Category: EUA

Governo dos EUA agora é dono de quase 10% da Intel

Governo dos EUA agora é dono de quase 10% da Intel

Secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, ao lado do CEO da Intel, Lip-Bu Tan (imagem: reprodução)

Resumo

O governo dos Estados Unidos adquiriu 9,9% das ações da Intel em um acordo avaliado em US$ 11 bilhões (R$ 59,6 bilhões), com 433,3 milhões de ações.
O acordo é ligado a subsídios da lei CHIPS and Science Act, que prevê o fortalecimento da produção de semicondutores no país.
A Intel enfrenta perda de participação de mercado.
Investimento estatal oferece fôlego financeiro, mas não resolve as dificuldades tecnológicas da empresa.

Após uma semana de especulações, o governo dos Estados Unidos confirmou, nesta sexta-feira (22/08), que finalizou um acordo para adquirir uma participação acionária de quase 10% da Intel. O presidente Donald Trump compartilhou a informação em seu perfil na rede Truth Social. No post, Trump afirma que os EUA “não pagaram nada” pelas ações, “agora avaliadas em aproximadamente US$ 11 bilhões” (R$ 59,6 bilhões em conversão direta).

Segundo a Bloomberg, fontes próximas ao assunto afirmam que o acordo prevê que o governo receba 433,3 milhões de ações da Intel, o equivalente a 9,9% da empresa. A participação, entretanto, não garante direito a voto nem posições no conselho de administração.

A operação estaria atrelada à liberação de US$ 8,87 bilhões (R$ 48 bilhões) em subsídios da lei CHIPS and Science Act, já reservados para a companhia, mas ainda não distribuídos. Sancionada em 2022, ela prevê investimentos bilionários para fortalecer a produção de semicondutores em solo americano — embora tenha sido alvo de críticas de Donald Trump, que considera a medida um gasto ineficiente dos recursos públicos.

Fim do impasse entre Trump e Intel

Donald Trump agradece e elogia Lip-Bu Tan após acordo (imagem: Felipe Faustino/Tecnoblog)

A oficialização do acordo encerra, por enquanto, a celeuma entre o governo norte-americano e a Intel, que se desenrolou ao longo de agosto, quando Trump disse que o CEO da Intel deveria renunciar imediatamente por supostas ligações com empresas de tecnologia da China.

Após isso, Tan, que assumiu a função de CEO em março deste ano, adotou um tom conciliador e se reuniu com Trump na Casa Branca. A reunião, que inicialmente serviria para apaziguar os ânimos, evoluiu para a negociação que culminou na aquisição de parte da empresa.

Segundo a agência Reuters, em declaração a repórteres na Casa Branca, o presidente afirmou que o CEO da Intel, Lip-Bu Tan, concordou com o acordo para resolver o impasse entre eles. “Ele entrou querendo manter o emprego e acabou nos dando US$ 10 bilhões para os Estados Unidos”.

O movimento com a Intel se soma a outras ações recentes do governo: além de um acordo para receber 15% da receita da Nvidia e da AMD com a venda de chips de IA para a China, o Departamento de Defesa também adquiriu uma participação de US$ 400 milhões (R$ 2,17 bilhões) na MP Materials, produtora de terras raras considerada estratégica.

Intel tenta sair da crise

Intel vem tomando ações extremas para sair da crise (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

As ações da Intel subiram mais de 7% após o anúncio. Apesar disso, analistas apontam que o investimento estatal, por si só, não resolve os problemas da empresa, que enfrenta perda de participação de mercado e de vantagem tecnológica para concorrentes como a TSMC.

“Além de dinheiro, a Intel precisa de clientes”, afirmou o analista Stacy Rasgon, do Bernstein, em nota a clientes. “Financiar uma expansão sem clientes provavelmente não terminará bem para os acionistas, dos quais o governo dos EUA seria o maior nesta situação”, completou.

O acordo, no entanto, oferece um fôlego financeiro imediato para a Intel e, principalmente, para seu ambicioso projeto de construção de um polo de fabricação de chips em Ohio, que vinha sofrendo com atrasos — o que seria um dos grandes motivos para que a Intel tenha buscado uma ajudinha estatal, segundo rumores anteriores.

Governo dos EUA agora é dono de quase 10% da Intel

Governo dos EUA agora é dono de quase 10% da Intel
Fonte: Tecnoblog

Google vai usar energia de reator nuclear em data centers

Google vai usar energia de reator nuclear em data centers

Google terá créditos de energia limpa nos EUA (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O Google anunciou um acordo para receber energia de um reator nuclear de nova geração que será construído em Oak Ridge, Tennessee (EUA). A iniciativa é fruto de uma parceria com a Tennessee Valley Authority (TVA), empresa pública responsável pelo fornecimento de eletricidade na região.

