Category: DeepMind

Fundador da DeepMind diz que onda de IA atraiu vigaristas

Fundador da DeepMind diz que onda de IA atraiu vigaristas

Para Demis Hassabis, hype da inteligência artificial trouxe vigaristas para esta área e prejudica profissionais sérios (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Demis Hassabis, um dos fundadores da empresa de inteligência artificial DeepMind, declarou que a onda de IAs trouxe muitos vigaristas para a área. Hassabis, que é chefe da divisão de IA do Google, comparou o hype das inteligências artificiais com a febre de criptomoedas. O executivo da big tech destaca que alguns desses vigaristas estão recebendo bilhões em investimento.

A comparação com criptomoedas pode deixar alguns admiradores de criptos bravos, mas a fala de Hassabis tem lógica. Nos últimos anos, com a alta valorização de criptomoedas como o Bitcoin e Ethereum, diversos vigaristas passaram a usar o assunto para aplicar golpes, seja com agências de investimento em cripto ou criando suas próprias moedas. Para o cofundador da DeepMind, o hype com IAs trouxe esses mesmos problemas.

Por outro lado, Hassabis comenta um paradoxo: em alguns pontos, IA não é “hypada” o bastante, mas em outros ela é superestimada. “Nós estamos falando de coisas que não são reais”, disse o inglês.

Marketing com termo IA é quase um 1º de abril

A declaração do fundador da DeepMind foi dada no domingo, dia 31. No entanto, ela combina com o dia de hoje, 1º de abril, o dia da mentira. Não que alguma pegadinha envolvendo IA tenha viralizado. Só que desde o boom dessa tecnologia, diversas empresas estão usando o termo “inteligência artificial” para recursos que não são IA.

Demis Hassabis, à esquerda, e sua DeepMind criaram a AlphaGo, IA que venceu Lee Sedol, campeão mundial de go (Imagem: Divulgação/DeepMind)

O problema é que, em alguns casos, essas tecnologias utilizam um algoritmo complexo, capaz de analisar padrões já programados. Sendo mais “purista” na definição, inteligência artificial é um modelo capaz de aprender sozinho e tomar decisões sem ajuda de um humano.

Um exemplo desse uso do termo IA como marketing: provavelmente você já viu um chatbot sendo anunciado como inteligência artificial. Mas que na prática é apenas um algoritmo que vai identificar palavras chaves e te responder — além de te fazer passar raiva, porque geralmente são mal estruturados e incapazes de te ajudar. E não citarei nomes de empresas.

Hype prejudica pesquisas em IA, diz Hassabis

Hassabis destaca que esses problemas com a “febre de IA” acaba jogando uma nuvem sobre a ciência e pesquisa por trás dessa tecnologia. Enquanto algumas pessoas acreditam que IAs são apenas um hype passageiro ou que não serão tudo isso, o executivo defende o oposto.

“Eu acho que nós estamos arranhando apenas a superfície do que eu acredito que será possível na próxima década em diante”, disse Hassabis. O inglês formado em ciências da computação ainda afirma que estamos no início de uma nova era de ouro das descobertas científicas, “um novo Renascimento”, diz o executivo.

Com informações: Financial Times e The Verge
Fundador da DeepMind diz que onda de IA atraiu vigaristas

Fundador da DeepMind diz que onda de IA atraiu vigaristas
Fonte: Tecnoblog

Google treina IA para jogar videogame como um ser humano comum

Google treina IA para jogar videogame como um ser humano comum

Agente de IA Sima não é treinado para vencer jogos, diz Google DeepMind (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O Google DeepMind, braço da empresa dedicado à pesquisa em inteligência artificial, revelou o agente de IA Sima, treinado para aprender a jogar videogames e entender comandos em linguagem natural. A ideia é que o jogador humano tenha um parceiro virtual para comandar um personagem secundário.

Sima é uma sigla em inglês para “agente escalável, ensinável e multimundo”. O agente que leva este nome pode usar inteligência artificial para aprender a jogar qualquer jogo, mesmo os de mundo aberto ou sem um caminho linear. Além de entender instruções em linguagem natural, ele consegue reconhecer imagens e compreender cenários em 3D.

