Category: Departamento de Justiça (DOJ)

Desenvolvedor pode pegar 10 anos de prisão por sabotar empresa que o demitiu

Desenvolvedor pode pegar 10 anos de prisão por sabotar empresa que o demitiu

Desenvolvedor pode pegar 10 anos de prisão por sabotar empresa que o demitiu (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos anunciou que um desenvolvedor de 55 anos foi considerado culpado de implementar códigos maliciosos que prejudicaram os sistemas de uma empresa antes e após ele ter sido demitido de lá. Davis Lu pode pegar até dez anos de prisão.

A empresa em questão é a Eaton, que trabalha com gestão de energia. A companhia contratou Davis Lu em 2007. Ele trabalhou normalmente por lá nos anos seguintes, tendo inclusive ganhado um cargo de desenvolvedor sênior de software em 2017.

Mas as coisas começaram a ficaram estranhas em 2018, quando a Eaton reduziu as responsabilidades de Lu e limitou o acesso do desenvolvedor aos seus sistemas. Essa mudança fez parte de uma realinhamento interno que envolveu toda a empresa, segundo o processo.

Aparentemente, Davis Lu não ficou satisfeito com isso e, talvez se sentindo menosprezado, começou a executar uma série de ações de retaliação, explica o DoJ.

Uma dessas ações consistiu na implementação de códigos maliciosos na rede interna da companhia que excluíam arquivos de perfis de outros funcionários. Com isso, eles não conseguiam fazer login nos sistemas.

Esses códigos receberam nomes como Hakai (“destruição” em japonês) e HunShui (“letargia” em chinês), o que sugere que o objetivo do desenvolvedor com essas ações era o de prejudicar a produtividade da companhia.

Mas a ação mais danosa ainda estava por vir. O DoJ dá a entender que Lu sabia que seria demitido e, por isso, desenvolveu um código malicioso que foi ativado automaticamente na rede da Eaton no dia de sua demissão, em 2019.

O tal código consistia em um “kill switch”, isto é, um mecanismo que desativou uma série de componentes da rede, prejudicando severamente o funcionamento dos sistemas, em parte por ter tido o efeito de bloquear o acesso de funcionários da companhia.

Ao investigar o problema, a Eaton teria então percebido que o código que causava os transtornos vinha de um computador que usava uma conta de usuário de Davis Lu.

Davis Lu foi acusado de implementar um “kill switch” (imagem ilustrativa: Flickr/Visual Content)

Uma investigação mais detalhada indicou ainda que Lu fez pesquisas na internet à procura de métodos para aumentar seus privilégios no sistema, ocultar processos e excluir arquivos rapidamente, e que isso também sinaliza a sua intenção de causar danos à empresa onde trabalhava.

Esse ponto é curioso, pois quem age com tanta engenhosidade para prejudicar uma empresa tende a ser cuidadoso para não deixar “pistas”, o que parece não ter sido o caso de Davis Lu.

Se o desenvolvedor realmente agiu de modo malicioso, talvez ele quisesse ser descoberto para satisfazer um desejo de vingança. Outro sinal disso é que o código do “kill switch” tinha o nome de “IsDLEnabledinAD”, que aparentemente significa “Davis Lu está habilitado no Active Directory”.

O que vai acontecer com o desenvolvedor?

De acordo com um comunicado publicado pelo DoJ na última sexta-feira (07/03), um júri considerou Davis Lu culpado de “causar danos intencionais a computadores protegidos”.

A sentença ainda não foi definida, mas sabe-se que o desenvolvedor pode pegar até dez anos de prisão. Ainda é possível recorrer. É isso que Ian Friedman, advogado de Lu, promete fazer: “Davis e seus apoiadores acreditam em sua inocência e este assunto será revisado no nível de apelação”, comentou.

