Category: Legislação

Homem é indiciado após roubar DVDs para vazar filmes na internet

Homem é indiciado após roubar DVDs para vazar filmes na internet

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa seria um dos filmes vazados (imagem: reprodução)

Você já se perguntou como filmes novos vão parar na internet antes de serem lançados em mídia física ou de chegarem ao streaming? Este caso mostra uma das vias para isso: nos Estados Unidos, um homem foi acusado de desviar mais de mil DVDs e discos Blu-ray de uma fábrica para piratear filmes.

De acordo com o Ars Technica, o acusado, Steven R. Hale, de 37 anos, foi indiciado em fevereiro deste ano sob a acusação de “contornar a criptografia que impede cópias não autorizadas” de filmes e extrai-los dessas mídias para compartilhamento na internet.

Ainda segundo a acusação, Hale ganhava dinheiro com esses vazamentos por antecipar lançamentos programados por estúdios de cinema, causando prejuízos milionários a essas empresas.

Entre as produções que teriam sido vazadas estão Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, Encanto, Sing 2, Matrix Resurrections, Venom: Tempo de Carnificina, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis e Eternos, todos de 2021.

Matrix Resurrections seria outra produção vazada (imagem: reprodução)

Hale se declarou culpado

Um detalhe que chama a atenção nessa história é o fato de a polícia ter desmantelado o esquema de Hale em março de 2022. Na ocasião, as autoridades apreenderam pelo menos 1.160 DVDs e Blu-rays desviados no período em que ele trabalhou na fábrica. Porém, só recentemente Hale foi indiciado.

O TorrentFreak levanta a possibilidade de o indiciamento ter demorado três anos porque a polícia pode ter gastado esse tempo fazendo uma investigação mais profunda do caso.

Nesse sentido, também é possível que a demora tenha relação com uma investigação feita pela polícia sobre um extenso vazamento de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, embora não haja nenhum documento ligando um caso ao outro.

Seja como for, Steven Hale fechou um acordo judicial em que reconhece a culpa sobre uma acusação de violação de direitos autorais. Como contrapartida, a promotoria retirará contra ele uma segunda acusação de violação de copyright, bem como outra de transporte interestadual de bens roubados.

Hale está sujeito a uma pena máxima de cinco anos de detenção e a uma multa de até US$ 250.000 (R$ 1,4 milhão, na conversão direta), mas essas punições deverão ser diminuídas como parte do acordo judicial.
Homem é indiciado após roubar DVDs para vazar filmes na internet

Homem é indiciado após roubar DVDs para vazar filmes na internet
Fonte: Tecnoblog

Fortnite volta ao iPhone nos EUA após quase cinco anos de proibição

Fortnite volta ao iPhone nos EUA após quase cinco anos de proibição

Fortnite volta a ser oferecido no mercado americano após briga nos tribunais (imagem: divulgação)

Resumo

Fortnite foi banido da App Store dos EUA em 2020 e voltou após decisão judicial que proibiu a Apple de cobrar comissões sobre pagamentos externos.

A Epic Games anunciou o retorno do jogo no X, mas ele ainda não está disponível oficialmente no Brasil.

No Brasil, o Cade determinou que a Apple deve abrir o iOS para lojas alternativas, o que pode facilitar a chegada do Fortnite.

O jogo Fortnite está novamente disponível na App Store dos Estados Unidos. Ele foi banido da loja em 2020. Logo após a exclusão, uma longa batalha judicial entre a Epic Games e a Apple se seguiu. Com sentenças recentes favoráveis à desenvolvedora de jogos, o título pode retornar oficialmente a iPhones e iPads.

O retorno foi anunciado pela Epic Games em uma publicação no X (antigo Twitter). “Estamos de volta, família”, escreveu Tim Sweeney, CEO da empresa. No Brasil, no entanto, o jogo ainda não chegou.

we back fam https://t.co/X14bCXoylB— Tim Sweeney (@TimSweeneyEpic) May 20, 2025

Como o Fortnite conseguiu retornar à App Store?

Uma das decisões mais importantes na intensa briga nos tribunais veio no começo de maio de 2025. A Justiça americana considerou que a Apple não cumpriu uma determinação de 2021, que mandava a empresa liberar pagamentos de produtos e serviços por fora de seu sistema.

