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O que é NFT? Saiba como funcionam os tokens não fungíveis

O que é NFT? Saiba como funcionam os tokens não fungíveis

NFTs servem como um certificado de autenticidade digital para itens únicos (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

NFTs, ou tokens não fungíveis, são ativos digitais exclusivos que comprovam a propriedade de um item específico. Diferentemente de moedas tradicionais ou criptomoedas, cada token dessa categoria é único e não pode ser substituído por outro.

Eles funcionam em uma blockchain, um livro-razão digital que garante a autenticidade e a prova de propriedade do token. Ao adquirir um NFT, a pessoa recebe um certificado digital exclusivo do ativo associado, assegurando a originalidade.

Exemplos de NFTs incluem obras de arte digitais, colecionáveis virtuais e até terrenos em metaversos. Essa tecnologia oferece uma ampla diversidade de aplicações, criando oportunidades para artistas, criadores, colecionadores e investidores.

Entenda melhor o conceito de NFTs, para que eles servem e seu funcionamento detalhado. Também saiba os benefícios e as limitações dos tokens não fungíveis.

ÍndiceO que é NFT?Qual é o significado de NFT?Para que servem os NFTs?Como funcionam os NFTsQuais são as principais plataformas de NFTs?Quais são os principais tipos de NFT?Quais são os benefícios do NFT?Quais são as limitações do NFT?Qual é a diferença entre tokens não fungíveis e tokens fungíveis?Qual é a diferença entre NFTs e criptomoedas?

O que é NFT?

Um NFT, ou token não fungível, é um ativo digital exclusivo que atesta a propriedade de um item, como arte, música ou vídeo, registrado em uma blockchain. Sua natureza não fungível significa que cada token é único e insubstituível, impedindo a troca de um para um.

Essa singularidade é garantida por um código identificador único e metadados específicos gravados na blockchain, tornando o ativo verificável e imutável. Isso permite que tokens digitais sejam comprados, vendidos e negociados, estabelecendo a autenticidade e a escassez no mundo digital.

Qual é o significado de NFT?

NFT é a sigla para Non Fungible Tokens (Tokens não fungíveis, em português). Token é um ativo digital único que representa a propriedade de um item, seja uma imagem, vídeo ou áudio registrado em uma blockchain.

O termo “Não fungível” significa que cada token é único, não podendo ser copiado, substituído ou trocado por uma unidade idêntica. Essa característica é o que permite que eles autentiquem a originalidade e propriedade de bens digitais.

NFTs são ativos digitais que comprovam a autenticidade de itens registrados em uma blockchain (imagem: rc.xyz NFT gallery/Unsplash)

Para que servem os NFTs?

Os NFTs servem como um certificado de autenticidade digital para itens únicos, permitindo que criadores tokenizem ativos como obras de arte, vídeos e colecionáveis digitais. Eles estabelecem e comprovam a propriedade de forma transparente no ambiente digital.

Cada NFT é protegido pela tecnologia blockchain, garantindo que só exista um proprietário oficial e que o registro de propriedade não possa ser alterado ou copiado. Essa exclusividade abre novas oportunidades de monetização para ativos digitais.

Como funcionam os NFTs

Os NFTs são criados por meio de um processo de cunhagem em um ambiente blockchain, um livro-razão imutável. Informações do arquivo digital e contratos inteligentes, que são acordos digitais, são registrados para assegurar a autenticidade e a propriedade do ativo, garantindo a exclusividade.

Esses tokens operam em redes como a Ethereum, seguindo padrões como ERC-721 para itens únicos e ERC-1155 para coleções. Aqui vale dizer que, devido ao tamanho dos arquivos, os NFTs geralmente fazem referência a dados armazenados em sistemas descentralizados, não o próprio arquivo digital.

Para comprar NFTs, é preciso ter uma carteira digital compatível e criptomoedas, como Ether (ETH), usadas para as transações e taxas. Essa infraestrutura é fundamental para a Web3, a próxima geração da internet descentralizada.

A comercialização de NFTs ocorre em marketplaces online dedicados, onde os usuários listam e negociam os tokens. Esse sistema descentralizado facilita a interação direta entre criadores e colecionadores, eliminando intermediários tradicionais.