Com informações de Ars Technica e Cleveland
Desenvolvedor pode pegar 10 anos de prisão por sabotar empresa que o demitiu

Desenvolvedor pode pegar 10 anos de prisão por sabotar empresa que o demitiu
Fonte: Tecnoblog

Mozilla teme que afastar Chrome do Google prejudique navegadores menores

Mozilla teme que afastar Chrome do Google prejudique navegadores menores

Símbolo do navegador Mozilla Firefox (imagem: divulgação/Mozilla)

A proposta do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) de separar o Chrome do Google pode parecer benéfico para navegadores rivais, mas não é bem assim. Responsável pelo Firefox, a Mozilla alertou que browsers de menor alcance podem ser prejudicados se o Google tiver menos controle sobre o segmento.

Forçar o Google a vender o Chrome seria uma forma de combater supostas práticas monopolistas da companhia em buscas, no entendimento do DOJ. O problema é que essa medida faria parte de um pacote de mudanças, ou seja, não seria uma proposta isolada.

Entre as demais obrigações propostas pelo DOJ estaria proibir acordos para tornar o Google o buscador padrão de softwares de outras organizações. É esse aspecto que preocupa a Mozilla.

Não é difícil entender o motivo. O Google é o mecanismo de busca padrão do Firefox há anos. É por meio desse acordo que a Mozilla obtém a maior parte de sua receita financeira. Por causa disso, a companhia divulgou à imprensa o seguinte alerta:

Se implementada, a proibição de acordos de pesquisa com os demais navegadores, independentemente do tamanho e de seu modelo de negócio, afetará negativamente browsers independentes como o Firefox e terá efeitos prejudiciais para uma internet aberta e acessível.

Relação com a possível venda do Chrome

Se a Mozilla teme que uma decisão ou acordo judicial obrigue o Google a parar de fechar acordos com desenvolvedores outros navegadores, qual a relação desse aspecto com a possível venda do Chrome?

Apesar de ter sido proposta pelo DOJ, desmembrar o Chrome do Google é uma possibilidade considerada remota por analistas do mercado, dado que o navegador é um dos principais produtos da companhia.

Google Chrome (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Isso significa que outras medidas propostas pelo DOJ terão mais chances de avançar, entre elas, o fim dos acordos que colocam o Google como buscador padrão em outros navegadores.

É por isso que a Mozilla alegou que as medidas judiciais deveriam “abordar as barreiras à competição e facilitar um mercado que promova a competição e a escolha do consumidor”, ainda que sem explicar como isso seria feito.

Vale destacar que separar o Chrome do Google e as demais medidas propostas pelo DOJ visam combater supostas práticas monopolistas por parte da Alphabet (a controladora do Google), mas ainda não há nenhuma decisão nesse sentido. A expectativa é a de que o assunto só tenha um desfecho no final de 2025.

Com informações: PCMag, The Register

Mozilla teme que afastar Chrome do Google prejudique navegadores menores

Mozilla teme que afastar Chrome do Google prejudique navegadores menores
Fonte: Tecnoblog

EUA querem que Google venda o Chrome para resolver monopólio, diz site

EUA querem que Google venda o Chrome para resolver monopólio, diz site

Google Chrome tem 61% do mercado americano (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Autoridades antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) e procuradores estaduais vão pedir ao tribunal que o Google seja obrigado a vender o navegador Chrome. As informações são da Bloomberg, que ouviu pessoas familiarizadas com os planos.

Os procuradores americanos consideram que o Google usa o Chrome para promover outros produtos da empresa, como a Busca. Isso, de acordo com eles, limitaria os canais e incentivos para que as concorrentes possam crescer. De acordo com dados compilados pelo StatCounter, o Chrome tem uma fatia de 61% do mercado nos EUA.

Google ainda poderá apelar e sugerir seus próprios remédios (Imagem: The Pancake of Heaven / Wikimedia Commons)

Em agosto, o juiz Amit Mehta considerou que o domínio do Google sobre o mercado de buscadores constitui um monopólio, mas não definiu quais seriam os remédios, nome dado às medidas tomadas para resolver violações de concorrência. O processo só deve chegar ao fim em agosto de 2025, após audiências para decidir o que o Google precisará fazer para corrigir o comportamento ilegal.

Android não precisará ser vendido

Segundo a Bloomberg, o DOJ também quer que o Google separe o Android de outros dois produtos: a Busca e o Google Play. Por outro lado, a empresa não vai precisar vender seu sistema operacional.