Fortnite no iPhone antes do banimento (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Com isso, uma nova decisão, dessa vez mais explícita, proibiu que a fabricante do iPhone cobrasse comissões por compras feitas fora da loja ou impusesse restrições a links para estas transações.

A decisão abriu caminho para o retorno do Fortnite. O jogo foi banido em 2020 após a Epic Games tentar contornar as regras da App Store e vender itens fora da loja — o que provocou uma grande discussão sobre a legitimidade da cobrança de taxas sobre microtransações de apps e games.

Mesmo assim, o retorno não foi sem atritos. A Epic enviou o jogo para a loja em 9 de maio, mas a Apple decidiu segurar a aprovação enquanto um recurso esperava julgamento.

A fabricante do iPhone também argumentou que a desenvolvedora havia usado uma conta sueca para enviar a mesma versão para os EUA e a União Europeia, contrariando o pedido de builds separadas para os dois mercados.

Nada disso convenceu a juíza do caso, Yvonne Gonzalez Rogers. Na segunda-feira (19/05), ela disse que a decisão era definitiva e clara: o jogo estava liberado e ponto final.

E no Brasil?

Por enquanto, a Apple está apenas cumprindo decisões. Nos EUA, Fortnite está disponível pela App Store, como mandou a Justiça. Na UE, a empresa obedece à legislação do bloco, que libera lojas alternativas — o game é distribuído pela Epic Games Store, da própria desenvolvedora, e pela AltStore PAL.

Tweet da conta do Fortnite no Brasil informa que jogo será liberada para o iOS em julho (imagem: reprodução)

A conta brasileira do Fortnite no X anunciou, em março de 2025, que o jogo voltaria a iPhones e iPads no Brasil após uma vitória do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a Apple na Justiça.

De lá para cá, houve idas e vindas, tanto na esfera administrativa quanto jurídica. A decisão mais recente, de maio, determina que a Apple deve abrir iPhones e iPads a lojas alternativas — o que pode facilitar o retorno de Fortnite aos aparelhos brasileiros.

Com informações da CNBC e do Verge
Fortnite volta ao iPhone nos EUA após quase cinco anos de proibição

Fortnite volta ao iPhone nos EUA após quase cinco anos de proibição
Fonte: Tecnoblog

99Moto e Uber Moto são suspensos mais uma vez em São Paulo

99Moto e Uber Moto são suspensos mais uma vez em São Paulo

99Moto já foi lançado e suspenso em São Paulo outras vezes (imagem: Emerson Alecrim/Camila Satie/Tecnoblog)

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu mais uma vez os serviços de transporte de passageiros por motos da Uber e da 99 em São Paulo (SP). A nova decisão vem um dia após as duas empresas conseguirem liberação para esse tipo de atividade.

A decisão do desembargador Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público, também recomenda que a Prefeitura de São Paulo regulamente a atividade em 90 dias. Ele que a suspensão é uma medida de cautela, considerando a complexidade do caso e o risco ao trânsito, valendo apenas até um julgamento definitivo da ação.

Uber Moto também tenta lançamento na capital paulista (imagem: divulgação/Uber)

Suspensão um dia após liberação

Na quinta-feira (15/05), o juiz Josué Vilela Pimentel, da 8ª Vara da Fazenda Pública do TJ-SP, declarou inconstitucional o decreto municipal que proíbe o 99Moto e o Uber Moto. Ele considerou que a Prefeitura pode regulamentar e fiscalizar serviços de transporte, mas não pode vetar a atividade, já que ela tem base legal federal.

A Prefeitura recorreu — e conseguiu uma vitória no TJ-SP. A decisão desta sexta-feira (16/05) suspende os efeitos da sentença de 1ª instância do dia anterior.

Briga entre apps e Prefeitura vem desde 2023

As empresas de transporte por aplicativo e a Prefeitura de São Paulo travam uma batalha judicial desde 2023, quando o prefeito Ricardo Nunes se antecipou e assinou um decreto suspendendo “utilização de motocicletas para transporte individual remunerado de passageiros por aplicativos”.

Em janeiro de 2025, o 99Moto anunciou sua estreia em São Paulo, e a Uber colocou o Uber Moto na rua na semana seguinte. As empresas se baseiam na Lei Federal nº 13.640, que autoriza a modalidade. Dias depois, o TJ-SP atendeu a um pedido da Prefeitura e suspendeu essa opção de transporte.