A expectativa é que, a partir de 2030, a usina desenvolvida pela Kairos Power abasteça data centers da companhia no Tennessee e no Alabama. Esse é o primeiro contrato firmado por uma concessionária de energia dos Estados Unidos para aquisição de eletricidade proveniente de uma tecnologia nuclear avançada.

Por que esse projeto é diferente?

Grande parte da matriz nuclear norte-americana é formada por usinas construídas há décadas, que enfrentam dificuldades para competir com fontes mais baratas, como gás natural e energias renováveis. O projeto da Kairos Power, chamado Hermes 2, adota um modelo de pequeno reator modular com capacidade de 50 MW, baseado no uso de sal fluoreto fundido como refrigerante em vez da água.

Essa tecnologia permite operar em baixa pressão, reduzindo a necessidade de estruturas de contenção de grande porte e, consequentemente, os custos de construção. Caso seja bem-sucedida, pode abrir caminho para uma nova fase da energia nuclear no país, que busca diversificar sua matriz e suprir a alta demanda elétrica impulsionada pela digitalização e pela IA.

Oak Ridge, local escolhido para a instalação, tem importância histórica no setor: foi sede do Projeto Manhattan, responsável pelo desenvolvimento das primeiras armas atômicas. Hoje, a cidade se tornou um polo de pesquisa e inovação em energia nuclear, concentrando investimentos em soluções consideradas mais seguras e sustentáveis.

Como vai funcionar a parceria?

Parceria é estratégica para garantir energia limpa à infraestrutura digital do Google (imagem: reprodução/Google)

A meta anunciada é chegar a 500 MW de capacidade nuclear instalada até 2035, suficiente para atender aproximadamente 350 mil residências. Esse volume representaria uma fração da atual capacidade nuclear dos Estados Unidos, que em 2024 contava com 94 reatores em operação e cerca de 97 GW totais — responsáveis por quase 20% da eletricidade do país.

Além de receber a energia gerada, o Google terá direito aos certificados de atributos ambientais, que funcionam como créditos de energia limpa. Esse mecanismo permite que empresas compensem seu consumo em redes que ainda contam com fontes fósseis, ao mesmo tempo em que geram receita adicional para projetos livres de carbono.

Amanda Peterson Corio, diretora de energia do Google, afirmou que a cooperação com a TVA e a Kairos Power é estratégica para garantir energia firme e limpa à infraestrutura digital da companhia. Já o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, destacou que o avanço de reatores nucleares de quarta geração será essencial para manter a liderança do país em inteligência artificial e no setor energético.

No momento, não há usinas nucleares avançadas disponíveis comercialmente nos Estados Unidos. Por isso, o projeto Hermes 2 é visto como um teste para avaliar a viabilidade dessa tecnologia em larga escala.

Com informações da Reuters e do The Verge
Google vai usar energia de reator nuclear em data centers

Google vai usar energia de reator nuclear em data centers
Fonte: Tecnoblog

Governo Trump quer comprar parte da Intel

Governo Trump quer comprar parte da Intel

Donald Trump conversou com CEO da Intel após desentendimento público (imagem: Gage Skidmore/Flickr)

Resumo

O governo dos EUA discute a possibilidade de se tornar acionista da Intel para acelerar a construção de fábricas.
O projeto da Intel em Ohio enfrenta atrasos, e um investimento pode garantir sua viabilidade financeira.
Após atrito com o CEO Lip-Bu Tan, Trump elogiou o executivo e mudou seu discurso sobre a empresa.

A relação entre a Casa Branca e a Intel voltou a ganhar força. Após a crise pública entre o presidente dos Estados Unidos e o CEO da empresa, Lip-Bu Tan, o governo americano agora discute a possibilidade de se tornar acionista de uma das maiores fabricantes de chips do mundo.

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a Intel usaria o potencial investimento, que não teve valor revelado, para acelerar o desenvolvimento do polo fabril da Intel em Ohio, um projeto que vem enfrentando atrasos. O mercado financeiro recebeu a notícia com otimismo, fazendo as ações da Intel dispararem.

A possível compra de uma participação na Intel ocorre uma semana depois de Trump, através de seu perfil na plataforma Truth Social, exigir a renúncia imediata de Lip-Bu Tan. O presidente acusa o executivo de ter “conflito de interesses” por supostas ligações com empresas de tecnologia da China.

Trump acusou Lip-Bu Tan de manter relações com a China e pediu sua demissão (imagem: Felipe Faustino/Tecnoblog)

Tan, por sua vez, adotou um tom conciliador e, após declarar fidelidade aos EUA em uma carta publicada no site da Intel, se reuniu com Trump na Casa Branca na última segunda-feira (11/08). Após o encontro, o presidente mudou o discurso, elogiou o CEO e disse que sua equipe se reuniria com o executivo para discutir o futuro.

