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Celular vs câmeras profissionais: diferenças, vantagens e limitações

Celular vs câmeras profissionais: diferenças, vantagens e limitações

Celulares, câmeras DSLR e mirrorless têm diferenças em sensor de imagem, lentes compatíveis e recursos de processamento. As limitações dos smartphones incluem o tamanho do sensor e elementos ópticos com pouco zoom. Apesar disso, tanto celulares quanto câmeras profissionais fazem registros com boa qualidade de imagem, a depender do propósito.

Smartphones podem substituir câmeras profissionais? (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Para comentar os prós e contras de cada tipo de câmera, o Tecnoblog conversou com o fotógrafo profissional Erik Valentim, com o filmmaker e produtor de conteúdo audiovisual Alexandre Montenegro, e resgatou entrevistas anteriores com executivos da Samsung e Motorola sobre o assunto. Acompanhe a análise nas linhas a seguir.

ÍndiceQuais são as diferenças entre celulares e câmeras profissionais?1. Tamanho do sensor de imagem2. Tecnologia de sensor de imagem3. Resolução do sensor de imagem4. Lentes5. Fidelidade de cores6. Sistema de foco7. Estabilização de imagem8. Portabilidade/transporte9. CustoPrós e contras de celulares vs câmeras profissionaisQuais são as vantagens dos celulares sobre as câmeras profissionais?Quais são as vantagens das câmeras profissionais sobre smartphones?Celulares podem substituir câmeras profissionais?

Quais são as diferenças entre celulares e câmeras profissionais?

Celulares e câmeras profissionais podem ter diferenças na qualidade de fotos e vídeos devido a fatores como: tipo de sensor, as lentes utilizadas e o sistema de processamento de cores. Além disso, outros pontos pesam na hora de escolher entre uma câmera de smartphone ou um equipamento profissional, incluindo a portabilidade e o custo-benefício. Entenda todos eles a seguir.

1. Tamanho do sensor de imagem

O tamanho do sensor de câmeras DSLR ou mirrorless costuma ser maior do que o de smartphones. Quanto maior é o tamanho do sensor de imagem da câmera, maior é a sua capacidade de captação de luz, o que contribui para aumentar a nitidez da imagem e reduzir o ruído.

É comum que uma câmera DSLR ou mirrorless avançada tenha sensor full frame, cujo tamanho padrão é de 36 × 24 mm, um dos mais amplos do mercado. Câmeras mais acessíveis ou portáteis podem ter sensores menores, como APS-H (próximo de 28 x 19 mm) e APS-C (próximo de 25 x 17 mm).

Celulares são dispositivos ainda mais compactos e, geralmente, eles têm sensores de tamanho inferior, como de 1 polegada (cerca de 13 x 9 mm) ou de 1/1,3 polegada (perto de 10 x 8 mm). Com isso, há um fator de corte (crop fator) que faz a área visível desses sensores ser consideravelmente menor em relação ao full frame.

Tamanhos comuns de sensores; celulares costumam ter tamanhos entre 1 e 1/3 polegada, enquanto câmeras podem ser full frame (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Segundo o fotógrafo Erik Valentim, o sensor pequeno é uma grande dificuldade:

“A qualidade que as câmeras conseguem entregar é muito superior à dos smartphones. Em grande parte, isso é devido ao tamanho do sensor. Um sensor full frame, por exemplo, tem capacidade de, mesmo em condições de baixa luminosidade, entregar uma foto nítida, sem ruído e com qualidade profissional. [O sensor de] um smartphone não consegue entregar isso, hoje.”

2. Tecnologia de sensor de imagem

A tecnologia do sensor é outro aspecto capaz de influenciar na qualidade de imagem. Normalmente, sensores CMOS, encontrados em smartphones e câmeras DSLR/mirrorless mais recentes, consomem pouca energia e custam menos que o CCD. Mas um sensor CCD costuma ter mais sensibilidade à luz e fidelidade de cores.

Neste caso, a comparação não se dá entre categorias de dispositivos, mas entre produtos específicos que apresentem ou não o tipo de sensor de sua preferência.

3. Resolução do sensor de imagem

Celulares costumam ter sensores de maior resolução do que as câmeras profissionais. Mas somente a quantidade de megapixels não determina a qualidade da foto ou vídeo. Os fatores que determinam se a câmera do celular é boa incluem o tamanho do sensor, o tipo de processador de sinal de imagem e outros recursos de software.

Além disso, para que muitos megapixels caibam em sensores pequenos, o tamanho de cada pixel também deve ser reduzido. Isso diminui a quantidade de luz capturada, afetando o nível de detalhes e gerando ruído.

O filmmaker Alexandre Montenegro alerta sobre a importância de os megapixels não serem tratados como único fator de qualidade:

“A questão dos megapixels, às vezes, pode ser confundida como algo fundamental para se ter uma imagem digital de mais qualidade. Isso não é uma verdade absoluta. Muitas vezes é apenas marketing. O tamanho do sensor vai influenciar, o tamanho do próprio pixel vai influenciar.”

4. Lentes

Câmeras DSLR e mirrorless têm suporte a lentes intercambiáveis, o que não é oferecido por smartphones. Essa característica permite que o usuário escolha a opção mais apropriada para cada momento, conforme o funcionamento da objetiva, e ajuste com mais precisão parâmetros como a abertura de lente.

Ao tirar retrato de pessoas, o fotógrafo pode usar uma lente com profundidade de campo rasa para desfocar o fundo da cena. Já para paisagens, lentes ultrawide, com distância focal curta, são mais adequadas por permitirem que toda a área enquadrada saia com nitidez.

Empresas como Samsung, Xiaomi, Apple e Motorola superam essa limitação implementando diferentes tipos de lentes em smartphones. O filmmaker Alexandre Montenegro vê esse aspecto como uma abordagem útil, ainda que limitada:

“A impossibilidade de trocar de lentes já não é uma desvantagem tão grande, já que alguns modelos de smartphones têm uma lente ultra-angular, uma grande angular e uma teleobjetiva.

Claro que apenas isso não cobre todas as necessidades de um fotógrafo profissional, como fotografar algumas modalidades de esportes, como o surfe.”

Alguns aparelhos, como o Galaxy S23 Ultra, têm até lente periscópio para zoom óptico. Mas Valentim reforça que, apesar de toda a sofisticação que as câmeras de celulares têm, elas não atendem a todas as necessidades:

“Os smartphones não entregam vários recursos que as câmeras possuem, e que são necessários para fazer determinados trabalhos, por exemplo, a velocidade de disparo, e foco rápido e preciso. Determinadas situações exigem que o equipamento faça 10, 20 ou 30 disparos por segundo para você garantir um momento único.”

Lente 18-55 mm da Canon (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

5. Fidelidade de cores

Câmeras convencionais costumam entregar maior fidelidade de cores. Porém, celulares com processador de sinal de imagem (ISP) avançado conseguem registrar imagens com cores quase ou tão realistas quanto as câmeras DSLR e mirrorless.

