratado.

A mais rápida

O relatório faz distinção entre as operadoras líderes em diferentes aspectos da experiência de banda larga. A Vivo obteve a pontuação mais alta em categorias como Velocidade de Download, em que obteve 114,8 Mb/s, contra 96,5 Mb/s da Claro e 95,6 Mb/s da Nio. Ela também fez bonito na Velocidade de Upload, com 67,2 Mb/s de média. Essas métricas são fundamentais para atividades como streaming de vídeo em alta definição, download de arquivos grandes e carregamento de páginas da web.

A Vivo anotou ainda uma boa experiência em vídeo, o que sugere um desempenho superior de sua infraestrutura para transferir grandes volumes de dados de forma eficiente.

Vivo domina em velocidade e Nio, que absorveu clientes da Oi, vence em estabilidade (imagem: reprodução/OpenSignal)

A mais confiável

Por outro lado, a Nio conquistou a primeira posição na categoria de “Confiabilidade”. Esta é uma nova métrica introduzida pela Opensignal para avaliar a consistência e a estabilidade da conexão de banda larga. O indicador de confiabilidade mede a frequência com que a rede dos usuários é suficiente para suportar as aplicações mais comuns e exigentes, como streaming de vídeo em HD, videoconferências em grupo e jogos online.

Uma pontuação elevada nesta categoria indica que os usuários da operadora enfrentam menos interrupções, menor latência e uma experiência de conexão mais estável e previsível no dia a dia. Este resultado posiciona a Nio como a fornecedora com a rede mais consistente para uma gama variada de usos, segundo os dados coletados.

Cabe ressaltar que, apesar da liderança, a pontuação da Nio (547, numa escala que vai de 0 a 1.000) foi pouco superior à vista na Vivo (541) e na Claro (535). A TIM aparece um pouco mais atrás (507).
Veja a operadora mais rápida e a mais confiável do país

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Fonte: Tecnoblog

Retrô 2024: fim dos apps ilimitados, operadora do Nubank, 5G e muito mais

Retrô 2024: fim dos apps ilimitados, operadora do Nubank, 5G e muito mais

Telecomunicações (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

2024 foi um ano agitado para as telecomunicações. O período foi marcado por importantes movimentações das operadoras de telefonia, como o fim das redes sociais ilimitadas em planos de celular. O 5G continuou em expansão, mas continua longe de ser onipresente como o 4G. A Anatel intensificou o combate ao spam telefônico, com duras penalidades para quem descumprir as regras.

Durante esse período, importantes decisões foram tomadas, como a migração do regime de concessão para autorização das empresas de telefonia fixa que eram estatais. A crise da Oi continuou, e a operadora vendeu sua carteira de clientes de fibra óptica para focar em serviços corporativos.

Nas linhas a seguir, confira sete destaques sobre o universo das telecomunicações em 2024.

Veja nesta retrospectiva O fim das redes sociais ilimitadas nos planos móveis O Nubank lançou sua própria operadora móvel A Oi Fibra não é mais da Oi Combate ao telemarketing abusivo ganha mais força O 5G ainda precisa crescer (muito) Operadoras se consolidam como hubs de conteúdo O fim das concessões de telefonia fixa

O fim das redes sociais ilimitadas nos planos móveis

Um dos acontecimentos mais marcantes no cenário de telecomunicações de 2024 foi a reformulação das ofertas de celular. Em fevereiro, a Claro lançou o novo portfólio do controle e pós-pago, e os planos deixaram de incluir redes sociais ilimitadas em prol de uma franquia dedicada para esses apps. Em março, o mesmo movimento se repetiu no Claro Flex.

A Claro deu o primeiro passo e criou a tendência, pois em outubro a TIM reformulou as ofertas do controle e pós-pago, que também deixaram de ter acesso sem descontar da franquia. Agora, o serviço conta com um pacote de dados limitado para Instagram, Facebook e X (antigo Twitter). A tele ainda comercializa algumas poucas ofertas com open bar de redes sociais.

Redes sociais deixam de ser ilimitadas em novos planos (Imagem: terimakasih0/Pixabay)

Nada mudou na Vivo, que não oferecia acesso liberado a aplicativos como Instagram, Facebook, TikTok e Twitter em suas ofertas. No controle, a tele até comercializa uma franquia exclusiva para esses apps, mas é limitada e precisa ser contratada separadamente do plano principal.

Se você tem um plano antigo, fique atento para possíveis mudanças: se você decidir aumentar o pacote ou adquirir um aparelho com desconto, por exemplo, poderá se reenquadrar no portfólio atual e perder as redes sociais ilimitadas. Faça as contas de quanto você consome com esses aplicativos para entender se uma migração poderá trazer prejuízo.