EUA podem virar acionistas da Intel

A ideia de um investimento estatal partiu justamente dessas conversas entre Trump e Tan, de acordo com reportagem da Bloomberg. O objetivo principal seria garantir a viabilidade financeira do já atrasado complexo de fábricas da Intel em Ohio — projeto que a empresa já prometeu transformar no maior do mundo.

Procurada, a Casa Branca classificou tudo como especulação, afirmando que “discussões sobre acordos hipotéticos” não devem ser levadas em conta até um anúncio oficial. Já a Intel não quis comentar diretamente as negociações. Em nota, a empresa reforça seu comprometimento “em apoiar os esforços do presidente Trump para fortalecer a liderança tecnológica e de manufatura dos EUA”.

Quanto a intervenção direta do governo no setor, nada de novo sob o Sol do governo Trump. Recentemente, administração anunciou um acordo para receber 15% das receitas da Nvidia e da AMD com a venda de chips de IA para a China — além, é claro, de um grande esforço para evitar o contrabando dessas tecnologias para o país asiático. Outro investimento, no mês passado, foi do Departamento de Defesa, que adquiriu uma participação de US$ 400 milhões na produtora de terras raras MP Materials.

Ações da Intel dispararam

Lip-Bu Tan prometeu uma “nova Intel” ao assumir a empresa no início do ano (imagem: YouTube/Intel)

A notícia sobre o possível investimento estatal teve um efeito imediato e positivo no mercado financeiro. As ações da Intel chegaram a subir 8,9% na quinta-feira e fecharam o dia com uma alta de 7,4%, a US$ 23,86. A valorização elevou o valor de mercado da companhia para mais de US$ 104 bilhões.

A Intel tem passado por um período de dificuldades financeiras, com perda de participação de mercado e de sua vantagem tecnológica, segundo a Bloomberg. A empresa vem realizando demissões como parte de um plano de corte de custos.

Com informações de Bloomberg e The Guardian
Governo Trump quer comprar parte da Intel

Governo Trump quer comprar parte da Intel
Fonte: Tecnoblog

Capacidade de raciocínio da IA é “miragem”, dizem pesquisadores

Capacidade de raciocínio da IA é “miragem”, dizem pesquisadores

Técnicas presentes em assistentes de IA não são raciocínio real, dizem acadêmicos (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Pesquisadores mostram que modelos de linguagem falham em resolver problemas que não estavam em seu do treinamento.
IAs podem gerar raciocínios que parecem corretos, mas apresentam erros lógicos.
Técnicas atuais, como cadeia de pensamentos, têm limitações e podem levar a respostas incorretas.

Um artigo escrito por pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, sugere que a capacidade de raciocínio de modelos de linguagem em larga escala (LLMs) é apenas uma “frágil miragem”, incapaz de resolver problemas lógicos que não fizeram parte de seu treinamento.

Nos últimos anos, ChatGPT, Gemini e outros assistentes com inteligência artificial passaram a contar com capacidades de “raciocínio simulado”, criando uma “cadeia de pensamentos” para destrinchar prompts em uma sequência de passos lógicos, que são apresentados ao usuário. No entanto, este método parece ter limitações.

IA tem dificuldade para resolver problemas novos

O trabalho dos cientistas ainda não foi revisado por pares e está disponível na plataforma Arxiv. Para avaliar a capacidade de raciocínio de um LLM, os pesquisadores criaram um ambiente de treinamento de IA com transformações simples de texto, como trocar letras de palavras para cifrá-las.

Logo em seguida, o LLM teve que realizar diversas tarefas. Algumas eram muito parecidas com as vistas no treinamento, enquanto outras precisavam combinar várias transformações para formar uma operação nova.

Problemas fora da base usada no treinamento viram dor de cabeça para IA (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Nos resultados, os modelos começaram a falhar quando precisaram lidar com novas transformações. Por exemplo: um modelo treinado com testes de “deslocar” letras (como trocar todas as letras pela seguinte no alfabeto) não sabia realizar tarefas que envolviam embaralhar a ordem das letras na própria palavra. Além disso, se o modelo tinha sido treinado com palavras de quatro letras, ele tinha dificuldades para resolver problemas com palavras de três ou cinco letras.

A IA até tentava generalizar regras lógicas com base em padrões observados durante o treinamento e criava linhas de raciocínio corretas, mas errava as respostas. O oposto também acontecia, mas com menos frequência: em alguns casos, o modelo chegava a uma resposta certa, mas usando encadeamentos incoerentes. Por fim, quanto maior o prompt e o número de passos necessário para chegar à resposta correta, pior era o desempenho do modelo.

Uma possível solução para isso é introduzir uma pequena quantidade de dados relacionada a diferentes tipos de problemas, mas os pesquisadores consideram que essa estratégia é “insustentável e reativa”.

Para eles, a conclusão é de que a técnica de cadeia de pensamentos pode produzir resultados convincentes, mas com falhas lógicas. Isso pode levar a riscos reais, caso o usuário confie na solução apresentada sem verificar se está tudo certo.

