Category: Austrália

Austrália quer banir redes sociais para jovens com menos de 16 anos

Austrália quer banir redes sociais para jovens com menos de 16 anos

Projeto de lei criado pelo governo australiano tem apoio da oposição e deve ser aprovado sem dificuldades (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Austrália quer banir o uso de redes sociais para adolescentes com menos de 16 anos. O projeto de lei foi criado pelo governo do país e visa proteger os jovens e crianças dos perigos das redes sociais. A proposta deve ser aprovada sem problemas no parlamento australiano, visto que a oposição apoia o projeto.

O projeto de lei foi anunciado nesta quinta-feira (lembrando que agora são 20h na Austrália) por Anthony Albanese, primeiro-ministro do país. O governo espera apresentar o PL no parlamento ainda em novembro, com a lei entrando em vigor em 2025. Apesar de propostas similares em outras nações, o projeto apresentado pelo governo australiano é um dos mais duros, com a maior idade limite de proibição de uso de redes sociais.

Por que a Austrália quer proibir as redes sociais para menores de 16 anos?

Na coletiva em que a proposta foi apresentada, Albanese declarou que as redes sociais estão prejudicando as crianças e adolescentes. O primeiro-ministro deu como exemplo os riscos à saúde mental e física causados pelo uso excessivo de redes sociais. Albanese destacou o problemas de autoestima causado em meninas e conteúdo misógino voltado para meninos.

Redes sociais da Meta, Snapchat, TikTok, X e YouTube são algumas das redes sociais sob o escopo da lei (Imagem: Stacey MacNaught/Flickr)

Para corroborar a declaração de Albanese, um estudo realizado pela Universidade de Amsterdã mostrou que adolescentes e jovens adultos (18-21) tem o seu humor influenciado pela quantidade de likes recebidas. Os autores do estudo apontam que isso pode causar transtorno de ansiedade e depressão.

Já uma pesquisa realizada pela Meta teve um resultado similar — e mais próxima do ponto apresentado por Albanese. A pesquisa revelou que o Instagram é prejudicial para adolescentes, principalmente meninas. Este público sofre mais com problemas relacionados a autoestima, visto que o Instagram é uma rede social onde “todo mundo é bonito”.

Como o projeto de lei quer impedir o acesso de jovens?

Outro ponto mais duro do projeto de lei, quando comparado com propostas e legislações de outros países, é que o governo quer usar dados biométricos e documentos pessoais para impedir a criação de contas por menores de 16 anos. É como se o CPF fosse usado para criar a conta no Instagram no Brasil.

O projeto de lei proíbe a criação de contas para menores de 16 anos mesmo que os pais autorizem e não abre exceção para adolescentes que já tem contas nas redes sociais — que provavelmente terão o acesso bloqueado.

O Digital Industry Group, associação que tem entre seus membros a Meta, TikTok, X e Google, disse que a lei encorajará os jovens a buscar lugares “mais sombrios” e não regulados da internet — é até engraçado essa declaração de uma associação da qual a Meta faz parte, visto que o Instagram e Facebook estão lotados de anúncios de golpes e fraudes.

Com informações: Reuters
Austrália quer banir redes sociais para jovens com menos de 16 anos

Austrália quer banir redes sociais para jovens com menos de 16 anos
Fonte: Tecnoblog

Google construirá primeiro cabo submarino entre América do Sul e Austrália

Google construirá primeiro cabo submarino entre América do Sul e Austrália

Baixa demanda é um dos motivos para primeiro cabo submarino entre América do Sul e Ásia-Pacífico só ser construído agora (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O Google anunciou a construção do primeiro cabo submarino que irá ligar a América do Sul à região Ásia-Pacífico. Batizado de Humboldt, ele vai do Chile à Austrália, passando pela Polinésia Francesa. A estrutura percorrerá 9.200 km e ainda não tem previsão para ficar pronta. O projeto vai contar com apoio da estatal chilena Desarrollo País e da Agência de Correios e Telecomunicações da Polinésia Francesa.

A empresa diz que o Humboldt vai fortalecer a confiabilidade e a resiliência da conectividade digital no Pacífico. Segundo o Google, essa rota era uma ambição do governo chileno desde 2016. A falta de um cabo ligando a América do Sul à região Ásia-Pacífico era notável, a ponto do site da empresa TeleGeography ter um item dedicado à questão em sua página de FAQ.

“Não há muitos dados que precisam ser transferidos entre a Austrália e a América do Sul diretamente”, explica o texto. “Se esta situação estiver para mudar, você pode ter certeza que alguém vai construir um novo cabo no Pacífico Sul”. Bom, parece que este momento chegou.