Vale ressaltar que muitos smartphones geram fotos e vídeos com cores saturadas ou alta faixa dinâmica (HDR) devido à ação de um sistema de reconhecimento de cena. Não é um defeito, mas um esforço para atender ao usuário que aprecia esses efeitos, mas não sabe ou não gosta de configurar a câmera para gerá-los.

É compreensível que a indústria automatize os recursos fotográficos dos celulares, afinal, usuários com pouco ou nenhum conhecimento de fotografia formam a sua maior base de clientes.

Há até esforços para orientar os usuários sobre as várias câmeras que um smartphone pode ter, como explicou Renato Citrini, gerente de marketing de produto da Samsung, ao Tecnoblog em 2020:

“Na parte de câmeras múltiplas, a gente trabalha com uma parte mais educacional de mostrar quais são os reais benefícios, quais são os recursos na hora que você tem em um smartphone com quatro câmeras, o que você consegue fazer com uma ultrawide, o que você consegue fazer com uma câmera macro.”

Mas usuários com experiência em fotografia não são ignorados pelas fabricantes de celular. Muitos smartphones têm um modo “Pro” ou algo parecido que permite ajuste manual de parâmetros como balanço de branco, exposição, ISO e foco.

Alguns aparelhos registram imagens RAW (com dados brutos) para permitir edições minuciosas em aspectos como brilho, contraste e saturação.

Para todos os casos, a indústria recorre ainda a técnicas de fotografia computacional para amenizar as limitações das câmeras dos celulares. Entre elas estão o pixel binning, que combina vários pixels para formar um “superpixel”.

Modo Expert RAW em um Galaxy Z Fold 4, com vários tipos de ajustes (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

6. Sistema de foco

O foco automático (AF) funciona bem em câmeras ou celulares, com variações de precisão que seguem a faixa de preço desses aparelhos. O autofoco permite que a câmera ou celular encontre o assunto da foto ou vídeo de maneira rápida. Isso facilita o registro de imagens, especialmente em situações adversas, como quando há baixa luminosidade.

Em smartphones, a técnica PDAF é a mais comum, estando também presente em câmeras DSLR mais básicas. A tecnologia mede os ângulos de raios de luz para calcular a distância do objeto em relação à câmera.

Há outros sistemas de foco automático de celular, a exemplo da tecnologia LAF, que usa um feixe de laser para detectar a distância. Como a velocidade da luz é alta, o ajuste de foco é quase instantâneo com essa tecnologia.

Mas as câmeras podem ser mais vantajosas no foco manual: “os dois [tipos de dispositivos] são muito precisos, mas as câmeras ainda dão uma liberdade e um controle maior ao fotógrafo”, explica Montenegro.

Botão de foco automático e manual em lente Canon (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

7. Estabilização de imagem

A estabilização é importante para evitar movimentos que causam borrões ou desfoques na imagem. Os três tipos encontrados em câmeras e celulares são:

Estabilização eletrônica de imagem (EIS): utiliza zoom digital (por software) ou deslocamento do conteúdo das bordas do sensor. É comum em câmeras de ação, como as da linha GoPro, mas pode aparecer em celulares;

Estabilização óptica de imagem (OIS): move elementos da lente para compensar movimentos prejudiciais à imagem. É muito comum em câmeras DSLR e mirrorless, mas também aparece em smartphones;

Estabilização de imagem no corpo (IBIS): também chamada de sensor-shift, ajusta a posição do sensor de imagem para prevenir borrões ou desfoques. Aparece em câmeras e celulares avançados, como o iPhone 14 Pro.

Como celulares são levados para todos os lados, mas nem sempre há um suporte por perto para prevenir movimentos involuntários durante a tomada de fotos ou a gravação de vídeos, a indústria não hesitou em implementar estabilização nesses dispositivos.

“Estabilização é um ponto onde o celular já é bem melhor que algumas câmeras profissionais, e muito disso vem da junção hardware e software”, explica Alexandre Montenegro.

Mas câmeras também são fortemente beneficiadas por essas tecnologias, com a estabilização IBIS tendo destaque, como conta Erik Valentim:

“Os sensores estabilizados estão cada vez mais presentes nas câmeras mais avançadas, e eu acredito que vão se tornar um recurso obrigatório até nas câmeras de entrada. Até uns anos atrás, isso não era uma realidade, se fazia necessário o uso de um gimbal.”

Estabilização de imagem no corpo (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

8. Portabilidade/transporte

Celulares têm ampla vantagem em portabilidade, afinal, têm peso menor e são mais compactos, cabendo no bolso do usuário. Já as câmeras DSLR e mirrorless geralmente exigem uma bolsa de transporte dedicada, e até mesmo uma case à parte para acessórios e lentes — que conferem maior versatilidade ao equipamento.

Para quando isso for um problema, a solução pode ser a montagem de um kit básico de câmera e acessórios, mais fácil de ser carregado.

No âmbito profissional, o celular até pode ser uma alternativa, mas não em todas as circunstâncias, como exemplifica Valentim: “onde será colocado uma sapata de flash para conseguirmos usar um flash externo e mais potente?”.

Câmera mirrorless Panasonic Lumix G (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Mas o fotógrafo destaca que, nos registros cotidianos, as “câmeras foram completamente substituídas pelos smartphones”. Essa percepção é alinhada com a declaração dada ao Tecnoblog, em 2020, por Thiago Masuchette, head de produtos da Motorola Brasil:

“Os consumidores não queriam mais sair de suas casas com dois equipamentos (uma câmera e um celular para tirar as suas fotos). Os smartphones conseguiram agrupar mais e mais essa experiência. A Motorola trabalhou bastante para entender o que o consumidor buscava, o que ele deseja, a tendência e fazer essa implementação no seu portfólio.”

9. Custo

Câmeras profissionais são equipamentos caros, principalmente, se o fator custo incluir os preços de lentes e acessórios. Neste ponto, os celulares são mais vantajosos para usuários comuns, pois mesmos os modelos mais caros, como os iPhones Pro, tendem a ser mais baratos que um kit fotográfico de boa qualidade.

“Infelizmente, os equipamentos são muito caros e, nos últimos anos, tiveram um aumento absurdo nos preços. Uma ótima alternativa para quem quer iniciar na fotografia é recorrer a equipamentos usados”, aconselha Erik Valentim.

O iPhone 14 Pro é caro, mas kits de câmeras podem custar bem mais (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Já Alexandre Montenegro recomenda que fotógrafos e filmmakers aluguem equipamentos profissionais ou, quando a compra for imprescindível, simplesmente façam cálculos:

“Eu tenho um cálculo bem simples, que me ajuda a tomar uma decisão na hora de comprar uma câmera. Preciso faturar pelo menos cinco vezes o valor do equipamento no prazo de um ano. Não serve para tudo, mas dá pra aplicar na decisão de compra de uma câmera nova, uma lente nova ou um computador novo.