Outros estudos dizem que IA não pensa

Não é a primeira vez que cientistas chegam a esses resultados. Como lembra o Decoder, pesquisadores ligados à Apple já publicaram um artigo que aponta que LLMs usam reconhecimento de padrões e não planejamento simbólico ou compreensão estrutural.

Outros estudos levaram a resultados parecidos: acadêmicos ligados a duas universidades chinesas descobriram que o aprendizado por reforço com recompensas verificáveis, bastante usado na IA, não ajuda os modelos a desenvolver estratégias para resolver problemas.

Já cientistas da Universidade de Nova York descobriram que modelos de raciocínio não quebravam tarefas em um número suficiente de passos.

Por outro lado, críticos dizem que essas pesquisas são muito simplistas, pois não consideram que LLMs podem gerar códigos de programação para resolver problemas, ou ainda recorrer a ferramentas externas para buscar soluções.

Com informações do Ars Technica e do Decoder
Capacidade de raciocínio da IA é “miragem”, dizem pesquisadores

Capacidade de raciocínio da IA é “miragem”, dizem pesquisadores
Fonte: Tecnoblog

AOL anuncia o fim definitivo da internet discada

AOL anuncia o fim definitivo da internet discada

Um dos antigos CDs da AOL (imagem: Flickr/Patrick Lauke)

Resumo

AOL encerrará seu serviço de internet discada nos EUA em 30 de setembro de 2025, após 34 anos de operação.
Serviço de dial-up começou em 1991 e será encerrado devido à natural migração de clientes para opções de internet banda larga.
A AOL atuou no Brasil de 1999 a 2006, mas saiu do país devido, em grande parte, à concorrência acirrada de provedores locais.

Em tempos de banda larga por todos os lados, causa espanto que serviços de internet discada (dial-up) ainda existam. Pois saiba que a AOL é um dos provedores que oferecem esse tipo de acesso nos Estados Unidos. Mas isso vai mudar: a empresa vai deixar de oferecer internet discada em breve.

Quem nasceu na década de 1990, ou antes, conviveu com o auge da internet discada. Nessa modalidade de serviço, um modem deve ser conectado a uma linha telefônica fixa.

A conexão é estabelecida quando o equipamento “liga” para o número do provedor. O procedimento gera uma sequência de ruídos de acesso discado que não sai da memória de quem acessava a internet dessa forma.

Certamente, ninguém sente falta dessa modalidade. A conexão discada, quando ativada, impede o uso da linha telefônica para chamadas. Além disso, a velocidade de acesso é baixíssima, não passando de 56 Kb/s (kilobits por segundo). Sem contar que não é incomum a conexão cair.

O fim da internet discada na AOL

A partir de 30 de setembro de 2025, a AOL não oferecerá mais o seu serviço de internet discada nos Estados Unidos. Consequentemente, o discador AOL Dialer e o navegador AOL Shield serão descontinuados. A decisão foi comunicada em uma página de ajuda da empresa e descoberta pelo site PCGamer.

A razão é óbvia: no decorrer dos anos, os clientes dessa modalidade migraram para serviços mais avançados. Em 2015, quando serviços de banda larga já eram dominantes, a AOL ainda registrava cerca de 1,5 milhão de clientes de internet discada. Hoje, estima-se que esse número esteja na casa dos “milhares de clientes” (o que ainda é espantoso).

Em linhas gerais, os usuários atuais de linha discada estão baseados em áreas rurais que têm pouco ou nenhum acesso à internet via fibra óptica ou redes móveis, por exemplo. E, sim, esse cenário é realidade nos Estados Unidos, mesmo com o país sendo a economia mais forte do mundo.

Mas, aos poucos, essas áreas vão sendo atendidas por opções de banda larga. Regiões que não são alcançadas por opções convencionais podem se beneficiar dos serviços de acesso à internet via satélite, com a Starlink dominando esse segmento.

Na AOL, a modalidade de dial-up começou a ser oferecida em 1991. O serviço será encerrado após 34 anos de operação, portanto.

Modem interno de internet discada, capaz de alcançar 56 Kb/s (imagem: Everton Favretto/Tecnoblog)

A AOL já atuou no Brasil

Quem usou internet discada no Brasil deve se lembrar que a AOL manteve operações no país por alguns anos. A AOL Brasil, como era chamada, iniciou as suas atividades em 1999 distribuindo disquetes e CDs que ofereciam um navegador próprio da empresa e um período gratuito de uso de seu serviço de internet discada.

Essa estratégia deu resultado nos Estados Unidos, mas não no Brasil. Por aqui, a AOL teve que enfrentar a concorrência agressiva de provedores locais, como UOL e Terra, além dos numerosos serviços de internet discada gratuitos, como iG, BOL, BRFree, Cidade Internet e tantos outros.