Com informações do G1
99Moto e Uber Moto são suspensos mais uma vez em São Paulo

99Moto e Uber Moto são suspensos mais uma vez em São Paulo
Fonte: Tecnoblog

Gradiente vence Apple no STJ; batalha pelo nome iPhone continua no Supremo

Gradiente vence Apple no STJ; batalha pelo nome iPhone continua no Supremo

Vitória da Gradiente no STJ não impede Apple de utilizar o nome iPhone no Brasil (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Gradiente venceu, nesta semana, um round importante na longa batalha judicial contra a Apple pela marca iPhone no Brasil. Agora, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mantém válido um parecer anterior do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) que foi favorável à empresa brasileira. 

No processo, a Apple pedia a “caducidade”, ou seja, perda do registro por falta de uso, da marca “G GRADIENTE IPHONE”. Uma primeira decisão judicial chegou a dar razão à Apple, mas o TRF-2 anulou a sentença por falhas processuais. Posteriormente, a Apple tentou reverter a anulação apelando ao STJ, mas não teve sucesso.

O que muda com a decisão do STJ?

Para a Gradiente, a decisão do STJ significa que seu registro da marca “G GRADIENTE IPHONE” continua ativo e não será cancelado (pelo menos não com base na primeira sentença, agora anulada).

A vitória também não quer dizer que a Gradiente ganhou o direito de usar o nome iPhone sozinha ou que a Apple tenha sido impedida de usá-lo. A gigante de Cupertino ainda pode entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal.

Entenda a treta histórica pelo nome “iPhone”

Para entender exatamente essa briga, é preciso voltar algumas décadas. Lá em 2000, a Gradiente pediu o registro da marca “G GRADIENTE IPHONE” ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), mas a concessão só saiu em 2008, ou seja, praticamente junto com o lançamento do inovador celular de Steve Jobs no Brasil. 

Gradiente lançou um IPhone em 2012, com Android, e foi processada no ano seguinte (Imagem: Divulgação)

Cinco anos depois, a Apple foi à Justiça para anular parte do registro da Gradiente, a fim de garantir que a empresa brasileira não obtivesse direitos exclusivos sobre o termo iPhone. Entretanto, em 2018, o STJ permitiu o uso por ambas as empresas. 

Em paralelo, a Apple também tentou cancelar o registro da Gradiente por caducidade. Em 2024, o TRF-2 anulou a decisão favorável à Apple, após identificar um erro na forma como o processo foi distribuído ao juiz. A Apple recorreu e perdeu nesta semana.

O que a Apple ainda pode fazer? 

A decisão final deve vir do Supremo. Já está na corte um Recurso Extraordinário que vai definir se alguém tem o direito exclusivo sobre a marca “iPhone” no Brasil. A posição da maioria dos ministros do Supremo até o momento é favorável à Apple, indicando que a Gradiente não deve ter o direito de impedir a Apple de usar a marca no país.

Com informações de O Globo e Supremo Tribunal Federal
Gradiente vence Apple no STJ; batalha pelo nome iPhone continua no Supremo

Gradiente vence Apple no STJ; batalha pelo nome iPhone continua no Supremo
Fonte: Tecnoblog

Anatel vai à Justiça para bloquear sites da Amazon e Mercado Livre

Anatel vai à Justiça para bloquear sites da Amazon e Mercado Livre

Amazon e Mercado Livre têm dezenas de lojas com celulares irregulares, segundo a Senacon (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A Anatel busca na Justiça o bloqueio dos sites da Amazon e do Mercado Livre por vendas irregulares de celulares.
O mercado cinza de celulares representa 13% das vendas no Brasil, segundo projeção da consultoria IDC.
A Abinee projeta perdas de até R$ 4 bilhões para o governo em 2025 devido ao mercado cinza.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) recorreu à Justiça e aguarda uma decisão para bloquear os sites da Amazon e do Mercado Livre, de acordo com uma apuração do jornal Folha de São Paulo. A agência quer atuar contra o mercado irregular de celulares, que responde por 13% das vendas no país, segundo os dados mais recentes.

O tema foi judicializado desde que, no ano passado, a Anatel passou a tomar medidas firmes de combate ao chamado mercado cinza. Parte dessa atuação está relacionada à pressão das fabricantes com operações no Brasil. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) tem adotado uma postura muito vocal contra as plataformas de compra e venda.