O curioso é que o WhatsApp permanece ilimitado nas operadoras, seja no pré-pago, controle ou pós-pago. Sabe-se lá quanto tempo isso ainda vai durar.

O Nubank lançou sua própria operadora móvel

O Nubank é uma das maiores instituições financeiras do Brasil, e resolveu dar um novo passo em 2024 com o lançamento da NuCel. A operadora móvel virtual foi revelada ao público em outubro, mas os leitores do Tecnoblog souberam com exclusividade em abril.

A NuCel é uma operadora virtual — ou seja, o Nubank não criou sua infraestrutura própria de antenas. O serviço é oferecido em parceria com a Claro, mas toda a comercialização e suporte será feita pela instituição financeira.

Apesar do lançamento, a NuCel ainda não está disponível para contratação pelo público geral, e apenas clientes convidados podem adquirir o serviço. Os planos do Nubank não são muito interessantes, e as operadoras convencionais costumam oferecer opções com melhor custo-benefício.

Até hoje, o setor de operadoras virtuais não ganhou relevância significativa no mercado: 95,6% das linhas móveis brasileiras são da Claro, TIM e Vivo. No entanto, quase 100 milhões de brasileiros utilizam o aplicativo do Nubank, que será a porta de entrada para a nova empresa de telefonia.

A Oi Fibra não é mais da Oi

A Oi é uma figurinha repetida nas retrospectivas do último ano, e em 2024 não é diferente. Ainda em crise e enfrentando sua segunda recuperação judicial, a operadora vendeu sua carteira de clientes de banda larga por fibra óptica para a V.tal.

A V.tal é uma empresa que surgiu a partir da Oi, mas é controlada por um fundo do banco BTG Pactual. A companhia opera uma rede neutra de fibra óptica, e aluga essa infraestrutura para operadoras comercializarem o serviço de internet fixa sem a necessidade de construir a rede do zero. Entre os clientes da V.tal estão empresas como Oi, TIM, Claro, Sky e provedores regionais.

Venda da Oi Fibra recebeu aprovação pelo Cade (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Com a venda da carteira de clientes, a V.tal atuará no mercado B2C (venda a consumidores finais) pela primeira vez. Para garantir que continuará como uma empresa neutra, a companhia promete que terá uma espécie de muralha ética, com CNPJs, gestão e governanças separadas em sua frente de atacado e varejo.

O negócio de R$ 5,6 bilhões já foi aprovado pela Anatel e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A Oi Fibra tem cerca de 4,3 milhões de assinantes, com presença em todos os estados do Brasil.

Com a venda da Oi Fibra, a Oi continuará no mercado com serviços de telecom e TI para o mercado corporativo, além de telefonia fixa para consumidores finais. A empresa ainda tenta vender sua unidade de TV por assinatura via satélite, e descontinuou sua operação de IPTV.

Combate ao telemarketing abusivo ganha mais força

A pauta de combate às ligações de telemarketing abusivo não é nova, mas a Anatel continuou atuando para coibir as chamadas de spam em 2024.

Em setembro, a Anatel determinou que as operadoras coibissem a utilização de múltiplos números na hora de fazer ligações. Com isso, empresas de telemarketing terão maior rastreabilidade das chamadas telefônicas.

Além de combater o telemarketing abusivo, a Anatel também tomou medidas para coibir fraudes de telefonia. A agência colocou em vigor um limite de números 0800 por CNPJ. Esse prefixo começou a ser utilizado com frequência por criminosos com o golpe da chamada falsa de banco.

Telemarketing abusivo incomoda brasileiros há anos (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Ainda que tenha surtido algum efeito, o combate ao telemarketing abusivo e golpes telefônicos provavelmente será eterno. Um dos problemas sem resolução definitiva é o spoofing numérico, em que o chamador manipula qual o número irá aparecer no identificador de chamadas. Golpistas e callcenters adotaram a prática para tentar ganhar confiança do recebedor.

Para o próximo ano, há boas promessas para reduzir o spam telefônico. A partir de abril de 2025, todas as empresas que realizarem mais de 10 mil chamadas diárias deverão adotar o prefixo 0303. Além disso, deve entrar em vigor o Origem Verificada, que exibe na tela do celular o nome, logo e motivo da ligação de chamadores identificados. É uma solução muito bem-vinda, exceto para milhões de clientes da Claro.

O 5G ainda precisa crescer (muito)

O 5G começou a ser implementado no Brasil em 2022. Cá estamos no final de 2024, e os dados mais recentes da Anatel mostram que 14% dos dispositivos móveis são compatíveis com a tecnologia. O 4G ainda lidera o mercado com folga, com 71,8% de participação.