Sem obter o sucesso esperado, a AOL saiu do Brasil em 2006.
AOL anuncia o fim definitivo da internet discada

AOL anuncia o fim definitivo da internet discada
Fonte: Tecnoblog

Meta coletou dados de ciclo menstrual e gravidez ilegalmente, conclui Justiça dos EUA

Meta coletou dados de ciclo menstrual e gravidez ilegalmente, conclui Justiça dos EUA

Meta coletou dados do app Flo para fins comerciais, segundo o júri (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A Justiça dos EUA concluiu que a Meta coletou ilegalmente dados de saúde do app Flo entre 2016 e 2019, violando leis de privacidade.
Flo é um popular aplicativo de monitoramento de ciclo menstrual e gravidez.
Segundo o júri, a coleta ocorreu via SDKs e teve fins comerciais, apesar de a Meta negar e culpar o desenvolvedor.

A Meta coletou e usou ilegalmente dados de saúde de usuárias do Flo, um popular aplicativo de monitoramento de ciclo menstrual e gravidez, para fins comerciais, concluiu um júri federal na Califórnia (EUA). Segundo o veredito, divulgado na última sexta-feira (02/08), a empresa “escutou” e gravou intencionalmente comunicações privadas no app sem o consentimento das mulheres.

O processo corre desde 2021 e acusa a big tech de usar suas ferramentas de desenvolvimento (SDKs) para interceptar informações sensíveis, como detalhes sobre o ciclo menstrual, atividade sexual e a intenção de engravidar das usuárias.

O júri entendeu que a empresa tinha conhecimento da prática e ainda assim lucrou com os dados. A Meta, entretanto, nega interesse nesse tipo de dado — embora recentemente tenha sido acusada de piratear até mesmo filmes pornográficos para treinar suas IAs.

Como a Meta coletou os dados?

De acordo com o júri, a coleta de dados acontecia por meio de um SDK integrado ao aplicativo Flo. A acusação diz que, entre novembro de 2016 e fevereiro de 2019, o Flo permitiu que Google e Meta acessassem dados privados das usuárias.

Dessa forma, sempre que uma usuária inseria informações no app — como, por exemplo, detalhes do seu ciclo e seu objetivo (engravidar, evitar gravidez, etc.) —, o Flo enviava esses dados para os servidores da Meta.

Os advogados das vítimas alegam que a dona do Facebook usava essas informações para fins comerciais, principalmente para alimentar algoritmos de publicidade. No julgamento, foram apresentadas comunicações internas da empresa que, segundo a acusação, sugerem que a Meta tinha plena consciência sobre o recebimento dos dados e seu uso para direcionar anúncios.

Além disso, a denúncia apresentou mensagens trocadas entre funcionários da Meta que pareciam zombar da natureza dos dados.

Meta culpa o desenvolvedor

Flo teria repassado dados íntimos de usuárias à Meta (imagem: divulgação/Flo)

Em sua defesa, a Meta argumenta que a responsabilidade pela coleta e compartilhamento dos dados é do desenvolvedor do aplicativo, neste caso, a Flo Health. A empresa de Mark Zuckerberg afirma que seus termos de serviço proíbem que desenvolvedores enviem informações sensíveis ou de saúde e que confiava que o Flo obteria o consentimento necessário de suas usuárias.

Inicialmente, o processo de fato se estendia à Flo Health — que chegou a lançar um modo anônimo em 2022 —, ao Google e à empresa de análise de dados Flurry. Todos fecharam acordos com as vítimas antes do início do julgamento, menos a Meta.

“Nós discordamos veementemente deste resultado e estamos explorando todas as opções legais”, disse um porta-voz da Meta ao site Ars Technica. “A privacidade do usuário é importante para a Meta, e é por isso que não queremos informações de saúde ou outras informações sensíveis.”

A big tech também alega que os dados recebidos eram codificados e que, sem uma “chave” de decodificação, as informações não tinham significado para a Meta. O júri não acatou os argumentos da defesa.

Com informações da Ars Technica
Meta coletou dados de ciclo menstrual e gravidez ilegalmente, conclui Justiça dos EUA

Meta coletou dados de ciclo menstrual e gravidez ilegalmente, conclui Justiça dos EUA
Fonte: Tecnoblog

Exclusivo: Operadora desmente rumor sobre Starlink grátis no Brasil

Exclusivo: Operadora desmente rumor sobre Starlink grátis no Brasil

Elon Musk é o acionista controlador da Starlink (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

T-Mobile explicou ao Tecnoblog que não há planos para disponibilizar a internet grátis da Starlink no Brasil.
A parceria com a Starlink oferece apenas acesso limitado nos Estados Unidos, sem custos adicionais, mas para planos avançados.
O serviço de internet via satélite T-Satellite está em fase beta nos EUA e é destinado a dispositivos compatíveis.