Todos os aparelhos de telecomunicações, como celulares, tablets, computadores, set-top boxes etc., devem passar pelo processo de homologação da Anatel. Existe o entendimento de que os produtos importados de fora, sem cumprir os devidos procedimentos, são irregulares e, portanto, não poderiam ser comercializados.

Para além das discussões técnicas sobre eventuais riscos elétricos de um carregador vindo de fora, existe ainda a perda de arrecadação. O governo deve deixar de embolsar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões somente em 2025, ainda de acordo com levantamento encomendado pela Abinee.

Presidente da Anatel, Carlos Baigorri, disse publicamente que quer medidas mais duras (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Os smartphones trazidos de fora funcionam da mesma maneira que os nacionais. Alguns são classificados como produtos “globais”, ou seja, aptos a se conectar a redes de telefonia de qualquer país. Normalmente, são vendidos em lojas na Amazon e no Mercado Livre com diferença de até 40% em relação aos smartphones regularizados.

Técnicos ouvidos pela Folha disseram que somente a Shopee tem colaborado.

Já o Mercado Livre declarou, em nota enviada nesta semana ao Tecnoblog, que atua proativamente para coibir tentativas de mau uso da plataforma. “Desde julho de 2024, a Anatel classificou o Mercado Livre como ‘empresa conforme’, ou seja, está em conformidade com as suas expectativas, sem anúncios considerados irregulares.”
Anatel vai à Justiça para bloquear sites da Amazon e Mercado Livre

Anatel vai à Justiça para bloquear sites da Amazon e Mercado Livre
Fonte: Tecnoblog

Meta e Spotify criam grupo para fazer lobby contra Apple e Google

Meta e Spotify criam grupo para fazer lobby contra Apple e Google

Meta e demais empresas têm histórico de brigas com Apple e Google (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Meta, Spotify, Garmin e Match Group (dona do Tinder) formaram uma coalizão para pressionar Apple e Google por mudanças nas regras de distribuição de apps nos EUA.
O grupo defende checagem de idade dos usuários e condições mais justas nas lojas de aplicativos, especialmente em relação a taxas e concorrência.
A coalizão vai colaborar com o Departamento de Justiça dos EUA nos processos contra a Apple e Google por práticas anticompetitivas.

Meta, Spotify, Garmin e Match Group (dona do Tinder) se uniram para formar a Coalition for a Competitive Mobile Experience (Coalizão por uma Experiência Móvel Competitiva, em tradução livre). O grupo pretende brigar por melhores condições para distribuir seus aplicativos e serviços — e brigar, aqui, significa brigar com Apple e Google.

Entre os objetivos da aliança estão obrigar Apple e Google a assegurar a compatibilidade de seus produtos com dispositivos e softwares concorrentes, e garantir que as lojas de aplicativos das duas empresas ofereçam condições justas para apps de outras companhias.

Grande parte dessa atuação ocorrerá nos Estados Unidos. A CCME vai colaborar com o Departamento de Justiça nos processos contra Apple e Google por práticas anticompetitivas.

“Estas empresas têm, em comum, a dependência do ecossistema móvel para servir seus clientes”, disse o diretor da coalizão, Brandon Kressin. “Elas reconhecem que são mais fortes unidas, especialmente ao ir contra companhias tão poderosas quanto o duopólio”, completou.

Vale lembrar que algumas destas empresas têm um longo histórico de brigas contra Apple e Google. O Spotify, por exemplo, já questionou as taxas cobradas pela App Store, enquanto a Meta acusa a fabricante do iPhone de fazer “privacy washing”.

Qual será a primeira batalha do grupo?

A CCME vai pressionar legisladores nos EUA para que Apple e Google sejam obrigadas a verificar a idade dos usuários, uma posição defendida pela Meta desde 2023.

Em Utah, nos EUA, alguns apps só poderão ser baixados após verificação de idade (foto: zhenzhong liu/Unsplash)

Como explica a Bloomberg, a necessidade de checar a idade traz o risco financeiro de uma “avalanche” de processos judiciais e os altos custos de desenvolver um sistema complexo para lidar com os dados pessoais de menores de idade. Por isso, faz sentido que o grupo liderado pela Meta queira que lojas de aplicativos impeçam menores de idade de baixar apps específicos.

