Category: Austrália

Após pressão, banco australiano desiste de trocar funcionários por IA

Após pressão, banco australiano desiste de trocar funcionários por IA

Bot de voz motivou cortes no Commonwealth Bank of Australia (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

O Commonwealth Bank of Australia, maior banco do país, reverteu a demissão de 45 funcionários após pressão do Sindicato do Setor Financeiro.
A instituição reconheceu erro na avaliação inicial.
Os funcionários podem escolher permanecer, ser realocados internamente ou optar pelo desligamento voluntário.

O Commonwealth Bank of Australia (CBA), maior banco do país, voltou atrás na decisão de dispensar 45 funcionários do setor de atendimento que seriam substituídos por uma nova inteligência artificial. A reversão foi anunciada na última quinta-feira (21/08), após ação movida pelo Sindicato do Setor Financeiro (FSU, na sigla em inglês) no tribunal de relações trabalhistas australiano (Fair Work Commission).

O sindicato alegou falta de transparência da instituição financeira, que justificou os cortes afirmando que um novo “bot” estava reduzindo as chamadas recebidas em cerca de 2.000 por semana.

Segundo o FSU, o volume de ligações cresceu, levando o banco a oferecer horas extras para atender ao fluxo de clientes, contrariando a justificativa para as demissões.

Banco admite erro em avaliação

À Bloomberg, um porta-voz do CBA admitiu que a avaliação inicial foi falha e “não levou em conta adequadamente todas as considerações comerciais relevantes”. A instituição, que emprega mais de 51.000 pessoas, também pediu desculpas aos funcionários impactados e reconheceu que deveria ter realizado uma análise mais criteriosa.

Foram oferecidas três opções aos 45 funcionários que seriam desligados: permanecer nas funções atuais; buscar uma realocação dentro da empresa; ou optar pelo desligamento voluntário. A decisão foi celebrada pelo Sindicato do Setor Financeiro como uma “vitória enorme”.

Funcionários afetados terão opção de manter cargos no banco (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O caso reforça o debate sobre o impacto da IA no mercado de trabalho e acontece pouco depois do Commonwealth Bank of Australia anunciar uma parceria com a OpenAI, dona do ChatGPT, para integrar tecnologias avançadas para clientes e funcionários.

Instituições financeiras em todo o mundo estão explorando o uso da tecnologia para otimizar operações, reduzir custos e melhorar a experiência do cliente. Contudo, a transição tem gerado incertezas sobre a segurança dos empregos.

Um relatório da Bloomberg Intelligence, divulgado em agosto de 2025, projetou que até 200.000 empregos poderiam ser cortados no setor bancário global nos próximos três a cinco anos, à medida que a IA assume tarefas hoje executadas por humanos.

No Brasil, bancos já aderem à IA

Bancos têm investido em automação e IA (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A IA já é usada por bancos brasileiros para digitalizar serviços e otimizar atendimento, até o momento sem casos de demissões em massa. O objetivo declarado pelas instituições é aumentar a eficiência e liberar os funcionários humanos para tarefas mais complexas.

Chatbots e algoritmos têm ajudado em transações, análise de crédito e prevenção de fraudes, mas sindicatos já acompanham o tema temendo cortes de empregos.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por outro lado, defendeu que a tecnologia cria novas oportunidades, e que o setor tem investido na capacitação de colaboradores para atuar nesse novo cenário.

Com informações da Bloomberg
Após pressão, banco australiano desiste de trocar funcionários por IA

Após pressão, banco australiano desiste de trocar funcionários por IA
Fonte: Tecnoblog

Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos

Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos

Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

Austrália vai proibir o uso de YouTube, Facebook, Instagram e TikTok para menores de 16 anos a partir de dezembro, como medida de proteção digital.
A Alphabet, responsável pela plataforma, pode recorrer judicialmente para barrar a decisão, que não afeta o YouTube Kids.
Nos EUA, o YouTube testa uma IA para identificar usuários com menos de 18 anos e restringir conteúdo e anúncios direcionados.