Sima consegue pular cercas, pegar objetos, cortar árvores e disparar em alvos (Imagem: Reprodução / Google DeepMind)

O Google não tem intenção de usar o Sima para substituir adversários ou inimigos nos games. Na verdade, a ideia é que ele sirva como um companheiro para os jogadores humanos, controlando personagens secundários.

IA executa tarefas básicas em games

“O Sima não é treinado para vencer, mas sim para entender o jogo e fazer o que você pede”, diz Tim Harley, pesquisador do Google DeepMind. O agente consegue executar cerca de 600 tarefas básicas, como virar, subir escadas ou abrir menus. É diferente das IAs capazes de vencer campeões mundiais, por exemplo.

Parte do treinamento da IA foi feita com vídeos de gameplay gravados por humanos, acompanhados por descrições em linguagem natural do que estava acontecendo na tela. Estes clipes eram curtos, com menos de 10 segundos, para não tornar a tarefa muito complexa para o robô.

Ele entende, por exemplo, que “siga em frente” quase sempre significa apertar o botão “W” do teclado, porque esta tecla faz o personagem andar para frente em muitos jogos. Até mesmo algumas tarefas mais complexas foram executadas com sucesso, como “vá até a nave”.

O Sima foi testado com No Man’s Sky, Teardown, Valheim e Goat Simulator 3, entre outros jogos. Segundo o Google, o agente não precisa de uma API ou de acesso ao código do game para jogá-lo; ele usa apenas as imagens do jogo para saber o que fazer. “Este é o modelo que os humanos usam para jogar videogame há 50 anos”, dizem os pesquisadores.

Com informações: Google DeepMind, Ars Technica, The Verge
Google treina IA para jogar videogame como um ser humano comum

Google treina IA para jogar videogame como um ser humano comum
Fonte: Tecnoblog

IA do Google ensina tarefas para robô sem precisar de instruções básicas

IA do Google ensina tarefas para robô sem precisar de instruções básicas

A inteligência artificial vai muito além do ChatGPT, e o Google deu uma prova disso nesta sexta-feira (28). A empresa apresentou seu modelo de aprendizagem Robotic Transformer 2 (ou RT-2). Graças a ele, robôs conseguem executar tarefas complexas, sem que seja necessário ensiná-los os movimentos básicos envolvidos.

Braço robótico usado pelo Google para demonstrar o RT-2 (Imagem: Divulgação/Google)

Segundo a DeepMind, divisão de robótica do Google, com o RT-2, um usuário poderia dar o comando “jogue o lixo fora” a um robô, mesmo que ele não tenha sido treinado para essa tarefa específica.

A máquina conseguiria identificar o que é lixo — seja um pacote de batatinha vazio ou uma casca de banana — e o que é jogar fora.

Pode parecer bobo, mas não é. Um desafio do trabalho com robôs é a necessidade de ensinar movimentos básicos, como pegar um objeto, girá-lo, mover o braço, e assim por diante.

O RT-2, por outro lado, passou por um treinamento com uma grande quantidade de dados da web. Isso permite a ele ser capaz de fazer abstrações — entender que diferentes tipos de objeto podem ser lixo, por exemplo.

Os pesquisadores afirmam que, em testes realizados com um braço robótico em um cenário de cozinha, o modelo foi capaz de entender que objeto poderia ser improvisado como martelo (uma pedra) e escolher qual era a bebida mais apropriada para uma pessoa cansada (uma lata de energético).

Algumas tarefas possíveis com o RT-2 (Imagem: Divulgação/Google)

Nem tudo é perfeito, porém. A reportagem do jornal The New York Times viu uma demonstração ao vivo do robô e ele errou o sabor de refrigerantes e a cor de algumas frutas.

RT-2 se beneficiou da mesma tecnologia do Bard e ChatGPT

Eu abri este texto falando que a inteligência artificial é muito mais que o ChatGPT, mas existe uma relação entre ele e o modelo usado nos robôs.