O tema da verificação de idade está em alta nos EUA. No estado de Utah, parlamentares aprovaram uma lei nos moldes defendidos pela CCME, obrigando as plataformas e lojas a verificar a idade dos usuários, obter autorização dos pais e compartilhar essas informações com desenvolvedores. Em outros estados, há iniciativas semelhantes, bem como no Congresso dos Estados Unidos.

Do outro lado, o Google criticou iniciativas do tipo. Em março de 2025, a companhia afirmou em seu blog que a lei de Utah era “preocupante”, já que a obrigaria a compartilhar informações sobre menores de idade com milhões de desenvolvedores. A empresa ainda acusou a Meta de querer transferir a responsabilidade de proteger as crianças.

Com informações da Bloomberg e do The Verge
Meta e Spotify criam grupo para fazer lobby contra Apple e Google

Meta e Spotify criam grupo para fazer lobby contra Apple e Google
Fonte: Tecnoblog

Apple sofre derrota “épica” contra Epic Games nos tribunais

Apple sofre derrota “épica” contra Epic Games nos tribunais

Apple sofre derrota “épica” contra Epic Games nos tribunais (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Epic Games acaba de vencer uma importante batalha em sua disputa judicial contra a Apple nos Estados Unidos. A juíza do caso, Yvonne Gonzalez Rogers, determinou que a companhia de Cupertino não poderá cobrar taxas que dificultem a concorrência entre serviços de pagamentos na App Store.

No entendimento da juíza, a Apple violou, de modo intencional, uma liminar emitida em 2021 que determina que desenvolvedores possam inserir links em aplicativos distribuídos na App Store para realizar compras usando serviços de pagamento de terceiros.

O fato de a Apple ter pensado que este Tribunal toleraria tamanha insubordinação foi um erro grosseiro de cálculo. Como sempre, o encobrimento piorou a situação. Para este Tribunal, não há segunda chance.

Yvonne Gonzalez Rogers, juíza do Distrito Norte da Califórnia

Como a Apple teria violado a decisão judicial?

Essa disputa judicial tem origem no fato de a Epic Games não concordar com a política original da App Store de cobrar até 30% de taxas sobre compras feitas em aplicativos distribuídos a partir da loja.

Em razão disso, a juíza Rogers determinou, em 2021, que a Apple passasse a permitir que os desenvolvedores indicassem em seus aplicativos serviços alternativos de pagamento que, como tal, poderiam cobrar taxas menores em relação ao que é estabelecido pela App Store.

Isso foi feito. O problema é que a Apple também passou a cobrar taxas sobre compras feitas em serviços de terceiros em porcentagens que variam entre 12% e 27%.

Contrariada com essa abordagem, a Epic Games recorreu novamente aos tribunais, desta vez por entender que as taxas sobre compras feitas com serviços de pagamento de terceiros e outras regras aplicadas pela Apple sobre eles são abusivas.

Como sabemos agora, a juíza do caso concorda. Com base nisso, a decisão judicial mais recente proíbe a companhia de ações como:

cobrar comissões ou taxas sobre compras feitas a partir de um link no aplicativo;

restringir a aparência ou posicionamento do link que os desenvolvedores usam para apontar para serviços de pagamentos de terceiros;

bloquear ou restringir botões que levem para esses serviços.

Fortnite voltará à App Store dos EUA, promete Epic Games (imagem: divulgação/Epic Games)

Apple declarou não saber as margens de lucro da App Store

Ao Verge, a Apple informou: “discordamos veementemente da decisão. Cumpriremos a ordem judicial, mas recorreremos”. Em sua defesa nos tribunais, a companhia alegou que cumpriu a limitar de 2021, tal como ela foi estabelecida.

Mas o detalhe mais curioso é que, entre os demais argumentos que a Apple usou para se defender no caso, está o de que a companhia desconhece as margens de lucro da App Store. É como se isso fosse ajudar a Apple a convencer o judiciário de que não há práticas monopolistas na App Store.

O jornalista Mark Gurman, que acompanha o universo da Apple de perto há anos, chegou a ser irônico sobre esse argumento: “a empresa mais detalhista e financeiramente mais experiente do mundo não sabe quanto lucro gera em uma grande unidade de negócios. Certo”.

Qual a visão da Epic Games sobre a decisão judicial?