Existe a possibilidade de alugar um equipamento novo. Então eu posso alugar algumas vezes antes de comprar um equipamento específico. E, se eu passo alugar muitas vezes esse mesmo equipamento, eu o compro.”

Prós e contras de celulares vs câmeras profissionais

Escolher entre a câmera de um smartphone ou câmeras profissionais, seja DSLR ou mirrorless, vai depender do tipo de uso pretendido.

Celulares são dispositivos compactos, e têm como vantagem principal a portabilidade, já que permitem filmar ou fotografar em diversos ambientes, sem ocupar muito espaço ou serem sequer percebidos.

Os smartphones são ideais para usuários comuns ou mesmo produtores de conteúdo profissionais que desejam fazer imagens cotidianas em boa qualidade para postar em redes sociais e não pretendem gastar muito com o equipamento.

A principal desvantagem fica por conta do nível de detalhes e redução de ruído, que tendem a ser inferiores se comparados com o que as câmeras profissionais oferecem.

As câmeras DSLR e mirrorless saem na frente no quesito qualidade de imagem por terem sensores maiores, que permitem maior captura de luz.

Além disso, as câmeras profissionais costumam entregar maior fidelidade de cores e são mais versáteis por permitirem a troca de lentes para adequar a foto ou vídeo às necessidades da cena, abrindo espaço para a criação de composições criativas.

A desvantagem fica por conta do alto custo e espaço físico ocupado por esse tipo de equipamento.

Quais são as vantagens dos celulares sobre as câmeras profissionais?

Portabilidade

Menor preço

Facilidade de compartilhamento

Quais são as vantagens das câmeras profissionais sobre smartphones?

Imagens com mais detalhes e menos ruído

Maior controle de foco com o modo manual

Versatilidade com lentes intercambiáveis

Maior fidelidade de cores

Celulares podem substituir câmeras profissionais?

Os celulares podem substituir câmeras digitais para o usuário comum, mas câmeras DSLR e mirrorless ainda são mais indicadas para profissionais.

Embora linhas de smartphones como iPhone Pro e Galaxy S permitam fotografias e filmagens de alta qualidade, elas não oferecem todos os recursos que um fotógrafo profissional pode precisar.

Para assuntos que se movem muito (esportes ou vida selvagem) e ambientes com pouca luz ou muita variação de luminosidade (festas ou shows), por exemplo, a experiência do fotógrafo pode precisar ser combinada com câmeras equipadas com sensores amplos, vários tipos de lentes e um bom conjunto de acessórios.

Com o celular não substituindo as câmeras em todos os momentos, quem se interessa pela área precisa analisar a “disputa” DSLR vs mirrorless para escolher o melhor equipamento para as suas necessidades. Cada categoria tem vantagens e desvantagens, mas câmeras mirrorless já são a maioria das opções nas lojas.
Celular vs câmeras profissionais: diferenças, vantagens e limitações

Celular vs câmeras profissionais: diferenças, vantagens e limitações
Fonte: Tecnoblog

O que é velocidade do obturador? Descubra o ajuste ideal para sua câmera

O que é velocidade do obturador? Descubra o ajuste ideal para sua câmera

A velocidade do obturador é o tempo que o obturador da câmera leva para abrir e fechar. Em fotografia digital, seu ajuste determina a exposição do sensor à luz e controla a forma como o movimento é retratado em uma foto.

Ajuste da velocidade do obturador na câmera (Imagem: Felipe Ventura / Tecnoblog)

ÍndiceComo funciona a velocidade do obturador de uma câmeraQuando usar um obturador mais rápido ou mais lentoQue velocidade de obturador congela o movimento?Qual a velocidade de obturador mais alta que posso usar?

A velocidade do obturador é um dos três pilares da fotografia, assim como a abertura do diafragma e a sensibilidade ISO. O ajuste desse triângulo de exposição é fundamental no modo manual de qualquer câmera DSLR, mirrorless ou celular.

Como funciona a velocidade do obturador de uma câmera

Quanto mais alta a velocidade de obturador, menor a exposição – isto é, menor será a quantidade de luz que a câmera capta. Se a velocidade for baixa, a exposição será maior.

A velocidade do obturador é expressa em frações de segundos e corresponde ao tempo de exposição. Por exemplo, 1/2 segundo é uma velocidade baixa que deixaria um borrão na imagem; enquanto isso, 1/1.000 segundo é bem rápido e congelaria um objeto em movimento. Quanto maior o denominador, mais rápido será o obturador.

Veja como a velocidade do obturador afeta as fotos (Imagem: Felipe Ventura e Vitor Pádua / Tecnoblog)

Uma velocidade de 1/1.000 segundo é considerada alta, enquanto 1 segundo ou mais é uma velocidade de obturador baixa. Um valor entre 1/250 e 1/60 segundo é recomendado para condições com boa iluminação e sem movimentos rápidos. Com o modo Shutter Priority (S), você pode fixar uma velocidade do obturador, e a câmera vai ajustar a abertura e a exposição.

O tempo de exposição vale da mesma forma para os dois tipos existentes de obturador. O obturador físico é um componente de câmeras profissionais que abre e fecha; o obturador eletrônico, comum em celulares, emite uma carga elétrica indicando ao sensor quando capturar a luz.

Quando usar um obturador mais rápido ou mais lento

Velocidades de obturador mais rápidas são usadas para “congelar” objetos em movimento, como atletas em um evento esportivo ou um carro de Fórmula 1. A cena precisa estar bem-iluminada, porque o obturador ficará aberto por pouco tempo, abrindo e fechando em uma rapidez que o olho humano mal consegue detectar.

Uma velocidade rápida do obturador ajuda a evitar o motion blur, efeito causado pelo movimento de um objeto ou da própria câmera.

Por sua vez, uma velocidade de obturador mais lenta ajuda a iluminar cenas mais escuras, pois deixa entrar mais luz pela lente. A longa exposição pode ser útil para fotografar a Via Láctea ou o céu noturno. Além disso, você pode usar uma velocidade mais lenta ao capturar uma cachoeira ou fogos de artifício, para dar a sensação de movimento.

Quando o obturador fica aberto por mais tempo, qualquer objeto que esteja no enquadramento pode ficar desfocado. Por isso, para fotos com mais exposição, é importante usar um tripé (para evitar movimentos da câmera e da sua mão).

A velocidade do obturador não afeta diretamente a profundidade de campo; a nitidez da imagem depende da abertura.

Que velocidade de obturador congela o movimento?

A velocidade de 1/2.000 segundo congela objetos em movimento rápido, como carros ou animais, de acordo com a Canon. Para congelar pessoas caminhando, você pode usar uma velocidade de 1/250 ou 1/500 segundo.

Qual a velocidade de obturador mais alta que posso usar?