A operadora de telecomunicações T-Mobile, dos Estados Unidos, declarou com exclusividade ao Tecnoblog que a suposta internet grátis em parceria com a Starlink não será fornecida no Brasil. Por mais que alguns consumidores possuam smartphones compatíveis, não é possível captar o sinal por aqui.

Este tema gerou muita desinformação nos últimos dias, após perfis e sites brasileiros noticiarem manchetes como “Internet grátis da Starlink em celulares começa nesta quinta” ou “Starlink libera internet via satélite grátis”, porém sem explicar que a novidade vale apenas para clientes norte-americanos.

Qual a verdade sobre o assunto?

A T-Mobile, uma das maiores companhias de telefonia dos EUA, realmente fechou uma parceria com a Starlink, empresa de internet via satélite do empresário Elon Musk. Ela prevê o acesso à rede da Starlink, principalmente para atividades mais simples, como envio/recebimento de SMS ou ligações de emergência para o 911 (equivalente ao nosso 190).

Essa novidade só é possível porque smartphones mais recentes conseguem se comunicar diretamente com os satélites da Starlink, que ficam posicionados na órbita baixa da Terra (LEO). Ou seja, os dispositivos se conectam não à torre de telefonia em solo, como ocorre com a telefonia tradicional, mas sim aos equipamentos no espaço.

Para tanto, é preciso estar numa região descoberta, de modo que a conexão ocorra com sinal forte. A Starlink não funciona tão bem quando há obstáculos entre o telefone e o satélite.

T-Mobile explica o que o T-Satellite é capaz de fazer (imagem: reprodução)

O serviço se chama T-Satellite e permaneceu em estágio de testes, o chamado beta, por mais de um ano. Ele se vale do conceito de Direct to Cell (D2C).

O T-Satellite não é totalmente gratuito, como alardearam algumas postagens nas redes sociais. Na verdade, não há custo adicional para os clientes dos planos avançados da T-Mobile. Já assinantes de demais planos devem pagar uma taxa mensal de US$ 10, equivalente a R$ 56. Não custa lembrar: os Estados Unidos possuem um dos serviços de telecomunicações mais caros do mundo.

Onde tem T-Satellite?

A T-Mobile enfatizou na resposta ao Tecnoblog que o T-Satellite está disponível somente em território norte-americano.

O smartphone da pessoa precisa ter compatibilidade com a tecnologia. São dezenas de produtos que saíram nos últimos anos, a partir do iPhone 13 (Apple); Galaxy S21 e Galaxy A25 (Samsung); Moto Razr e Moto G de 2024 (Motorola); ou Pixel 9A (Google), apenas para citar alguns.

Por que não funciona no Brasil?

O T-Satellite foi projetado como um reforço para o serviço fornecido pela T-Mobile nos Estados Unidos. Ele tem foco nos americanos. Não há nenhuma informação oficial sobre a expansão para outros países.

Seria como se a Vivo, maior operadora brasileira, anunciasse o serviço de satélite sem custo adicional para clientes de planos do Vivo Total em território brasileiro. Na sequência, jornais da Argentina começassem a publicar notícias sobre um misterioso serviço de internet grátis por lá, dando a entender que bastaria ter um telefone compatível. O raciocínio não tem lógica alguma.

Aliás, tomamos conhecimento de uma pessoa que fez o teste: mora na fazenda, tem um iPhone 15, compatível com a conexão, e tentou captar o sinal da Starlink. “Não pegou nem urubu voando.”
Exclusivo: Operadora desmente rumor sobre Starlink grátis no Brasil

Exclusivo: Operadora desmente rumor sobre Starlink grátis no Brasil
Fonte: Tecnoblog

Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos

Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos

Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Austrália vai proibir o uso de YouTube, Facebook, Instagram e TikTok para menores de 16 anos a partir de dezembro, como medida de proteção digital.
A Alphabet, responsável pela plataforma, pode recorrer judicialmente para barrar a decisão, que não afeta o YouTube Kids.
Nos EUA, o YouTube testa uma IA para identificar usuários com menos de 18 anos e restringir conteúdo e anúncios direcionados.

Em dezembro deste ano, uma legislação que proíbe o uso de redes sociais por menores de 16 anos entrará em vigor na Austrália. Inicialmente, a decisão valeria somente para plataformas como Facebook, Instagram, TikTok e X. Mas o governo australiano decidiu incluir o YouTube nessa lista.

O YouTube iria ficar de fora da restrição porque as autoridades australianas entendiam que a plataforma é bastante popular entre professores que, presumivelmente, usam conteúdo selecionado no serviço como suporte a aulas ou a atividades educacionais.

Meta (Facebook e Instagram), Snapchat e ByteDance (TikTok) consideraram a decisão de isentar o YouTube injusta e, de modo geral, deram a entender que o serviço tem recursos semelhantes aos encontrados em suas redes sociais, como recomendação de conteúdo baseado em atividade.

