Category: armazenamento

245 TB! Conheça o SSD japonês com a maior capacidade do mundo

245 TB! Conheça o SSD japonês com a maior capacidade do mundo

Kioxia lança maior SSD do mundo com PCIe 5.0 e NVMe 2.0 (imagem: reprodução/Kioxia)

Resumo

Kioxia lança SSD LC9 de 245 TB, o maior do mundo, para aplicações corporativas.
Modelo usa PCIe 5.0, NVMe 2.0 e memória BiCS FLASH 3D com velocidades de leitura de até 12 GB/s.
Série oferece formatos variados e segurança avançada, incluindo criptografia pós-quântica.

A fabricante japonesa Kioxia Corporation anunciou esta semana o lançamento do dispositivo de armazenamento de estado sólido com maior capacidade do mundo: 245 terabytes. Para ter uma ideia, cada novo SSD pode armazenar aproximadamente 12,5 mil filmes em resolução 4K.A novidade, segundo a empresa, visa atender a casos específicos, como a crescente demanda por soluções de armazenamento de alta densidade em data centers e infraestruturas de nuvem, onde o volume de dados cresce exponencialmente.

Como é o “maior” SSD do mundo?

Denominado como LC9, o modelo de SSD representa um avanço significativo na tecnologia de armazenamento. Para alcançar uma capacidade tão grande, a Kioxia, anteriormente conhecida como Toshiba Memory, precisou encapsular 32 dispositivos de memória em um único chip e, em seguida, conectá-los ao controlador. Esse encapsulamento estabelece um novo recorde de densidade e utiliza métodos proprietários da empresa.

A tecnologia BiCS FLASH 3D, que empilha células de memória verticalmente, foi fundamental para alcançar essa capacidade, de acordo com a empresa. O drive utiliza a interface PCIe 5.0 e o protocolo NVMe 2.0, oferecendo velocidades de leitura sequencial de até 12 GB/s e de gravação de até 3 GB/s.

Para operações aleatórias, o SSD atinge até 1,3 milhão de IOPS para leituras e 50 mil IOPS para gravações, reforçando que o LC9 foi projetado para capacidade e não para desempenho bruto.

Especificações dos SSDs empresariais LC9 Series da Kioxia (imagem: reprodução/Kioxia)

O produto incorpora diversos recursos para melhorar a confiabilidade e proteger os dados, incluindo recuperação em nível de chip, gerenciamento de erros baseado em paridade, e proteção contra queda repentina de energia. As opções de segurança incluem assinatura de firmware conforme os padrões CNSA 2.0 e vários modos de criptografia, incluindo AES-256 e algoritmos preparados para criptografia chamada de pós-quântica.

Quem deve usá-lo?

Entre as aplicações para um SSD com essa capacidade estão data centers, empresas de nuvem e ambientes de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina. Nesses cenários, a capacidade de armazenar grandes volumes de dados em um único dispositivo físico resulta em menor consumo de energia, menos espaço físico e simplificação da arquitetura de armazenamento.

SSDs de alta capacidade são ideais para data centers, nuvem e IA (imagem: Unsplash/Taylor Vick)

A Kioxia planeja oferecer seus discos LC9 em diversos formatos, incluindo U.2 de 2,5 polegadas (até 122,88 TB), E3.S (até 122,88 TB) e E.3L (até 245,76 TB). A empresa não divulgou os preços desses discos, já que serão vendidos principalmente para grandes empresas. A série está atualmente sendo testada por parceiros selecionados e será apresentada na conferência Future of Memory and Storage em agosto de 2025.

O lançamento ocorre em um período de intensa inovação na indústria de armazenamento. A demanda por capacidade e desempenho continua a crescer, impulsionada especialmente pela expansão de aplicações de IA. Concorrentes como Samsung, Western Digital e Micron também estão investindo pesado em tecnologias de memória flash de alta densidade.

Com informações da Kioxia e Tom’s Hardware
245 TB! Conheça o SSD japonês com a maior capacidade do mundo

245 TB! Conheça o SSD japonês com a maior capacidade do mundo
Fonte: Tecnoblog

Dropbox encerra armazenamento ilimitado para acabar com bagunça

Dropbox encerra armazenamento ilimitado para acabar com bagunça

O Dropbox anunciou o fim do armazenamento ilimitado no plano Advanced. O motivo da decisão é o “abuso” de uma parte dos clientes com o serviço. No lugar de armazenamento ilimitado, o Dropbox Advanced dará 15 TB para até três licenças de uso — com opção de expandir.