O iPhone 14 Pro Max tem velocidade de obturador máxima de 1/8.000 segundo, enquanto celulares Android como o Samsung Galaxy Fold 4 chegam a 1/12.000. A maioria das câmeras DSLR tem velocidade de 1/4.000 ou 1/8.000 segundo.
O que é velocidade do obturador? Descubra o ajuste ideal para sua câmera

O que é velocidade do obturador? Descubra o ajuste ideal para sua câmera
Fonte: Tecnoblog

O que é abertura de lente? Saiba como ela afeta as fotos da câmera

O que é abertura de lente? Saiba como ela afeta as fotos da câmera

A abertura é o diâmetro do diafragma de uma lente e controla a entrada de luz para o sensor da câmera. Em fotografia digital, seu ajuste modifica a profundidade de campo da imagem.

Ajuste da abertura de lente na câmera (Imagem: Felipe Ventura / Tecnoblog)

ÍndiceComo funciona a abertura da lente de uma câmeraQuando usar uma abertura maior ou menorQual abertura deixa a imagem totalmente focada?Qual abertura é mais próxima do olho humano?Lente com abertura maior é mais nítida?Qual a lente com maior abertura do mundo?

A abertura do diafragma é um dos três pilares da fotografia, assim como a velocidade do obturador e a sensibilidade ISO. O ajuste desse triângulo de exposição é fundamental no modo manual de qualquer câmera DSLR, mirrorless ou celular.

Como funciona a abertura da lente de uma câmera

Quanto maior a abertura, mais luz a lente deixa entrar. O funcionamento do diafragma da lente é semelhante ao olho humano, no qual a pupila fica maior e mais dilatada para enxergar melhor em um ambiente mais escuro.

O f/stop ajusta o tamanho da abertura e, portanto, quanta luz pode passar pela lente da câmera. Ele é geralmente escrito com “f” minúsculo, barra e um número, como f/3,5; e também pode ser representado com F maiúsculo (sem barra), como F3,5.

A abertura controla a profundidade de campo, ou seja, a nitidez do plano de fundo em fotos e vídeos. Quanto maior o f/stop, maior a profundidade de campo – assim, uma área maior da imagem estará em foco. Enquanto isso, quanto menor o f/stop, menor a profundidade de campo, e o fundo ficará mais borrado.

Abertura da lente muda o foco do plano de fundo (Imagem: Felipe Ventura e Vitor Pádua / Tecnoblog)

O f/2 é considerado um f/stop baixo; o f/5,6 está na faixa intermediária, enquanto o f/11 é tido como alto. Lentes com f/stop a partir de f/1,4 ou f/1,8 são chamadas de lentes rápidas. Câmeras permitem fixar o f/stop com o modo Aperture Priority (A).

O f/stop é a proporção entre a distância focal da lente e o diâmetro da entrada de luz. Portanto, um f/stop maior significa uma abertura menor, enquanto um f/stop menor corresponde a uma abertura maior. Você pode considerar o número f como uma fração: por exemplo, 1/2 (um dividido por dois) é maior que 1/10 (um dividido por dez), então f/2 corresponde a uma abertura maior que f/10.

Quando usar uma abertura maior ou menor

Uma abertura grande – ou seja, um f/stop baixo – deixa o fundo desfocado, por isso é usada no modo retrato: isso destaca a pessoa na foto e cria um efeito bokeh, borrando quaisquer distrações na parte de trás.

Uma abertura pequena (f/stop alto) é recomendada para fotografar paisagens e edifícios, porque a câmera vai focar simultaneamente nos elementos do primeiro plano e do fundo. A abertura baixa também ajuda a capturar detalhes nítidos em fotografia macro, por aumentar ao máximo a profundidade de campo.

Qual abertura deixa a imagem totalmente focada?

A abertura f/22 deixa a foto com foco em todas as partes, de acordo com a Adobe. Como o f/stop é alto, a profundidade de campo também será.

Qual abertura é mais próxima do olho humano?

A abertura f/3,2 corresponde ao olho humano, considerando um diâmetro de 7 mm para a entrada de luz, de acordo com o especialista em fotografia Roger N. Clark. A abertura pode variar de uma pessoa para outra, e diminui com a idade.

Lente com abertura maior é mais nítida?

Não necessariamente. A nitidez aumenta com o f/stop até certo ponto – entre f/8 e f/11, segundo o fotógrafo profissional Wolf Amri. Com valores acima de f/11, a nitidez da imagem vai diminuir.

Qual a lente com maior abertura do mundo?

A lente Zeiss Planar 0,7/50 mm possui a maior abertura do mundo, de acordo com a própria Zeiss. Com f/0,7, ela foi usada pela NASA para filmar a Lua e pelo diretor Stanley Kubrick para gravar o filme Barry Lyndon à luz de velas.
O que é abertura de lente? Saiba como ela afeta as fotos da câmera

O que é abertura de lente? Saiba como ela afeta as fotos da câmera
Fonte: Tecnoblog

O que é profundidade de campo e como ajustá-la para fazer fotos criativas?

O que é profundidade de campo e como ajustá-la para fazer fotos criativas?

A profundidade de campo (DoF) indica a área de nitidez, antes e depois, do ponto em foco na imagem. Esse parâmetro varia conforme a abertura da lente e a distância focal. Pode-se usá-lo para fins criativos, como gerar fotos com fundo desfocado (efeito bokeh).

O que é profundidade de campo (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

ÍndiceFatores que alteram a profundidade de campoAbertura de lenteDistância focalDistância do objetoTamanho do sensorExemplos práticosFotografia de paisagem e arquiteturaRetratosFotografia esportiva

Fatores que alteram a profundidade de campo

Quando a lente de uma câmera foca em um assunto (objeto, pessoa, animal ou cena), há um espaço à frente e atrás desse ponto que permanece nítido na imagem. A extensão de toda essa área é reconhecida como profundidade de campo, e ela pode ser:

Profundidade de campo ampla ou profunda: se a extensão é grande a ponto de haver nitidez entre elementos distantes entre si;

Profundidade rasa ou estreita: se a extensão é curta, resultando em maior desfoque no fundo e à frente do assunto.

A seguir, explicamos como a abertura de lente, distância focal, distância do objeto e o tamanho do sensor determinam o nível de extensão da profundidade de campo.

Abertura de lente

A abertura de lente define a quantidade de luz que entra na câmera por meio do diafragma. Quanto maior a abertura de lente, menor é a profundidade de campo da imagem.

Em uma lente com abertura f/1,4, o diâmetro é muito maior que uma abertura f/8,0, por exemplo. Quanto maior é o diâmetro, maior é a quantidade de luz capturada, de modo que somente o que está próximo da câmera será registrado com foco.

Logo, uma lente com abertura f/1,4 tem menor profundidade de campo do que uma com f/8,0.

Níveis de abertura de lente (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Aberturas grandes são ideais para selfies com fundo desfocado (efeito bokeh). Aberturas menores são adequadas para paisagens, quando não há interesse em desfoque do fundo.

Distância focal

A distância focal (comprimento focal) define o tamanho do campo de visão capturado pela lente. Quanto maior a distância focal, menor é a profundidade de campo.