A cobertura 5G também está crescendo. A consultoria Teleco registra que o sinal na frequência de 3,5 GHz está disponível em 842 municípios brasileiros, um grande salto frente ao ano de 2023, que encerrou com 316 cidades.

5G está disponível em 11% do tempo em celulares brasileiros (Imagem: Lucas Braga / Tecnoblog)

No entanto, ainda há muito espaço para o crescimento da cobertura 5G, visto que ter uma cidade considerada como coberta não significa que toda a sua extensão tem cobertura. Um estudo divulgado pela Opensignal em outubro mostra que os smartphones passam apenas 11% do tempo conectado nas redes de quinta geração.

Operadoras se consolidam como hubs de conteúdo

As operadoras de telefonia querem ir além de vender serviços de telecomunicação, e apostam na comercialização de conteúdo para ampliar as receitas e gerar valor ao consumidor. Em 2024, as teles intensificaram esse trabalho.

Em março, a Claro liberou o Globoplay sem custo extra para todos os clientes de TV por assinatura e banda larga com velocidade a partir de 350 Mb/s. Não é necessário trocar de plano: basta fazer o login no serviço de streaming e vincular a conta com a operadora.

Operadoras apostam em apps de streaming (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A concorrência não deixou passar: em setembro, a Vivo liberou o Amazon Prime de graça por até um ano para clientes de banda larga e telefonia móvel. Após o período de gratuidade é necessário pagar a mensalidade habitual.

Em outubro, a TIM reformulou o portfólio e passou a integrar serviços de streaming no plano controle, que geralmente são mais acessíveis. O cliente pode escolher entre Netflix, Disney+, Paramount+, YouTube Premium, Amazon Prime Video e Deezer, dependendo do plano escolhido.

Outra grata surpresa em 2024 foi o Claro TV+, serviço de IPTV com canais ao vivo. Por R$ 119,90 mensais o cliente tem direito a um “super bundle” com assinatura da Netflix, Globoplay, Max e Apple TV+.

Não custa lembrar: apesar de as operadoras entrarem mais neste campo, a sensação geral é de que os streamings ficaram piores em 2024 – por inúmeros motivos.

O fim das concessões de telefonia fixa

2024 tem um importante marco na história das telecomunicações do Brasil: a Anatel aprovou a adaptação do regime de concessão de telefonia fixa da Oi, e a Vivo também passa por um processo similar. Com essa mudança, as teles poderão atuar no modelo de autorização, que exige menos obrigações regulatórias.

Oi deixará de ser concessionária de telefonia fixa no Brasil (Imagem: Barbara Eckstein/Flickr)

O regime de concessão atingiu principalmente Oi e Vivo, as duas maiores operadoras formadas em 1998 a partir da privatização das redes de telefonia fixa. Como concessionárias, as teles tinham como obrigação expandir e democratizar a telefonia pelo Brasil.

No entanto, a telefonia fixa perdeu o fôlego com a popularização dos celulares e da internet. Enquanto isso, as prestadoras tinham que cumprir metas de universalização, que incluíam até mesmo a manutenção dos orelhões que ninguém mais usa. As concessionárias também são obrigadas a manter o serviço, mesmo em regiões onde não é financeiramente atrativo.

Em crise, a Oi é a operadora mais afetada, uma vez que detém a concessão em praticamente todo o Brasil, com exceção de São Paulo (cuja concessionária é a Vivo) e algumas microrregiões. Para se tornar autorizada, a tele se comprometeu a manter o serviço de telefonia fixa até 2028 em localidades onde não existem alternativas, além de investir R$ 5,8 bilhões para levar internet a 4 mil escolas e construir novos datacenters.
Retrô 2024: fim dos apps ilimitados, operadora do Nubank, 5G e muito mais

Retrô 2024: fim dos apps ilimitados, operadora do Nubank, 5G e muito mais
Fonte: Tecnoblog

Anatel aprova fim da concessão da Oi; empresa deverá investir R$ 5,8 bilhões

Anatel aprova fim da concessão da Oi; empresa deverá investir R$ 5,8 bilhões

Oi deixará de ser concessionária de telefonia fixa no Brasil (Imagem: Barbara Eckstein/Flickr)

A Anatel finalmente aprovou, nesta quinta-feira (14), a adaptação do regime de concessão de telefonia fixa da Oi. A operadora passará a atuar no modelo de autorizada, com menos obrigações, mas deverá investir cerca de R$ 5,8 bilhões como contrapartidas.

