Category: Alphabet

O futuro do Chrome pode ser sem o Google

O futuro do Chrome pode ser sem o Google

Depois de ter sido condenado por monopólio, o Google pode ser obrigado vender o Chrome. A ideia é que ter o maior navegador do mundo dá uma vantagem desproporcional à empresa dona do maior buscador do mundo, acabando com a concorrência no mercado de busca. Mas qual será o valor de um Google Chrome sem o Google?

O futuro do Chrome pode ser sem o Google (imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

No episódio de hoje, a gente analisa os players que poderiam comprar o Google Chrome e discute se ter o navegador mais popular já seria o suficiente para dominar o mercado. Você usaria um Microsoft Chrome? E um ChromeGPT? Pra viajar nessas possibilidades, dá o play e vem com a gente! 

Participantes

Thiago Mobilon

Josué de Oliveira 

Emerson Alecrim

Ana Marques

Créditos

Produção: Josué de Oliveira

Edição e sonorização: Ariel Liborio

Arte da capa: Vitor Pádua

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O futuro do Chrome pode ser sem o Google

O futuro do Chrome pode ser sem o Google
Fonte: Tecnoblog

Quem é a Wiz, empresa adquirida pelo Google por valor recorde

Quem é a Wiz, empresa adquirida pelo Google por valor recorde

Google adquiriu Wiz por US$ 32 bilhões (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Resumo

O Google anunciou a aquisição da Wiz, startup de segurança cibernética, por US$ 32 bilhões.
Fundada em 2020, a Wiz se destaca por sua segurança baseada em simulações digitais e integração com infraestruturas de nuvem.
A compra pode enfrentar desafios regulatórios nos EUA, além de uma disputa judicial com a Orca Security, que acusa a startup de uso indevido de patentes.

O Google anunciou na última terça-feira (18/03) a compra da Wiz, startup de segurança cibernética, por US$ 32 bilhões (cerca de R$ 181,6 bilhões). Essa é a maior aquisição da história da big tech, parte de uma estratégia para fortalecer o Google Cloud e reduzir a distância em relação à Amazon e Microsoft no setor de computação em nuvem.

Atualmente, a Microsoft e a Amazon dominam esse mercado. Em 2024, as duas empresas registraram, no setor, receitas de US$ 105,4 bilhões e US$ 107,6 bilhões, respectivamente, enquanto o Google faturou US$ 43 bilhões no mesmo período. Com a crescente demanda por infraestrutura para IA, a big tech agora tenta reduzir a distância em relação às concorrentes.

O que é a Wiz?

Wiz foi avaliada em US$ 12 bilhões em maio de 2024 (imagem: divulgação/Wiz)

A Wiz é uma startup de segurança cibernética, fundada em janeiro de 2020 por quatro veteranos das Forças Armadas de Israel, incluindo o CEO Assaf Rappaport. Ela rapidamente se destacou no mercado à medida que a pandemia impulsionou a migração em massa de empresas para a nuvem.

Esse cenário contribuiu para que a Wiz se tornasse uma das startups de crescimento mais acelerado do mundo. Com sede em Nova York, a empresa foi avaliada em US$ 12 bilhões em maio de 2024.

Parte da equipe executiva da Wiz já havia fundado a Adallom em 2012, que foi vendida para a Microsoft em 2015 por US$ 320 milhões e posteriormente integrada ao Microsoft Defender for Cloud Apps.

Por que a Wiz atraiu o Google?

O Google se interessou pela Wiz devido à sua abordagem: em vez de exigir a instalação de softwares individuais em dispositivos, a Wiz opera remotamente — a plataforma da startup se conecta diretamente a diferentes infraestruturas de nuvem e ambientes de código.

Atualmente, a Wiz já atua como parceira estratégica do Google Cloud, que oferece serviços como Google Threat Intelligence e consultoria em segurança cibernética por meio de soluções SaaS. Com a aquisição, o Google Cloud deve fortalecer sua infraestrutura de segurança, ampliando o portfólio de ferramentas e plataformas da big tech.

Um dos diferenciais da Wiz é o uso de gêmeos digitais para simular ataques e identificar vulnerabilidades. Essa tecnologia cria réplicas virtuais de sistemas, processos ou objetos físicos, permitindo monitoramento e análise em tempo real.

Embora concorrentes como Palo Alto Networks e CrowdStrike ofereçam soluções semelhantes, a Wiz se diferencia pelo uso dessas simulações digitais, que permitem identificar, priorizar e neutralizar ameaças de forma mais eficiente, conforme destacou o The Verge.

A compra da Wiz é um risco?

