Category: Doom

Estúdio de games chega ao fim após demissões na Microsoft

Estúdio de games chega ao fim após demissões na Microsoft

Doom Sigil 2 é o título mais recente da Romero Games, lançado em 2023 (imagem: divulgação)

Resumo

O estúdio Romero Games, de Brenda e John Romero, anunciou o fim após a Microsoft cancelar um projeto em desenvolvimento e cortar o financiamento.
Segundo os fundadores, o encerramento ocorreu por decisões de níveis superiores, sem relação com o desempenho da equipe ou qualidade do projeto.
A Microsoft demitiu cerca de 9 mil funcionários para priorizar outras áreas, com impacto maior na divisão de jogos.

O estúdio Romero Games, fundado por Brenda e John Romero, anunciou nesta quinta-feira (03/07) que vai encerrar suas atividades. A decisão ocorre após o cancelamento do projeto que o estúdio desenvolvia, resultado de cortes de financiamento feitos pela Microsoft. A gigante de Redmond demitiu cerca de 9 mil funcionários, sendo a divisão de jogos uma das mais afetadas.

A confirmação foi feita pelo estúdio nas redes sociais, citando que a Romero Games trabalhava em um jogo ainda não revelado, e que todas as metas internas haviam sido cumpridas. Mesmo assim, a Microsoft optou por interromper o apoio financeiro à iniciativa, parte de uma decisão que envolveu também o corte em outros estúdios.

O que aconteceu?

Em nota, o estúdio afirmou que a decisão não teve relação com o desempenho da equipe ou com a qualidade do jogo em desenvolvimento. “A decisão foi tomada em um nível hierárquico superior ao da publisher, indo além do nosso alcance ou controle”, escreveu Brenda Romero. “Bateu todas as metas, recebeu elogios constantes e passou facilmente por todas as etapas internas de avaliação.”

pic.twitter.com/GM2KA6FkAd— Romero Games Ltd. (@romerogamesltd) July 3, 2025

O cancelamento do financiamento impactou diretamente a sustentabilidade do estúdio. Fundada em 2015 pelo co-criador de Doom, com sede em Galway, na Irlanda, a Romero Games reunia uma equipe com décadas de experiência na indústria e ficou conhecida por títulos como Empire of Sin e Doom Sigil, continuação gratuita do clássico de 1993.

O anúncio do encerramento veio acompanhado de um apelo por apoio à equipe: “Estamos avaliando os próximos passos e trabalhando para dar suporte ao nosso time. Muitos de nós estão juntos há mais de dez anos, alguns há mais de 20. É um dia extremamente difícil.”

Cortes na Microsoft atingem setor de games

Demissões na divisão Xbox atingiram alguns estúdios (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O caso da Romero Games é um entre vários decorrentes da recente reestruturação promovida pela Microsoft. Em sua segunda grande leva de demissões neste ano, a empresa confirmou o desligamento de cerca de 9 mil funcionários, equivalente a 4% de sua força de trabalho global. A divisão Xbox foi uma das mais afetadas.

Phil Spencer, chefe da Xbox, justificou a medida como uma tentativa de focar em “áreas de crescimento estratégico” e aumentar a eficiência organizacional. Em comunicado interno, destacou que a empresa precisa “fazer escolhas agora para manter o sucesso nos próximos anos” e que isso inclui “priorizar as oportunidades mais fortes”.

Há especulações sobre o impacto dos investimentos em inteligência artificial nos cortes. Os custos com infraestrutura para tecnologias como o Copilot têm sido altos, e o retorno ainda é incerto. Esse cenário, somado à pressão por resultados, pode ter acelerado a mudança na relação com estúdios e criadores no mundo todo.

Com informações do The Verge
Estúdio de games chega ao fim após demissões na Microsoft

Estúdio de games chega ao fim após demissões na Microsoft
Fonte: Tecnoblog

Doom ganha versão que roda em PDF e lista de ports segue crescendo

Doom ganha versão que roda em PDF e lista de ports segue crescendo

Doom para PDF pode rodar nos leitores de PDFs nativos de navegadores ou no próprio Acrobat Reader (Imagem: Everton Favretto/Tecnoblog)

Doom ganhou mais um port: agora é possível jogá-lo em um leitor de PDF que tenha algum nível de suporte para JavaScript. Você não precisa baixar um leitor, basta usar o próprio recurso para abrir PDFs nativo de alguns navegadores. Todo o controle do jogo é feito usando o teclado, mas há algumas limitações nesse port.

O autor, conhecido no Github pelo nome de usuário ading2210, destaca que há um problema de performance por conta das seis tonalidades usadas para deixar o “gráfico” e textos visíveis. A atualização do gráfico (que é basicamente um texto) leva 80 ms por frame.

Mesmo com essa performance lenta o Doom para PDF ainda é jogável. Alguns jogadores podem achar a experiência ruim, principalmente por conta da menor velocidade do gameplay quando comparada ao jogo original e uso apenas das cores preta e branca. Porém, se você jogou o original em um computador da época, não achará a experiência tão péssima.

O autor do projeto disse que a sua inspiração foi o Tetris para PDF, criado pelo desenvolvedor Thomas Rinsma. Coincidentemente, Rinsma também tentou portar o Doom para o formato, mas acabou desistindo da ideia.

Por que fazem tantos ports de Doom?

Doom é programado na linguagem C, uma linguagem básica e, consequentemente, presente em quase todo dispositivo eletrônico ou programa. Assim, portar um código feito em C é mais fácil, visto que provavelmente existirá um compilador para a plataforma destino.

Por ser um dos jogos FPS mais icônicos do gênero com Wolfenstein 3D, responsáveis por inspirar dezenas de games subsequentes, portar Doom para diferentes dispositivos também virou um meme na comunidade gamer e desenvolvedora. E meme no sentido mais literal da palavra criada por Richard Dawkins: algo imitado e replicado.

O código-fonte do jogo também foi tornado open-source em 1997, facilitando o desenvolvimento de mods. Por exemplo, uns dias atrás o Doom: The Gallery Experience foi liberado ao público. Nessa versão, o jogador apenas passeia em uma galeria de arte que usa a primeira fase como cenário. Você pode beber vinho, comer queijos e comprar souvenirs (e sim, há áreas secretas).

Se você não é fã de PDFs, pode tentar outros ports e versões de Doom:

Doom para Captcha: aqui não é bem um port, mas literalmente um captcha que utiliza uma parte do Doom em dificuldade elevada para confirmar que você não é robô

Doom para calculadora científica usando batatas como fonte de energia — para ser justo, rodar Doom em calculadoras já é “padrão”

Doom em teste de gravidez: vale conferir toda a história do desenvolvedor desse port

Cortador de grama da Husqvarna: o port foi uma parceria entre a empresa sueca e a Bethesda, dona da id Software, criadora do jogo — e que é de propriedade da Microsoft

Com informações de The Register e Retro Of The Week
Doom ganha versão que roda em PDF e lista de ports segue crescendo

Doom ganha versão que roda em PDF e lista de ports segue crescendo
Fonte: Tecnoblog