Assim, o funcionamento das NFTs se baseia em uma combinação de blockchain, contratos inteligentes e outros elementos de tecnologia da informação e comunicação. Isso resulta em um ecossistema digital seguro para ativos únicos.

“Everydays: The first 5000 days”, obra NFT do artista Beeple, foi vendida por US$ 69 milhões (Imagem: Reprodução)

Quais são as principais plataformas de NFTs?

Existem diversas plataformas para negociação de NFTs focadas em diferentes públicos e tipos de conteúdo digital. As principais são:

OpenSea: popular marketplace de NFTs, funciona como um mercado aberto onde qualquer pessoa pode cunhar e vender ativos digitais, como artes, músicas, itens de jogos e colecionáveis;

Rarible: plataforma descentralizada que permite a criação, venda e compra de NFTs, principalmente focada em direitos de obras de artes digitais;

SuperRare: uma galeria de NFTs mais exclusiva, com curadoria especializada. Para listar um token, os artistas precisam ser convidados ou receber uma aprovação após uma inscrição;

LooksRare: marketplace que se diferencia ao recompensar os usuários por participar da plataforma com seu token nativo;

KnownOrigin: plataforma gerenciada por artistas onde criadores podem autenticar, expor e vender artes e colecionáveis digitais únicos;

Nifity Gateway: conhecida por oferecer coleções de NFTs de artistas renomados, incluindo trabalhos multimídia, vídeos e animações. Geralmente é visitada por colecionadores de obras de arte digital com potencial de valorização;

Magic Eden: um dos principais marketplaces de NFTs na blockchain Solana, oferecendo uma vasta galeria de colecionáveis digitais e jogos;

Bored Ape Yacht Club: embora seja uma coleção famosa de NFTs, também funciona como um marketplace próprio para coleções limitadas de artes digitais de macacos entediados;

NBA Top Shot: plataforma de NFTs próprias, especializada em momentos icônicos e jogadas de atletas e times da liga norte-americana de basquete em formato de vídeo colecionável.

Quais são os principais tipos de NFT?

Diversos tipos de ativos digitais que podem ser tokenizados como NFTs. Os mais comuns são:

Arte digital: obras de artes digitais exclusivas, como imagens, animações, GIFs e vídeos;

Bilhetes e ingressos: NFTs podem funcionar como bilhetes para eventos, shows ou conferências, oferecendo autenticidade e rastreabilidade, além de possíveis benefícios adicionais;

Colecionáveis virtuais: itens digitais raros e únicos, como cartões virtuais, figurinhas e acessórios exclusivos para avatares ou personagens em jogos de videogame;

Fotografia: fotógrafos podem tokenizar as imagens registradas por eles, permitindo a venda da propriedade total ou parcial das obras para colecionadores;

Esportes: coleções de arte digital e momentos icônicos baseados em atletas, equipes e eventos esportivos, semelhante aos cards e figurinhas colecionáveis físicas;

Imóveis virtuais: terrenos, propriedades e edifícios em mundos virtuais e metaversos, que podem ser comprados, vendidos e desenvolvidos;

Mídia social: conteúdos virais como memes e tweets originais podem ser tokenizados, transformando breves publicações em ativos digitais colecionáveis;

Música e videoclipes: conteúdo musical e de vídeo exclusivo ou em edição limitada, permitindo que artistas e fãs comprem e vendam faixas e clipes raros; 

Nomes de domínio: nomes de domínio descentralizados, como .eth ou .crypto, que oferecem propriedade digital segura e privada sobre identidades online.

Vídeo viral de Nathan Apodaca andando de skate ao som de “Dreams” de Fleetwood Mac foi vendido como NFT por US$ 500 mil (imagem: Reprodução/TikTok)

Quais são os benefícios do NFT?