Em dezembro deste ano, uma legislação que proíbe o uso de redes sociais por menores de 16 anos entrará em vigor na Austrália. Inicialmente, a decisão valeria somente para plataformas como Facebook, Instagram, TikTok e X. Mas o governo australiano decidiu incluir o YouTube nessa lista.

O YouTube iria ficar de fora da restrição porque as autoridades australianas entendiam que a plataforma é bastante popular entre professores que, presumivelmente, usam conteúdo selecionado no serviço como suporte a aulas ou a atividades educacionais.

Meta (Facebook e Instagram), Snapchat e ByteDance (TikTok) consideraram a decisão de isentar o YouTube injusta e, de modo geral, deram a entender que o serviço tem recursos semelhantes aos encontrados em suas redes sociais, como recomendação de conteúdo baseado em atividade.

Mas a decisão de incluir o YouTube na lista de serviços a serem proibidos para crianças e adolescentes tem como base uma pesquisa que constatou que 37% dos menores de idade acessam conteúdo nocivo na plataforma. Em parte, isso se deve à facilidade com que a IA permite que vídeos de qualidade duvidosa sejam publicados no serviço.

YouTube pode ir aos tribunais para derrubar restrição

Responsável pelo YouTube, a Alphabet não gostou da decisão. Em nota, a companhia declarou:

Nossa posição permanece clara: o YouTube é uma plataforma de compartilhamento de vídeos com uma biblioteca de conteúdo gratuito e de alta qualidade, cada vez mais visualizada em telas de TV. [A plataforma] Não é uma mídia social.

Há rumores de que a Alphabet estuda abrir uma ação judicial contra o governo australiano para impedir o bloqueio do YouTube a menores de 16 anos, mas a companhia não confirmou esses comentários.

Vale destacar que o YouTube Kids não será afetado pela medida. Isso porque essa variação da plataforma não permite comentários ou envio de vídeos por crianças.

YouTube poderá recorrer à Justiça (imagem: Lupa Charleaux/Tecnoblog)

YouTube vai ter IA para identificar usuários com menos de 18 anos

Curiosamente, a decisão do governo australiano foi anunciada quase ao mesmo tempo em que o YouTube revelou o início dos testes de uma tecnologia de IA para identificar usuários com menos de 18 anos nos Estados Unidos.

A tecnologia cruza uma série de parâmetros, como tempo de existência da conta, histórico de conteúdo visualizado e teor de vídeos pesquisados para determinar se aquele usuário tem mais ou menos de 18 anos.

Se o serviço determinar que a pessoa tem menos de 18 anos, o YouTube desativará a exibição de publicidade personalizada, restringirá as recomendações de conteúdo e ativará ferramentas de bem-estar digital, por exemplo.

Para o usuário que for identificado incorretamente como tendo menos de 18 anos, será possível validar a idade correta com o envio ao YouTube de um documento de identificação oficial.

Com informações da Reuters
Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos

Austrália vai proibir YouTube para menos de 16 anos
Fonte: Tecnoblog

Austrália quer banir redes sociais para jovens com menos de 16 anos

Austrália quer banir redes sociais para jovens com menos de 16 anos

Projeto de lei criado pelo governo australiano tem apoio da oposição e deve ser aprovado sem dificuldades (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Austrália quer banir o uso de redes sociais para adolescentes com menos de 16 anos. O projeto de lei foi criado pelo governo do país e visa proteger os jovens e crianças dos perigos das redes sociais. A proposta deve ser aprovada sem problemas no parlamento australiano, visto que a oposição apoia o projeto.

O projeto de lei foi anunciado nesta quinta-feira (lembrando que agora são 20h na Austrália) por Anthony Albanese, primeiro-ministro do país. O governo espera apresentar o PL no parlamento ainda em novembro, com a lei entrando em vigor em 2025. Apesar de propostas similares em outras nações, o projeto apresentado pelo governo australiano é um dos mais duros, com a maior idade limite de proibição de uso de redes sociais.

Por que a Austrália quer proibir as redes sociais para menores de 16 anos?