Atualmente, nenhum cabo sai da América do Sul e chega à região Ásia-Pacífico (Imagem: Reprodução/SubmarineCableMap)

Apesar de celulares, computadores e outros itens usarem internet sem fio, geralmente, os dados viajam apenas até a antena mais próxima. Daí em diante, eles são levados por cabos de fibra ótica. Quando é necessário acessar uma informação que está em outro continente, os dados trafegam por cabos submarinos, instalados no leito dos oceanos.

Google investe em cabos e infraestrutura

O anúncio do Humboldt vem depois de outros projetos para a conectividade da Austrália e do Chile. Do lado da Austrália, em outubro de 2023, o Google anunciou novos planos para a iniciativa South Pacific Connect.

A empresa vai implantar dois cabos entre o país e os EUA. O primeiro se chama Tabua e passará por Fiji, enquanto o outro recebeu o nome de Honomoana e fará seu caminho pela Polinésia Francesa. A iniciativa também inclui um cabo de interligação entre Fiji e Polinésia Francesa, para conectar rotas transpacíficas, melhorando a confiabilidade e a capacidade das redes.

Já do lado chileno, o Google menciona projetos como o data center em Quilicura, a conectividade terrestre com a Argentina, cruzando a Cordilheira dos Andes, e o cabo Curie, que liga o país ao Panamá e à Costa Oeste dos EUA.

Com informações: Google, TechCrunch
Google construirá primeiro cabo submarino entre América do Sul e Austrália

Google construirá primeiro cabo submarino entre América do Sul e Austrália
Fonte: Tecnoblog

Assinantes abandonam Netflix após fim do compartilhamento de senhas

Assinantes abandonam Netflix após fim do compartilhamento de senhas

Os clientes da Netflix na Austrália parecem não estar satisfeitos com o fim do compartilhamento de senhas. A consultoria Telsyte estima que 200 mil consumidores abandonaram o serviço de streaming nos últimos 12 meses, cerca de 3% da base. A firma ressalta que é a primeira vez que a Netflix passa por uma queda no mercado australiano.

Netflix perdeu 200 mil assinantes na Austrália, segundo Telsyte (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A gigante do entretenimento iniciou o movimento contra o compartilhamento de senhas ainda em 2022. Ele vem se intensificando ao longo de 2023, e atualmente ocorre em todos os países onde a empresa atua – inclusive no Brasil.

O tombo na Austrália

A Telsyte estima que um em cada três consumidores de vídeo sob demanda (SVOD, na sigla internacional) dividem as credenciais com pessoas de fora do domicílio principal. Trata-se de um hábito bastante enraizado.

A Netflix tenta quebrá-lo. A estratégia da empresa basicamente prevê que os intrusos vão começar a pagar pelo serviço quando tiverem o acesso bloqueado. E, dessa forma, a receita vai subir, mesmo que gere incômodo e parte da clientela abandone o serviço.

Os dados mais recentes dão conta de que a Netflix tinha 232 milhões de assinantes no planeta. Outros 100 milhões de pessoas estariam pegando a senha emprestada para entrar na plataforma.

Reed Hastings é cofundador e CEO da Netflix (Imagem: Reprodução/Netflix)

Dados da Telsyte apontam que os consumidores australianos estão mais propensos a trocar de serviço de streaming para economizar. Some-se a isso o fato de que a interface dos SVODs de modo geral torna o processo de cancelamento muito simples.

Somente a Netflix, número 1 do mercado australiano, passou por queda. O Amazon Prime Video, que aparece em segundo lugar, cresceu 9% e a Disney viu a base aumentar 1%. Já o Paramount+, que traz conteúdo enlatado dos Estados Unidos junto com produções da emissora local Canal 10, passou pela maior alta, de 41% no período.

Como funciona o bloqueio de compartilhamento?

Quase caso de polícia: Procon-SP cobrou esclarecimentos da Netflix sobre cobrança adicional (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Na prática, um sistema detecta acessos inconsistentes com o endereço e o comportamento dos membros da família. Os titulares das contas são convidados a pagar um valor adicional pelos intrusos. Eles também podem se emancipar e contratar uma assinatura individual (veja os preços da Netflix nessa outra matéria).

Antes disso, no entanto, surge uma mensagem na tela de login da Netflix pedindo para a pessoa se autenticar e confirmar que aquele dispositivo faz parte do núcleo familiar. Acaba criando uma fricção adicional para quem quer simplesmente ver filmes e séries.

Com informações da Forbes Austrália e ABC News
Assinantes abandonam Netflix após fim do compartilhamento de senhas

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Fonte: Tecnoblog