Cada tipo de lente tem um comprimento focal específico. Nas lentes fixas, esse parâmetro não muda. Nas lentes zoom, a distância focal pode ser ajustada dentro de limites mínimos e máximos.

Se tomarmos como exemplo uma lente grande-angular, tipo que permite enquadramento de uma área grande da cena, a distância focal chega a 35 mm, tipicamente. Já uma lente teleobjetiva, para zoom, tem comprimento focal superior a 100 mm.

Variações de distância focal (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Entre ambos os tipos, a teleobjetiva tem fundo mais desfocado, pois o seu comprimento focal é maior. Basta notar que, em fotos de pássaros tiradas de longe, com zoom aplicado, o fundo da imagem frequentemente não tem foco atrás do animal.

A imagem está desfocada atrás do pássaro (imagem: PxHere)

Distância do objeto

Quanto mais próximo o assunto a ser fotografado estiver da câmera, menor é a profundidade de campo. Isso significa que, se um objeto estiver a 1 metro da lente, a sua área de nitidez vai ser menor do que se a distância fosse de 10 metros.

A diminuição da profundidade de campo é facilmente perceptível em fotografia macro, categoria que expande a visão de assuntos muito pequenos, como insetos e flores. Em imagens do tipo, a área nítida diminui de tamanho à medida que o assunto fica mais próximo da lente.

Em algumas situações, a área nítida é tão reduzida que é fácil perdê-la. Uma solução para esse problema é usar o foco manual da câmera no lugar do foco automático (autofoco).

Foto macro, com profundidade de campo rasa (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

O efeito da distância sobre a profundidade de campo tem relação com os círculos de confusão, que indicam o nível de nitidez. Quanto menor o círculo, mais nítida a imagem. Contudo, o círculo de confusão se torna maior à medida que o assunto se afasta do plano de foco.

Tamanho do sensor

As câmeras digitais trazem um sensor que capta a luminosidade da cena para a imagem ser registrada. De forma geral, quanto menor o for o tamanho do sensor de imagem, maior será a profundidade de campo.

Assim, uma câmera com sensor full frame (tamanho completo) tende a ter profundidade mais estreita em relação a um sensor APS-C (menor) com o uso da mesma lente.

Ajustes de distância focal e abertura de lente ajudam a adaptar a profundidade de campo quando há sensores com tamanhos diferentes. O ajuste da distância em relação ao objeto a ser fotografado também é importante, pois permite ao fotógrafo chegar a um círculo de confusão aceitável para cada circunstância.

Câmera DSLR Canon Rebel T6 com sensor APS-C (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Exemplos práticos

A abertura de lente, o comprimento focal e a distância em relação ao assunto são parâmetros que podem ser ajustados de acordo com a intenção da foto. A seguir, algumas recomendações para três circunstâncias comuns.

Fotografia de paisagem e arquitetura

Lentes ultrawide são mais indicadas para fotografar paisagens, bem como ambientes internos para fins de arquitetura ou design de interiores. Por oferecer um ângulo de visão mais aberto, esse tipo de lente permite o enquadramento de áreas grandes da cena.

Também é recomendável fechar o diafragma da câmera até a profundidade de campo atingir a nitidez desejada. Para isso, a dica é usar a distância hiperfocal, técnica que maximiza a profundidade de campo a partir do ponto de foco.

Foto de paisagem, com profundidade de campo ampla (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Retratos

Para retrato de pessoas, animais ou objetos, é recomendável que a lente tenha um número f-stop baixo (maior abertura), de modo a se obter menor profundidade de campo. Com isso, o plano de fundo será desfocado para destacar o assunto.

Esse tipo de ajuste pode ser aplicado facilmente em uma câmera DSLR ou mirrorless. Em smartphones, a dica é usar o modo retrato, que aciona o sensor de profundidade do celular para gerar o desfoque. Nos aparelhos sem esse componente, o ajuste é feito por software.

Retrato, com profundidade de campo rasa (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Fotografia esportiva

A lente teleobjetiva é muito usada para fotos de disputas esportivas ou atletas em ação. Um dos motivos para isso é a grande distância que normalmente existe entre a câmera e o atleta. Outro é o comprimento focal maior desse tipo lente, que permite destacar o atleta ao deixar a maior parte da cena sem foco.

Foto esportiva; note que o fundo está desfocado, deixando o atleta em evidência (imagem: PxHere)

Também é importante que a velocidade do obturador seja rápida para evitar que movimentos rápidos do atleta apareçam na imagem como borrões.
O que é profundidade de campo e como ajustá-la para fazer fotos criativas?

O que é profundidade de campo e como ajustá-la para fazer fotos criativas?
Fonte: Tecnoblog

O que é a distância focal de uma lente fotográfica?

O que é a distância focal de uma lente fotográfica?

A distância focal (comprimento focal) é uma medida que define o campo de visão de uma lente fotográfica. Quanto maior a distância, menor é a profundidade da cena e mais extensa é a sua ampliação. Já uma distância focal curta resulta em ângulo de visão maior.

Distância focal em câmera (imagem: Jamie Street/Unsplash)

O comprimento focal é expresso em milímetros (mm) para informar a distância entre o centro óptico da lente (ponto em que os raios de luz da cena se encontram) e o sensor da câmera (ou filme, nas câmeras analógicas). A seguir, entenda como esse parâmetro se comporta em cada tipo de lente.

ÍndiceDistâncias focais fixa e variávelDistância focal em diferentes tipos de lentesLentes especiaisFator de corteDistorção de imagemAberração cromáticaPerguntas frequentes

Distâncias focais fixa e variável

Lentes podem ter comprimento focal fixo ou variável. Uma lente fixa (prime) de 50 mm tem centro óptico a essa distância do sensor da câmera.

Já lentes de zoom, que permitem ajustar a aproximação da câmera em relação ao que vai ser fotografado ou filmado, têm distância focal que varia dentro de um comprimento mínimo e máximo.

É o caso das lentes 18-55 mm, muito comuns no mercado. Esses números indicam que a distância focal da lente pode ser ajustada entre 18 e 55 mm.

Lente 18-55 mm da Canon (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Se o comprimento focal é extenso, alcançando medidas como 300 mm, o ângulo de visão da câmera é proporcionalmente menor. Contudo, a aproximação sobre o que deve ser fotografado ou filmado é maior.

Distâncias focais curtas, como 11 mm ou 24 mm, resultam em ângulo de visão mais amplo e, portanto, geram maior profundidade de campo (área focada pela câmera).

