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Falha em apps de encontros permitia descobrir localização de usuário

Falha em apps de encontros permitia descobrir localização de usuário

Ataque é rudimentar e difícil, mas poderia ser usado por stalkers em aplicativos de relacionamento (Imagem: Priscilla Du Preez / Unsplash)

Um estudo com 15 aplicativos de relacionamento revelou que Bumble, Grindr, Happn, Badoo, Hinge e Hily tinham um problema de privacidade em seu funcionamento. Devido a essa vulnerabilidade, era possível estimar a localização de um usuário. Em alguns destes apps, a precisão poderia chegar a apenas 2 m.

O trabalho foi feito por pesquisadores de cibersegurança da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica. Eles analisaram os recursos de localização e privacidade de aplicativos de encontros. Com eles, um usuário pode ter uma estimativa de qual a distância até um determinado perfil.

Bumble fez mudanças após ser comunicado sobre o problema (Imagem: Good Faces Agency / Unsplash)

Os cientistas consideraram uma técnica que eles chamam de “trilateração oracular”. Trilateração é o nome dado à técnica de estimar uma localização de um ponto, usando como base as distâncias dele a três outros pontos conhecidos. O GPS, por exemplo, usa esta técnica.

A trilateração oracular toma isso como base, mas com uma prática muito menos refinada, envolvendo tentativa e erro. Digamos que o alvo esteja a 5 km. O atacante poderia se mover aos pouquinhos até este número mudar. Fazendo isso em três direções diferentes, seria possível deduzir a localização desta pessoa, já que haveria três pontos com uma distância conhecida.

Karel Dhondt, um dos pesquisadores, diz que seria possível estimar uma precisão de até 2 m usando este método, desde que se saiba como a plataforma arredonda as localizações.

Segundo o estudo, seis apps apresentavam problemas.

Badoo, Bumble, Hinge e Hily estavam sujeitos à trilateração oracular.

O Grindr estava suscetível a uma trilateração exata de 111 m de precisão.

No Happn, as distâncias eram arredondadas, mas ainda era possível usar técnicas de trilateração, ainda que com precisão menor.

Outros nove não tinham este problema.

O Tinder divide as localizações dos usuários em “células” de 1 x 1 milha (1,6 x 1,6 km).

O OkCupid não acessa dados de GPS, usando apenas a cidade usada na hora de preencher o perfil.

Menos famosos no Brasil, POF, MeetMe, Tagged, Meetic, Tantan, Jaumo e Lovoo completam a lista de aplicativos sem a vulnerabilidade.

Aplicativos corrigiram falha após contato

O estudo da Universidade Católica de Lovaina seguiu o princípio da divulgação responsável de vulnerabilidades. Os pesquisadores entraram em contato com os desenvolvedores dos 15 aplicativos estudados antes de publicar o trabalho.

Segundo eles, resolver o problema é fácil: basta arredondar as coordenadas e deixá-las com três casas decimais, reduzindo a precisão. Dhondt explica que isso leva a uma incerteza de 1 km.

Ao TechCrunch, os aplicativos se posicionaram.

O Bumble disse ter resolvido os problemas.

O Hily diz que, na prática, era impossível explorar esta vulnerabilidade, mas desenvolveu novos algoritmos de localização.

O Happn diz ter uma camada de proteção extra, que não foi levada em consideração pelos pesquisadores. Após apresentá-la, os responsáveis pelo estudo concordaram que a técnica impede a trilateração.

O Grindr diz que a precisão de 111 metros é uma característica da rede, não um bug, para oferecer mais proximidade aos usuários. Eles também podem controlar estas configurações no app, segundo a empresa.

Badoo e Hinge não responderam.

Com informações: TechCrunch
Falha em apps de encontros permitia descobrir localização de usuário

Falha em apps de encontros permitia descobrir localização de usuário
Fonte: Tecnoblog

Bumble quer que sua IA converse com IAs de outras pessoas até arranjar um date

Bumble quer que sua IA converse com IAs de outras pessoas até arranjar um date

Bumble e outros apps do setor apresentaram queda nos últimos anos (Imagem: Good Faces Agency / Unsplash)

Whitney Wolfe Herd, fundadora do aplicativo de encontros Bumble, sugeriu que, em breve, uma inteligência artificial baseada em um usuário poderá conversar com inteligências artificiais de outros usuários. Após essa etapa, ela seria capaz de decidir quem são as pessoas com mais afinidade. A empresária tem até um nome para aplicar a este recurso: “dating concierge”, ou “concierge de encontros”, em tradução livre.

“Existe um mundo em que seu concierge de encontros poderia ir e conversar com os concierges de outras pessoas. Aí, você não precisaria conversar com 600 pessoas. Ele escanearia San Francisco para você e diria ‘estas são as três pessoas que você tem que conhecer’”, explica a fundadora. Este concierge seria treinado em conversas com o próprio usuário. A IA poderia ouvir as inseguranças da pessoa e ajudá-la a superar essas dificuldades.

That’s literally the plot of a Black Mirror episode.— Joe Turner (@itsjoeturner) May 10, 2024

Usuários do Tinder estão usando ChatGPT

Se você achou estranho, saiba que não está sozinho. No X (antigo Twitter), alguns usuários notaram alguma semelhança entre a ideia de Wolfe Herd e um episódio da série Black Mirror em que um sistema define casais automaticamente.

Mesmo assim, a IA nos aplicativos de encontros já é uma realidade: algumas pessoas já vêm usando o ChatGPT no Tinder, como forma de “otimizar” as conversas e impressionar pretendentes.

Usuários do Tinder estão usando ChatGPT para impressionar (Imagem: Good Faces Agency / Unsplash)

O Tinder também conta com um algoritmo para mostrar primeiro pessoas mais prováveis de terem afinidade com o usuário. Vale dizer que o aplicativo é do Match Group, dono de outras plataformas do tipo e concorrente do Bumble.

Bumble e Tinder despencaram nos últimos anos

O Bumble é um aplicativo com uma dinâmica um pouco diferente de outros, como o Tinder. Nos matches entre homens e mulheres, só elas podem começar a conversa.

Recentemente, ele ganhou uma nova opção: as mulheres podem colocar uma pergunta padrão para os homens responderem. Segundo a empresa, é uma forma de mantê-las no controle, sem deixar o peso de começar a paquera.

A IA e as novas dinâmicas podem ser uma forma de revitalizar o setor. Uma pesquisa realizada com estudantes universitários e de pós-graduação dos Estados Unidos revelou que 79% deles não usam apps do tipo, e grande parte dos entrevistados prefere começar relacionamentos partindo de uma amizade.

Essa queda de popularidade se reflete no mercado financeiro. As ações do Bumble caíram mais de 80% de 2021 para cá, de cerca de US$ 75 para US$ 11. O mesmo aconteceu com os papéis do Match Group, que despencaram de US$ 169 para cerca de US$ 30 no mesmo período.

Com informações: Forbes
Bumble quer que sua IA converse com IAs de outras pessoas até arranjar um date

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Fonte: Tecnoblog