A decisão foi celebrada por Tim Sweeney, CEO da Epic Games. Via X, o executivo declarou: “SEM TAXAS em transações online. Fim de jogo para o Imposto da Apple”. Sweeney completou:

Fortnite voltará à App Store dos Estados Unidos para iOS na próxima semana.

A Epic oferece um acordo de paz: se a Apple estender a decisão do tribunal, livre de taxas, para todos, retornaremos o Fortnite à App Store no mundo todo e encerraremos os litígios atuais e futuros sobre o assunto.

Tim Sweeney, CEO da Epic Games

Apple sofre derrota “épica” contra Epic Games nos tribunais

Apple sofre derrota “épica” contra Epic Games nos tribunais
Fonte: Tecnoblog

Os argumentos da Apple para encerrar inquérito no Cade

Os argumentos da Apple para encerrar inquérito no Cade

Entidades dizem que Apple tem práticas anticompetitivas na implementação do Apple Pay (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Apple está na mira do Cade. O órgão brasileiro responsável por zelar pela livre concorrência de mercado abriu um inquérito para apurar supostas práticas anticompetitivas no Apple Pay, recurso de pagamentos presente no iPhone e outros aparelhos da companhia. Na segunda-feira (28), a Apple apresentou os argumentos e pediu que o caso não siga em frente.

Primeiro, é preciso entender o contexto do processo. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica coletou contribuições sobre o mercado de sistemas de pagamentos por aproximação em dispositivos móveis com sistema operacional iOS – com ênfase no sistema da própria Apple.

Apple Pay tokeniza cartão de crédito e realiza pagamento por aproximação (imagem: divulgação)

A entidade levou em consideração principalmente as falas do Banco Central (Bacen), da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e da associação Zetta, que representa Nubank, Mercado Livre, PicPay, Neon, Will Bank, Cloudwalk, Unico e outras 20 empresas.

O acesso ao NFC está em jogo, função essencial para realizar os pagamentos por aproximação. A Febraban declarou que é “tecnicamente possível” que o dono do sistema operacional estabeleça barreiras ao NFC por terceiros, o que limitaria seu uso. “É este o caso da Apple”.

A resposta da Apple

Apple Brasil pede ao Cade arquivamento de inquérito administrativo (imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Agora, a gigante de Cupertino apresenta suas primeiras declarações. O extenso documento ao Cade traz uma série de detalhamentos e variados anexos. O resumo é o seguinte:

A Apple argumenta que não possui posição dominante no Brasil, citando que apenas 10% dos brasileiros usam iPhones.

Foi elaborada a plataforma NFC & SE (Secure Element), que estaria aberta a desenvolvedores terceiros desde 2024, inclusive no Brasil.

As empresas do setor poderiam utilizar a ferramenta, desde que passem por um processo de credenciamento e paguem as devidas taxas.

A Apple alega que este mercado é dinâmico, repleto de opções, e que a estrutura do Apple Pay não causa dano ao consumidor nem exclusão de concorrentes.

Faz referência a ações e compromissos com autoridades internacionais, como o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a Comissão Europeia, enfatizando que não concluíram pela prática de infração.

A Apple ainda argumenta, na resposta ao Cade, que a suposta restrição de apps de pagamento de terceiros “degradaria a experiência geral do usuário, reduziria o valor percebido dos dispositivos e limitaria a capacidade da Apple de comercializá-los”. Em outras palavras, os consumidores teriam menos motivos para optar por um iPhone.

Pode cobrar?

Outro ponto essencial é a cobrança das empresas interessadas em usar a plataforma NFC & SE, como bancos e meios de pagamento. A Apple alega que cobra uma “taxa modesta”, com contratos padronizados, sem importar o tamanho do parceiro. “Não há nada na legislação brasileira que impeça a Apple de cobrar uma taxa por seus serviços.”

O documento anexado aos autos tem trechos restritos. Não é possível saber, portanto, quais são os valores praticados pela companhia quando negocia o acesso ao Apple Pay.

“Diante do exposto, a Apple requer o arquivamento deste inquérito administrativo”, encerra a resposta elaborada pelo escritório Grinberg Cordovil, de São Paulo.

Sem integração com o Pix

O Apple Pay atualmente não contempla pagamentos com Pix, sistema que caiu no gosto do brasileiro. Não é possível fazer o Pix por aproximação, tal qual ocorre no Android, quando o pagamento é iniciado na tela da Carteira do Google e imediatamente o valor é debitado da conta do consumidor.