Essa é uma novela que se arrasta há algum tempo, e um acordo já havia sido feito com Tribunal de Contas da União (TCU). Com a aprovação unânime pelo Conselho Diretor da Anatel, a agência irá emitir o ato de autorização da Oi.

Em sua segunda recuperação judicial, a Oi comemora a aprovação da Anatel. Após vender sua carteira de clientes de internet via fibra óptica e se desfazer dos ativos de telefonia móvel, a operadora irá focar na Oi Soluções, divisão voltada para o segmento corporativo e empresarial com serviços de conectividade e TI.

Em setembro de 2024, a Oi tinha 5,8 milhões de linhas de telefonia fixo. Ela é a terceira maior operadora do segmento com participação de mercado de 25,5%, atrás da Claro e Vivo.

Oi deixará de ter obrigações na telefonia fixa

A Oi era uma operadora concessionária, e foi formada a partir da privatização das redes de telefonia fixa em todos os estados do Brasil — com exceção de São Paulo, em que a responsável era a Vivo. Essas concessionárias tinham diversas obrigações que não fazem mais sentido nos dias atuais.

Uma delas é a obrigatoriedade de manter telefones públicos (orelhões), que ficaram em ociosos pela popularização dos celulares e são alvos de vandalismo. Além disso, a Oi tinha a obrigação de atender qualquer solicitação de telefonia fixa em sua área de concessão.

Como concessionária, Oi era obrigada a manter serviço fixo em áreas sem lucratividade (Imagem: George Chandrinos/Pixabay)

A operadora afirma não ter rentabilidade em algumas regiões, e ainda assim se vê obrigada a pagar aluguel pelo uso de 11 milhões de postes. Com a migração para a autorização, várias dessas obrigações se perdem, e a Oi poderá desativar a telefonia fixa em locais com presença de outras operadoras que também ofereçam esse serviço.

Ainda assim, a Oi será obrigada a fazer a fornecer o serviço de voz fixa até 2028 ou enquanto não existir outras alternativas de comunicação em cidades onde somente ela atende, bem como manter a comunicação em serviços públicos tridígitos (como 190 ou 192, por exemplo).

Quais investimentos a Oi deverá fazer para migrar o regime?

Pelo acordo assinado com o TCU, a Oi deverá investir cerca de R$ 5,8 bilhões pela migração da concessão. A V.tal, empresa de rede neutra derivada da própria Oi, irá assumir esses custos.

De acordo com a Oi, os valores serão empregados nas seguintes frentes:

construção de rede Wi-Fi e fornecimento de internet banda larga de alta velocidade em 4 mil escolas, atendendo aproximadamente 1 milhão de alunos;

construção de novos datacenters e ampliação de redes de cabos submarinos, para melhorar a infraestrutura brasileira de comunicação e TI;

manutenção do serviço de telefonia fixa em 10.650 localidades, de 2.845 municípios, até 2028 ou enquanto não exista ali uma alternativa de comunicação.

Anatel aprova fim da concessão da Oi; empresa deverá investir R$ 5,8 bilhões

Anatel aprova fim da concessão da Oi; empresa deverá investir R$ 5,8 bilhões
Fonte: Tecnoblog

Oi desiste de IPTV por fibra ótica e encerra assinatura de clientes

Oi desiste de IPTV por fibra ótica e encerra assinatura de clientes

Oi anuncia fim do serviço de IPTV por fibra óptica (Imagem: Divulgação)

Na sua segunda recuperação judicial e com muitas dívidas, a Oi comunicou aos clientes o encerramento do seu serviço de TV por assinatura por fibra óptica, com tecnologia IPTV. O produto deixará de existir a partir de novembro, e os clientes afetados terão o serviço cancelado automaticamente.

De acordo com um comunicado publicado pela operadora, o sinal da Oi TV Fibra será interrompido de forma gradual entre os dias 1º e 30 de novembro de 2024. Quando o corte ocorrer, não será mais possível acessar os conteúdos de TV da assinatura, mesmo que o usuário possua um combo.

A Oi diz que não irá recolher os decodificadores de IPTV instalados nas casas dos assinantes. A tele informa que o cliente procure alguma cooperativa de reciclagem que receba o equipamento para a destinação correta.

Comunicado sobre o fim da TV por fibra óptica (Imagem: Reprodução/Oi)

A operadora ainda orienta que os clientes podem contratar serviços de streaming diretamente com a assinatura de fibra óptica para continuar tendo acesso a conteúdos audiovisuais. Atualmente, a Oi Fibra é comercializada em pacotes com Globoplay, Paramount+ e Max.