Outra medida seria dar mais dados aos anunciantes e permitir que eles tenham mais controle sobre onde as propagandas serão exibidas. Sites também podem ganhar mais controle sobre como as ferramentas de inteligência artificial acessam seu conteúdo. Além disso, o Google seria obrigado a vender dados de pesquisa — o que, teoricamente, pode ajudar concorrentes.

O que diz o Google

À Bloomberg, Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, disse que o Departamento de Justiça segue uma “agenda radical” e vai “muito além das questões legais do caso”. A executiva alerta que as medidas podem prejudicar consumidores, desenvolvedores e líderes do mercado de tecnologia dos Estados Unidos.

Com informações: Bloomberg, Reuters
EUA querem que Google venda o Chrome para resolver monopólio, diz site

EUA querem que Google venda o Chrome para resolver monopólio, diz site
Fonte: Tecnoblog

Google pode ser obrigado a vender o Android em caso de monopólio

Google pode ser obrigado a vender o Android em caso de monopólio

Após ser condenada por violar leis antitruste, Google pode ser obrigado pela justiça a vender alguns setores (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos pode obrigar o Google a vender algumas de suas divisões. Segundo a Bloomberg, o órgão estuda forçar que a big tech se desfaça do Android, AdWords ou do Chrome. A decisão final deve demorar, visto que o juiz do caso já adiantou que as partes devem se adiantar para a segunda parte do processo.

Nessa segunda parte, o DOJ apresentará a sua proposta para que o Google encerre o seu monopólio no mercado de buscadores. Já a big tech deve contestar qualquer proposta que vise desmantelar sua gigantesca estrutura — provavelmente até o recurso final. O último caso de monopólio a envolver uma empresa tão grande foi em 1984, quando a telefônica AT&T foi culpada e teve que vender algumas subsidiárias.

Android pode ser principal alvo do DOJ

DOJ pode obrigar o Google a se desfazer do Android (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O Android, sistema operacional do Google, pode ser o principal alvo do DOJ no desmantelamento da big tech. No julgamento de monopólio no mercado de buscador, a justiça americana apontou que o Google força as fabricantes de celulares a instalarem o Chrome e o aplicativo de buscador por padrão em suas interfaces.

No acordo da big tech com as fabricantes, a remoção do Chrome, app de busca e alguns outros aplicativos do Google é impossível — pelo menos usando os meios tradicionais. O juiz Amit Mehta usou esse caso entre as provas de monopólio da empresa no ramo de buscadores.

Sem a possibilidade de remover os apps, o Google tem vantagem sobre as concorrentes. Afinal, alguns usuários podem não ver a necessidade de dois apps de navegadores e de buscadores no smartphone.

A Bloomberg buscou o contato do DOJ e do Google, que se negaram a comentar sobre o caso.

Medida mais suave seria compartilhar dados

Solução mais “tranquila” para o Google pode envolver licenciar dados de busca para concorrentes (Imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Outra possibilidade, segundo fontes do jornal, é que o DOJ obrigue o Google a aumentar a transparência dos seus serviços, compartilhando ou licenciando dados adquiridos pelo sistema de busca. Na investigação do caso, foi revelado que a big tech captura 16 vezes mais dados que o seu rival mais próximo com o app de busca.

Nos contratos do Google com empresas, esses dados extras são restritos às concorrentes. Ou seja, o Bing e DuckDuckGo, principais alternativas ao Google, não tem acesso as mesmas ferramentas da rival para fornecer resultados mais precisos (ou adquirir mais informações privadas do usuário, mas isso é outra conversa).

Outra solução que pode entrar no pedido do DOJ, segundo apurou a Bloomberg, é permitir que sites proíbam o Google de usar seus conteúdos para treinar o Gemini sem os remover do resultado da busca. No momento, a big tech também não permite que os sites escolham sair do AI Overview, resultado de busca feito por IA, e continuem listados nas buscas.

Lembrando, essa julgamento não tem relação com a investigação de monopólio no mercado de anúncios — ainda que o domínio do Google nesse mercado tenha uma forte ligação com seu buscador.

