Category: Banco Central

Pix bate recorde de transações diárias pela terceira vez em três mês com 129 milhões de transferências

Pix bate recorde de transações diárias pela terceira vez em três mês com 129 milhões de transferências

E pela terceira vez em três meses, o Pix bate recorde de transações diárias. O método de pagamento mais querido do brasileiro (segundo meu empirismo) novamente passou da marca 120 milhões de transações, chegando a 129.444.492 de “fiz o Pix, recebeu aí?”. O recorde aconteceu ontem (6), data que é o primeiro dia pós-pagamento para uma boa parte dos brasileiros.

Pix bate novo recorde pela terceira vez em três meses, beirando o número de 130 milhões de transações diárias (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Enquanto a marca histórica de maio antecedeu o dia das mães e em junho tivemos o impacto do dia dos namorados (que costuma ser menor que a data para as mães), não há nada muito óbvio que explique esse novo recorde. Todavia, continuamos no período de festas juninas, há dia dos pais no próximo mês e seguimos com calendários de IPVA e licenciamentos de veículos abertos em alguns estados brasileiros.

E obviamente, a popularização do Pix é outro fator que influencia na quantidade de transações realizadas. Quanto mais popular, mais comum será a escolha pelo método do pagamento.

Pix bate recorde pela terceira vez e deve repetir o feito em agosto

Mais de 129 milhões de transações diárias foram feitas pelo Pix na última quarta-feira (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

O recorde foi batido pela terceira vez em três meses seguidos. Todos esses recordes seguem um padrão: acontecem em datas próximas ao dia 5, mostrando uma ligação entre o recorde e recebimento do salário. Em maio, o dia das mães próximo do pagamento foi um “forte fator de atração” para o recorde de transações.

Em agosto, teremos o dia dos pais. A data comemorativa costuma ter menos impacto no comércio do que o dia das mães. Porém, como dito anteriormente, a popularização do Pix, sendo aceito em mais lugares, poderá impactar na quantidade de transações diárias.

Além do mais, o quinto dia útil do mês de agosto será na segunda semana, antecedendo a celebração de dia dos pais.

Mesmo que não tenhamos um novo recorde em agosto, esse histórico de recordes batidos seguidamente em três meses é um claro indicativo que a marca superior a 130 milhões de transações diárias acontecerá ainda em 2023 — acompanhando um recorde de transações mensais.
Pix bate recorde de transações diárias pela terceira vez em três mês com 129 milhões de transferências

Pix bate recorde de transações diárias pela terceira vez em três mês com 129 milhões de transferências
Fonte: Tecnoblog

Pix passa de 120 milhões em novo recorde de transações

Pix passa de 120 milhões em novo recorde de transações

Mantendo sua popularidade, o Pix alcançou um novo recorde na sexta-feira (5), com mais de 120 milhões de transações. Segundo as informações registradas pelo Banco Central, o valor liquidado nesse dia ultrapassou a marca de R$ 68 milhões. Os números surpreendentes surgiram pouco mais de uma semana antes do dia das mães, data comemorativa na qual os brasileiros costumam gastar bastante.

Pix (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Em números exatos, foram feitas 124.322.983 transações via Pix apenas no dia 5 de maio. Ou seja, este é o maior recorde que o sistema de pagamento já apresentou desde a sua introdução em 2019.

Essa soma é algo muito acima da média diária, que dificilmente chega a 110 milhões, por exemplo. Para efeito de comparação, durante o mês de abril de 2023, a maior quantidade de operações financeiras nessa modalidade ocorreu no dia 10, com 105.667.115.

Além disso, esse total representa como o sistema cresceu nos últimos anos. Na época do dia das mães em 2022, o recorde também foi batido, mas o Pix chegou a 73 milhões de transações, algo totalmente superado dessa vez.

O mais novo recorde do Pix (Imagem: Divulgação / Banco Central)

Brasileiro assumiu o Pix como principal forma de pagamento

Com o recorde alcançado, o Pix também se destacou no quesito financeiro, chegando a R$ 68.372,024. Contudo, nos últimos 30 dias, esses números ficaram abaixo do que foi registrado no dia 10 de abril desse ano, quando o sistema de pagamento chegou a R$ 69.849,967 de valores liquidados.

De acordo com os dados do Banco Central, os brasileiros usam mais a plataforma na hora do almoço, por volta das 12h, e depois do expediente, a partir das 18h.

Devido ao constante aumento de pessoas que preferem o Pix, formas como o boleto bancário e os cartões de crédito e débito estão perdendo espaço no dia a dia.

No fim de abril de 2023, havia um total de 601.588.145 de chaves cadastradas. Chaves aleatórias seguem sendo a preferência dos usuários, seguida do CPF, do número do celular, do endereço de e-mail e, por fim, do CNPJ.

Estatísticas de chaves Pix (Imagem: Divulgação / Banco Central)

Vale apontar que todos os dados estão presentes na página oficial do Banco Central e são de livre acesso de qualquer pessoa que queira conferir as informações. A instituição atualiza frequentemente o site, oferecendo transparência neste quesito.

