Category: Mobilidade

Trabalhadores de apps têm jornadas mais longas e recebem menos, aponta IBGE

Trabalhadores de apps têm jornadas mais longas e recebem menos, aponta IBGE

Estudo aponta que carga horária é de quase 45 horas semanais (imagem: Paul Hanaoka/ Unsplash)

Resumo

Trabalhadores de apps têm, em média, 5,5 horas a mais de jornada semanal que os não plataformizados, segundo o IBGE.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (17/10) e também revelam que o Brasil tem 1,7 milhão de trabalhadores de aplicativos, um aumento de 25,4%.
Apenas 35,9% contribuem para a previdência, e 71,1% atuam na informalidade, com autonomia limitada pelas plataformas.

Trabalhadores por aplicativo têm jornadas semanais mais longas que profissionais não plataformizados no Brasil, com um rendimento por hora trabalhada até 8,3% menor. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (17/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e levam em conta o ano de 2024.

A pesquisa também revela que o número de trabalhadores nessa modalidade cresceu no país: de 1,3 milhão para 1,7 milhão no último ano, um aumento de 25,4% em apenas dois anos. São mais de 335 mil novos trabalhadores nas plataformas digitais.

Em termos comparativos, o contingente dos chamados “plataformizados” já supera a população de capitais como Recife (1,6 milhão) e Porto Alegre (1,4 milhão), e representa 1,9% do total de 88,5 milhões de pessoas ocupadas no setor privado.

O levantamento considera no montante o transporte particular de passageiros (exceto táxi), entrega de produtos e prestação de serviços gerais via app. A maior parte, 878 mil, atuava no transporte de passageiros em 2024 — um aumento de 29,2% somente nessa categoria.

Jornadas de trabalho são mais longas

Trabalhadores cumprem jornada semanal mais longa (imagem: Szymon Fischer/Unsplash)

O rendimento mensal médio dos trabalhadores de aplicativos foi de R$ 2.996, valor 4,2% superior aos R$ 2.875 recebidos, em média, por profissionais não plataformizados. De acordo com o analista do IBGE Gustavo Geaquinto, rendas um pouco mais altas e a proposta de flexibilizar os horários incentivam a adesão a esse modelo de trabalho.

Contudo, para alcançar esses valores, a jornada semanal dos trabalhadores de aplicativos foi de 44,8 horas — 5,5 horas a mais que as 39,3 horas semanais cumpridas pelos demais. Na prática, essa diferença na carga horária resulta em um rendimento por hora trabalhada inferior: a média foi de R$ 15,40 por hora, ante os R$ 16,80 por hora recebidos pelos não plataformizados.

Vale destacar que o levantamento considera somente os indivíduos cujo trabalho principal é intermediado por plataformas digitais, excluindo quem usa os aplicativos como fonte de renda complementar. Segundo o IBGE, a maioria dos trabalhadores plataformizados é homem (83,9%) e possui ensino médio completo ou superior incompleto (59,3%).

Plataformas controlam a “flexibilidade”

Pesquisa revela controle dos apps sobre preços e tarefas (imagem: Jan Baborák/Unsplash)

O estudo do IBGE também lança luz sobre a vulnerabilidade e as condições de trabalho dos trabalhadores de aplicativos. Apenas 35,9% deles contribuíam para a previdência social em 2024, uma proporção muito inferior aos 61,9% observados entre os não plataformizados. A informalidade também é expressiva, atingindo 71,1% do grupo.

A pesquisa também analisou o nível de controle das plataformas e apontou autonomia limitada entre os trabalhadores. Segundo o estudo, 91,2% dos motoristas afirmaram que o valor das corridas é definido pelo aplicativo. Além disso, 76,7% disseram que as plataformas escolhem os clientes a serem atendidos, e 70,4% dos entregadores relataram que o prazo de entrega também é imposto pelos apps.

A flexibilidade, citada como uma vantagem, é influenciada pelas próprias plataformas. Mais de 55% dos motoristas e entregadores relataram que sua jornada de trabalho é afetada por incentivos, bônus ou promoções. Além disso, mais de 30% desses trabalhadores reportaram a influência de ameaças de punições ou bloqueios.

O estudo integra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foi realizado em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Os resultados estão detalhados no site do IBGE.
Trabalhadores de apps têm jornadas mais longas e recebem menos, aponta IBGE

Trabalhadores de apps têm jornadas mais longas e recebem menos, aponta IBGE
Fonte: Tecnoblog

99 fora do ar: app de transporte tem falha e não funciona nesta quarta (15)

99 fora do ar: app de transporte tem falha e não funciona nesta quarta (15)

99 começou a ter problemas por volta de 8h (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O aplicativo da 99 está com problemas e não carrega corretamente na manhã desta quarta-feira (15/10). A falha afeta todos os serviços da empresa: corridas com carros particulares e táxis, entregas por moto, pedidos de refeições do 99Food e contas do 99Pay. Tanto passageiros quanto trabalhadores parceiros, como motoristas e entregadores, não conseguem se conectar.

O Tecnoblog procurou a assessoria de imprensa da companhia, que enviou o seguinte comunicado:

Segue resposta da 99: Alguns de nossos usuários estão enfrentando dificuldades para acessar nossos serviços devido a uma interrupção inesperada. Nossas equipes técnicas estão trabalhando com urgência para resolver o problema, e os serviços estão sendo gradualmente restabelecidos. Pedimos desculpas pelo inconveniente e agradecemos pela paciência e compreensão.

Corridas, 99 Food e 99 Pay não carregam corretamente no app (imagem: Giovanni Santa Rosa/Tecnoblog)

Notícia urgente
O Tecnoblog está acompanhando a falha na 99 e atualizará este texto assim que houver mais informações.

Segundo o site DownDetector, os problemas começaram pouco antes das 8h, chegando a um pico às 9h. Meia hora depois, o volume de reclamações já estava em queda, mas ainda muito acima da média da empresa.

Volume de reclamações subiu rapidamente por volta de 8h (imagem: Giovanni Santa Rosa/Tecnoblog)

O Google Trends, que monitora os termos mais buscados por usuários brasileiros, também mostrava “99” e “99 fora do ar” entre as pesquisas em alta desde 8h.

99 estava entre os termos mais buscados na manhã de 15/10 (imagem: Giovanni Santa Rosa/Tecnoblog)

Em relatos nas redes sociais, usuários relatam que a pane na 99 parece ter sobrecarregado sua principal concorrente, a Uber. Passageiros dizem que está mais difícil conseguir motoristas e que o tempo de espera está maior que o normal. Alguns comentam que os preços também estão mais caros que de costume.

99 fora do ar e a uber demora um século p aceitar uma corrida e quando aceita 10 minutos de espera — V A N E S S A (@NeessaSillva) October 15, 2025

99 fora do ar, uber uma demora pra aceitar as corridas, valeu feras— LARISSA FAIET (@LarissaFaiet) October 15, 2025

App da 99 está fora do ar… enquanto isso a @Uber_Brasil aproveita pra negociar nosso rim em uma corrida Bom dia — Carol Sant’Anna (@acsantannaa) October 15, 2025

Atualizado às 10h58 com o posicionamento da 99.
99 fora do ar: app de transporte tem falha e não funciona nesta quarta (15)

99 fora do ar: app de transporte tem falha e não funciona nesta quarta (15)
Fonte: Tecnoblog