Seria necessário aderir ao Apple Pay para oferecer algo similar. O Tecnoblog apurou que alguns bancos têm interesse nisso e até iniciaram diálogo com a Apple. Além disso, a ferramenta do NFC & SE estaria tecnicamente pronta para acomodar essa funcionalidade.

Função de Pix por aproximação na Carteira do Google (imagem: reprodução)

Só faltaria combinar os termos comerciais, já que o Pix não custa nada para o cliente final e todos do ecossistema já se acostumaram com isso, ao passo que a remuneração do Apple Pay necessitaria de negociações adicionais, uma vez que a gigante da tecnologia não abre mão da sua remuneração.

Quais os próximos passos?

O processo no Cade ainda está na fase inicial de instrução. Ou seja, trata-se de um procedimento administrativo, não de uma ação judicial. A Apple já apresentou sua manifestação preliminar, incluindo traduções de documentos originalmente em inglês. Agora, a Superintendência-Geral do Cade deve analisar a resposta da empresa e possíveis manifestações de terceiros. O próximo passo pode incluir pedidos de esclarecimentos adicionais. Ao final, a Superintendência recomendará o arquivamento do caso ou seu envio ao Tribunal do Cade para julgamento.

Não há um prazo fixo para que o Cade se manifeste. A Superintendência-Geral pode levar semanas ou até meses para concluir a análise.
Os argumentos da Apple para encerrar inquérito no Cade

Os argumentos da Apple para encerrar inquérito no Cade
Fonte: Tecnoblog

Ubisoft alega que jogadores não são donos dos jogos que compram

Ubisoft alega que jogadores não são donos dos jogos que compram

Ação judicial nos EUA acusa a Ubisoft de propaganda enganosa e fraude (imagem: Flickr/Shuichi Aizawa)

Resumo

Dois jogadores da Califórnia processaram a Ubisoft, alegando que foram induzidos a acreditar que estavam comprando o jogo The Crew, quando, na verdade, adquiriram apenas uma licença de uso.
A ação acusa a empresa de propaganda enganosa, concorrência desleal, fraude, violação de garantias e das leis de vale-presente do estado.
A empresa se defende dizendo que os termos de uso previam uma licença limitada e que os jogadores estavam cientes dessas condições.

Em novembro do ano passado, a Ubisoft foi processada nos EUA por dois jogadores da Califórnia que adquiriram The Crew, jogo online encerrado em março de 2024. Os autores da ação alegam que foram enganados pela empresa. Em resposta, a editora de jogos eletrônicos solicitou o arquivamento do processo, afirmando que a compra garante apenas uma licença limitada de acesso ao conteúdo — e não “direitos de propriedade irrestritos sobre o jogo”.

Por que os jogadores estão processando a Ubisoft?

Os autores da ação afirmam que foram levados a acreditar que compravam o jogo, quando, na verdade, adquiriam apenas uma licença temporária. Eles acusam a Ubisoft de violar leis estaduais ao desligar os servidores e tornar o jogo inacessível para quem já havia pago.

Além disso, os advogados dos jogadores também acusam a Ubisoft de praticar propaganda enganosa, concorrência desleal, fraude e violação de garantias. Segundo os autores, a Ubisoft infringiu a legislação da Califórnia sobre vales-presentes ao inutilizar créditos comprados com dinheiro real após o desligamento do jogo.

Esse sistema de créditos, alegam os jogadores, se enquadra legalmente como um vale-presente — modalidade que, de acordo com a lei estadual, não poderia ter prazo de validade. Com essa e outras alegações adicionadas na versão revisada da ação, o total de acusações contra a Ubisoft chegou a nove. Agora, os jogadores pedem que o processo seja convertido em ação coletiva, para representar consumidores de todo o país.

O que a Ubisoft alega?

Na resposta à acusação, obtida pelo site Polygon, a Ubisoft argumentou que os consumidores sabiam que estavam comprando apenas o direito de uso de The Crew enquanto o jogo estivesse disponível.

A empresa também destacou que o encerramento foi comunicado com antecedência, conforme previsto nos termos de uso. “A embalagem do Xbox e do PlayStation contém um aviso claro e visível”, afirma o documento.