Na coletiva em que a proposta foi apresentada, Albanese declarou que as redes sociais estão prejudicando as crianças e adolescentes. O primeiro-ministro deu como exemplo os riscos à saúde mental e física causados pelo uso excessivo de redes sociais. Albanese destacou o problemas de autoestima causado em meninas e conteúdo misógino voltado para meninos.

Redes sociais da Meta, Snapchat, TikTok, X e YouTube são algumas das redes sociais sob o escopo da lei (Imagem: Stacey MacNaught/Flickr)

Para corroborar a declaração de Albanese, um estudo realizado pela Universidade de Amsterdã mostrou que adolescentes e jovens adultos (18-21) tem o seu humor influenciado pela quantidade de likes recebidas. Os autores do estudo apontam que isso pode causar transtorno de ansiedade e depressão.

Já uma pesquisa realizada pela Meta teve um resultado similar — e mais próxima do ponto apresentado por Albanese. A pesquisa revelou que o Instagram é prejudicial para adolescentes, principalmente meninas. Este público sofre mais com problemas relacionados a autoestima, visto que o Instagram é uma rede social onde “todo mundo é bonito”.

Como o projeto de lei quer impedir o acesso de jovens?

Outro ponto mais duro do projeto de lei, quando comparado com propostas e legislações de outros países, é que o governo quer usar dados biométricos e documentos pessoais para impedir a criação de contas por menores de 16 anos. É como se o CPF fosse usado para criar a conta no Instagram no Brasil.

O projeto de lei proíbe a criação de contas para menores de 16 anos mesmo que os pais autorizem e não abre exceção para adolescentes que já tem contas nas redes sociais — que provavelmente terão o acesso bloqueado.

O Digital Industry Group, associação que tem entre seus membros a Meta, TikTok, X e Google, disse que a lei encorajará os jovens a buscar lugares “mais sombrios” e não regulados da internet — é até engraçado essa declaração de uma associação da qual a Meta faz parte, visto que o Instagram e Facebook estão lotados de anúncios de golpes e fraudes.

Com informações: Reuters
Austrália quer banir redes sociais para jovens com menos de 16 anos

Austrália quer banir redes sociais para jovens com menos de 16 anos
Fonte: Tecnoblog

Google construirá primeiro cabo submarino entre América do Sul e Austrália

Google construirá primeiro cabo submarino entre América do Sul e Austrália

Baixa demanda é um dos motivos para primeiro cabo submarino entre América do Sul e Ásia-Pacífico só ser construído agora (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O Google anunciou a construção do primeiro cabo submarino que irá ligar a América do Sul à região Ásia-Pacífico. Batizado de Humboldt, ele vai do Chile à Austrália, passando pela Polinésia Francesa. A estrutura percorrerá 9.200 km e ainda não tem previsão para ficar pronta. O projeto vai contar com apoio da estatal chilena Desarrollo País e da Agência de Correios e Telecomunicações da Polinésia Francesa.

A empresa diz que o Humboldt vai fortalecer a confiabilidade e a resiliência da conectividade digital no Pacífico. Segundo o Google, essa rota era uma ambição do governo chileno desde 2016. A falta de um cabo ligando a América do Sul à região Ásia-Pacífico era notável, a ponto do site da empresa TeleGeography ter um item dedicado à questão em sua página de FAQ.

“Não há muitos dados que precisam ser transferidos entre a Austrália e a América do Sul diretamente”, explica o texto. “Se esta situação estiver para mudar, você pode ter certeza que alguém vai construir um novo cabo no Pacífico Sul”. Bom, parece que este momento chegou.

Atualmente, nenhum cabo sai da América do Sul e chega à região Ásia-Pacífico (Imagem: Reprodução/SubmarineCableMap)

Apesar de celulares, computadores e outros itens usarem internet sem fio, geralmente, os dados viajam apenas até a antena mais próxima. Daí em diante, eles são levados por cabos de fibra ótica. Quando é necessário acessar uma informação que está em outro continente, os dados trafegam por cabos submarinos, instalados no leito dos oceanos.