Distâncias focais de 18 a 300 mm (imagem: Dave Black/Nikon)

Distância focal em diferentes tipos de lentes

Lentes de câmeras são divididas em categorias com diferentes distâncias focais. Estes são os principais tipos de lentes:

Lente grande-angular (wide): com distância focal de até 35 mm, alcança ângulos entre 80 e 120 graus, tipicamente. É muito usada para registrar paisagem ou trabalhos de arquitetura;

Lente ultrawide: é uma grande-angular, mas com distância focal inferior a 24 mm. São adequadas para cobrir um campo de visão amplo ou quando há pouco espaço para movimentação do fotógrafo;

Lente normal (standard): tem distância focal típica entre 35 e 50 mm. Versátil, pode ser usada para retrato, registros a céu aberto e até ambientes fechados;

Lente telefoto curta (teleobjetiva curta): com distância focal entre 70 e 100 mm, além de ângulo na faixa de 25-30 graus, tem efeito de zoom. É adequada para imagens que requerem efeito de aproximação;

Lente telefoto (teleobjetiva): com distância focal de 100 mm ou mais, tem ângulo de visão próximo a 25 graus. Tem zoom, por isso, é ideal para esportes, natureza e qualquer circunstância que requer aproximação.

Lentes especiais

O mercado de câmeras também conta com lentes cujas características as fazem ser usadas para fins muito específicos. As mais conhecidas são:

Lente olho de peixe (fisheye): é um tipo de ultrawide com distância focal de até 14 mm, embora alguns fabricantes considerem um comprimento de até 24 mm. Com ângulos de até 180 graus, gera um efeito de distorção circular apreciado para fins artísticos;

Lente super telefoto (teleobjetiva longa): tem distância focal acima de 200 mm. É muito usada para esportes, corridas de veículos e vida selvagem;

Lente macro: a distância focal costuma variar entre 35 e 200 mm. Captura detalhes que não são percebidos pelo olho humano. É indicada para imagens de insetos, plantas e componentes eletrônicos.

Relação entre distância focal e campo de visão em lentes de câmeras (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Fator de corte

Fator de corte (crop factor) é um parâmetro usado para calcular o tamanho da imagem registrada pelo sensor, o componente que capta a luminosidade da cena para gerar uma foto ou vídeo.

O cálculo é importante porque há vários tipos de sensor de imagem e essas variações alteram o cálculo de distância focal.

Frequentemente, câmeras DSLR e mirrorless avançadas usam sensores full frame, cujas medidas se aproximam de 36 x 24 mm. Isso os tornam equivalentes aos filmes de 35 mm.

Filmes de 35 mm eram populares quando câmeras SLR (analógicas) dominavam o mercado. Como esses filmes tinham um tamanho padrão, os fotógrafos sabiam que uma lente com determinada distância focal teria o mesmo campo de visão em qualquer câmera.

As dimensões parecidas com as dos filmes de 35 mm fazem a indústria usar sensores full frame como referência para calcular a distância focal das lentes. Contudo, há numerosas câmeras digitais baseadas em sensores menores, que registram imagens com bordas cortadas em relação ao padrão full frame.

A variação mais comum é o APS-C, tipo de sensor com tamanhos próximos a 22 x 15 mm. Outra são os sensores micro três quartos (micro four thirds), com dimensões de 17 x 13 mm, aproximadamente.

Em razão disso, o fator de corte é usado para recalcular proporcionalmente esse parâmetro. Assim, uma lente de 50 mm colocada em uma câmera cujo sensor tem fator de corte de 1,5 alcança uma distância focal recalculada de 75 mm.

A conta é feita multiplicando a distância focal original pelo fator de corte do sensor. Esses são os fatores de corte de algumas linhas de câmeras populares:

Fujifilm X: 1,5

Pentax DA: 1,5

Nikon DX: 1,5

Sony E: 1,5

Canon EF-S / EF-M: 1,6

Sigma Foveon: 1,7

Distorção de imagem

Lentes com comprimento focal curto podem causar distorção na imagem. Isso acontece porque, quanto menor a distância focal, maior é a perspectiva sobre os elementos que compõem a cena, o que gera a impressão de que há mais espaço entre eles.

Há dois tipos de distorções:

Distorção barril (barrel): gera um efeito de curvatura para fora, isto é, com o centro da imagem mais amplo do que as bordas. É frequente em lentes grande-angular;

Distorção almofada (pincushion): resulta em um efeito de curvatura para dentro, quando as bordas da imagem ficam mais ampliadas do que o centro. É normalmente encontrada em teleobjetivas.

A distorção barril pode ser notada em lentes grande-angular de celulares. Elas são usadas nesses dispositivos para permitir que uma área maior possa ser enquadrada. A consequência é que as bordas da imagem podem ficar curvadas. Muitos celulares corrigem o problema com ajustes de software.

Distorção barril em foto com distância focal de 11 mm (imagem: PxHere)

Ainda em um smartphone, distorções podem ser notadas nas selfies, quando o rosto da pessoa fica mais arredondado no contorno e expandido no meio. Isso ocorre porque as câmeras frontais desses aparelhos também são baseadas em lente grande-angular.

Nem sempre a distorção é indesejada. Nas lentes olho de peixe, com comprimento focal muito curto e ângulo de visão de até 180 graus, o efeito circular causado pela distorção serve a trabalhos criativos.

Aberração cromática

A aberração cromática é provocada por diferenças na refração de cores. O problema se manifesta quando a lente não é capaz de capturar os comprimentos de onda de cada cor de modo que todas elas fiquem no mesmo plano focal. A consequência é o surgimento de halos coloridos na imagem.

O plano focal é a área no sensor no qual os pontos de luz capturados pela lente devem se concentrar. Porém, a distância focal e outros fatores podem fazer determinados comprimentos de ondas alcançarem pontos à frente ou atrás do plano.

Ajustes de abertura da lente ou de comprimento focal amenizam as aberrações cromáticas. Alguns fabricantes compensam esse efeito construindo lentes com um vidro de baixa dispersão para orientar a luz no plano focal.

Foto com aberração cromática nas bordas das folhas (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Perguntas frequentes

Qual lente tem a distância focal mais versátil? Lentes com distância focal de 18-55 mm são boas opções para quem busca versatilidade. Isso porque elas cobrem a faixa entre 30 e 50 mm, a que mais se aproxima da percepção do olho humano, além de permitirem zoom. Qual a diferença entre lentes fixas e zoom? A diferença entre lente fixa e zoom está no fato de que, na primeira, a distância focal e o ângulo de visão não se alteram. Nas lentes de zoom, esses parâmetros variam dentro de limites mínimos e máximos.
O que é a distância focal de uma lente fotográfica?

O que é a distância focal de uma lente fotográfica?
Fonte: Tecnoblog

O que é ISO na fotografia? Entenda como funciona a sensibilidade do sensor

O que é ISO na fotografia? Entenda como funciona a sensibilidade do sensor

O ISO é um número que descreve a sensibilidade à luz de um sensor de câmera digital ou de um filme fotográfico. Em fotografia digital, ela controla se a imagem ficará mais clara ou mais escura; e afeta o nível de ruído nas fotos.

Ajuste de ISO na câmera (Imagem: Felipe Ventura / Tecnoblog)

ÍndiceComo funciona a sensibilidade ISO de uma câmeraQuando usar um ISO alto ou baixoPerguntas frequentes

A sensibilidade ISO é um dos três pilares da fotografia, assim como a abertura do diafragma e a velocidade do obturador. O ajuste desse triângulo de exposição é fundamental no modo manual de qualquer câmera DSLR, mirrorless ou celular.