Compra da Wiz pelo Google pode redobrar as atenções dos reguladores nos EUA (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A aquisição da Wiz pelo Google envolve alguns riscos, incluindo uma disputa judicial com a concorrente Orca Security, que acusa a startup de “uso contínuo e não autorizado de tecnologias patenteadas”. Com o acordo, o Google herda o processo — uma longa batalha judicial poderia dificultar a integração da Wiz ao ecossistema da big tech.

Outra questão é que o Google, através da Alphabet — holding que controla a big tech —, já tentou adquirir a Wiz antes. No ano passado, uma oferta de US$ 23 bilhões (cerca de R$ 130,5 bilhões) chegou à mesa de negociações, mas as conversas foram interrompidas por preocupações de investidores e diretores da startup com possíveis obstáculos regulatórios.

Para evitar um novo impasse e não conseguir fechar o negócio de novo, a Alphabet concordou com uma taxa de rescisão reversa de US$ 3,2 bilhões, uma das mais altas já registradas, caso o negócio não se concretize por algum motivo.

Além disso, a compra pode atrair ainda mais o olhar dos reguladores dos EUA sobre um possível monopólio. O governo já investiga o Google por práticas anticompetitivas no mercado de publicidade digital e até defendeu a venda do navegador Chrome.

Como destacou o The Verge, o histórico de aquisições do Google ainda inclui alguns desfechos problemáticos. A compra da Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões em 2012, por exemplo, foi considerada um fracasso após a revenda para a Lenovo em 2014. Já a aquisição da Nest, em 2014, por US$ 3,2 bilhões, foi marcada por reestruturações conturbadas.

Com informações de Bloomberg, The Verge e O Globo
Quem é a Wiz, empresa adquirida pelo Google por valor recorde

Quem é a Wiz, empresa adquirida pelo Google por valor recorde
Fonte: Tecnoblog

Provedor Taara se separa do Google e vira empresa independente

Provedor Taara se separa do Google e vira empresa independente

Um terminal de conexão da Taara (imagem: reprodução/Alphabet)

Resumo

Taara está se separando da Alphabet (Google) e tornando-se independente.
A tecnologia da empresa, concorrente da Starlink, usa feixes de luz para transmitir dados entre torres, cobrindo até 20 km com largura de banda de até 20 Gb/s.
O Google anunciou a tecnologia da Taara em 2017, a partir do Projeto Loon, que usava balões para fornecer internet.

A Alphabet, conglomerado de empresas que inclui o Google, mantém o Projeto Taara, que leva internet a áreas remotas ou rurais por meio de feixes de luz. Mas isso vai mudar em breve. A Taara está prestes a se tornar uma organização independente e, portanto, sem influência do Google.

A Alphabet até manterá uma participação na Taara, mas minoritária. Para se manter, a iniciativa contará com investimentos externos. E não foi difícil atrair investidores, até porque a tecnologia da Taara rivaliza com os serviços da Starlink, de Elon Musk.

Como o Google é uma marca muito conhecida, desassociar a companhia da Taara parece ser um decisão sem sentido, pelo menos do ponto de vista do marketing. Mas, para Eric Teller, a Taara poderá evoluir mais rapidamente como negócio se seguir como um projeto independente:

Notamos com o passar do tempo que, para muito dos projetos que criamos, há numerosos benefícios em sair do guarda-chuva da Alphabet.

(…) Eles [a Taara] serão capazes de se conectar rapidamente à capitalização de mercado, a atrair investidores estratégicos e, em linhas gerais, poderão ter mais escala dessa forma.

Eric Teller, líder dos projetos do X

Neste ponto, é importante esclarecer que X é o nome de uma divisão da Alphabet que mantém ou contribui com projetos de inovação tecnológica, não havendo ligação com a rede social X (antigo Twitter). A Taara faz (e deixará de fazer) parte dessa divisão.

Como funciona a internet da Taara?

A tecnologia da Taara transmite dados por um feixe de luz muito estreito que viaja entre dois pequenos terminais. É algo que lembra as conexões por fibra óptica. No entanto, não há cabos por aqui.

Cada terminal deve ser apontado para o outro de modo que não haja obstáculos entre eles que impeçam o feixe de luz de sair de um e chegar ao outro. Por esse motivo, esses terminais precisam ser montados em torres ou locais altos.

Um único link Taara pode cobrir distâncias de até 20 quilômetros e contar com uma largura de banda de até 20 Gb/s (gigabits por segundo). O desempenho das conexões e os custos relativamente baixos para implementá-las torna a tecnologia da Taara interessante para áreas rurais ou locais muito afastados de centros urbanos.

Não por acaso, a Taara é vista como uma concorrente da Starlink. Ambas as empresas trabalharam com tecnologias distintas, mas têm em comum o objetivo de cobrir regiões que não contam com infraestrutura convencional de telecomunicações.