Mas a decisão de incluir o YouTube na lista de serviços a serem proibidos para crianças e adolescentes tem como base uma pesquisa que constatou que 37% dos menores de idade acessam conteúdo nocivo na plataforma. Em parte, isso se deve à facilidade com que a IA permite que vídeos de qualidade duvidosa sejam publicados no serviço.

YouTube pode ir aos tribunais para derrubar restrição

Responsável pelo YouTube, a Alphabet não gostou da decisão. Em nota, a companhia declarou:

Nossa posição permanece clara: o YouTube é uma plataforma de compartilhamento de vídeos com uma biblioteca de conteúdo gratuito e de alta qualidade, cada vez mais visualizada em telas de TV. [A plataforma] Não é uma mídia social.

Há rumores de que a Alphabet estuda abrir uma ação judicial contra o governo australiano para impedir o bloqueio do YouTube a menores de 16 anos, mas a companhia não confirmou esses comentários.

Vale destacar que o YouTube Kids não será afetado pela medida. Isso porque essa variação da plataforma não permite comentários ou envio de vídeos por crianças.

YouTube poderá recorrer à Justiça (imagem: Lupa Charleaux/Tecnoblog)

YouTube vai ter IA para identificar usuários com menos de 18 anos

Curiosamente, a decisão do governo australiano foi anunciada quase ao mesmo tempo em que o YouTube revelou o início dos testes de uma tecnologia de IA para identificar usuários com menos de 18 anos nos Estados Unidos.

A tecnologia cruza uma série de parâmetros, como tempo de existência da conta, histórico de conteúdo visualizado e teor de vídeos pesquisados para determinar se aquele usuário tem mais ou menos de 18 anos.

Se o serviço determinar que a pessoa tem menos de 18 anos, o YouTube desativará a exibição de publicidade personalizada, restringirá as recomendações de conteúdo e ativará ferramentas de bem-estar digital, por exemplo.

Para o usuário que for identificado incorretamente como tendo menos de 18 anos, será possível validar a idade correta com o envio ao YouTube de um documento de identificação oficial.

Com informações da Reuters
Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos

Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos
Fonte: Tecnoblog

TikTok lança Footnotes, sua versão das Notas da Comunidade

TikTok lança Footnotes, sua versão das Notas da Comunidade

Footnotes permite adicionar notas a vídeos com alegações enganosas (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

O TikTok lançou nos EUA o recurso Footnotes, que permite a usuários adicionar notas explicativas a vídeos com potencial desinformativo.
As notas passam por uma avaliação comunitária e só são publicadas se forem consideradas “úteis” por outros colaboradores.
A iniciativa, ainda em fase inicial, exige que os participantes tenham mais de 18 anos, conta ativa há mais de seis meses e histórico limpo de violações.

Após permitir adicionar músicas direto do YouTube Music, o TikTok anunciou mais uma novidade nesta quarta-feira (30/07): o lançamento do Footnotes, seu próprio sistema de verificação de fatos baseado no feedback da comunidade.

A plataforma havia anunciado os planos de testar o recurso em abril. Disponível primeiro nos Estados Unidos, a iniciativa é mais uma criada para combater a desinformação e fornecer contexto para conteúdos com afirmações possivelmente enganosas.

Como funciona o Footnotes?

Assim como as Notas da Comunidade do X/Twitter, o sistema permite que usuários qualificados adicionem notas contextuais aos vídeos. Desse modo, eles participam da identificação e correção de conteúdo potencialmente problemático, oferecendo perspectivas adicionais ou refutações a informações imprecisas.

Quando um vídeo é sinalizado por conter informações potencialmente enganosas, usuários convidados a participar do programa podem escrever uma nota com contexto ou esclarecimento, como mostra a captura de tela abaixo.

Usuários selecionados adicionam contexto a vídeos, com notas validadas pela comunidade (imagem: reprodução/TikTok)

Essas notas são, então, submetidas à avaliação de outros contribuidores. Para ser publicada e visível publicamente, ela precisa ser classificada como “útil”. Esse processo de consenso, segundo o TikTok, garante a imparcialidade e a relevância das informações adicionadas.

O sistema é projetado para ser apolítico, acrescenta a rede social, focando rigorosamente na precisão dos fatos. Contribuidores não são remunerados por suas participações e devem aderir às diretrizes da comunidade do TikTok e às políticas específicas do programa, que incluem requisitos como a linguagem utilizada e a forma como as informações são apresentadas.

Critérios de seleção e expansão

Por enquanto, o TikTok está convidando um grupo limitado de usuários nos Estados Unidos para participar do Footnotes. O cadastro de colaboradores começou em abril e envolve alguns critérios: ter pelo menos 18 anos, estar no TikTok há mais de seis meses e não ter histórico recente de violação dos Padrões da Comunidade do TikTok. A rede social afirma que quase 80.000 usuários dos EUA se qualificaram.