Como funciona a sensibilidade ISO de uma câmera

O valor ISO é uma configuração da câmera que ilumina ou escurece uma foto. Quanto mais alto o ISO, mais clara será a imagem; quanto menor o ISO, mais escura ela ficará.

O ISO normalmente segue esta sequência de números: 100, 200, 400, 800, 1.600, 3.200, 6.400, e assim por diante. No geral, valores ISO 200 ou inferiores são considerados baixos; se estiverem em 1.600 ou mais, são altos.

Um ISO mais alto pode gerar mais ruído (granulação) e reduzir a qualidade da imagem. Porém, com um ISO menor, você não poderá capturar muitos detalhes em ambientes escuros.

ISO alto pode gerar ruído em fotos de ambientes iluminados (Imagem: Felipe Ventura e Vitor Pádua / Tecnoblog)

Vale lembrar que, tecnicamente, o sensor de câmeras digitais tem somente um ISO fixo, mas consegue amplificar o sinal digital da imagem para atingir várias sensibilidades ISO diferentes.

ISO é a sigla em inglês para Organização Internacional de Padronização. Os padrões ASA e DIN, antes usados para medir a sensibilidade do filme fotográfico, foram unificados em padrões ISO em 1974. O padrão para câmeras digitais é o ISO 12232, criado em 1998 e atualizado em 2019.

Quando usar um ISO alto ou baixo

Use um ISO abaixo de 400 nestas situações:

Fotos em ambientes com bastante luz têm qualidade superior com ISO baixo, conforme explica a Adobe. Isso vale para fotografar pessoas em local ensolarado, ou um evento com boa iluminação artificial;

Paisagens estáticas em geral se beneficiam de um ISO baixo: isso evita que as fotos fiquem muito expostas ou desbotadas, além de reduzir o ruído;

Algumas cenas noturnas ficam melhores com um ISO menor (aliado a uma velocidade do obturador baixa), segundo a fabricante Ricoh. Isso vale, por exemplo, para registrar os rastros de luz em um show de fogos de artifício. É importante estabilizar a câmera com um tripé, no entanto.

Prefira o ISO 1.600 ou mais alto nestes casos:

Para retratos de pessoas em ambientes pouco iluminados, ou à noite;

Para capturar ambientes fechados, com pouca iluminação artificial;

Para astrofotografia à noite, por exemplo criando o efeito de “congelar” o movimento das estrelas (aliado a um tripé e uma velocidade de obturador rápida);

Para fotografar pessoas ou objetos que estejam se movendo rapidamente.

Como explica a Nikon, cada vez que você dobra o ISO, a câmera precisa de apenas metade da luz para atingir a mesma exposição. Por exemplo, se você ajustar o ISO para 400 e a velocidade do obturador for de 1/250 segundo, você poderia obter a mesma exposição com ISO 800 em 1/500 segundo.

Perguntas frequentes

É melhor usar flash ou aumentar o ISO? É melhor aumentar o ISO sempre que possível para capturar mais detalhes da cena. O flash só ilumina pessoas e objetos próximos à câmera, e pode deixar o plano de fundo muito escuro. Além disso, várias câmeras modernas tiram fotos com ruído insignificante em ISO 3.200 ou 6.400. Por que não posso usar um ISO mais alto sempre? O ISO mais alto deixa o ruído mais visível na imagem, especialmente em áreas mais escuras; e afeta a faixa dinâmica, porque efetivamente reduz o intervalo de brilho em que a câmera pode tirar fotos nítidas. Qual o ISO mais alto que posso usar? As câmeras de celular geralmente têm ISO máximo de 6.400, enquanto modelos mirrorless ou DSLR podem chegar a ISO de 1.640.000, como explica a Nikon. Algumas câmeras para ambientes extremamente escuros vão além: a Canon ML-100 tem ISO máximo de 4.500.000.
O que é ISO na fotografia? Entenda como funciona a sensibilidade do sensor

O que é ISO na fotografia? Entenda como funciona a sensibilidade do sensor
Fonte: Tecnoblog

O que é câmera mirrorless? Entenda como funciona uma máquina sem espelho

O que é câmera mirrorless? Entenda como funciona uma máquina sem espelho

Câmera mirrorless é aquela que dispensa o mecanismo de espelho existente em modelos DSLR. A ausência de espelhos torna câmeras mirrorless menores e leves, mas mantendo características como lentes intercambiáveis e imagens de alta qualidade.

Câmera mirrorless Panasonic Lumix G (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

ÍndiceHistóricoComo funciona uma câmera mirrorlessComo é o sensor de imagem em uma mirrorlessPrincipais fabricantesVantagens e desvantagens das câmeras mirrorlessPerguntas frequentes

Histórico

Em 2004, a Epson lançou a R-D1, uma câmera rangefinder que trazia, pela primeira vez, um telêmetro digital para medir a distância em relação ao que deve ser fotografado. O novo mecanismo eliminava a necessidade de espelhos e, por esse motivo, a Epson R-D1 pode ser considerada um tipo de câmera mirrorless.

As câmeras mirrorless só passaram a ser reconhecidas como uma categoria de produto em 2008, quando a Panasonic lançou a Lumix DMC-G1. O modelo tem funcionamento similar ao de câmeras DSLR, exceto por não trazer um mecanismo de espelho, característica que a tornou fisicamente menor.

Outro fator que contribuiu para o tamanho reduzido da Lumix DMC-G1 é o uso de um sensor no sistema micro três quartos (micro four thirds), muito menor que os sensores convencionais.

Câmera Lumix DMC-G1 (imagem: divulgação/Panasonic)

Como funciona uma câmera mirrorless

Nas câmeras mirrorless, a luz passa pela lente e segue direto para o sensor digital, chip que forma a imagem. O componente é protegido pelo obturador, cujas lâminas só se abrem para a luz chegar ao sensor no momento do disparo. A velocidade do obturador pode ser ajustada para permitir mais ou menos captura de luz.

Quando o disparo é finalizado, o obturador se fecha e a cena capturada é convertida pelo processador de imagem em foto ou vídeo. Por fim, esse conteúdo é armazenamento na memória interna da câmera ou em um cartão de memória.

Funcionamento de uma câmera mirrorless (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Em uma câmera DSLR, um sistema de espelho e pentaprisma (componente óptico de cinco lados) reflete a luz para a cena aparecer no visor óptico (viewfinder). No disparo, o espelho se move para a luz finalmente chegar ao sensor.

Já em uma câmera mirrorless, o visor óptico é eliminado porque não há espelho e pentaprisma para refletir diretamente a luz que passa pela lente. A ausência desses componentes permite ao equipamento ser mais leve e compacto, sem que essa característica prejudique a qualidade da foto ou do vídeo registrado.