Contudo, a Taara não é capaz de atender a veículos em movimento, a exemplo de aviões ou embarcações no oceano, como acontece com a Starlink.

O Google anunciou a tecnologia da Taara em 2017. Na época, o projeto ainda não tinha esse nome. Com o fim do Projeto Loon, que oferecia internet via balões, o Google passou a dar mais atenção ao projeto baseado em feixes de luz.

Com informações de The Verge e Financial Times
Provedor Taara se separa do Google e vira empresa independente

Provedor Taara se separa do Google e vira empresa independente
Fonte: Tecnoblog

Robotáxis são liberados para operar sem restrições de horário na Califórnia

Robotáxis são liberados para operar sem restrições de horário na Califórnia

A cidade californiana de São Francisco aprovou a operação de robotáxis sem restrições de horário. Agora, os serviços de táxi autônomo poderão funcionar 24h por dia, sem parar — assim como aquelas padarias que te salvam no pós-balada. A decisão foi aprovada pela Comissão de Utilidade Pública da Califórnia (CPUC, sigla em inglês).

São Francisco, Califórnia, autoriza Waymo e Cruise a operar sem limitação de horários (Imagem: chenhengyu/Pixabay)

As empresas beneficiadas com a medida são a Waymo (subsidiária da Alphabet) e a Cruise (subsidiária da GM). Já quem deve sentir um pequeno baque é a Uber e a Lyft. Essas empresas são concorrentes diretas do serviço de táxi autônomo, mas ainda utilizam serviços com motoristas. Porém, o número de corridas da Cruise é baixo quando comparamos com Lyft e Uber.

Importante contextualizar o motivo de ter citado apenas a Waymo no parágrafo anterior. Na nossa apuração, foi verificado que a Waymo continua autorizada a fornecer corridas “semiautônomas”, na qual é necessário um “motorista de segurança” no volante dos veículos.

Cidadãos de São Francisco podem cantar “robotáxi, cê sabe!”

Por 3 votos a 1, a CPUC aprovou a operação da Cruise e Waymo a qualquer hora do dia, sem restrições de horário. Antes da aprovação, as empresas tinham autorização para operar oito horas do dia, da 22h até as 6h da manhã.

A decisão da CPUC é uma nova vitória para as empresas de táxi autônomo. Quando iniciaram os seus serviços, a Cruise e a Waymo também tinham restrição de horário para operar. Todas essas limitações aos “robotáxis” eram motivadas pelo risco dos veículos se envolverem em acidente. Agora, as duas empresas podem ampliar a área de oferta de corridas.

As companhias atuavam em horários com menor fluxo de veículos. No caso da Cruise, por ter a autorização de usar veículos sem motorista de segurança, suas corridas precisavam ser feitas na região central de São Francisco. A velocidade máxima para os carros da empresa, os Bolts EVs, é de 56 Km/h — isso não foi alterado nessa decisão.

Cruise é uma subsidiária da GM e usa o elétrico Bolt EV (Imagem: Divulgação/Cruise)

A Waymo seguirá com velocidade máxima de operação de até 104 Km/h — as vantagens de ser “atrasada” e contar com um motorista de segurança. Outro ponto positivo da subsidiária da Alphabet sobre a Cruise é que ela tem autorização para operar em climas de forte chuva e baixa visibilidade — algo proibido para a concorrente.

Em contrapartida, a Cruise e Waymo se comprometem a resolver os problemas de tráfego e possíveis incidentes com seus veículos. Os robotáxis apresentam alguns casos de parar repentinamente, prejudicando o fluxo de carros e até de veículos de emergência. Isso costuma acontecer principalmente em casos de “confusão” no sistema.

Se esses casos crescerem ou a CPUC entender que as companhias não estão resolvendo esses problemas, a autorização pode ser revogada.

Com informações: The Verge (1 e 2), TechCrunch e BBC
Robotáxis são liberados para operar sem restrições de horário na Califórnia

Robotáxis são liberados para operar sem restrições de horário na Califórnia
Fonte: Tecnoblog

As gigantes lutam pelo futuro da IA, e a Nvidia torce pela briga

As gigantes lutam pelo futuro da IA, e a Nvidia torce pela briga

Alphabet, Amazon, Apple e Microsoft são algumas das empresas cujo valor está estimado a partir de US$ 1 trilhão. Em junho, uma nova companhia entrou nesse grupo: a Nvidia. É a primeira vez que uma empresa do ramo de chips alcança este patamar.

Todo mundo quer comprar da Nvidia (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Para quem não está tão inteirado das movimentações da empresa, a informação pode gerar surpresa. Afinal, a Nvidia não é aquela que faz as placas de vídeo para o público gamer?