Você usa bastante o Pix ou ainda mantém outros métodos de pagamento pela internet?
Pix passa de 120 milhões em novo recorde de transações

Pix passa de 120 milhões em novo recorde de transações
Fonte: Tecnoblog

O Real Digital não é o que você está esperando

O Real Digital não é o que você está esperando

A digitalização do dinheiro segue a pleno vapor no mundo todo. Parte desse processo se dá através da CBDC, ou Central Bank Digital Currency. Trata-se da versão digital de uma moeda oficial, respaldada pelo Banco Central do país em questão.

Real digital tirando a burocracia do caminho (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O conceito é uma apropriação do que acontece no universo das criptomoedas. Apenas em parte, porém: aqui não existe a descentralização característica do universo cripto, é o Estado quem emite o dinheiro, como já acontece com as moedas tradicionais.

Hoje, o país com a CBDC mais avançada é a China, onde as pesquisas sobre esta tecnologia começaram em 2014. Por lá, já dá para usar o yuan digital para fazer pagamentos no dia a dia, e até salários podem ser pagos dessa forma. Até outubro de 2022, cerca de 100 bilhões de yuans já haviam sido transacionais em seu formato digital.

Agora, é o Brasil que inicia os testes com a CBDC nacional. No entanto, nosso Banco Central tomou um caminho diferente do modelo chinês. Aqui os testes não envolverão, num primeiro momento, pagamentos de varejo. Por enquanto, você não vai poder pagar suas compras com o Real Digital.

O motivo disso é que o Brasil tem algo que a China não tem: o Pix.

Saindo do contexto do dia a dia

Em entrevista ao Tecnocast 286, o professor Carlos Ragazzo, da FGV, nos lembra das particularidades do caso chinês. Por lá, a população já está mais do que acostumada à digitalização dos pagamentos. Basta olhar para o uso amplamente difundido dos super apps WeChat e AliPay.

Ao concentrarem tanto das transações feitas no país, esses aplicativos – soluções privadas, oferecidas por Tencent e Alibaba – acumulam muito poder sobre o sistema financeiro local. Para o governo chinês, estimular o uso do yuan digital – ou seja, a solução do governo – também é uma forma de equilibrar essa relação, por assim dizer.

Lá o projeto deles é de reduzir a dependência das grandes plataformas, do AliPay e do WeChat. Porque eles já se livraram do cash. Já são noventa e tantos por cento de pagamentos digitais. Só que esses pagamentos digitais, eles se dão à margem dos sistemas financeiros tradicionais, dos bancos comerciais tradicionais chineses. (…) O yuan digital foi meio que utilizado pra começar a reduzir a relevância dessas plataformas digitais chinesas supergigantes por lá.

O Brasil não tem nada parecido com um WeChat ou AliPay. Até mesmo o WhatsApp Pay encontra dificuldades para decolar no contexto brasileiro. Por aqui, a solução mais utilizada já é a que partiu do governo: o Pix, cuja estrutura tem se mostrado suficiente para os pagamentos de varejo, aqueles que fazemos todos os dias.

China tem yuan digital operando e é líder no desenvolvimento de uma CBDC (Imagem: Adrian Korte/Flickr)

É por essa razão que o Real Digital não vem com esse foco, como aconteceu na China. Sendo assim, o piloto da CBDC brasileira abre as portas para que instituições financeiras apresentem projetos de novos produtos e serviços que podem ser viabilizados pelo Real Digital.

Contratos inteligentes e programabilidade

Os benefícios de uma CBDC vão muito na linha da facilitar certas operações. Desde envios de remessas de um país para outro até transações entre instituições financeiras, que envolvem grandes somas de dinheiro. É provável que o Real Digital tenha aplicações nessas frentes.

No entanto, ele também pode ser útil para acelerar alguns tipos de transação. Ragazzo cita um projeto capitaneado pelo Santander para transferência de veículos. Nele, o carro se torna um token dentro de um marketplace. A transmissão do bem para o comprador seria imediata, ocorrendo logo após o pagamento com o Real Digital e dispensando a burocracia normalmente associada a esse tipo de negócio.

A CBDC aqui está aliada a outra tecnologia, os smart contracts (contratos inteligentes), protocolos que permitem a execução automática de transações a partir da definição de certas condições. Tudo isso através de blockchain, onde as cláusulas do contrato ficam gravadas.

É uma possibilidade interessante, com implicações práticas na vida do público. Aqui o Real Digital mostra seu potencial para além dos pagamentos de dia a dia, com os quais estabelecida uma associação mais imediata.

Blockchain (Imagem: mmi9/Pixabay)

Outro projeto é uma parceria da fintech Capitual com a TecBan. Imagine que você fez uma compra on-line, e o produto foi entregue num armário inteligente. Também a partir de smart contracts, o armário identificaria quando você retirou sua compra, e só então o dinheiro – como Real Digital – seria repassado ao vendedor.

Segundo Ragazzo, essa aplicação está ligada à ideia de programabilidade do dinheiro, um conceito muito importante no piloto do Real Digital.

À medida que os testes caminham, a tendência é que outras utilidades sejam encontradas e novos serviços sugeridos. Com a infraestrutura sendo oferecida pelo Banco Central, cabe agora ao mercado ser criativo e propor formas inovadoras de fazer uso dela.
O Real Digital não é o que você está esperando

O Real Digital não é o que você está esperando
Fonte: Tecnoblog