Os NFTs oferecem uma série de vantagens para criadores e colecionadores no mundo digital. Alguns deles são:

Comprovação de propriedade: NFTs são registrados em blockchain, garantindo que cada ativo digital é único e comprovando a propriedade de forma transparente e imutável. Isso minimiza fraudes e falsificações;

Escassez digital autêntica: diferente de outros tokens, cada NFT é singular e insubstituível. Isso os torna adequados para representar itens digitais raros, como colecionáveis, obras de arte e itens de jogos;

Liberdade criativa e inovação: NFTs permitem que criadores experimentem novos formatos e modelos de negócios, expandindo os limites da arte digital e propriedade intelectual;

Empoderamento e monetização para criadores: artistas e criadores têm mais controle sobre as obras, estabelecem conexões diretas com o público e acessam novas fontes de receita, como royalties em revendas;

Construção de comunidade: NFTs podem conferir acesso a conteúdos exclusivos, experiências VIP ou grupos fechados. Isso cria comunidades engajadas onde criadores interagem diretamente com os fãs;

Descentralização e acessibilidade global: o mercado de NFTs é global e acessível a qualquer pessoa com conexão à internet. Isso elimina intermediários tradicionais e democratiza o acesso à arte e colecionáveis.

Quais são as limitações do NFT?

Apesar dos diversos aspectos positivos, há algumas questões sobre NFTs que devem ser levadas em consideração:

Instabilidade do mercado: os preços dos NFTs podem ser extremamente voláteis, resultando em ganhos ou perdas rápidas para investidores e novos participantes;

Acessibilidade e usabilidade: a complexidade tecnológica e a necessidade de conhecimento em criptomoedas podem dificultar a adoção em massa dos NFTs;

Armazenamento e segurança: os próprios NFTs não armazenam a obra de arte, mas sim um link para ela, o que pode levar à perda de acesso se o servidor que hospeda sair do ar;

Falta de regulamentação: a ausência de órgãos reguladores torna o mercado vulnerável a golpes, como ativos falsos, projetos fraudulentos e ataques de phishing, exigindo pesquisas aprofundadas do comprador;

Desafios legais e de direitos autorais: NFTs não protegem totalmente contra violações de direitos autorais ou contestações legais, e a falta de regulamentação pode dificultar a execução dos contratos inteligentes;

Preocupações ambientais: a dependência de blockchain que consomem muita energia para cunhagem e negociação de NFTs levanta sérias preocupações ambientais devido às emissões de carbono.

Qual é a diferença entre tokens não fungíveis e tokens fungíveis?

Tokens não fungíveis representam ativos únicos e insubstituíveis. Cada NFT tem características distintas que o diferenciam de qualquer outro, conferindo uma identidade exclusiva e impedindo que seja trocada um a um por outro token do mesmo tipo.

Já os tokens fungíveis são intercambiáveis, o que significa que cada unidade é idêntica a outra e pode ser trocada sem alteração do valor. Algo que ocorre com moedas tradicionais ou criptomoedas como o Bitcoin.

Qual é a diferença entre NFTs e criptomoedas?

NFTs são ativos digitais exclusivos que representam a propriedade de um item específico, seja ele uma obra de arte digital, um item de jogo ou colecionável. Por ser um token não fungível, eles são únicos e insubstituíveis.

Criptomoedas são moedas digitais descentralizadas projetadas para serem usadas como meio de troca para transações financeiras e investimentos em ambientes blockchain. Cada unidade de uma criptomoeda é idêntica e pode ser trocada por outra, tornando-as fungíveis.
O que é NFT? Saiba como funcionam os tokens não fungíveis

O que é NFT? Saiba como funcionam os tokens não fungíveis
Fonte: Tecnoblog

O Real Digital não é o que você está esperando

O Real Digital não é o que você está esperando

A digitalização do dinheiro segue a pleno vapor no mundo todo. Parte desse processo se dá através da CBDC, ou Central Bank Digital Currency. Trata-se da versão digital de uma moeda oficial, respaldada pelo Banco Central do país em questão.

Real digital tirando a burocracia do caminho (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O conceito é uma apropriação do que acontece no universo das criptomoedas. Apenas em parte, porém: aqui não existe a descentralização característica do universo cripto, é o Estado quem emite o dinheiro, como já acontece com as moedas tradicionais.

Hoje, o país com a CBDC mais avançada é a China, onde as pesquisas sobre esta tecnologia começaram em 2014. Por lá, já dá para usar o yuan digital para fazer pagamentos no dia a dia, e até salários podem ser pagos dessa forma. Até outubro de 2022, cerca de 100 bilhões de yuans já haviam sido transacionais em seu formato digital.