Sem o visor óptico, o usuário deve usar a tela da câmera para fazer o enquadramento e ajustar o foco. Felizmente, a maioria das câmeras mirrorless traz foco automático para facilitar esse trabalho.

Alguns modelos oferecem ainda um visor eletrônico (EVF). O componente é uma pequena tela, geralmente de OLED, que compensa a falta do visor óptico com uma imagem digital.

Como é o sensor de imagem em uma mirrorless

O sensor de imagem é um componente que capta a luminosidade da cena para a imagem ser registrada. Ele pode ser do tipo CMOS ou CCD. Nas câmeras mirrorless, o CMOS é mais comum do que o CCD por consumir menos energia e ser pouco suscetível a ruídos.

Como as câmeras mirrorless são uma tecnologia moderna, os sensores que as equipam costumam suportar resoluções elevadas, indicadas em megapixel. Não é incomum encontrar no mercado modelos sofisticados com sensor de 100 ou mais megapixels.

Assim como nas câmeras DSLR, os modelos mirrorless trabalham com formatos físicos tradicionais de sensores. Um é o APS-C, que tem tamanhos próximos a 22 x 15 mm e é apelidado de “cropado”. O outro é o full frame, que tem formato aproximado de 36 x 24 mm e é comum em câmeras avançadas.

Os sensores micro três quartos, introduzidos na Lumix DMC-G1, são usados principalmente pela Olympus e pela Panasonic.

Principais fabricantes

O mercado de mirrorless é dominado por marcas japonesas, principalmente Sony, Panasonic e Fujifilm, que produzem não apenas os corpos, mas também lentes e acessórios para câmeras. As fabricantes mais conhecidas nesse segmento são:

Sony: fundada em 1946, em Tóquio, fabrica câmeras mirrorless da linha Alpha com sensores APS-C e full frame, além de lentes E-mount com as marcas Sony G e Zeiss;

Panasonic: japonesa e pioneira no segmento, mantém uma vasta lista de câmeras mirrorless nas linhas Lumix G e Lumix S. Tem lentes próprias para essas linhas, mas também trabalha com lentes Leica;

Olympus: fundada em 1919, no Japão, vendeu sua divisão de câmeras para a OM Digital Solutions, em 2021, que continua lançando modelos mirrorless com a marca nas linhas OM e OM-D;

Fujifilm: fundada em 1934 e com sede em Tóquio, a Fujifilm fabrica câmeras mirrorless com as linhas X e GFX, sendo esta última mais avançada. A companhia fornece ainda lentes X Mount e G Mount para esses modelos;

Canon: japonesa, é conhecida por suas câmeras DSLR, mas atua no segmento mirrorless com as linhas EOS M e EOS R. Também produz lentes RF, RF-S e EF-M;

Nikon: com sede no Japão, também é conhecida por suas câmeras DSLR, mas se destaca no mercado de mirrorless com os modelos Nikon Z e as lentes Nikkor Z;

Leica: fundada em 1869, na Alemanha, a Leica é uma renomada fabricante de lentes, mas também tem uma extensa varidade de câmeras. No segmento de mirrorless, se destaca com os modelos Leica SL2;

Sigma: com sede em Tóquio, a Sigma atua no segmento de mirrorless com as linhas FP e SD Quattro, além de produzir lentes para câmeras próprias e de marcas como Nikon, Panasonic e Fujifilm;

Hasselblad: baseada na Suécia, é menos famosa que as marcas japonesas, mas tem prestígio por fabricar câmeras de alto padrão. No segmento mirrorless, se destaca com as câmeras X1D e X2D, e lentes XCD.

Tela e visor eletrônico de uma Leica SL2 (imagem: Facebook/Leica)

Vantagens e desvantagens das câmeras mirrorless

As principais vantagens e desvantagens das câmeras mirrorless em comparação com câmeras DSLR e de celulares são:

Mais compactas que as câmeras DSLR: a remoção do espelho móvel, pentaprisma e outros componentes permite que as câmeras mirrorless sejam mais compactas e leves que as DSLRs;

Boa variedade de opções de lentes: câmeras mirrorless geralmente têm lentes intercambiáveis e se adequam a diferentes estilos e condições de fotografia;

Qualidade de imagem elevada: câmeras mirrorless permitem registros com alta resolução e outros parâmetros de qualidade. É caso de modelos que fazem gravação de vídeo em 4K ou 8K;

Mais fotos em menos tempo: a ausência de um mecanismo de espelho permite que uma câmera mirrorless tenha intervalo entre disparos menor em relação a modelos DSLR. Isso é útil para fotos sequenciais;

Estabilização de imagem: câmeras mirrorless podem ter mecanismos que previnem imagens tremidas quando o obturador fica muito tempo aberto. Para esse fim, alguns modelos trazem estabilização de imagem no corpo (IBIS);

Ajustes automáticos e manuais: câmeras mirrorless podem oferecer desde configurações automáticas e predefinidas, até ampla variedade de ajustes manuais para ISO, foco, abertura e outros parâmetros;

Dependente de tela ou visor eletrônico: o fotógrafo precisa de uma imagem digital para fazer o enquadramento, pois câmeras mirrorless não trazem visor óptico. Isso pode ser difícil em ambientes muito claros;

Autonomia de bateria tende a ser menor: o uso de tela e visor eletrônico pode fazer a autonomia da bateria ser menor na comparação com modelos DSLR, que podem funcionar apenas com visor óptico;

Preço pode ser mais alto: a sofisticação existente em câmeras mirrorless pode torná-las mais caras do que modelos DSLR. Mas nem sempre isso é verdade. Esse aspecto depende das especificações e propósitos de cada câmera.

Câmera mirrorless Panasonic Lumix G (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Perguntas frequentes

Posso usar lente de câmera DSLR em uma câmera mirrorless? Lentes de câmeras DSLR podem funcionar com mirrorless por meio de um adaptador específico. Contudo, dependendo do sistema de montagem (mount) da câmera ou da lente, a compatibilidade via adaptadores pode ser apenas parcial ou inexistente. Qual a vida útil de uma câmera mirrorless? O item que mais se desgasta em uma mirrorless é o obturador. Por isso, a vida útil costuma ser estimada em cliques (disparos). Uma câmera básica alcança entre 50 mil e 100 mil cliques. Modelos avançados chegam a 500 mil cliques. Como limpar uma câmera mirrorless? O corpo da câmera pode ser limpo com um pano macio seco ou levemente umedecido. Para limpeza do sensor, muitas câmeras têm um mecanismo próprio para isso. Já limpar a lente requer tecidos, pincéis e até líquidos especiais. Como usar câmera mirrorless como webcam? É possível usar câmera mirrorless como webcam para reuniões ou cursos online por meio de aplicativos que a conectam ao computador. Alguns apps são fornecidos pelo próprio fabricante do equipamento.
O que é câmera mirrorless? Entenda como funciona uma máquina sem espelho

O que é câmera mirrorless? Entenda como funciona uma máquina sem espelho
Fonte: Tecnoblog