Dropbox encerra plano ilimitado e divulga funcionamento do serviço (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

No texto de seu blog em que anuncia as mudanças no Plano Avançado, voltado para empresas, o Dropbox aponta que menos de 1% dos assinantes utiliza mais de 35 TB de armazenamento por licença do plano ilimitado. Os outros usavam menos que isso. No entanto, não dá para culpar só o “1%”

De acordo com o Dropbox, havia um mal-uso dos assinantes, que compartilhavam a conta (tal qual os streamings odeiam) para uso pessoal e faziam outras atitudes que incomodavam a empresa.

No blog, o Dropbox relata que usuários usavam o plano ilimitado para minerar criptomoedas (incluindo a Chia, “criada” com base no armazenamento) e até mesmo revendiam espaço de armazenamento. Chegou um momento que a companhia se cansou.

Dropbox encerra armazenamento ilimitado e mostra novo plano

Com o fim do armazenamento ilimitado, o Dropbox anunciou o novo funcionamento do plano Avançado. Quem assina o plano ilimitado terá 15 TB de espaço para usar em três licenças. A aquisição de mais licenças adiciona 5 TB no Dropbox Avançado (nome do plano).

E quem utiliza menos de 35 TB por licença (mais de 99% dos assinantes) manterá o armazenamento usado agora por 5 anos — contando o tempo da notificação da mudança no serviço. O Dropbox dará mais 5 TB de espaço compartilhado nesses casos.

Dropbox com espaço livre e (ar) ilimitado só esse da foto (Imagem: Divulgação/Dropbox)

Para aqueles “menos de 1%”, a empresa segue sendo uma mãe. O Dropbox deixará que os assinantes com mais de 35 TB usados mantenham o armazenamento por 1 ano.

Esses usuários também ganharão 5 TB de extra para armazenamento compartilhado — desde que não exceda 1.000 TB. O outro extra é uma ligação da equipe do Dropbox para “encontrar” (leia “contratar”) a melhor solução de armazenamento.

No blog, o Dropbox informou que manter uma lista de “pode e não pode” não seria sustentável. Por isso, encerrar o plano ilimitado foi a saída.

Com informações: Android Police
Dropbox encerra armazenamento ilimitado para acabar com bagunça

Dropbox encerra armazenamento ilimitado para acabar com bagunça
Fonte: Tecnoblog

Quando éramos colecionadores de arquivos

Quando éramos colecionadores de arquivos

De quem é aquele livro digital que você comprou para ler no Kindle? Se o seu primeiro impulso é responder “é meu, ué”, bem, saiba que isso tecnicamente não é verdade. E o mesmo valeria para um filme que você comprou em plataformas como Google ou Apple.

Você se orgulhava da sua coleção de arquivos? (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Estes produtos não são seus no sentido estrito do termo. Afinal, você não tem acesso direto ao arquivo, nem pode consumi-lo numa plataforma diferente daquela onde ele foi comprado. O DRM (Digital Rights Management) impede o produto de ser objetivamente seu.

No fim das contas, o que você comprou foi acesso. Essa é a lógica que rege nossa relação com a maioria dos conteúdos que consumimos na internet. Num streaming isso fica mais claro, afinal há uma assinatura envolvida; você paga mensalmente para assistir o que quiser do catálogo. Mas o mesmo acontece na compra de itens digitais.

Experiências anteriores com esses conteúdos não podiam ser mais diferentes. Um livro físico comprado na Amazon é seu e pronto, podendo ser emprestado e até revendido. O mesmo vale para um Blu-ray. No entanto, quando se trata do digital, abrimos mão do controle sobre o produto pelo qual pagamos.

E, naturalmente, isso muda bastante a nossa relação com esses produtos.

Encontrar coisas na internet dava trabalho

Não dá para fugir: o jeito de ter acesso a conteúdos diversos na internet dos anos 2000 envolvia pirataria. Era assim que conseguíamos ouvir música e assistir a filmes e séries antes dos streamings aparecerem.

Mas o fato de haver pirataria não significa que sempre foi fácil encontrar o que procurávamos.

Para começar, a banda larga no Brasil não se popularizou do dia para a noite. Baixar uma foto ou um arquivo mp3 podia durar a noite toda. Além disso, nem sempre houve sites especializados em materiais específicos, de modo que muitas vezes você se decepcionava ao constatar que baixou um arquivo que não era bem aquele você procurava.

Isso era muito comum com músicas. Os nomes indicavam se tratar de uma certa canção, mas na realidade se tratava de outra. Achar conteúdo na internet já teve sua camada de fricção, e você nem sempre sabia o que ia acabar baixando no seu computador.