Agora, é o Brasil que inicia os testes com a CBDC nacional. No entanto, nosso Banco Central tomou um caminho diferente do modelo chinês. Aqui os testes não envolverão, num primeiro momento, pagamentos de varejo. Por enquanto, você não vai poder pagar suas compras com o Real Digital.

O motivo disso é que o Brasil tem algo que a China não tem: o Pix.

Saindo do contexto do dia a dia

Em entrevista ao Tecnocast 286, o professor Carlos Ragazzo, da FGV, nos lembra das particularidades do caso chinês. Por lá, a população já está mais do que acostumada à digitalização dos pagamentos. Basta olhar para o uso amplamente difundido dos super apps WeChat e AliPay.

Ao concentrarem tanto das transações feitas no país, esses aplicativos – soluções privadas, oferecidas por Tencent e Alibaba – acumulam muito poder sobre o sistema financeiro local. Para o governo chinês, estimular o uso do yuan digital – ou seja, a solução do governo – também é uma forma de equilibrar essa relação, por assim dizer.

Lá o projeto deles é de reduzir a dependência das grandes plataformas, do AliPay e do WeChat. Porque eles já se livraram do cash. Já são noventa e tantos por cento de pagamentos digitais. Só que esses pagamentos digitais, eles se dão à margem dos sistemas financeiros tradicionais, dos bancos comerciais tradicionais chineses. (…) O yuan digital foi meio que utilizado pra começar a reduzir a relevância dessas plataformas digitais chinesas supergigantes por lá.

O Brasil não tem nada parecido com um WeChat ou AliPay. Até mesmo o WhatsApp Pay encontra dificuldades para decolar no contexto brasileiro. Por aqui, a solução mais utilizada já é a que partiu do governo: o Pix, cuja estrutura tem se mostrado suficiente para os pagamentos de varejo, aqueles que fazemos todos os dias.

China tem yuan digital operando e é líder no desenvolvimento de uma CBDC (Imagem: Adrian Korte/Flickr)

É por essa razão que o Real Digital não vem com esse foco, como aconteceu na China. Sendo assim, o piloto da CBDC brasileira abre as portas para que instituições financeiras apresentem projetos de novos produtos e serviços que podem ser viabilizados pelo Real Digital.

Contratos inteligentes e programabilidade

Os benefícios de uma CBDC vão muito na linha da facilitar certas operações. Desde envios de remessas de um país para outro até transações entre instituições financeiras, que envolvem grandes somas de dinheiro. É provável que o Real Digital tenha aplicações nessas frentes.

No entanto, ele também pode ser útil para acelerar alguns tipos de transação. Ragazzo cita um projeto capitaneado pelo Santander para transferência de veículos. Nele, o carro se torna um token dentro de um marketplace. A transmissão do bem para o comprador seria imediata, ocorrendo logo após o pagamento com o Real Digital e dispensando a burocracia normalmente associada a esse tipo de negócio.

A CBDC aqui está aliada a outra tecnologia, os smart contracts (contratos inteligentes), protocolos que permitem a execução automática de transações a partir da definição de certas condições. Tudo isso através de blockchain, onde as cláusulas do contrato ficam gravadas.

É uma possibilidade interessante, com implicações práticas na vida do público. Aqui o Real Digital mostra seu potencial para além dos pagamentos de dia a dia, com os quais estabelecida uma associação mais imediata.

Blockchain (Imagem: mmi9/Pixabay)

Outro projeto é uma parceria da fintech Capitual com a TecBan. Imagine que você fez uma compra on-line, e o produto foi entregue num armário inteligente. Também a partir de smart contracts, o armário identificaria quando você retirou sua compra, e só então o dinheiro – como Real Digital – seria repassado ao vendedor.

Segundo Ragazzo, essa aplicação está ligada à ideia de programabilidade do dinheiro, um conceito muito importante no piloto do Real Digital.

À medida que os testes caminham, a tendência é que outras utilidades sejam encontradas e novos serviços sugeridos. Com a infraestrutura sendo oferecida pelo Banco Central, cabe agora ao mercado ser criativo e propor formas inovadoras de fazer uso dela.
O Real Digital não é o que você está esperando

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Fonte: Tecnoblog