Os autores da ação, porém, alegam que, no ato da compra, não havia sinal de que o jogo se tornaria inutilizável depois. Para tentar provar, anexaram ao processo imagens da embalagem física do The Crew informando que o código de ativação expiraria em 2099. A Ubisoft tem até 29 de abril para apresentar uma nova resposta à versão revisada da ação.

O que aconteceu com o jogo The Crew?

The Crew foi um jogo de corrida online em mundo aberto, lançado pela Ubisoft em 2014. Na época, o título foi removido das lojas digitais por motivos de “infraestrutura de servidores e restrições de licenciamento”, segundo a empresa. O encerramento foi anunciado em 14 de dezembro de 2023, quando a Ubisoft informou que, em 31 março de 2024, o game não seria “mais acessível em nenhuma plataforma”.

No jogo, os usuários exploravam uma versão reduzida dos Estados Unidos, participando de missões, desafios e corridas com diferentes tipos de veículos — semelhante à franquia Need for Speed.

A Ubisoft ofereceu reembolso a quem havia comprado o game. Segundo o site da empresa, o ressarcimento é válido somente para compras feitas até 14 dias antes do pedido, com menos de duas horas de uso. Ainda assim, apenas parte dos jogadores conseguiu recuperar o valor pago — provavelmente porque a maioria adquiriu o título fora do período estipulado, de acordo com o Polygon.

Com informações de Polygon e TechSpot
Ubisoft alega que jogadores não são donos dos jogos que compram

Ubisoft alega que jogadores não são donos dos jogos que compram
Fonte: Tecnoblog

Trump dá mais prazo e evita novamente que TikTok seja banido dos EUA

Trump dá mais prazo e evita novamente que TikTok seja banido dos EUA

Donald Trump evitou suspensão em janeiro (foto: Gage Skidmore/Flickr)

Resumo

Donald Trump prorrogou mais uma vez o prazo para a ByteDance vender a operação do TikTok nos EUA, evitando novo banimento do app.
Em janeiro, o TikTok chegou a ser suspenso por pouco mais de um dia, mas Trump emitiu uma ordem executiva que concedeu um tempo extra.
A venda é exigida por uma lei que veta redes sociais sob controle de países considerados adversários, como a China.
O governo dos EUA acusa o TikTok de potencial uso para espionagem, mas a transação ainda precisa do aval da China.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que assinará uma ordem executiva estendendo em 75 dias o prazo para que a empresa chinesa ByteDance venda a operação americana do TikTok, como forma de evitar que o app seja banido no país.

O anúncio foi feito na Truth Social, rede social de propriedade do próprio Trump. Ele disse que a venda do TikTok ainda precisa de aprovações e que o adiamento permitirá que o app continue funcionando normalmente. Com isso, o novo prazo passa a ser meados de junho.

Esta é a segunda vez que Trump “salva” o TikTok nos EUA. Em janeiro, a rede social chegou a ser suspensa por pouco mais de um dia, até que o presidente emitiu uma ordem executiva concedendo 75 dias adicionais.

Por que o TikTok precisa ser vendido?

A obrigatoriedade de vender o TikTok faz parte de uma lei aprovada em abril de 2024 e sancionada pelo então presidente, Joe Biden.

TikTok ficou suspenso nos EUA por pouco mais de um dia, em janeiro (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O texto proíbe redes sociais caso o país considere que elas são controladas por um dos chamados “países adversários”. Os EUA acusam a China de usar o TikTok para espionar cidadãos americanos.

Quem pode comprar o TikTok?

Nos últimos meses, surgiram vários candidatos a adquirir as operações americanas do TikTok, como Oracle, Amazon, a empresa de venture capital Andreessen Horowitz e um consórcio com a participação de Alexis Ohanian, cofundador do Reddit.

A ByteDance confirmou as conversas com o governo dos EUA para resolver a situação da rede social no país, mas ressaltou que nenhuma venda foi fechada e que ainda há questões importantes a serem resolvidas.

Outro ponto relevante de uma possível venda é que o negócio precisaria do aval do governo chinês, seguindo as leis locais. Trump já acenou para uma diminuição das tarifas de importação impostas nesta quinta-feira (03/04), caso a China facilite o acordo.

Com informações da CNBC e The Verge
Trump dá mais prazo e evita novamente que TikTok seja banido dos EUA

Trump dá mais prazo e evita novamente que TikTok seja banido dos EUA
Fonte: Tecnoblog