O fim do IPTV também pode estar relacionado ao leilão da base de clientes de banda larga. A V.tal, dona da rede neutra derivada da infraestrutura da operadora, apresentou uma proposta de R$ 5,6 bilhões pelos 4,3 milhões de assinantes de internet da Oi Fibra. O negócio precisa ser aprovado pelos credores e também depende de anuência do Cade e da Anatel.

Apesar de ser um serviço moderno, a Oi TV Fibra nunca decolou. De acordo com dados da Anatel, a operadora encerrou o mês de agosto com cerca de 37,8 mil assinantes na modalidade IPTV, enquanto o sistema via satélite atende 945,9 mil contratos.

A Claro lidera o mercado de TV por assinatura, com 4,9 milhões de assinantes e 49% de participação, enquanto a Sky ocupa o segundo lugar, com 28,9% de mercado e 2,8 milhões de contratos.

Oi TV continua existindo, mas apenas via satélite

Ao menos por enquanto, a Oi continua com seu serviço de TV por assinatura via satélite (DTH). Essa modalidade utiliza uma antena parabólica e está disponível para todo o Brasil.

Ainda assim, a operadora anunciou mudanças para alguns assinantes dessa modalidade. O combo Oi Total, que reunia o serviço de TV, internet e telefone fixo, será desmembrado em serviços separados. Com isso, os clientes passam a receber contas distintas.

Ainda que a Oi TV via satélite tenha 945,9 mil assinantes, a operadora também vê a base de clientes desabar com o passar do tempo. Em 2021, a tele chegou a registrar mais de 3 milhões de clientes. Vale ressaltar que esse movimento também é percebido em outras operadoras do mercado, sobretudo pela maturidade do serviço, competição com o streaming e o aumento da pirataria.

Nas suas reestruturações, a Oi tentou vender a sua base de clientes de TV para outra operadora, mas não conseguiu concretizar um contrato. Em 2022, um acordo de R$ 786 milhões com a Sky foi anunciado, mas a compradora desistiu do negócio.

Em dezembro de 2023, a Oi também anunciou o fim do Oi Play. O aplicativo permitia assistir canais lineares pela internet sem necessidade de decodificador, e podia ser utilizado tanto por assinantes de TV da Oi como não-assinantes, concorrendo com Claro TV+, Sky+ e Zapping.
Oi desiste de IPTV por fibra ótica e encerra assinatura de clientes

Oi desiste de IPTV por fibra ótica e encerra assinatura de clientes
Fonte: Tecnoblog

Vivo Fibra empata com chilenas como melhor banda larga da América Latina

Vivo Fibra empata com chilenas como melhor banda larga da América Latina

Vivo Fibra é a operadora brasileira com melhor colocação em ranking (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

A nPerf, empresa especializada em medições de internet, divulgou um estudo com as melhores conexões de banda larga fixa na América Latina. A Vivo foi a empresa brasileira que obteve a maior pontuação no ranking, com velocidade média de download de 249 Mbs.

O estudo leva em conta medições de internet em 15 países da América Latina, incluindo nações como Argentina, Chile, Costa Rica, Colômbia e México.

As medições foram realizadas entre julho de 2023 a junho de 2024, com 4,9 milhões de testes. Do total, 1,69 milhões de medições foram feitas apenas no Brasil. O estudo completo está disponível no site da nPerf (em inglês).

Vivo e operadoras chilenas empatam o primeiro lugar

Houve um empate técnico pelo primeiro lugar, e o pódio foi ocupado pelas operadoras Mundo (Chile), Vivo (Brasil) e GTD (Chile), com cerca de 124 mil pontos para cada operadora.

A operadora Mundo, do Chile, obteve os melhores resultados absolutos com 124,4 mil pontos, enquanto a Vivo figura com 124,2 mil pontos e a chilena GTD ficou com 123,9 mil pontos.

Top 15 melhores operadoras de internet fixa (Imagem: Divulgação/nPerf)

Ao falar de velocidade de download, as operadoras chilenas se saíram melhor: enquanto a Vivo acumulou média de 249 Mb/s, a Mundo ficou com 359 Mb/s e a GTD com 293 Mb/s. O cenário se repete no upload, e a Vivo ficou com 143 Mb/s enquanto as competidoras alcançaram mais de 200 Mb/s.

Na experiência de navegação na web, a Vivo ficou com a melhor classificação do top 3, com a taxa de 62%. Esse indicador mensura o tempo de carregamento dos cinco sites mais frequentados em cada país. Já na latência (ping), a Vivo ficou com média de 16 ms, atrás da peruana Win e da costariquenha Supercable.