E a resposta é sim: no setor de chips gráficos dedicados, a Nvidia é dominante. Mas foi-se o tempo que esta era o único negócio da companhia presidida por Jensen Huang. A utilidade das GPUs em diversas áreas impulsionou a Nvidia para novas e lucrativas direções.

Games, cripto e IA

A Nvidia surgiu em 1993. O primeiro chip, NV1, chegou ao mercado dois anos depois, mas o sucesso mesmo veio em 1997, com o lançamento do RIVA 128. Mas talvez seu produto mais conhecido seja a linha GeForce, a primeira das GPUs modernas, introduzida em 1999. No mesmo ano, a empresa fez sua primeira oferta pública de ações.

O foco da Nvidia, nesses primeiros anos, estava nos games. Parcerias com Sega e Microsoft marcaram a trajetória da empresa — embora para a Sega as coisas não tenham saído como o esperado… ouça o Tecnocast 296 para entender essa história.

Mas a capacidade das GPUs vai muito além da renderização de gráficos, o que abriu uma nova gama de oportunidades. Aqui, vale uma explicação técnica.

Diferente da CPU, que processa tarefas de forma sequencial, a GPU tem como característica o processamento paralelo. Na prática, isso significa que ela consegue realizar várias instruções ao mesmo tempo. Isso é possível graças ao grande número de núcleos presente nas GPUs modernas. Quanto mais núcleos, melhor o desempenho.

Placa de vídeo Asus com GPU Nvidia GeForce RTX 4070 Ti (imagem: divulgação/Asus)

GPUs com muitos núcleos, portanto, são excelentes para aplicações que necessitam de alto volume de processamento. Um exemplo é a mineração de criptomoedas. Nos períodos de maior atividade dos mineradores, era até difícil encontrar chips no mercado, o que gerou disparos no preço.

Outro contexto muito importante do uso das GPUs é no machine learning, dentro do processo de treinamento de inteligências artificiais.

Vale destacar: a Nvidia não desenvolveu suas GPUs com estas aplicações em mente; elas foram descobertas ao longo do caminho. Chips poderosos eram necessários, e a Nvidia detinha a melhor tecnologia da área. Foi como somar dois e dois.

A empresa soube aproveitar esses novos desdobramentos. Hoje, colhe os frutos.

A Nvidia vende para quem quiser comprar

Segundo Jensen Huang, estamos atravessando o “momento iPhone da IA”. O ChatGPT teria provocado o mesmo agito no mercado que o smartphone da Apple provocou quando apareceu, em 2007. Para milhões de pessoas, foi o primeiro contato com uma inteligência artificial capaz de coisas extraordinárias.

Poucas empresas estão em melhor posição para aproveitar este momento do que a Nvidia. Suas GPUs são usadas para treinamento de inteligências artificiais há anos. Na parceria entre Microsoft e OpenAI para criação de produtos de IA, há “milhares” de GPUs já otimizadas para este fim.

Assim como no auge da mineração de criptomoedas, conseguir chips gráficos de alta performance no momento pode ser tarefa difícil. Elon Musk, por exemplo, comentou está mais fácil encontrar drogas do que GPUs atualmente. Há alguns meses, descobriu-se que o dono do Twitter também investia em IA. Como? Bem, ele comprou milhares de chips da Nvidia.

Intel e AMD não estão paradas, é claro, e tentam emplacar seus chips voltados para inteligência artificial. Porém, a dianteira da Nvidia é muito consolidada. Trata-se de um domínio construído ao longo de anos, e é improvável que as competidoras consigam atacá-lo num futuro próximo.

Jensen Huang, CEO da Nvidia

Assim, não é uma surpresa que o mercado esteja tão animado com a Nvidia. As ações da empresa subiram 181% no acumulado do ano; só no atual trimestre fiscal, a expectativa é de US$ 11 bilhões em vendas, um recorde para a empresa.

Além disso, há o posicionamento peculiar da companhia. Google e Microsoft, por exemplo, são concorrentes em áreas como busca e IA generativa. O objetivo de ambas é criar produtos melhores, obter vantagens competitivas e conquistar mais usuários. O escopo da Nvidia é outro: ela é quem fornece o poder computacional para quem estiver interessado. Seja o Google, a Microsoft, Elon Musk ou quem quer que seja.

Portanto, é seguro dizer que a Nvidia não tem favoritos na batalha da inteligência artificial. Ela torce mesmo é pela briga.
As gigantes lutam pelo futuro da IA, e a Nvidia torce pela briga

As gigantes lutam pelo futuro da IA, e a Nvidia torce pela briga
Fonte: Tecnoblog