A plataforma planeja expandir a base de participantes à medida que o programa evolui, mas não especificou um cronograma para a eventual expansão do “Footnotes” para fora dos Estados Unidos. O foco inicial está na avaliação e aprimoramento do sistema em um ambiente controlado, permitindo coletar feedback e fazer os ajustes necessários antes do lançamento em outros países.

Quase 80 mil usuários se qualificaram para participar do programa nos EUA (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A decisão de iniciar o programa nos EUA aconteceu por dois fatores: a importância do mercado para o TikTok e a prevalência de discussões sobre desinformação no país. A chegada do Footnotes também ocorre no momento em que as plataformas de mídia social enfrentam grande pressão para combater a disseminação de informações falsas.

Apesar da iniciativa, a plataforma de vídeos curtos indicou que continuará investindo em outras frentes, como inteligência artificial e moderação humana para complementar o novo sistema, reconhecendo que nenhuma solução sozinha é suficiente para enfrentar o desafio da desinformação online.

Atualmente, o TikTok trabalha com mais de 20 organizações de verificação de fatos, em mais de 60 idiomas e 130 mercados ao redor do mundo.

Com informações do TikTok e TechCrunch
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Fonte: Tecnoblog

Itália quer cobrar imposto sobre perfis gratuitos; redes sociais são contra

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Acesso às plataformas digitais pode mudar na Itália (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

A Itália propôs tributar as redes sociais alegando que o uso gratuito das contas em troca de dados é uma transação econômica.
Meta enfrenta cobrança de 887,6 milhões de euros, enquanto LinkedIn e X têm cobranças de 140 milhões de euros e 12,5 milhões de euros, respectivamente.
As plataformas recorreram na Justiça e o caso será debatido no Comitê de IVA da Comissão Europeia até o primeiro semestre de 2026.

A Itália está enfrentando resistência de grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos após propor uma medida fiscal inédita. Segundo a Reuters, as plataformas X, LinkedIn e Meta, dona do Facebook e Instagram, recorreram na Justiça contra uma cobrança bilionária de imposto sobre valor agregado (IVA), relacionada à oferta gratuita de seus serviços.

Essa é a primeira vez que o país não consegue chegar a um acordo extrajudicial com empresas de tecnologia nesse tipo de disputa, o que resultou no início formal de um processo tributário. A decisão italiana pode abrir precedente para uma nova abordagem fiscal dentro da União Europeia.

O que a Itália quer mudar?

De acordo com as autoridades fiscais do país, o acesso gratuito às plataformas digitais não é tão “gratuito” assim. O argumento é que, ao criarem uma conta, os usuários entregam dados pessoais que servem como moeda de troca. Para o governo, essa prática equivale a uma transação econômica que deveria ser tributada — ainda que não envolva dinheiro diretamente.

As cifras envolvidas são altas: a Meta é alvo de uma cobrança de 887,6 milhões de euros (cerca de R$ 5,78 bilhões), enquanto o X deve 12,5 milhões de euros e o LinkedIn, cerca de 140 milhões de euros. As empresas protocolaram recursos em um tribunal fiscal de primeira instância após o prazo de resposta ao auto de infração emitido em março ter expirado.

Medida pode chegar à União Europeia

Decisão italiana pode abrir precedente para uma nova abordagem fiscal dentro da UE (foto: Thijs ter Haar/Wikimedia Commons)

A iniciativa italiana, se mantida, tem potencial para impactar diversos segmentos econômicos, segundo especialistas ouvidos pela Reuters. Empresas que oferecem serviços gratuitos mediante o aceite de cookies de rastreamento, como varejistas, companhias aéreas e empresas de mídia, também poderiam ser enquadradas na mesma lógica tributária.

Como o IVA é um imposto harmonizado na União Europeia, existe a possibilidade de que a proposta italiana ganhe adesão em outros países do bloco. Por isso, o governo italiano deve buscar uma análise do Comitê de IVA da Comissão Europeia.

Para isso, a Receita da Itália deverá formular questões específicas, que serão encaminhadas pelo Ministério da Economia à entidade responsável. A previsão é que esse parecer seja discutido até o primeiro semestre de 2026.

Enquanto isso, as empresas mantêm sua posição. Em nota enviada à Reuters, a Meta afirmou que sempre colaborou com as autoridades e que “discorda fortemente da ideia de que permitir o acesso a plataformas digitais deva ser tratado como atividade tributável”.

LinkedIn e X não comentaram o caso. Tanto o Ministério da Economia da Itália quanto a Receita local também optaram pelo silêncio.

O desfecho ainda é incerto. A tramitação completa de um processo tributário no país pode levar até uma década, passando por três instâncias. Até lá, o tema deve seguir em debate tanto na esfera jurídica quanto nas discussões fiscais europeias.

Com informações da Reuters
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Fonte: Tecnoblog