Por fim, o teste também mensura a qualidade de streaming, e a Vivo também ficou no empate técnico do indicador, com 89,7%. O pódio também é ocupado pela Telecable Costa Rica (90%), Movistar Chile (89,6%) e Mundo Chile (89,6%)

Oi e Claro Brasil também aparecem em rankings

Além da Vivo, as operadoras Oi e Claro também apareceram no estudo de internet fixa da nPerf.

A Claro Brasil ficou em 14º lugar no ranking geral da nPerf, com 100,7 mil pontos. A operadora teve download médio de 205 Mb/s, upload médio de 63 Mb/s, ping médio de 30 ms, 56% na experiência de navegação e 86% na experiência de streaming.

A Oi Fibra não se classificou para o top 15 de pontuação geral, mas apareceu em alguns indicadores específicos. A operadora alcançou a 9ª posição no ranking de download, com média de 172 Mb/s; no upload, a empresa figura no 11º lugar, com 115 Mb/s. A tele, que recebeu oferta para ser adquirida pela V.tal, também aparece no ranking de qualidade de streaming, com 86,7%.

Vale destacar que a Claro não apareceu no top 15 de latência e velocidade de upload, e é fácil entender o motivo. Enquanto Vivo e Oi utilizam fibra óptica na última milha, a Claro utiliza a tecnologia de cabo coaxial (HFC) em mais de 80% dos seus clientes. Ainda que entregue velocidades de download equiparáveis à fibra, o cabo coaxial fica em grande desvantagem quando se fala de latência e velocidade de upload.
Vivo Fibra empata com chilenas como melhor banda larga da América Latina

Vivo Fibra empata com chilenas como melhor banda larga da América Latina
Fonte: Tecnoblog

Adeus, Oi Fibra: rede neutra oferece R$ 5,6 bilhões por operadora de internet

Adeus, Oi Fibra: rede neutra oferece R$ 5,6 bilhões por operadora de internet

V.tal apresenta proposta para assumir clientes da Oi Fibra (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Resumo

A V.tal apresentou proposta de R$ 5,6 bilhões para adquirir a carteira de clientes da Oi Fibra, durante a segunda rodada de leilão judicial.
A V.tal foi a única interessada no leilão, após a proposta anterior da Ligga ser rejeitada por estar abaixo do valor mínimo.
A Oi possui 4,3 milhões de clientes de fibra óptica e 9,3% do mercado de banda larga no Brasil.
A proposta da V.tal será avaliada por credores e envolve pagamento em ações, créditos extraconcursais e debêntures.
A V.tal, anteriormente focada em redes neutras, passará a atender clientes finais, o que pode levantar questões sobre sua neutralidade.

Não é novidade que a Oi está passando por dificuldades financeiras, e a companhia agora se desfez de um dos seus ativos mais valiosos. A V.tal, empresa dona da rede neutra derivada da infraestrutura da operadora, apresentou sua proposta pela carteira de clientes de fibra óptica pelo valor de R$ 5,6 bilhões.

O negócio foi apresentado na segunda rodada do leilão realizado pela 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e a V.tal foi a única empresa a apresentar proposta. Na primeira rodada, a operadora regional Ligga apresentou uma proposta no valor de R$ 1 bilhão, rejeitada por estar abaixo do preço mínimo.

Atualmente, a Oi é a terceira maior operadora de internet banda larga do Brasil, com 9,3% de participação de mercado. A companhia tem 4,3 milhões de clientes de fibra óptica em 296 cidades brasileiras, e registrou receita de R$ 1,09 bilhão no 2º trimestre de 2024.

Credores devem avaliar proposta da V.tal

A proposta da V.tal ainda deve ser avaliada pelos credores em até 10 dias, mas a própria Oi já considera o negócio como feito. Em comunicado à imprensa, o CEO da operadora, Mateus Bandeira, diz que “com a venda da ClientCo, completamos mais uma etapa do Plano de Recuperação Judicial”.

O valor de R$ 5,68 bilhões é divido das seguintes formas:

R$ 4,99 bilhões em ações emitidas pela V.tal;

R$ 375 milhões a partir de créditos extraconcursais detidos pela V.tal contra a Oi pelo contrato firmado para utilização da rede neutra;

R$ 308 milhões em dação de debêntures.

O negócio também deve ser avaliado pelo Cade e pela Anatel. De acordo com a Oi, a data de fechamento da operação estendida por deliberação dos credores é 31 de dezembro de 2024.

Quem é a V.tal?

A V.tal é uma companhia de redes neutras que surgiu a partir da infraestrutura de fibra óptica existente da Oi. Em 2021, a operadora vendeu o controle da sua InfraCo para um fundo do BTG Pactual, mas ainda mantinha participação significativa na empresa de infraestrutura.