Com informações: Bloomberg, The Verge e Android Headlines
Google pode ser obrigado a vender o Android em caso de monopólio

Google pode ser obrigado a vender o Android em caso de monopólio
Fonte: Tecnoblog

Google tem monopólio no mercado de buscadores, decide Justiça dos EUA

Google tem monopólio no mercado de buscadores, decide Justiça dos EUA

Google bloqueou concorrentes, segundo Justiça americana (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Justiça dos Estados Unidos decidiu que o Google violou a legislação antitruste do país, ao trabalhar para manter um monopólio no mercado de buscas na internet. O veredito foi dado pelo juiz distrital Amit Mehta. Por enquanto, ainda não se sabe quais serão os desdobramentos da sentença.

“Após ter cuidadosamente considerado e pesado os depoimentos das testemunhas e as evidências, a corte chega à seguinte conclusão: o Google é monopolista, e agiu como tal para manter seu monopólio”, diz a decisão. “A empresa violou a Seção 2 do Sherman Act.”

Sundar Pichai, CEO do Google, defendeu que o buscador é benéfico a toda a internet (Imagem: Reprodução / Google)

“Se há competição genuína no mercado de buscas gerais, ela não se manifestou de formas conhecidas, como fatias de mercado fluidas, negócios perdidos ou novos entrantes”, escreveu o juiz Mehta. “A realidade do mercado é que o Google é a única escolha verdadeira como buscador padrão.”

A sentença, no entanto, não define os remédios, como são chamadas as medidas para “desfazer” a concentração de mercado de uma empresa. Isso será decido posteriormente. O Google também deve apresentar recurso.

Como comenta a CNN, caso a decisão se mantenha, ela deve afetar os contratos que o Google tem com fabricantes e operadoras. Estes acordos bilionários estavam no núcleo do processo.

Google paga bilhões para Apple e outras empresas

O Google foi alvo de um processo do Departamento de Justiça dos EUA, iniciado em outubro de 2020. A empresa foi acusada de ferir as leis ao fechar contratos bilionários com a Apple e operadoras de telefonia móvel do país para ser o buscador padrão de diversos produtos. Com isso, ela teria bloqueado o caminho para concorrentes e acumulado 88% do mercado de pesquisas online.

Ao longo dos últimos meses, um julgamento revelou várias informações sobre estes contratos. O relacionamento com a Apple foi especialmente importante. O Google pagou US$ 20 bilhões para ser o buscador padrão dos dispositivos da marca da maçã em 2022. Além disso, a gigante das buscas deixava 36% do faturamento de anúncios no Safari para a criadora do iPhone.

Para o juiz Mehta, este dinheiro vem a um custo muito baixo para a Apple, incentivando a empresa a não desenvolver um buscador próprio. Para o magistrado, em diversas vezes parceiros do Google concluíram que é financeiramente inviável recusar os contratos com a empresa para buscar soluções mais flexíveis, já que isso significaria perder centenas de milhões de dólares, ou até mesmo bilhões, em alguns casos.

Em sua defesa, o Google argumentou que o domínio do mercado veio de forma natural, pelo fato de o buscador da empresa ser o melhor e, portanto, o escolhido pelos consumidores. Além disso, a empresa defendia que seus concorrentes não eram apenas os buscadores que indexam páginas da web, mas qualquer plataforma com um motor de buscas (como a pesquisa da Amazon, por exemplo).

Satya Nadella, CEO da Microsoft (que tem o Bing) e uma das testemunhas ouvidas no processo, disse que é impossível competir com o “ciclo virtuoso” do Google: com mais buscas, a empresa pode usar os dados para aperfeiçoar o motor de pesquisa; com um motor de pesquisa melhor, ela consegue mais buscas; e assim sucessivamente.

Além deste processo, o Google vai enfrentar outra ação movida pelo Departamento de Justiça, desta vez envolvendo o mercado de anúncios na internet.

Com informações: The Verge, CNN
Google tem monopólio no mercado de buscadores, decide Justiça dos EUA

Google tem monopólio no mercado de buscadores, decide Justiça dos EUA
Fonte: Tecnoblog