Antes do streaming, o jeito era apelar para a pirataria (Imagem: Peter Dutton/Flickr)

Por essas razões, era mais comum ter uma relação de afeto com os arquivos que possuíamos. Em primeiro lugar, eles eram de fato nossos; em segundo, tê-los significava que fizemos um certo esforço. Numa era de escassez de conteúdo, dávamos valor aos que conseguíamos obter.

O contraste em relação ao que vivemos hoje é gritante. Praticamente qualquer coisa que demoraríamos horas para baixar naquela época, hoje pode ser encontrada num serviço de streaming de vídeo ou música. O trabalho agora resume a digitar o que você deseja na busca e clicar para ter acesso. O que era raro agora é comum.

Não é mais necessário, portanto, dedicar tempo à organização de nossos arquivos em pastas, como se estivéssemos cuidando de uma coleção de itens valiosos. E, se não há trabalho para desfrutar de todo esse conteúdo, também não há motivo para se orgulhar de seus “bens” digitais. Afinal, eles só pertencem a você na mesma medida que pertencem a todo mundo.

O que é um diretório?

A dinâmica de possuir arquivos enfatizava o aspecto físico do armazenamento de informações. Dependíamos das pastas em nossos computadores, e, quando o HD ficava cheio, partíamos para mídias como CDs, DVDs e HDs externos. Nossos itens digitais ocupavam um espaço muito real.

Hoje, até mesmo essa materialidade está mais distante. Claro que a música que você ouve no Spotify está armazenada em algum lugar físico, da mesma forma que a série da Netflix; porém, do lado do usuário, basta fazer a busca e dar o play.

Há uma praticidade incrível nisso, é claro. Você não perde arquivos devido a arranhões num CD, ou porque aquele HD externo com as fotos da formatura que você jurava que estava no armário simplesmente desapareceu. A perda de conexão afetiva com o conteúdo existe, mas vem com um ganho enorme em conveniência.

Mas esse processo também pode ter uma face negativa. É o que alguns professores têm observado nos Estados Unidos quando precisam ensinar conceitos básicos de informática para alunos da geração Z. Mesmo estudantes da área de tecnologia encontram certa dificuldade em entender que arquivos baixados têm uma localização específica no computador.

O que você baixa para o seu computador tem um endereço (Tecnoblog)

Em casos mais extremos, o próprio conceito de “arquivo” não é compreendido. Uma das razões possíveis é hiperconectividade: para esse grupo de pessoas, os computadores não são a interface básica de contato com o digital, e sim a internet de forma geral — e, mais especificamente, aplicativos como Google, Instagram e TikTok.

Da mesma forma, a busca é o modo padrão de obter o que se deseja, e não a exploração de pastas. Na prática, é como se estes usuários tivessem uma noção essencialmente diferente do que significa obter conteúdo na internet. Para eles, a informação está o tempo todo dispersa, mas basta digitar algo e ela vem até você.

Não é seu, e você pode ficar sem

Outro ponto importante a ser destacado na conversa sobre a praticidade do acesso é que, bem, nem mesmo isso pode ser tomado como certo.

No Tecnocast 290, discutimos alguns casos em que o usuário pode perder acesso a produtos digitais que comprou. Um exemplo prático foi o que aconteceu com a loja de e-books da Microsoft, fechada em 2019. Os livros digitais comprados foram simplesmente apagados.

A empresa reembolsou os consumidores, ou seja, não houve prejuízo financeiro, mas ainda assim a situação chama a atenção. O DRM já impede a manipulação do arquivo em si, descaracterizando a relação de posse na compra desses produtos, mas a coisa pode ir além. Por razões além do seu controle, o conteúdo pode simplesmente… desaparecer.

E se a sua biblioteca do Kindle sumisse? (imagem: divulgação/Amazon)

A questão é: da forma como essa dinâmica de acesso se estrutura hoje, ficaríamos muito decepcionados se isso acontecesse? Caso a loja de e-books da Amazon fechasse amanhã e você perdesse acesso à sua biblioteca digital, montada ao longo de anos, isso te deixaria triste?

É possível que, para muitos de nós, a resposta seja não (como foi para alguns membros da bancada do Tecnocast 290). Diferente do que aconteceria com obras físicas expostas em prateleiras, ou com os arquivos que tivemos tanto trabalho para baixar, a perda desse conteúdo digital representaria não mais que um pequeno incômodo, e olhe lá.

Em nome da conveniência, abrimos mão da posse. E do apego.
Quando éramos colecionadores de arquivos

Quando éramos colecionadores de arquivos
Fonte: Tecnoblog