Google investe em cabos e infraestrutura

O anúncio do Humboldt vem depois de outros projetos para a conectividade da Austrália e do Chile. Do lado da Austrália, em outubro de 2023, o Google anunciou novos planos para a iniciativa South Pacific Connect.

A empresa vai implantar dois cabos entre o país e os EUA. O primeiro se chama Tabua e passará por Fiji, enquanto o outro recebeu o nome de Honomoana e fará seu caminho pela Polinésia Francesa. A iniciativa também inclui um cabo de interligação entre Fiji e Polinésia Francesa, para conectar rotas transpacíficas, melhorando a confiabilidade e a capacidade das redes.

Já do lado chileno, o Google menciona projetos como o data center em Quilicura, a conectividade terrestre com a Argentina, cruzando a Cordilheira dos Andes, e o cabo Curie, que liga o país ao Panamá e à Costa Oeste dos EUA.

Com informações: Google, TechCrunch
Google construirá primeiro cabo submarino entre América do Sul e Austrália

Google construirá primeiro cabo submarino entre América do Sul e Austrália
Fonte: Tecnoblog

Assinantes abandonam Netflix após fim do compartilhamento de senhas

Assinantes abandonam Netflix após fim do compartilhamento de senhas

Os clientes da Netflix na Austrália parecem não estar satisfeitos com o fim do compartilhamento de senhas. A consultoria Telsyte estima que 200 mil consumidores abandonaram o serviço de streaming nos últimos 12 meses, cerca de 3% da base. A firma ressalta que é a primeira vez que a Netflix passa por uma queda no mercado australiano.

Netflix perdeu 200 mil assinantes na Austrália, segundo Telsyte (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A gigante do entretenimento iniciou o movimento contra o compartilhamento de senhas ainda em 2022. Ele vem se intensificando ao longo de 2023, e atualmente ocorre em todos os países onde a empresa atua – inclusive no Brasil.

O tombo na Austrália

A Telsyte estima que um em cada três consumidores de vídeo sob demanda (SVOD, na sigla internacional) dividem as credenciais com pessoas de fora do domicílio principal. Trata-se de um hábito bastante enraizado.

A Netflix tenta quebrá-lo. A estratégia da empresa basicamente prevê que os intrusos vão começar a pagar pelo serviço quando tiverem o acesso bloqueado. E, dessa forma, a receita vai subir, mesmo que gere incômodo e parte da clientela abandone o serviço.

Os dados mais recentes dão conta de que a Netflix tinha 232 milhões de assinantes no planeta. Outros 100 milhões de pessoas estariam pegando a senha emprestada para entrar na plataforma.

Reed Hastings é cofundador e CEO da Netflix (Imagem: Reprodução/Netflix)

Dados da Telsyte apontam que os consumidores australianos estão mais propensos a trocar de serviço de streaming para economizar. Some-se a isso o fato de que a interface dos SVODs de modo geral torna o processo de cancelamento muito simples.

Somente a Netflix, número 1 do mercado australiano, passou por queda. O Amazon Prime Video, que aparece em segundo lugar, cresceu 9% e a Disney viu a base aumentar 1%. Já o Paramount+, que traz conteúdo enlatado dos Estados Unidos junto com produções da emissora local Canal 10, passou pela maior alta, de 41% no período.

Como funciona o bloqueio de compartilhamento?

Quase caso de polícia: Procon-SP cobrou esclarecimentos da Netflix sobre cobrança adicional (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Na prática, um sistema detecta acessos inconsistentes com o endereço e o comportamento dos membros da família. Os titulares das contas são convidados a pagar um valor adicional pelos intrusos. Eles também podem se emancipar e contratar uma assinatura individual (veja os preços da Netflix nessa outra matéria).

Antes disso, no entanto, surge uma mensagem na tela de login da Netflix pedindo para a pessoa se autenticar e confirmar que aquele dispositivo faz parte do núcleo familiar. Acaba criando uma fricção adicional para quem quer simplesmente ver filmes e séries.

Com informações da Forbes Austrália e ABC News
Assinantes abandonam Netflix após fim do compartilhamento de senhas

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Fonte: Tecnoblog