Técnicos expandindo rede de fibra óptica da V.tal (Imagem: Lucas Braga / Tecnoblog)

Com a rede derivada da Oi Fibra, a V.tal é responsável por alugar sua infraestrutura de fibra óptica para outras empresas, que comercializam serviços de internet sem ter que montar cabeamento próprio. Com isso, a V.tal é remunerada por cada cliente conectado, e até então atuava apenas no mercado de atacado.

Com a compra da carteira de clientes da Oi Fibra, a V.tal deixa de atender exclusivamente no atacado e se torna uma empresa que oferece serviços diretamente ao consumidor final. Com isso, é natural que a neutralidade da companhia seja questionada. Anteriormente, a empresa assegurou que isolaria a unidade de clientes com uma espécie de muralha ética, que incluiria separação nos sistemas, gestão e governança.

Diversas empresas utilizam a infraestrutura da V.tal. A Oi era a maior cliente, mas a fibra óptica compartilhada também é utilizada por grandes operadoras como Claro, TIM e Sky, além de provedores regionais ou digitais como Vero, Master, Obvious, Flix Fibra, entre outros.

A V.tal não é a única rede neutra disponível no Brasil, apesar de ser a maior empresa do segmento quando se fala em capilaridade e clientes. O mercado também é atendido por concorrentes como I-Systems (oriunda da TIM Ultrafibra), FiBrasil (derivada da Vivo Fibra) e American Tower.
Adeus, Oi Fibra: rede neutra oferece R$ 5,6 bilhões por operadora de internet

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Fonte: Tecnoblog

Oi deverá investir R$ 5,8 bilhões para deixar de ser operadora concessionária

Oi deverá investir R$ 5,8 bilhões para deixar de ser operadora concessionária

Oi fecha acordo para migrar para regime de autorização (Imagem: Barbara Eckstein/Flickr)

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou um acordo com a Oi e Anatel que autoriza a mudança do regime de concessão para autorização. A operadora deverá cumprir algumas contrapartidas de investimento, e parte do valor de R$ 5,8 bilhões será assumido pela rede neutra V.tal.

No acordo, a Oi fica obrigada a manter seu serviço de telefonia fixa em 10.650 localidades onde é a única operadora disponível até o final de 2028 — originalmente, a concessão se encerraria em 2025. Após esse período, a operação é facultativa e os usuários deverão procurar outras alternativas (como a telefonia celular, por exemplo) caso a empresa decida encerrar o serviço.

A operadora também assumiu contrapartidas em investimentos, que somam R$ 5,8 bilhões. A V.tal, empresa de rede neutra derivada da infraestrutura da Oi, irá arcar com a maior parte e será responsável pela cifra de R$ 5 bilhões. Além da manutenção do serviço telefônico, os valores deverão ser destinados para implementação de conectividade em 4 mil escolas públicas de ensino básico e construção de backbone submarino na costa dos estados do Norte, Nordeste e no Rio Grande do Sul.

Os valores poderão ser revistos para cima caso a Oi vença uma arbitragem com a Advocacia Geral da União, que trata do desequilíbrio econômico da concessão do serviço de telefonia fixa. Os investimentos adicionais poderiam chegar a R$ 4,4 bilhões, dependendo do resultado do processo.

Segundo os dados mais recentes da Anatel, a Oi possui 6,27 milhões de linhas telefônicas, sendo 2,6 milhões de contratos via cabo metálico. O fixo ainda resiste no Brasil, mas está em desuso devido à popularização da internet e celular. Em 2007, a Oi chegou a ter mais de 21 milhões de assinantes de telefonia fixa.

Em comunicado à imprensa, a Oi afirma que a adaptação “encerra uma série de obrigações regulatórias associadas à concessão de telefonia fixa, que geravam um grande custo operacional para a empresa, associadas a serviços que já não vinham sendo utilizados pela população, como os telefones públicos”.

As vantagens para a Oi no regime de autorização

A Oi é uma operadora que atua no regime público de concessão. A empresa foi formada a partir das privatizações das redes estatais em todos os estados do Brasil, com exceção de São Paulo.

Com a conversão para o regime de autorização, a Oi ganha algumas vantagens. Como concessionária, a operadora fica obrigada a manter a universalização do serviço de telefonia fixa com garantia de continuidade e controle tarifário. Além disso, os bens são reversíveis e poderiam ser devolvidos ao estado com a extinção da concessão.

Loja da Oi (Imagem: Divulgação/Oi)

Já no regime de autorização, a operadora perde essas obrigações — exceto quanto a universalização do serviço nos períodos estabelecidos no acordo. A Oi poderia, então, encerrar suas operações em localidades onde não é financeiramente atrativo.