O ChatGPT, o Bard e outros chatbots capazes de entender linguagem natural e responder perguntas complexas usam como base uma tecnologia chamada modelo de linguagem de larga escala, ou LLM, na sigla em inglês.

As pesquisas com LLMs foram determinantes para desenvolver o RT-2 e torná-lo capaz de entender instruções que não foram predeterminadas. O modelo é capaz até mesmo de obedecer comandos em outras línguas além de inglês — assim como os chatbots.

Para Ken Goldberg, professor de robótica da Universidade da Califórnia em Berkeley, o uso dos modelos de linguagem nas máquinas foi suficiente para dar a elas alguma capacidade de raciocínio e improviso. “Isso é muito animador”, avaliou o pesquisador em entrevista ao NYT.

Com informações: TechCrunch, The Verge, The New York Times
IA do Google ensina tarefas para robô sem precisar de instruções básicas

IA do Google ensina tarefas para robô sem precisar de instruções básicas
Fonte: Tecnoblog

IA gera “risco de extinção”, alertam CEOs da OpenAI e Google DeepMind

IA gera “risco de extinção”, alertam CEOs da OpenAI e Google DeepMind

Grandes nomes no setor de inteligência artificial assinaram uma declaração sobre o “risco de extinção” que a tecnologia cria para o mundo. O alerta foi dado por Sam Altman, CEO da OpenAI; Demis Hassabis, chefe do Google DeepMind; Geoffrey Hinton e Yoshua Bengio, pesquisadores considerados os padrinhos da IA moderna; e mais especialistas.

DeepMind cria Inteligência artificial que resolve problemas de programação (imagem: reprodução/DeepMind)

“Mitigar o risco de extinção da IA deve ser uma prioridade global”, afirma a declaração, “junto a outros riscos em escala social, como pandemias e guerra nuclear”.

O comunicado foi publicado pelo Center for AI Safety, organização sem fins lucrativos com a missão de “reduzir os riscos em escala social da inteligência artificial”. O diretor-executivo da entidade, Dan Hendrycks, afirma ao New York Times que a declaração é curta – só 22 palavras em inglês – para evitar discordâncias entre as pessoas que assinaram.

Sem soluções para riscos da IA (por enquanto)

OK, mas e o que fazer a respeito? A declaração não diz, porque o objetivo é abrir a discussão em público para mais especialistas. “Há um equívoco muito comum, mesmo na comunidade de IA, de que há poucos pessimistas”, diz Hendrycks ao NYT. “Mas, na verdade, muitas pessoas expressam suas preocupações de forma privada sobre este assunto.”

O comunicado vem acompanhado por uma explicação: ele quer “criar conhecimento comum do crescente número de especialistas e figuras públicas que também levam a sério alguns dos riscos mais graves da IA avançada”.

Existem três visões principais sobre os riscos da IA:

alguns imaginam cenários hipotéticos mais apocalípticos, em que a IA se torna independente e impossível de controlar;

outros são mais céticos, apontando que a IA mal consegue realizar tarefas como dirigir um carro, apesar de investimentos bilionários no setor;

e temos quem lembra dos riscos mais imediatos da IA, e que futuristas podem acabar minimizando, como seu uso indevido para deepfakes, fake news automatizada, e perda de empregos.

Apesar do avanço rápido dos LLMs (grandes modelos de linguagem), que levou o ChatGPT à fama, o debate sobre IAs ainda está amadurecendo. A OpenAI, a Microsoft e a DeepMind vêm pedindo regulamentação para inteligências artificiais.

“Especialistas em IA, jornalistas, formuladores de políticas públicas e o público em geral estão discutindo cada vez mais um amplo espectro de riscos importantes e urgentes da IA”, afirma o Center for AI Safety no comunicado. “Mesmo assim, pode ser difícil expressar preocupações sobre alguns dos riscos mais graves da IA avançada.”

Para o presidente dos EUA, Joe Biden, “a IA pode ajudar a lidar com alguns desafios muito difíceis, como doenças e mudança climática, mas também devemos abordar os riscos potenciais para nossa sociedade, nossa economia e nossa segurança nacional”.