A migração para o regime de autorização é fundamental para a sobrevivência da Oi, que enfrenta sua segunda recuperação judicial com dívidas de R$ 44 bilhões. Para se salvar, a companhia já se desfez de ativos de telefonia móvel, torres, datacenters e infraestrutura de fibra óptica. A tele também planeja vender sua carteira de clientes da banda larga Oi Fibra e focar em serviços corporativos.

Além da Oi, a Vivo também é uma operadora concessionária, mas apenas no estado de São Paulo. A concorrente fechou um acordo com o TCU e o Ministério das Comunicações para mudança do regime de operação, com a contrapartida de investir R$ 4,5 bilhões em rede de transporte e cobertura móvel.

Com informações: Teletime, Convergência Digital
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Fonte: Tecnoblog

Em crise, Oi registra prejuízo de R$ 5,4 bi e vê futuro sem Oi Fibra

Em crise, Oi registra prejuízo de R$ 5,4 bi e vê futuro sem Oi Fibra

Oi reduz prejuízo, mas companhia continua em crise (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Oi divulgou os resultados financeiros do quarto trimestre de 2023, e a operadora encerrou o ano com prejuízo de R$ 5,42 bilhões. Apesar de ser um número expressivo, a operadora conseguiu reduzir as perdas e planeja abdicar da carteira de clientes da Oi Fibra.

Confira abaixo os principais indicadores financeiros da Oi em 2023 e o comparativo com o ano anterior:

Indicador20232022DiferençaReceita líquidaR$ 9,71 bilhõesR$ 12,6 bilhões-22,9%Prejuízo líquidoR$ 5,43 bilhõesR$ 29,26 bilhões-71,8%Capex (investimentos)R$ 869 milhõesR$ 3,85 bilhões-77,5%

Oi Fibra tem alta na receita e clientes

A Oi divide a receita entre dois segmentos:

receita core, que responde pela Oi Fibra e o segmento de serviços corporativos;

receita não-core, que inclui serviços que já não são relevantes para a companha — como telefonia fixa por cobre e TV paga via satélite.

A Oi atribui o recuo na receita líquida aos serviços não-core. Os serviços core já respondem por 72% do faturamento da companhia. Nesse segmento, os números saltaram 5,7% no ano — em especial a banda larga Oi Fibra, que cresceu 10,5%.

Ao isolar somente a banda larga Oi Fibra, a receita líquida foi de R$ 4,42 bilhões no ano. O ARPU (gasto médio mensal por usuário) foi de R$ 91, e se manteve estável em comparação com o ano anterior. Atualmente, o plano mais barato da Oi Fibra custa R$ 79,90 mensais, na velocidade de 200 Mb/s.

A Oi Fibra terminou o ano de 2024 com 4,02 milhões de casas conectadas, aumento de 2,9%. As adições líquidas no ano foram de 119 mil, queda de 77,5% no comparativo anual.

Modem utilizado pela Oi Fibra (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

A operadora afirma ter liderado o crescimento de acessos de banda larga com velocidades acima de 300 Mb/s, com ativação de 1,1 milhão de acessos no ano. Isso representa 40% do total entre as grandes operadoras como Claro, TIM e Vivo.

A Oi Fibra encerrou o ano com presença de mercado em 296 cidades. O serviço utiliza a rede neutra V.tal (da qual a Oi é sócia), e tem cobertura em 22,1 milhões de domicílios (home passed) em todos os estados do Brasil. Vale lembrar que essa mesma infraestrutura também atende concorrentes como Claro, Sky, TIM e diversas companhias regionais ou digitais, que podem vender banda larga sem precisar construir infraestrutura de fibra óptica.

Oi Fibra pode ser vendida para concorrentes

A Oi não esconde que a carteira de clientes da Oi Fibra poderá ser vendida. A aposta para a continuidade da operadora é no segmento Oi Soluções, que atende empresas com link dedicado, serviços de TI, telefonia cloud, segurança, entre outros.

Uma reportagem do Valor Econômico aponta que a operadora planeja fatiar a carteira de clientes da Oi Fibra por regiões. Entre as interessadas estariam a Alares, Desktop, Vero e Sky.

Para sair da crise, a Oi também planeja a migração do regime de concessão público para privado. Com isso, a companhia conseguiria economizar custos de manutenção com redes legadas. Para isso acontecer, um acordo precisa ser firmado com o Tribunal de Contas da União (TCU).
Em crise, Oi registra prejuízo de R$ 5,4 bi e vê futuro sem Oi Fibra

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Fonte: Tecnoblog