Com informações: The Verge e Engadget.
IA gera “risco de extinção”, alertam CEOs da OpenAI e Google DeepMind

IA gera “risco de extinção”, alertam CEOs da OpenAI e Google DeepMind
Fonte: Tecnoblog

DeepMind vai ajudar Google na corrida contra a OpenAI pelo futuro da IA

DeepMind vai ajudar Google na corrida contra a OpenAI pelo futuro da IA

A briga pelo futuro da inteligência artificial está só começando, e cada empresa tenta reunir o que tem de melhor. O Google, por exemplo, vai incorporar o laboratório DeepMind ao Brain, sua equipe de pesquisa em IA. A nova unidade se chamará Google DeepMind.

Google (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Demis Hassabis, CEO da DeepMind, terá o mesmo cargo no Google DeepMind. Já Jeff Dean, co-fundador da equipe Brain, será o cientista-chefe da Google Research e do Google DeepMind.

“Juntos, colaborando com nossos fantásticos colegas das áreas de produto do Google, temos uma oportunidade real para melhorar consideravelmente as vidas de bilhões de pessoas, transformar indústrias, levar a ciência adiante e ajudar comunidades diversas”, declarou Hassabis.

Nos últimos meses, o lançamento do ChatGPT colocou o Google em alerta.

A empresa estava acostumada a desenvolver inteligências artificiais para seu motor de buscas, “entendendo” conteúdo de páginas e buscas de usuários. Transformá-las em produtos para o usuário, porém, é algo novo.

Mesmo assim, o Google reagiu e vem liberando o Bard, seu chatbot com IA, aos poucos.

O lançamento foi cheio de problemas, como respostas erradas do programa e insatisfação de funcionários. Apesar disso, o CEO Sundar Pichai garante que sua empresa tem a melhor inteligência artificial do mercado.

A chegada da equipe da DeepMind pode ser vista nesse sentido: reforçar o desenvolvimento das tecnologias de IA para não ficar atrás da Microsoft e da OpenAI na corrida.

DeepMind era científica e queria mais independência

Dá para entender a declaração de Hassabis como um aviso que, daqui em diante, as tecnologias desenvolvidas serão voltadas para produtos e aplicações práticas.

Isso não é exatamente novidade: a DeepMind já realizou trabalhos para aumentar a duração da bateria dos smartphones com Android e reduzir o consumo de energia nos data centers da empresa. Mesmo assim, o foco era muito mais acadêmico e científico.

Como lembra o site The Verge, Google e DeepMind tinham um relacionamento tenso. Enquanto o laboratório tinha alguns dos melhores pesquisadores do mundo e uma reputação científica enorme, ele dava prejuízo, e era a gigante das buscas era quem pagava as contas.

Em 2021, o Google teria rejeitado um pedido da DeepMind para se tornar uma instituição sem fins lucrativos e ter mais independência.

Christopher Manning, diretor do Laboratório de Inteligência Artificial de Stanford, avalia que a fusão pode ser mais difícil do que parece. “Estrategicamente, faz sentido. Taticamente, será difícil gerenciar as diferenças organizacionais e culturais”, diz o cientista ao Wall Street Journal.

A DeepMind ficou famosa quando seu AlphaGo venceu um jogo de go contra o campeão mundial Lee Sedol. Outros feitos do laboratório foram o AlphaZero, que usou aprendizado por reforço para jogar go, xadrez e shogi, e o AlphaFold, especializado em enovelamento de proteínas.

Fundada em 2010 no Reino Unido, a DeepMind comprada pelo Google em 2014. No ano seguinte, a reestruturação corporativa formou o conglomerado Alphabet, com Google e DeepMind como subsidiárias separadas. Agora, elas estão novamente unidas.

Com informações: The Wall Street Journal, The Verge
DeepMind vai ajudar Google na corrida contra a OpenAI pelo futuro da IA

DeepMind vai ajudar Google na corrida contra a OpenAI pelo futuro da IA
Fonte: Tecnoblog